James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 8
O Dia Seguinte




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— Sirius – Lílian chamou, tentando acordar o menino que dormia desajeitado na poltrona da Ala Hospitalar. – Sirius, acorde. Sirius!

O garoto abriu os olhos lentamente. Esfregou as mãos nos olhos e, como se houvesse se lembrado de algo, deu um salto da poltrona.

— James! – exclamou, para depois soltar um suspiro. – Ele ainda não acordou. Madame Pomfrey disse que talvez demorasse. Ele perdeu muito sangue ontem à noite.

Lílian olhou para James. O menino estava menos pálido que na noite anterior, mas sua cor normal ainda não voltara.

Ela suspirou.

— Sirius, você passou a noite toda aqui. Acho que talvez seja melhor você ir ao Salão Principal tomar café e depois ir para a aula de...

— Quê?! – Sirius exclamou. – Você realmente acha que eu vou assistir a alguma aula com James assim?

Lílian suspirou novamente.

— Sirius, James não corre mais risco de vida. Já falei com Remus e Pedro. Eles concordaram em ir para a aula e depois virem aqui. Vá com eles. Coma alguma coisa.

— Evans, James é meu irmão! – Sirius protestou veementemente. – Não posso deixá-lo aqui!

— Eu ficarei com ele – Lílian avisou. – Já pedi a professora McGonagall para faltar à aula e ela consentiu. Mas você precisa ir. Já passou a noite toda aqui. Por favor.

Sirius suspirou.

— Você vai dar um jeito de me avisar se houver alguma mudança, sim?

Lílian assentiu.

— Bem, então... Então, eu...

— Vá, Sirius. James vai ficar bem.

Sirius deu uma última olhada no amigo. Ainda estava decididamente preocupado.

— Tem certeza?

— Absoluta – Lílian respondeu, embora não totalmente verdadeira.

— Você sabe que eu não vou conseguir prestar atenção na aula, não é?

Lílian abriu um mísero sorriso.

— Só vá.

Sirius suspirou novamente e saiu da Ala Hospitalar, resmungando baixinho.

Lílian sentou-se na cadeira que Sirius ocupara e ficou observando James.

Ele parecia calmo e sereno. Sua respiração não demonstrava que havia nada errado. Será que ele tinha conhecimento do que passara noite anterior? Lílian se perguntava. Será que ele lembrava-se do desespero da garota?

A menina passou a mão no rosto. Estava tão cansada quanto Sirius – ou mais, já que ele pelo menos tinha dormido um pouco.

Lílian tinha conhecimento das grandes olheiras que circundavam seus olhos verdes, resultado da noite em claro.

A imagem de James sangrando não saía de sua mente. Severo gritando o feitiço. O interrogatório de Dumbledore.

Sem que percebesse, lágrimas silenciosas começaram a descer por sua face.

— Me desculpe, James – Lílian se viu dizendo. – Me desculpe, eu... Eu não cheguei a tempo... Eu... Eu não pude fazer mais... Me... Desculpe...

A garota baixou os olhos, murmurando pedidos de desculpas. Ela sabia que a culpa não era dela; fora Snape o autor do feitiço. Mas a sensação de impotência ao ver James quase morrer a dominava por completo.

— Lí... Lílian – James murmurou, e Lílian rapidamente olhou para ele.

O menino abria minimamente os olhos. Deu um mísero sorriso ao ver a garota.

— Eu aprontei de novo, não foi? – perguntou de brincadeira, com a voz fraca.

— Dessa vez, você não teve culpa – Lílian respondeu no mesmo tom.

Ela enxugava as lágrimas com esforço.

— Que bom que você acordou.

— Ainda estou com um sono terrível. Será que Madame Pomfrey se importaria se eu ficasse aqui todo o trimestre?

Lílian deu uma pequena risada.

— Sempre o mesmo.

— E você sempre a mesma.

Lílian olhou para o garoto, séria.

— Você não sabe o susto que me deu ontem, James.

— Estou vendo agora – o menino concordou. – Deve ter sido algo muito sério. Está até me tratando pelo primeiro nome.

Lílian riu novamente.

— Tudo bem, Potter. Fiquei realmente muito assustada quando te vi sangrando. Eu... Eu...

— Eu realmente não achava que Snape fosse capaz de fazer algo assim aqui em Hogwarts, com Dumbledore ao lado – James confessou. – Quer dizer, "Sectumsempra"? Que diabo de feitiço é esse?!

— Não sei – Lílian respondeu, olhando para baixo. – Eu... Eu queria ter podido fazer algo mais. Perdão, Potter.

— Lílian! – James exclamou e pegou na mão da menina imediatamente. – Você salvou a minha vida! Eu estaria morto se você não fosse tão teimosa e tivesse aparecido lá. Você não tem nada com quê se desculpar. Aliás, eu te devo um agradecimento. Muito obrigado por ter salvado a minha vida.

James estava bastante sério. Ainda segurava a mão de Lílian. Os olhos castanho-esverdeados estavam diretamente nos olhos verdes da garota.

— Eu poderia ter...

— Você não conhece esse feitiço, Lílian! – James repreendeu. – Nem eu, tampouco. Você não tinha como saber um contrafeitiço.

Lílian baixou o olhar. James estava certo. Ela sabia que James estava certo.

— Lily – o menino chamou com doçura e ela olhou para cima. – Você foi incrível ontem, de verdade. Um pouco antes de eu cair na inconsciência, eu vi você gritando por socorro. E isso fez toda a diferença. Não exija muito de si. Eu estou bem agora.

— Não posso curar o papai e não consegui curar você – Lílian murmurou, tornando a olhar para baixo. – Será que eu vou continuar assim tão impotente ao ver as pessoas com quem eu me importo em perigo?

James abriu um sublime sorriso ao ouvir a confissão de Lílian. Sem que percebesse, a menina tinha dito que se importava com ele.

— Lily – James falou suavemente, apertando um pouco mais sua mão. – Você não é impotente. Você é a garota mais corajosa que já conheci. E você não pode ajudar o seu pai, porque a magia não permite e você não conseguiu me curar, porque você não conhecia o feitiço. Lílian Evans, você é tão forte que seria até mesmo capaz de deter a Maldição da Morte.

Lílian riu pelo nariz.

— Não exagere – murmurou.

— Quero te dizer que você não é impotente e que você não é fraca – James falou com seriedade. – Repito, você é a garota mais corajosa que eu já conheci.

— Você acha mesmo? – Lílian perguntou num sussurro. Seus olhos verdes agora voltados para os castanho-esverdeados.

— Tenho certeza – James confirmou.

*

— Será que eles não podem parar? – Lílian perguntou, irritada, enquanto caminhava com Marlene e Alice para as estufas de Herbologia. – É cansativo ficar recebendo esses olhares por todo lugar que a gente vá.

— Todo lugar que você vá, Lílian – Alice corrigiu. – Você é a celebridade. O que aconteceu ontem chocou todo mundo.

Todo mundo?! – Lílian exclamou, erguendo uma sobrancelha. – Bom, não eram eles que estavam lá tentando impedir um sangramento contínuo.

— Deve ter sido horrível, Lily – Marlene concordou tristemente. – Eu não queria ter estado no seu lugar.

— E que raios de feitiço foi aquele? – Alice perguntou de sobrancelhas franzidas. – Sectumsempra? Eu nunca tinha ouvido falar!

— Acredito que nem Dumbledore sabia da existência desse feitiço – Lílian falou com um suspiro.

— Dumbledore não conhece, mas Snape conhece? – Alice intrigou-se. – Como isso é possível?

— Falando em Snape... – Marlene murmurou, apontando para frente.

As três tinham passado pelas grandes portas do Castelo, quando avistaram o menino fazendo anotações displicentemente embaixo de uma grande árvore no jardim.

Lílian aproximou-se dele como um raio, surpreendendo-o.

— Lílian!

A menina não esperou por mais nada e começou a esmurrá-lo. Ela batia nele com tanta raiva e força que Snape ficou sem reação.

— Seu idiota! Seu... Nojento! Como... Como você pôde? – ela gritava a plenos pulmões. – Você sabe o que quase causou a James?! O que me causou?! Você é... Você é um...

— Lílian! – Snape gritou mais alto do que ela, finalmente segurando seus braços. – Eu nunca quis te causar mal nenhum. A única pessoa que eu queria atingir era James Potter.

— Você iria matá-lo, Snape! – Lílian exclamou, chocada. – Você deixou-o sangrando até a morte!

— Bom, eu... – Snape tentou se explicar, aparentemente envergonhado.

— Você usou Magia das Trevas! – Lílian acusou. – Sei que foi Magia das Trevas! Você tinha a intenção de matar James! Você é um assassino, Snape!

— Como se ele fosse inocente, não é? – o menino debochou, sendo tomado pela raiva. – Eu ainda me lembro da peça que ele e os amiguinhos me pregaram. Eu lembro, Lílian.

— Com certeza, deve se lembrar também que foi James quem te salvou!

— ELE NÃO ME SALVOU! – Snape gritou. – Ele só estava tentando salvar a própria pele junto com a pele dos amigos! James Potter não tem nada de herói! NADA!

— Sei muito bem dos defeitos de James – Lílian afirmou, empinando a cabeça. – Mas nada, absolutamente nada, justifica o que você fez. Você quase o matou. Isso... Não é uma simples brincadeira de mau gosto.

— Você vai ficar do lado de Potter agora, não é? – Snape perguntou, sem conseguir mais controlar a raiva.

— Do seu lado é que eu não vou mais ficar – Lílian respondeu com mais absoluto nojo. – Se não tinha deixado claro antes, você deixar agora: se afaste de mim, Snape! Não quero ter o desprazer de falar com você nunca mais!

— Você vai ver que está errada, Lílian...

Evans para você!

Snape recuou um passo. Seus olhos negros olharam bem fundo nos olhos verdes da menina. Ele viu ali que não tinha mais jeito. Os dois não tinham mais como recuperar a amizade. Era tarde demais.

— Como quiser.

— Snape! – McGonagall chamou, correndo até eles. – Dumbledore quer vê-lo. Por favor, me acompanhe.

Snape seguiu a Profa. McGonagall de cabeça baixa.

Durante todo o caminho até a sala do diretor, o menino se perguntava se valera mesmo a pena ter ameaçado a vida de James Potter. Ele ainda continuava vivo e o pior, mais perto de Lílian do que nunca. E Snape só se afastava mais dela.

Será que juntar-se ao lado das Trevas realmente valeria a pena?


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Notas finais do capítulo

E aí???
O que estão achando???

Ps: estarei postando o próximo capítulo na próxima segunda. Beijinhos!!!



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