James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore
Notas iniciais do capítulo
Oiii, gente!!! Conforme prometido, aqui está mais um capítulo para vocês!!!
Espero q gostem!!!
— Mais ataques a trouxas – Lílian lamentou, baixando o jornal. – Quando isso vai parar?
— Quando Você-Sabe-Quem for derrotado – Marlene afirmou, pegando o jornal.
— E quando isso vai acontecer, Lene? – Lílian perguntou, cabisbaixa. – Ele fica mais forte a cada dia. Estou perdendo as esperanças que algum dia nós possamos detê-lo.
— Não seja pessimista, Evans – Sirius repreendeu quando chegou à mesa da Grifinória acompanhado por James, Pettigrew e Remus.
— Sirius tem razão – James concordou, sentando ao lado de Lílian. – Vamos derrotá-lo. Não fale nunca mais que perdeu as esperanças, Evans. Por favor.
Lílian suspirou.
— É só... Quantas mais mortes serão necessárias até que ele seja derrotado?
— Não me importaria de morrer se soubesse que alguém sobreviveria para derrotá-lo – Sirius decretou.
— Isso não acontecerá! – Marlene exclamou no mesmo momento.
— Eu concordo com Sirius – James falou, pensativo. – Eu me sacrificaria em prol de um bem maior.
— James! – Lílian exclamou, chocada.
— Você também se sacrificaria, Lílian. Ou vai dizer que não? – James contrapôs.
A garota parou um pouco e pensou. James tinha razão. Lílian não se importaria em morrer se isso significasse que o mundo ainda teria salvação.
— É. Tem razão. Mas esperemos que não chegue a esse ponto – a menina torceu.
A sineta tocou e os seis se levantaram.
— Aula dupla de Poções com a Sonserina! Quer coisa pior que isso? – Sirius reclamou.
— Gosto da matéria, mas aturar a Sonserina por dois períodos é realmente insuportável – Lílian confessou.
James, no entanto, percebeu que "Sonserina" se referia a Snape. Fazia uma semana desde a conversa dos dois e Snape não ousara se aproximar dela.
Os garotos chegaram às masmorras e esperaram o professor chegar.
Snape, Avery e Mulciber estavam reunidos na frente junto aos outros sonserinos. Snape olhou na direção dos grifinórios. James aproximou-se de Lílian de uma maneira protetora. Os olhos do sonserino faiscaram de raiva.
— Parece então que os boatos são verdadeiros – Avery falou com um sorriso maldoso no rosto. – Evans e Potter estão realmente juntos.
— Se tivermos, acho que você não tem nada a ver com isso – James respondeu de forma rude.
A raiva de Snape só aumentou. Lílian conseguiu ver seus olhos dilatarem.
Slughorn apareceu antes que a discussão pudesse continuar e mandou que todos entrassem na sala.
— Esperava mais de você, Lílian – Snape sussurrou para a garota quando ela passou por ele.
— O que você está falando aí, Ranhoso? – James perguntou, envolvendo Lílian com o braço.
— Nada que seja da sua conta, Potter – Snape rosnou.
— Você se acha tão corajoso quando seus amiguinhos estão por perto, não é? – James sussurrou ameaçadoramente.
— E o que dizer de você, hein, Potter? – Snape devolveu no mesmo tom. – Não consegue enfrentar ninguém sem sua corja de amigos. Quanta coragem!
James e Snape se encararam bastante próximos. Os dois tinham olhares de ódio mútuo.
— Não me chame de covarde, Snape – James sibilou. – Não sou eu que me escondo debaixo daqueles que são mais fortes que eu.
Snape sacou a varinha imediatamente.
— Não! – Lílian se pôs entre os dois. – Guarde a varinha, Severo. Vocês não vão brigar aqui!
— Lílian tem razão, Potter – Snape concordou, guardando a varinha. – Não vamos brigar aqui. Te desafio para um duelo. Só você. Sozinho. O que acha?
— Não! – Lílian exclamou novamente.
— Eu aceito! – James concordou. – Hoje. À meia-noite. No corredor do sétimo andar. Você vai sozinho também.
— Não! Potter! Céus, você é monitor-chefe! – Lílian exasperou-se. – Não me faça te dar uma detenção.
— Pode me dar quantas quiser, Lílian. Eu faço questão de ir a esse duelo – James falou determinado.
— O mesmo vale para mim! – Snape concordou.
— Vocês não podem...
— Posso saber o que vocês ainda estão fazendo aqui? – Slughorn perguntou, chateado, aparecendo na porta. – Lílian, minha garota, por favor, não me decepcione.
— Desculpe, professor Slughorn – a garota pediu. – Já estou entrando.
Lílian entrou na sala, sendo seguida por James e Snape. Slughorn fechou a porta atrás de si.
A menina sentou-se ao lado de Marlene e continuou encarando James.
Como ele podia ser tão estúpido por aceitar esse duelo?
A menina sabia muito bem do potencial e da habilidade de James Potter em duelos. Mas esse não seria um duelo comum. Os dois estariam sozinhos.
O que impediria Snape de lançar uma Maldição Imperdoável no Maroto?
*
— Eu vou com você – Lílian decretou quando James chegou ao Salão Comunal depois do jantar.
— Quê?
— Vou com você ao duelo – Lílian repetiu, determinada.
— Não! Óbvio que não! – James protestou. – Eu disse que iria sozinho e vou sozinho!
— Isso não está em discussão, Potter. – Lílian afirmou. – Eu vou para garantir que vocês não se matem. Ou melhor, que ele não mate você.
— Ele terá que ser muito hábil para isso – o garoto debochou.
— Não tem graça, Potter! – Lílian repreendeu veementemente. – Ele é um Comensal da Morte. Será que você esqueceu?
— Não. Não esqueci – James respondeu, sério. – Mas você também deve se lembrar de que meu desempenho em duelo nunca deixou a desejar.
— Sei que não – Lílian concordou. – Mas em duelos limpos. Não há garantia que ele não use uma das Maldições Imperdoáveis em você.
— E por que você lá haveria alguma garantia?
— Porque eu funcionaria como uma... Uma... – Lílian pensou um pouco. – Juíza.
James franziu as sobrancelhas.
— Evans, francamente, você acha mesmo que, se Snape for usar uma Maldição Imperdoável, vai se preocupar se você está presente ou não?
— Eu pelo menos seria uma testemunha. Não adianta, Potter, eu vou. – Lílian decidiu.
O garoto suspirou. Não tinha como contornar a decisão da menina. A única alternativa seria usar a Capa de Invisibilidade.
— Tudo bem – ele fingiu concordar. – Me encontre aqui às 23h55min. Vamos juntos.
*
— Potter! – Lílian reclamou baixinho.
Já era meia-noite e o Maroto não havia chegado. Lílian chegou à conclusão de que ele a tinha enganado. Ela devia ter desconfiado. James aceitara rápido demais a companhia dela. Rápido demais.
Mas se ele achou que Lílian Evans desistiria de ir, estava muito enganado.
Determinada, Lílian saiu do Salão Comunal e rumou silenciosamente até o corredor do sétimo andar.
Ela conseguiu ouvir ruídos de faíscas ao se aproximar. Apressou o passo a tempo de ouvir Snape berrar:
— Sectumsempra!
James caiu no chão e ferimentos começaram a ser abertos em todas as partes do seu corpo, como se facas invisíveis o cortassem.
— JAMES! – Lílian gritou, desesperada.
Correu até o menino com a varinha em punho.
— Finite Incantatem! Finite Incantatem! – exclamou, tocando a varinha desesperadamente nos ferimentos do garoto, mas nada de satisfatório acontecia. Os ferimentos desapareciam para nascerem em outro lugar. – Não! Não! Finite Incantatem! Episkey! Episkey!
Os ferimentos não cessavam e o desespero de Lílian só crescia. Quanto tempo até que James tivesse uma séria hemorragia e morresse?
Lílian olhou para o lado, pronta para implorar a Snape para fazer o sangramento parar, mas ele já não estava mais lá.
O sangue escorria cada vez mais, encharcando a mão e as vestes da garota.
James estava perdendo a cor, seus olhos fitavam o nada. Se não estivesse sangrando tanto, poderia até dizer que já estava morto.
— Não! Não! Socorro! SOCORRO! – Lílian berrou. Ela apontou a varinha para sua garganta e seu grito seguinte foi magicamente amplificado. – SOCORRO! SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDE!
Em questões de minutos, Lílian pôde ouvir passos por toda a escola. Alunos corriam, desesperados, querendo saber o que houve.
Logo se amontoaram perto de Lílian e do menino quase morto que jazia no chão.
— É o Potter! – um menino gritou.
— Não! James!
— O que você fez, Evans?!
— Saiam da frente! – a voz da Profa. McGonagall trovejou. – Deixem-me passar!
Os alunos abriram o caminho imediatamente e McGonagall soltou um ruído de choque ao se deparar com a cena.
— Professora! Professora, por favor, eu não consigo fazer o sangramento parar! – Lílian desesperou-se. – Já tentei tudo que eu conheço. Nenhum funcionou!
Tremendo, Minerva abaixou-se ao lado garota e tocou a varinha nos ferimentos. Aconteceu a mesma coisa que acontecera anteriormente. Nada parecia pará-los.
— Céus! – McGonagall exclamou, assustada.
— James! – as duas ouviram um grito. Era Sirius. – JAMES! NÃO!
O menino corria até o amigo, desesperado, tropeçando nas capas dos colegas.
— James! – Sirius gritou, abaixando-se ao lado do amigo. – Não! James!
— Alguém chame o Professor Dumbledore! – McGonagall gritou, extremamente desesperada. – Agora!
— Não é necessário, Minerva. Já estou aqui – uma voz calma foi ouvida atrás do monte de estudantes.
Os alunos deram espaço para o diretor passar.
O velho abaixou-se sem dizer uma palavra e quando sua varinha tocou nas partes expostas do garoto, os ferimentos milagrosamente desapareceram.
— Graças a Deus! – Lílian exclamou, jogando-se sob o corpo moribundo de James.
— O Sr. Potter precisa ir à enfermaria imediatamente – Dumbledore decretou. – Profa. McGonagall, a senhora poderia fazer esse favor?
— É claro. É claro – McGonagall levantou-se de um salto e conjurou uma maca para o garoto.
— Eu vou também – Sirius falou, levantando-se.
— Muito bem, então. Minerva, vá com o Sr. Black. – Dumbledore consentiu. – Srta. Evans, gostaria que me acompanhasse. E quanto aos demais alunos, devo pedir que retornem aos seus respectivos Salões Comunais.
Ainda assustados com a cena que presenciaram, os alunos obedeceram silenciosamente.
Lílian levantou-se, enxugando as lágrimas que nem tinha reparado que derramara.
Quieta, ela acompanhou Dumbledore até seu escritório.
— Varinha de Alcaçuz – disse Dumbledore e a gárgula abriu passagem para os dois.
Eles subiram a escada de pedra e entraram no escritório.
— Por favor, Srta. Evans, sente-se – Dumbledore pediu com ternura, apontando a cadeira à sua frente.
Lílian obedeceu sem dizer uma palavra. As mãos dela tremiam, ainda sujas de sangue. Os olhos verdes vivos estavam mais brilhosos do que o normal devido às lágrimas que derramara.
— Srta. Evans, sei que passou por uma provação horrível agora – Dumbledore começou com compaixão. – Assistir a um amigo sangrar até a morte não é algo fácil. E devo parabenizar pela excelente ideia de chamar por socorro do jeito que fez. Acho que a Grifinória merece 100 pontos por isso.
— Obrigada, professor – Lílian murmurou baixinho. Não fora ideia brilhante; fora o mais puro desespero.
— E peço também que me perdoe por chamá-la agora ao invés de deixá-la descansar e ter essa conversa amanhã, mas creio que quanto mais tardar a dor, mais forte ela virá – Dumbledore justificou-se.
Lílian assentiu sem encará-lo. Olhava para as mãos cheias de sangue. Estava perdida em pensamentos.
Como Snape tivera a coragem? E como ela ainda podia guardar esperanças de que ele ainda fosse o menino que ela conheceu aos nove anos? Quer dizer, se ele sequer fora esse menino. Lílian duvidava agora.
— Srta. Evans, gostaria muito que me dissesse como encontrou o Sr. Potter – Dumbledore continuou. – Queria saber se a senhorita tem ideia do autor do feitiço.
Lílian respirou fundo. Ela precisava contar. Denunciaria Snape a Dumbledore.
— Foi autoria de Severo Snape, professor – contou. – Ouvi-o gritar algo como... "Sectumsempra" e, no momento seguinte, James estava sangrando no chão.
Lílian voltou a encarar as mãos.
— Snape – Dumbledore murmurou pensativo. – Snape...
— Ele é um Comensal da Morte – Lílian revelou, erguendo a cabeça. – Ou pelo menos pretende se tornar quando sair de Hogwarts.
Dumbledore parou um pouco para encarar a garota.
— Achei que fossem amigos – comentou, observando-a cuidadosamente.
— Éramos— Lílian respondeu com rancor. – Não quero... Não quero ter um amigo como... Ele.
Dumbledore continuou encarando-a. Lílian sentiu como se tivesse sido avaliada desde a alma.
— Entendo – o diretor falou baixinho. – Bom, Srta. Evans, obrigado. Agora pode voltar ao descanso da sua Sala Comunal.
— Obrigada, professor Dumbledore – Lílian agradeceu, totalmente aliviada.
Ela saiu do escritório de Dumbledore e correu – não para o Salão Comunal, onde haveria muitas perguntas – mas para o Lago Negro, fora do Castelo.
Lá, lavou suas mãos e suas vestes com velocidade, se permitindo chorar tudo que estava segurando minutos antes.
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E aí???
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