A princesa proibida escrita por Helena Melbourne


Capítulo 7
6 anos...




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Kiara crescera e se tornara uma moça linda com seus 17 anos. Nunca em todo reino houve uma princesa possuidora de tamanha beleza pura e delicada. Seus traços ganharam maior expressão, ainda que fossem suaves. As maçãs do rosto se afinaram, deixando a face antes arredondada, agora mais oval. O nariz afinou-se e os lábios tornaram-se um pouco mais carnudos no inferior. Os olhos castanhos tomaram uma forma amendoada, perdendo o formato menor de criança. Sua pele continuava tão branca quanto uma porcelana e as sobrancelhas sempre finas, mas bem delineadas.  O cabelo de cachos volumosos, tornou-se mais comportado com ondas suaves nas pontas que lhe caíam pelas costas. Sua estatura não era muito alta, porém o corpo tomou formas marcantes, que, obviamente, não eram salientadas pelos vestidos pomposos que usava.

A jovem princesa possuía um ar angelical e doce no olhar. Ainda que tivesse amadurecido muito, não perdera o jeito de menina. Confinada no castelo, nunca conheceu a maldade do homem e permaneceu pura de coração. E esta pureza resplandecia em seu olhar, tornando-a ainda mais bela. Kiara procurava ser gentil com todos ao seu redor e aprender de tudo um pouco. Porém, dentro de si ainda havia uma vontade enorme de conhecer o mundo e, principalmente, seu povo. Afinal, como seria uma boa rainha se não conhecia seu povo? Porém, se limitava a falar sobre seu sonho com seus pais, pois já sabia a opinião deles a respeito.

Todavia, o tempo de espera para seu sonho se realizar estava  acabando. Faltava apenas 3 dias para seu aniversário de 18 anos. O dia em que teria permissão para sair sozinha do castelo, ainda que disfarçada, mas seria um dia inteiro só para ela. Muitas pessoas achavam estranho seu desejo de passar sozinha o dia mais marcante na vida de uma moça: o dia em que era considerada uma adulta. As outras nobres comemoraram com grandiosas festas, convidando pretendentes do mundo inteiro para conhecê-las para, quem sabe, desposá-las. Kiara, não. A jovem princesa não possuía esse desejo, pois passou a vida inteira confinada naquele castelo e já tivera muitas festas lotadas de pessoas importantes do mundo todo para vê-la. Sempre estava rodeada de pessoas. Tudo o que desejava era poder sentir o que era a solidão, nem que fosse por um dia. Queria, por um dia, não ser observada e acompanhada por onde quer que fosse.

Os outros achavam espantoso sus vontade de estar só. Mostravam-lhe canções e poemas sobre como era ruim a solidão. Mas ela não poderia dizer se era de fato desagradável ou não, pois nunca experimentara o sentimento. Não era na verdade a solidão que desejava experimentar, mas a solitude. Ela gostaria de ter privacidade e de poder ouvir apenas o som dos próprios pensamentos e não vozes a todo momento dizendo como deveria se portar, se vestir e falar.

— Princesa! Princesa! – ouviu uma das servas lhe chamar.

— Sim, Razel?

— A senhorita está atrasada para o café da manhã! -informou. – Sabe que o grande rei, vosso pai, não gosta de atrasos. -Kiara rira de leve da maneira excessivamente cordial que a serva lhe tratara. Ela era nova no serviço, mas tinha a mesma idade da princesa.

— Pode me chamar apenas de Kiara, Razel. Não é necessário tamanha cordialidade. Mas obrigada, já estou indo. - estava finalizando seu penteado.

— Deixe-me terminar isso para a senho...

— Não há necessidade. Já finalizei. -interrompeu, deixando o pente dourado na penteadeira. -E já lhe avisei sobre o “senhorita”.

— Certo. – a serva sorriu tímida e acompanhou a princesa até o grande salão, onde era servido o desjejum da família real e de alguns nobres mais próximos. Os outros faziam as refeições nos próprios cômodos, servidos por servos.

O grande salão era, assim como o restante do castelo, de pedra. Mas possuía um ar mais agradável por conta das janelas de vitrais coloridos e os quadros com pinturas da família real, deixando o recinto mais enfeitado. Apesar de Kiara achar os retratos pouco alegres e até um tanto mórbidos. Também tinha 3 lustres detalhados em ouro e cristais no teto. A mesa em que era servida as refeições era de madeira envernizada e acompanhada de xícaras e pratos de porcelana com detalhes em ouro e talheres específicos para determinadas refeições em prata envelhecida.

— Querida! Bom dia -saudou Nala.

— Bom dia. – respondeu sorridente.

— Está ansiosa para o grande dia? – perguntou a mãe.

— O dia da minha liberdade? Estou sim. -disse zombeteira, sabendo que seus pais não aprovavam quando falava daquela maneira.

— Kiara, ainda dá tempo de preparar uma celebração. Não é de bom tom que uma princesa não faça uma festa ao completar 18 anos. Além disso, é uma boa oportunidade para conhecer...

— Pretendentes. – completou Kiara, cansada daquele discurso. -Sei disso. Mas não estou interessada no momento. Eu nunca tive uma individualidade, preciso saber o que é passar um dia sozinha antes de passar o resto dos meus dias ao lado de alguém. O senhor passou anos vivendo sozinho antes de ser rei, por que não posso ter um dia? Além disso, o senhor jurou pela honra. -com este argumento, Kiara sabia que o pai não poderia debater. Simba bufou e voltou a comer em silêncio.

***

Kovu mudara muito durante 6 anos. O maxilar e o queixo ganharam um formato quadrado mais marcado.  Também deixou uma barba e bigode ralo crescerem, preenchendo a face. Porém, o nariz reto de ponta levemente caída permanecera o mesmo, assim como os cabelos ondulados que iam até os ombros. Os olhos, agora maiores e um pouco oblíquos, possuíam o tom esmeraldeado marcante de sempre, mas com um aspecto mais opaco, debaixo das grossas sobrancelhas negras. Seu aspecto era um tanto sombrio e sério.

O que mais mudara em si, no entanto, fora o corpo. Tornou-se um rapaz alto e adquiriu músculos torneados pelo treinamento intensivo que recebeu. Além disso, sua voz ganhou com os anos um aspecto rouco e grave. Não lembrava muito do garoto magricela e amedrontado que fora.

Kovu aprendeu a sufocar todos os medos e inseguranças dentro de si, transformando-se no soldado que Zira esperava que fosse. O jovem homem possuía a mesma presença marcante da mãe: olhar focado e impermeável e o andar preciso. Assim como a grande líder, ele ganhou o respeito dos exilados por sua astúcia e força, provocando temor por onde passava. Todavia, tais caracteres o tornavam ainda mais atraente, de uma beleza bruta.

— Muito bem, meu filho. – elogiava Zira após o filho derrotar 5 homens de seu exército, incluindo o irmão Nuca. – Já chega por hoje, seu treino está completo. Não há o que ser melhorado. Você está pronto para sua missão.

— Sim, minha mãe. Estou. -disse de forma confiante.

 - Kiara vai completar 18 anos em 3 dias... Você deve conquistá-la. Faça-a confiar em você e assim, você terá a confiança de Simba. E quando estiverem vulneráveis a você, deverá eliminá-los. Essa é sua missão, Kovu. Nossa ascensão e a vingança de seu pai dependem de você.


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Notas finais do capítulo

Voltei galera!! Estava parando de postar aqui porque não tinha ninguém comentando. Comentar significa se importar com a história. Há muitos leitores fantasmas aqui porque vejo pelas visualizações. Eu sei que vocês estão lendo, mas não consigo vê-los. A única forma de saber o que estão pensando é pelos comentários.
Então, se vocês querem que eu continue com a história, comentem, por favor.



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