James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 7
Sectumsempra


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!!! Conforme prometido, aqui está mais um capítulo para vocês!!!
Espero q gostem!!!



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— Mais ataques a trouxas – Lílian lamentou, baixando o jornal. – Quando isso vai parar?

— Quando Você-Sabe-Quem for derrotado – Marlene afirmou, pegando o jornal.

— E quando isso vai acontecer, Lene? – Lílian perguntou, cabisbaixa. – Ele fica mais forte a cada dia. Estou perdendo as esperanças que algum dia nós possamos detê-lo.

— Não seja pessimista, Evans – Sirius repreendeu quando chegou à mesa da Grifinória acompanhado por James, Pettigrew e Remus.

— Sirius tem razão – James concordou, sentando ao lado de Lílian. – Vamos derrotá-lo. Não fale nunca mais que perdeu as esperanças, Evans. Por favor.

Lílian suspirou.

— É só... Quantas mais mortes serão necessárias até que ele seja derrotado?

— Não me importaria de morrer se soubesse que alguém sobreviveria para derrotá-lo – Sirius decretou.

— Isso não acontecerá! – Marlene exclamou no mesmo momento.

— Eu concordo com Sirius – James falou, pensativo. – Eu me sacrificaria em prol de um bem maior.

— James! – Lílian exclamou, chocada.

— Você também se sacrificaria, Lílian. Ou vai dizer que não? – James contrapôs.

A garota parou um pouco e pensou. James tinha razão. Lílian não se importaria em morrer se isso significasse que o mundo ainda teria salvação.

— É. Tem razão. Mas esperemos que não chegue a esse ponto – a menina torceu.

A sineta tocou e os seis se levantaram.

— Aula dupla de Poções com a Sonserina! Quer coisa pior que isso? – Sirius reclamou.

— Gosto da matéria, mas aturar a Sonserina por dois períodos é realmente insuportável – Lílian confessou.

James, no entanto, percebeu que "Sonserina" se referia a Snape. Fazia uma semana desde a conversa dos dois e Snape não ousara se aproximar dela.

Os garotos chegaram às masmorras e esperaram o professor chegar.

Snape, Avery e Mulciber estavam reunidos na frente junto aos outros sonserinos. Snape olhou na direção dos grifinórios. James aproximou-se de Lílian de uma maneira protetora. Os olhos do sonserino faiscaram de raiva.

— Parece então que os boatos são verdadeiros – Avery falou com um sorriso maldoso no rosto. – Evans e Potter estão realmente juntos.

— Se tivermos, acho que você não tem nada a ver com isso – James respondeu de forma rude.

A raiva de Snape só aumentou. Lílian conseguiu ver seus olhos dilatarem.

Slughorn apareceu antes que a discussão pudesse continuar e mandou que todos entrassem na sala.

— Esperava mais de você, Lílian – Snape sussurrou para a garota quando ela passou por ele.

— O que você está falando aí, Ranhoso? – James perguntou, envolvendo Lílian com o braço.

— Nada que seja da sua conta, Potter – Snape rosnou.

— Você se acha tão corajoso quando seus amiguinhos estão por perto, não é? – James sussurrou ameaçadoramente.

— E o que dizer de você, hein, Potter? – Snape devolveu no mesmo tom. – Não consegue enfrentar ninguém sem sua corja de amigos. Quanta coragem!

James e Snape se encararam bastante próximos. Os dois tinham olhares de ódio mútuo.

— Não me chame de covarde, Snape – James sibilou. – Não sou eu que me escondo debaixo daqueles que são mais fortes que eu.

Snape sacou a varinha imediatamente.

— Não! – Lílian se pôs entre os dois. – Guarde a varinha, Severo. Vocês não vão brigar aqui!

— Lílian tem razão, Potter – Snape concordou, guardando a varinha. – Não vamos brigar aqui. Te desafio para um duelo. Só você. Sozinho. O que acha?

— Não! – Lílian exclamou novamente.

— Eu aceito! – James concordou. – Hoje. À meia-noite. No corredor do sétimo andar. Você vai sozinho também.

— Não! Potter! Céus, você é monitor-chefe! – Lílian exasperou-se. – Não me faça te dar uma detenção.

— Pode me dar quantas quiser, Lílian. Eu faço questão de ir a esse duelo – James falou determinado.

— O mesmo vale para mim! – Snape concordou.

— Vocês não podem...

— Posso saber o que vocês ainda estão fazendo aqui? – Slughorn perguntou, chateado, aparecendo na porta. – Lílian, minha garota, por favor, não me decepcione.

— Desculpe, professor Slughorn – a garota pediu. – Já estou entrando.

Lílian entrou na sala, sendo seguida por James e Snape. Slughorn fechou a porta atrás de si.

A menina sentou-se ao lado de Marlene e continuou encarando James.

Como ele podia ser tão estúpido por aceitar esse duelo?

A menina sabia muito bem do potencial e da habilidade de James Potter em duelos. Mas esse não seria um duelo comum. Os dois estariam sozinhos.

O que impediria Snape de lançar uma Maldição Imperdoável no Maroto?

*

— Eu vou com você – Lílian decretou quando James chegou ao Salão Comunal depois do jantar.

— Quê?

— Vou com você ao duelo – Lílian repetiu, determinada.

— Não! Óbvio que não! – James protestou. – Eu disse que iria sozinho e vou sozinho!

— Isso não está em discussão, Potter. – Lílian afirmou. – Eu vou para garantir que vocês não se matem. Ou melhor, que ele não mate você.

— Ele terá que ser muito hábil para isso – o garoto debochou.

— Não tem graça, Potter! – Lílian repreendeu veementemente. – Ele é um Comensal da Morte. Será que você esqueceu?

— Não. Não esqueci – James respondeu, sério. – Mas você também deve se lembrar de que meu desempenho em duelo nunca deixou a desejar.

— Sei que não – Lílian concordou. – Mas em duelos limpos. Não há garantia que ele não use uma das Maldições Imperdoáveis em você.

— E por que você lá haveria alguma garantia?

— Porque eu funcionaria como uma... Uma... – Lílian pensou um pouco. – Juíza.

James franziu as sobrancelhas.

— Evans, francamente, você acha mesmo que, se Snape for usar uma Maldição Imperdoável, vai se preocupar se você está presente ou não?

— Eu pelo menos seria uma testemunha. Não adianta, Potter, eu vou. – Lílian decidiu.

O garoto suspirou. Não tinha como contornar a decisão da menina. A única alternativa seria usar a Capa de Invisibilidade.

— Tudo bem – ele fingiu concordar. – Me encontre aqui às 23h55min. Vamos juntos.

*

— Potter! – Lílian reclamou baixinho.

Já era meia-noite e o Maroto não havia chegado. Lílian chegou à conclusão de que ele a tinha enganado. Ela devia ter desconfiado. James aceitara rápido demais a companhia dela. Rápido demais.

Mas se ele achou que Lílian Evans desistiria de ir, estava muito enganado.

Determinada, Lílian saiu do Salão Comunal e rumou silenciosamente até o corredor do sétimo andar.

Ela conseguiu ouvir ruídos de faíscas ao se aproximar. Apressou o passo a tempo de ouvir Snape berrar:

Sectumsempra!

James caiu no chão e ferimentos começaram a ser abertos em todas as partes do seu corpo, como se facas invisíveis o cortassem.

— JAMES! – Lílian gritou, desesperada.

Correu até o menino com a varinha em punho.

Finite Incantatem! Finite Incantatem! – exclamou, tocando a varinha desesperadamente nos ferimentos do garoto, mas nada de satisfatório acontecia. Os ferimentos desapareciam para nascerem em outro lugar. – Não! Não! Finite Incantatem! Episkey! Episkey!

Os ferimentos não cessavam e o desespero de Lílian só crescia. Quanto tempo até que James tivesse uma séria hemorragia e morresse?

Lílian olhou para o lado, pronta para implorar a Snape para fazer o sangramento parar, mas ele já não estava mais lá.

O sangue escorria cada vez mais, encharcando a mão e as vestes da garota.

James estava perdendo a cor, seus olhos fitavam o nada. Se não estivesse sangrando tanto, poderia até dizer que já estava morto.

— Não! Não! Socorro! SOCORRO! – Lílian berrou. Ela apontou a varinha para sua garganta e seu grito seguinte foi magicamente amplificado. – SOCORRO! SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDE!

Em questões de minutos, Lílian pôde ouvir passos por toda a escola. Alunos corriam, desesperados, querendo saber o que houve.

Logo se amontoaram perto de Lílian e do menino quase morto que jazia no chão.

— É o Potter! – um menino gritou.

— Não! James!

— O que você fez, Evans?!

— Saiam da frente! – a voz da Profa. McGonagall trovejou. – Deixem-me passar!

Os alunos abriram o caminho imediatamente e McGonagall soltou um ruído de choque ao se deparar com a cena.

— Professora! Professora, por favor, eu não consigo fazer o sangramento parar! – Lílian desesperou-se. – Já tentei tudo que eu conheço. Nenhum funcionou!

Tremendo, Minerva abaixou-se ao lado garota e tocou a varinha nos ferimentos. Aconteceu a mesma coisa que acontecera anteriormente. Nada parecia pará-los.

— Céus! – McGonagall exclamou, assustada.

— James! – as duas ouviram um grito. Era Sirius. – JAMES! NÃO!

O menino corria até o amigo, desesperado, tropeçando nas capas dos colegas.

— James! – Sirius gritou, abaixando-se ao lado do amigo. – Não! James!

— Alguém chame o Professor Dumbledore! – McGonagall gritou, extremamente desesperada. – Agora!

— Não é necessário, Minerva. Já estou aqui – uma voz calma foi ouvida atrás do monte de estudantes.

Os alunos deram espaço para o diretor passar.

O velho abaixou-se sem dizer uma palavra e quando sua varinha tocou nas partes expostas do garoto, os ferimentos milagrosamente desapareceram.

— Graças a Deus! – Lílian exclamou, jogando-se sob o corpo moribundo de James.

— O Sr. Potter precisa ir à enfermaria imediatamente – Dumbledore decretou. – Profa. McGonagall, a senhora poderia fazer esse favor?

— É claro. É claro – McGonagall levantou-se de um salto e conjurou uma maca para o garoto.

— Eu vou também – Sirius falou, levantando-se.

— Muito bem, então. Minerva, vá com o Sr. Black. – Dumbledore consentiu. – Srta. Evans, gostaria que me acompanhasse. E quanto aos demais alunos, devo pedir que retornem aos seus respectivos Salões Comunais.

Ainda assustados com a cena que presenciaram, os alunos obedeceram silenciosamente.

Lílian levantou-se, enxugando as lágrimas que nem tinha reparado que derramara.

Quieta, ela acompanhou Dumbledore até seu escritório.

— Varinha de Alcaçuz – disse Dumbledore e a gárgula abriu passagem para os dois.

Eles subiram a escada de pedra e entraram no escritório.

— Por favor, Srta. Evans, sente-se – Dumbledore pediu com ternura, apontando a cadeira à sua frente.

Lílian obedeceu sem dizer uma palavra. As mãos dela tremiam, ainda sujas de sangue. Os olhos verdes vivos estavam mais brilhosos do que o normal devido às lágrimas que derramara.

— Srta. Evans, sei que passou por uma provação horrível agora – Dumbledore começou com compaixão. – Assistir a um amigo sangrar até a morte não é algo fácil. E devo parabenizar pela excelente ideia de chamar por socorro do jeito que fez. Acho que a Grifinória merece 100 pontos por isso.

— Obrigada, professor – Lílian murmurou baixinho. Não fora ideia brilhante; fora o mais puro desespero.

— E peço também que me perdoe por chamá-la agora ao invés de deixá-la descansar e ter essa conversa amanhã, mas creio que quanto mais tardar a dor, mais forte ela virá – Dumbledore justificou-se.

Lílian assentiu sem encará-lo. Olhava para as mãos cheias de sangue. Estava perdida em pensamentos.

Como Snape tivera a coragem? E como ela ainda podia guardar esperanças de que ele ainda fosse o menino que ela conheceu aos nove anos? Quer dizer, se ele sequer fora esse menino. Lílian duvidava agora.

— Srta. Evans, gostaria muito que me dissesse como encontrou o Sr. Potter – Dumbledore continuou. – Queria saber se a senhorita tem ideia do autor do feitiço.

Lílian respirou fundo. Ela precisava contar. Denunciaria Snape a Dumbledore.

— Foi autoria de Severo Snape, professor – contou. – Ouvi-o gritar algo como... "Sectumsempra" e, no momento seguinte, James estava sangrando no chão.

Lílian voltou a encarar as mãos.

— Snape – Dumbledore murmurou pensativo. – Snape...

— Ele é um Comensal da Morte – Lílian revelou, erguendo a cabeça. – Ou pelo menos pretende se tornar quando sair de Hogwarts.

Dumbledore parou um pouco para encarar a garota.

— Achei que fossem amigos – comentou, observando-a cuidadosamente.

Éramos— Lílian respondeu com rancor. – Não quero... Não quero ter um amigo como... Ele.

Dumbledore continuou encarando-a. Lílian sentiu como se tivesse sido avaliada desde a alma.

— Entendo – o diretor falou baixinho. – Bom, Srta. Evans, obrigado. Agora pode voltar ao descanso da sua Sala Comunal.

— Obrigada, professor Dumbledore – Lílian agradeceu, totalmente aliviada.

Ela saiu do escritório de Dumbledore e correu – não para o Salão Comunal, onde haveria muitas perguntas – mas para o Lago Negro, fora do Castelo.

Lá, lavou suas mãos e suas vestes com velocidade, se permitindo chorar tudo que estava segurando minutos antes.


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Notas finais do capítulo

E aí???
O que estão achando???