No táxi a caminho do meu encontro com Bil, fiquei refletindo sobre todas essas coisas que estavam acontecendo comigo. Algumas pessoas saindo e outras entrando, queria Alyssa aqui comigo para contar cada detalhezinho de toda essa loucura.

Cheguei ao local marcado e assim que entrei avistei Bill sentado em uma das mesas em um canto, ele vestia-se confortavelmente e usava um boné. Eu estava nervosa, com medo, ansiosa eram sentimentos conhecidos, mas por quem senti-los era novo.

— Oi - eu falei calmamente

— Hallo! - ele disse em alemão e abriu um super sorriso e levantou-se me dando um leve abraço

— Finalmente consegui contato com você - disse fazendo referência ao tempo em que ele sumiu

— Desculpe! Andei tão cheio nos últimos dias que acabei esquecendo de avisar, mas como você está? O que tem feito? - ele parecia super empolgado

— Bom… Estou bem e tenho feito o de sempre, sabe fotografando e conhecendo pessoas - me referindo ao trabalho

— Conhecendo pessoas… - ele repetiu

— É no trabalho sabe - dei um sorriso tentando me corrigir para ele não ter uma má impressão

— Claro, claro! No nosso ambiente de trabalho é sempre cheio de novas pessoas e novas histórias - ele me olhava com o rosto levemente inclinado para o lado.

Ficamos por um bom tempo conversando, nos conhecendo, falando sobre nossas vidas, família, carreira, pedimos algo para comer e quando terminamos saímos para caminhar um pouco.

— Realmente a família é a que sempre faz mais falta, mas sempre que posso tento mantê-los por perto ou vou até eles - Bill caminhava do meu lado nossos braços se encontravam casualmente

— Sim, tenho juntado uma grana pra tentar visitar minha família, ja se passou 1 ano desde a última vez que os vi - soei bastante triste, pois realmente sinto falta deles.

Paramos para olhar a vista, era uma espécie de praça/park que ficava em um local alto. Sentamos em um banco, parecia ser um local pouco frequentado, pois quase ninguém passava por ali. Bill sentou-se virado para mim, ficamos em silêncio apenas contemplando o que nossos olhos viam, mas senti que ele me observava e logo o calor de sua mão pairou sobre meu braço.

— Você deixa eu tentar algo? - ele falou baixo próximo a mim

Eu estava ofegante sabendo o que poderia acontecer, não consigo pensar em uma resposta então apenas acenei com a cabeça e fiquei imóvel. Senti sua outra mão puxando levemente meu rosto para sua direção e ali estava ele. Cara a cara. Como chegamos aqui?! Eu ainda estava sem reação e então ele com uma atitude que não conhecia se aproximou e encostou seus lábios nos meus.

Desmoronei.

Foi calmo, molhado, suave,  era como se eu esperesse aquilo por muito tempo. Quando terminou permaneci de olhos fechados apreciando o momento e sorrisos saíram de nossos lábios. Sim, era muito real e acabara de acontecer. Ficamos ali sentados por mais um tempo e ele se ofereceu para me dar uma carona até o hotel, pois estava quase na hora da entrevista com o pessoal de DARK e eu, não perdendo tempo, aceitei. Quando chegamos a porta do hotel arrisquei-me a roubar-lhe mais uns beijos e trocamos alguns amassos.

— Preciso entrar, não posso me atrasar - falei passando a mão pelo seu cabelo

— Te vejo depois? - ele estava me encarando

— Podemos trabalhar nisso - sorri de volta tentando parecer mas difícil

— Te ligo mais tarde - ele me deu um último selo nos lábios e eu sai do carro em direção a porta do hotel

Entrei, arrumei minhas coisas, limpei as lentes mais uma vez e fiquei em posição esperando começar. Entraram os três e Loius me lançou um olhar intimidador o que fez meu coração acelerar de repente. Tentei me conter, porque não quero ser facilmente atingida por alguém, mas algo nele me prendia e eu não poderia negar.

As entrevistas ocorreram tranquilamente, acredito que consegui fazer um bom trabalho. O elenco saiu da sala e o resto da equipe permaneceu ali organizando o espaço. Comecei a arrumar meus itens nas mochilas para voltar ao meu hotel e então ir para casa depois de quase 2 semanas fora.

— Hallo! - uma voz firme e familiar ecoou atrás de mim fazendo virar rapidamente

— Hey - fiquei congelado

— Precisa de alguma ajuda? - ele disse apontando para as minhas coisas

— Consigo me virar sozinha, mas muito obrigada Louis - falei gentilmente

— Tudo bem - Louis olhou para o pessoal na volta e os olhares de alguns entrevistadores estavam em nós - Estive pensando… - ele deu um passo para ficar mais próximo - Se gostaria de sair para beber ou comer algo - ele deu de ombros e fiquei o encarando por uma fração de segundo.

— Claro! Por que não - falei e um sorriso tímido e involuntário saiu de meus lábios

Enquanto terminava de arrumar minhas coisas ele permaneceu ali, em uma ligação no qual ele falava sua língua (alemão). O que eu penso que estou fazendo? Eu posso agir assim? Sabe, com o John, Bill e agora Louis. Eu estou soando desesperada por alguém? O que aconteceu entre eu e Bill? Eu o amo? E John? E esse sentimento estranho quando vejo ou estou perto do Louis que arrecem o conheci? Minha mente estava prestes a explodir e eu teria que tentar organizar e colocar tudo no lugar.