A princesa proibida escrita por Helena Melbourne


Capítulo 6
Cicatriz


Notas iniciais do capítulo

Oie, meus amores, como vocês estão? Espero que bem.
Mais um capítulo quentinho para vocês.



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Enquanto passavam pelas terras secas e sombrias dos exilados, Kovu engolia em seco. Sabia que sua mãe estava bastante descontente, e isso não era nada bom. A maioria dos pais que se decepcionavam com seus filhos, davam-lhes castigos, mas Zira não era qualquer mãe e suas punições eram mais terríveis do que o próprio demônio. “A dor ensina mais do que qualquer palavra”, ela costumava dizer. Aproximaram-se das ruínas do antigo castelo da família real, que hoje era o lar dos exilados. As muralhas foram completamente destruídas, deixando a construção exposta. O pátio, que antes possuía um belo jardim, fora destroçado assim como alguns cômodos do local, deixando-o com um aspecto bastante sombrio.

Algumas crianças no pátio treinavam com espadas de madeiras, enquanto outras brigavam realmente por um pedaço de pão. Não apenas o castelo era um lugar sombrio, mas seus habitantes também o eram. A fome e o ódio fazem isso com as pessoas. Raramente se via pessoas rindo e se divertindo no lar dos exilados, geralmente estavam sempre cansados de trabalhar horas do dia em uma terra infrutífera a fim de obter alimento. Mas Zira era sua rainha e era obedecida e temida, ela não se ocupava em lavrar a terra das plantações ao redor da construção como outros. Ela se ocupava em treinar seu pequeno exército e educar seus filhos para um dia tomarem as terras do reino.

Enquanto ela passava com seu olhar mortal e o filho em seu encalço, algumas pessoas se afastavam para abrir o caminho, temendo a soberana.

 Assim que chegaram aos aposentos de Zira, o antigo quarto dos reis, ordenou que saíssem de perto sua escolta pessoal e em seguida, trancou a porta. Então aproximou-se com um andar felino até o filho, que possuía pavor no olhar.

— Mãe eu.. -sua fala fora interrompida pelo tapa com as costas das mãos que Zira depositou na face do filho.

O menino colocou a mão no local, onde não apenas doía, mas escorria um filete de sangue que atravessara-lhe a sobrancelha e ia até a metade da bochecha, por sorte não atingira o interior do olho. A mulher continha um anel pontudo de ouro branco no dedo anelar que, intencionalmente ou não, causou o ferimento na face do menino.

— O que pensou que estava fazendo? -perguntou com os olhos faiscantes. -Teve a filha de Simba debaixo de seu nariz e o que você fez? -soltou uma risada sarcástica. – Fez amizade com ela! – Kovu abaixou mais a cabeça.

— Desculpe, ela não me parecia tão má. – falou inocentemente.

— Cale-se! -jogou o filho no chão. -Fazer amizade com a filha de Simba! Mas que bela ideia... -continuou em seu tom sarcástico, andando pelo cômodo. Então parou de repente e um sorriso maligno atingiu-lhe os lábios, demonstrando que uma ideia correu por sua mente. -Mas que bela ideia! – um lampejo faiscou por seus olhos. –Kovu! –virou-se bruscamente para o filho, não mais com o ódio de antes, mas com entusiasmo e um brilho doentio nos olhos. -O que mais a menina te disse?

— Eu não me lembro mãe...

— Fale! -seu grito ecoou pelo quarto.

Kovu já tinha 14 anos e não era mais tão criança e ingênuo para saber que se falasse para sua mãe o que Kiara lhe revelara, coisas ruins aconteceriam. Ele não julgava as atitudes nem a própria mãe como má. Para ele, a maldade não estava na ação em si e sim em quem o ato afetaria. E ele sabia que as ações da mãe afetariam Kiara, sua nova amiga. Entretanto, o medo falava mais alto e o instinto de sobrevivência era algo que fora ensinado a ele desde pequeno: sempre se coloque em primeiro lugar.

— Ela disse que Simba a deixaria sair sozinha em seu aniversário de 18 anos. -respondeu com a voz trêmula.

— Ora! Isso é perfeito! A princesa sairá sozinha de seu castelo... desprotegida... coisas ruins podem acontecer. -fez uma pausa e soltou um riso diabólico. – Kovu, meu filho, meu pequeno gênio. Você passará por um novo treinamento a partir de agora. Teremos longos 6 anos para te preparar para sua missão. -falou em um tom quase fraternal.

Kovu engoliu em seco e olhou-se no espelho vitoriano de moldura em prata envelhecida. Limpou com a ponta dos dedos o filete de sangue do lado esquerdo do rosto. Ainda ardia muito, ele sentia vontade de chorar, mas sua mãe odiava choro e ele sabia que não devia demonstrar suas fraquezas perto dela. “Todos possuímos fraquezas e devemos demonstrá-las, pois ao contrário irão explodir-nos, mas em secreto. Nunca em público, pois mesmo quem parece ser a pessoa mais confiável, pode usá-la contra você” -era isso o que Zira ensinara e parecia-lhe sensato. Porém, a profundidade daquele corte iria provavelmente deixar uma cicatriz no local. Então, percebeu que a mãe o observava pelo reflexo do espelho.

Zira percebera que o corte fora exatamente do mesmo tamanho e no mesmo local que a cicatriz de seu falecido marido. Por isso, seu sorriso se alargara, Kovu ficara ainda mais parecido com Scar. E aquilo soava como um sinal de que as coisas iriam dar certo e de que seu filho estava mesmo destinado a ser o futuro rei.

— Um dia você terá orgulho dessa cicatriz.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Estão ansiosos pelo reencontro dos dois? Euuzinha estou.
Críticas? Elogios?
Comentemmm por favorzinho, ok? Não cai o seu dedinho escrever um gostei.



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