A princesa proibida escrita por Helena Melbourne


Capítulo 8
Feliz aniversário!!




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Kiara acordou espantosamente cedo naquele dia. Na verdade, ela mal dormira direito na expectativa da chegada da grande data. Finalmente, ela teria o mínimo de liberdade. De fato, ela era uma princesa e possuía muitas regalias por conta disso, mas na maior parte do tempo sentia-se como uma prisioneira de sua coroa. Era uma cela muito confortável e cheia de luxos, porém ainda assim, uma cela.  Não que Kiara não fosse feliz, ela era e muito, porém, não se sentia completa. Como se uma parte de si estivesse além dos muros do castelo.

Não sentimos falta daquilo que nunca tivemos contato ou conhecimento. Porém, podemos sim sentir falta daquilo que não tivemos contato, mas conhecemos a respeito. Kiara não apenas teve conhecimento, como certa vez tivera contato com o mundo exterior. Durou menos de 24 horas, mas ela nunca se esqueceria da experiência. Lembrava-se como se fosse hoje de tudo o que acontecera após sair em disparada com o cavalo castelo afora.

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“Kiara corria montanha abaixo com seu cavalo. Estava com medo de ter sido vista por algum soldado, que alertaria o grande rei e, então, seu plano de passeio estaria arruinado. Somente parou quando o castelo não podia mais ser visto no emaranhado de árvores altas e porque o terreno estava muito íngreme para que galopasse, mesmo que estivesse no caminho delimitado de segurança. Após recuperar o fôlego, passou a admirar a paisagem. As árvores estavam quase nuas com suas copas amareladas, tão características no outono; ainda assim, fazia um dia particularmente quente.

Muitos consideram o outono a pior das estações. O inverno também, mas após o período de neve passar, esta derretia sozinha. Já as folhas de outono não. Elas não eram agradáveis à vista como as flores na primavera, que davam graça aos terrenos do castelo. A maioria as achava feias e desagradáveis por serem muitas e darem apenas mais trabalho para os serviçais. Porém, naquele momento Kiara as achara especialmente bonitas, simplesmente por serem naturais e livres. Era encantadora a forma com que seus galhos a soltavam quando chegava a hora, não a fim de rejeitá-las, como muitos viam, mas para que fossem livres, pois uma hora tudo tem que passar pelo desapego.

Kiara desceu a montanha até chegar na clareira da floresta. O gramado estava seco e amarelado, não tinha flores, mas na primavera deveria ser um local espetacular. Após caminhar mais um pouco, Kiara avistou pequenas casas de madeira no que parecia ser um vilarejo. Seu coração disparara com a emoção de conhecer pessoas novas.

— Fuli!!! – gritou uma senhora de dentro de uma das casas para uma garotinha loira que brincava com alguns garotos em frente à moradia.  Kiara estranhou uma menina brincando no meio de tantos rapazes e sem se importar com o vestido todo sujo. – Já falei para vir para dentro e me ajudar com a comida.

A menina, que parecia ter sua idade, saiu da brincadeira batendo os pés no chão e entrou na casa, emburrada. Kiara achou graça de seus modos, mas não se aproximou muito. Por mais que quisesse fazer contato, sabia que seu pai ficaria ainda mais bravo, pois provavelmente, reconheceriam suas roupas da realeza. Então, a princesa seguiu sem rumo mais adiante, se afastando dos vilarejos e avistou um local meio desértico contendo como paisagem um rio extenso e um terreno irregular.”

Kiara saiu de seus devaneios após ouvir batidas na porta.

— Feliz aniversário! -sua mãe e pai disseram ao mesmo tempo, adentrando o recinto.

 Os dois se alternaram em dar-lhe abraços demorados e carinhosos. Em seguida, Kiara percebeu alguns servos trazendo uma mesa de madeira, não tão grande quanto a do salão principal, mas suficiente para os três; outros trazendo cadeiras. Arrumaram tudo perto da lareira e deixaram o quarto. Depois, algumas servas trouxeram pratos, xícaras, talheres e um verdadeiro banquete para um simples desjejum.

— Uau! -Kiara deixou escapar. Foram preparados simplesmente todos os pratos que mais gostava, desde manjar, pudim, tortas doces e salgadas, pães, geleias e frutas raras de se encontrar naquela estação. – Obrigada! -beijou a face dos pais. Estes riram da filha que se tornava adulta naquela data, mas que ainda tinha jeito de menina.

— Se não podemos te dar uma festa, pelo menos, daremos um banquete. -disse Nala, docemente.

— Papai já me deu o melhor presente. – Simba sorriu novamente, meio contrariado, pois fora forçado a isso. Eles sentaram-se à mesa e passaram a desfrutar das comidas.

— Sim, querida. Como prometido, lhe darei este dia de presente. Mas após voltar, quero que passe a cumprir suas obrigações como futura rainha e isso significa que o próximo passo é analisar pretendentes. -  Kiara sentiu um frio na espinha. Não queria pensar naquilo no momento, mas apenas acenou. Pairou-se um silêncio no cômodo por alguns minutos, onde só se ouvia o tilintar de talheres, mas Nala resolveu quebrá-lo sabiamente.

— Já arranjou as vestes que vai usar hoje? Afinal, sabe que não pode ser reconhecida. -Indagou a mãe.

— Sim, pedi a Razel que trocasse um vestido seu por aquele meu de seda rosa. - Nala estreitou os olhos, quase engasgando com o gole de chá que bebericava. Aquele vestido havia sido um presente da própria mãe em seu aniversário passado. – Ora mãe, não me olhe assim. Eu já havia o colocado no baile de verão.  E a senhora não diz que uma princesa não repete um vestido de festa? Então... fiz um uso mais apropriado para ele.

— Sempre generosa, minha filha. -Simba constatou com orgulho. Com isso, Nala decidiu ignorar o fato de terem gastado 500 peças de ouro apenas no transporte do tecido da China até as terras de Reichstein.

Terminando o desjejum, Simba bateu duas palmas e os servos, que estavam esperando do lado de fora, vieram para recolher o que trouxeram.

— Estaremos te esperando do lado de fora, perto do portão de entrada para nos despedirmos. – Nala avisou, retirando-se junto ao marido do quarto da filha para que esta terminasse de se arrumar. Após saírem e caminharem alguns passos, percebeu Simba inquieto, olhando para os lados. – Algum problema?

— Fora minha filha sair sozinha do castelo? Tendo em vista que da última vez ela encontrou nossa inimiga mortal Zira e o filho que pretende roubar o trono? Nenhum. -soltou o sarcasmo. A esposa apenas levantou uma sobrancelha, divertida.

— Foi você que jurou...

— Eu sei e me arrependo amargamente disso. -pressionou as têmporas. - Mas vou me garantir que ela esteja segura. Pode ir, já te alcanço. -falou decidido. Nala sabia que Simba iria achar uma forma de proteger a menina e também sabia que isso era preciso. Logo, não questionou o marido.

***

— Fiquem de olho nela. Não a percam de vista por um segundo. Estou contando com vocês, Timão e Pumba. – Simba passava as instruções para aqueles que eram seus braços direitos na corte. O grande rei prometera para a filha que não colocaria nenhum soldado em seu encalço, mas os dois não o eram. E isso preocupava o homem ruivo, mas também confiava sua vida aos dois velhos amigos.


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Notas finais do capítulo

Curtiram o flashback? A história vai ser rechada deles. E apareceu ali uma Fuli.. para aqueles que curtem a guarda do leão vou inserir alguns personagens de lá.
Simbinha está pressionando a Kiara com esse negócio de pretendentes... será que Kovu vai ter concorrentes? hehe.
Por favor, não deixem de comentar. Gosto de saber que vocês estão vivos kk e se importam com a história.



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