James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 4
Ainda não é um sim




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James, Lílian, Sirius, Pettigrew, Alice, Frank e Marlene almoçavam em silêncio, quando um Remus Lupin muito abatido entrou no Salão Principal e sentou-se ao lado dos amigos. Ele perguntou com a voz cansada:

— Algo de bom nas aulas?

— Tivemos aula sobre as Maldições Imperdoáveis. Mas não podemos dizer que foi algo bom, não é? – Sirius falou sarcástico.

— Não. Nem um pouco – Marlene concordou, sem olhar para o menino.

O silêncio voltou a reinar na mesa até a chegada do correio.

Uma coruja branca parou em frente a Sirius enquanto uma coruja-igreja depositava algumas caixas na frente de James.

Sirius pegou a carta que a sua coruja trazia e leu-a atentamente. Depois, soltou uma risada.

— Parece que a pequena Nymphadora está causando alguns estragos a Andromeda e Ted – ele comentou, rindo.

Empurrou a foto que vinha com a carta nas mãos de James, onde se podia ver uma menina de cabelos roxos berrantes levitar objetos por toda a casa, rindo gostosamente. James riu da imagem e passou-a para Lupin.

— Imagino que será uma mulher geniosa – Remus supôs com uma risadinha. – Coitados daqueles que ficarem em seu caminho.

— Fico imaginando como será quando ela arranjar um namorado... – James comentou.

— Que é isso, Pontas? Não acha que minha prima é muito nova para você? – Sirius fez uma falsa expressão de incredulidade.

— Não estava me referindo a mim, Almofadinhas – James contrapôs.

— Acho bom – Sirius segurou a gargalhada. – Ela é 13 anos mais nova que você, cara.

— Obviamente, quando Nymphadora tiver a nossa idade, ela irá preferir homens bem mais novos, não acha, Sirius? – Remus entrou na discussão com sarcasmo.

— Estou brincando, Aluado – Sirius levantou as mãos.

— Quem é Nymphadora? – Lílian perguntou, curiosa.

— É a filha de minha prima, Andromeda – Sirius respondeu.

— Achei que tivesse perdido o contato com a sua família – Marlene comentou de sobrancelhas franzidas.

— Sim. Andromeda é a única dos Black que ainda falo – Sirius explicou. – Ela é a única que presta naquela família maldita.

— Por quê? – Lílian perguntou, estendendo a mão para pegar a foto de Nymphadora.

— Andromeda também não concorda com a supremacia da pureza de sangue. E foi corajosa o suficiente para abandonar a família e se casar com o nascido-trouxa, Ted Tonks. Ela foi queimada na tapeçaria, assim como eu – Sirius explicou a história com um tom de orgulho.

Lílian riu baixinho com a imagem da criança e passou-a em seguida para Marlene.

— Eu não a conheço – Sirius continuou. – Ainda não tive a oportunidade de visitar Andromeda depois de sua fuga. Mantemos o contato através das cartas. Sou o único parente dela.

— Mas e as irmãs dela? Ela tinha irmãs, certo? – Marlene perguntou, passando a imagem a Alice.

Sirius soltou uma risada fria.

— Bellatrix e Narcissa? Por favor, Marlene, Andromeda está morta para elas. Na minha família, ser um traidor de sangue é ainda pior do que ser sangue-ruim. Sem ofensas, Evans.

— Não ofendeu.

— Deve ser horrível não ter mais contato com ninguém da sua família – Marlene falou caridosa.

— Estou bem melhor assim, pode ter certeza – Sirius cortou em tom um tanto grosseiro.

Marlene olhou para baixo, envergonhada.

A mesa tornou a mergulhar em silêncio até que um garoto veio falar com James.

— Potter! Hoje tem treino, certo?

— Ah, sim. É claro. Antes do jantar. Obrigado, Erikson, tinha esquecido.

O menino assentiu e se retirou tão rápido quanto chegara.

— Você é um péssimo capitão, Pontas – Sirius provocou. – Nem se lembra do treino que você mesmo marcou.

— Cala a boca, Almofadinhas.

Sirius riu.

— Bom, espero que o treino não atrapalhe os nossos estudos, Potter – Lílian falou.

— Não se preocupe, Evans. Terei tempo suficiente para os dois – James deu uma piscadela para Lílian, que revirou os olhos.

— É na próxima semana a grande partida, não é? Grifinória-Sonserina – Marlene perguntou.

— Exato. – James confirmou. – É por isso que temos treinado com afinco. Precisamos ganhar.

Vamos ganhar – Sirius garantiu.

— É bom mesmo – Alice comentou. – Não vou aguentar as provocações da Sonserina se perdermos.

— Nem eu – James e Sirius concordaram.

*

— Evans! Veio assistir ao nosso treino? – James perguntou, bagunçando distraidamente seu cabelo.

— Não tenho nada melhor para fazer, então... – Lílian respondeu displicente. – E é bom para garantir que não perca a hora.

James riu.

— Se você diz.

— Pontas! Pare de namorar e venha logo! Precisamos começar! – Sirius chamou.

Toda a equipe virou-se e Lílian corou furiosamente. Subiu depressa para as arquibancadas com Marlene ao seu lado.

— Detesto o Black! – a ruiva murmurou com raiva.

Marlene apenas revirou os olhos e riu.

O treino começou com o apito de James. O capitão subiu no ar e foi acompanhado pelos outros jogadores.

Sirius imediatamente arremessou um balaço em sua direção que, por pouco, não acertou sua cabeça.

Lílian gemeu.

— Ei, Almofadinhas! Cuidado aí! – James repreendeu.

— Não vou ter cuidado no dia do jogo, Pontas! – Sirius replicou e arremessou outro balaço no goleiro, que conseguiu desviar por pouco.

James riu e continuaram a treinar.

Ele conseguiu marcar vários pontos e quando o apanhador, Frederick Gorgues, capturou o pomo, o menino deu treino por encerrado.

— Estamos muito bem – James elogiou quando pousaram. – A Sonserina dificilmente nos baterá. Mas é claro, precisamos continuar a treinar. Amanhã, no mesmo horário.

— Mas amanhã é sábado! – Thea Wells, outra artilheira, protestou.

— Sim, Wells, mas o nosso jogo será no próximo sábado – James replicou.

— Você disse que estávamos bem! – a menina continuou.

— Não significa que devemos deixar de treinar – dessa vez foi Sirius que respondeu.

Thea fechou a cara e não disse mais nada.

— Mais algum protesto? – James perguntou e ao ver o silêncio do time, completou – Ótimo. Então nos vemos amanhã, no mesmo horário. Dispensados.

O time se dispersou, indo cada um para um lado. Olhando pelo canto de olho, James conseguiu ver Thea reclamando com suas amigas que assistiam ao treino.

Lílian desceu ao encontro de James.

— Vamos, Potter? – perguntou com um leve tom de arrogância.

— O que achou do treino, Evans? – James perguntou, bagunçando o cabelo.

— Você não precisa se despentear, Potter. Acabei de ver que desceu de uma vassoura – Lílian falou com um leve tom de divertimento.

James tirou a mão do cabelo na mesma hora.

— Ah... Bem... Certo – falou um tanto constrangido. – Então, o que achou do treino?

Lílian não respondeu e olhou para o seu relógio.

— São 18h agora – avisou sem olhar para o menino. – Melhor corrermos para jantarmos. Tenho que patrulhar o corredor do sétimo andar depois das nove. Então, vamos?

— Bem, sim. Mas... O que achou do treino? – James tornou a perguntar.

— Então, imagino que você também tenha um corredor para patrulhar, não? – perguntou Lílian, sem nem dar atenção à pergunta de James.

— Bom, sim... Mas, Evans – James segurou os braços de Lílian, forçando-a olhar em seus olhos. – O que você achou do treino?

Lílian riu e deu de ombros.

— Normal. Nada de mais.

Nada de mais? Como... Como assim? Você não acha que sou bom capitão?

Lílian deu de ombros novamente.

— Normal.

— Como... Como...

— James. Ela está brincando. É óbvio que você é um excelente capitão – Marlene falou, segurando a vontade de rir.

James pareceu ficar aliviado.

— Ah... Claro. Eu sabia.

O Maroto deu uma piscadela para Lílian, que revirou os olhos.

— Vamos, Potter? – chamou novamente com mais entonação.

Abrindo o maior sorriso do mundo, James respondeu:

— Claro, Ruivinha.

— Não me chame de Ruivinha.

— Tudo bem, Lílian.

— Evans, Potter!

— É claro. Lílian Evans Potter.

*

— Viu, Evans? Eu disse que Transfiguração não era tão difícil! – James falou, convencido.

Lílian mordeu os lábios.

— É. Você tem razão – admitiu.

Já se passara uma semana desde que as aulas com James começaram e Lílian agora se perguntava por que achara Transfiguração tão difícil. Com o garoto, parecia tão fácil...

Lílian pegou displicentemente seu livro de História da Magia, uma pena e um pergaminho.

— Já fez o dever de História da Magia? – perguntou, molhando sua pena no tinteiro.

— Ah, bem, Remus deve ter feito – James respondeu nem um pouco constrangido.

Lílian ergueu os olhos.

— Por que Lupin faria para você?

— Porque ele é o único que ainda de se importa com História da Magia. Então, ele faz um pequeno favor de nos ajudar nisso. Ele é o único que não dorme nas aulas – James explicou.

Eu também não durmo nas aulas! – Lílian protestou. – E Marlene... Bem...

— Viu? História da Magia é horrível – James riu.

— E como você pode tirar notas tão boas então? – Lílian perguntou abismada.

— Ah, eu sou muito talentoso. Você sabe disso – o Maroto piscou para ela.

Lílian revirou os olhos, mas não conteve a pequena risada.

— Você é um metido, Potter. Isso sim – acusou, divertida.

— Mas você me adora! Admita, Evans – James pediu com seu sorriso maroto.

— Em seus sonhos, Potter.

Os dois riram e não perceberam que eram observados.

Severo Snape estava, em um canto mais afastado, observando os dois com um olhar triste. O maior temor de Snape estava se tornando realidade.

Lílian, sua Lílian, estava gostando de ter a companhia do seu maior inimigo. Pior, estava se divertindo com ele.

De repente, Lílian olhou para lado e o viu. Seu sorriso morreu na hora. James percebeu e seguiu o olhar da garota.

— Ah! Ranh... Snape.

Lílian ainda sustentava o olhar do sonserino e podia saber o que estava pensando.

Traição.

Mas, Lílian pensou, quem a traiu primeiro foi ele, no dia em que a chamara de sangue-ruim, no dia em que decidira se juntar ao Lord Voldemort.

— Você se importa? – James perguntou, cauteloso. – Importa-se que ele nos veja aqui?

Lílian tirou os olhos do seu antigo amigo e respondeu:

— Não. Nem um pouco.

A garota pegou suas coisas e levantou-se.

— Vou terminar isso no Salão Comunal – avisou. – Imagino que amanhã não possamos nos reunir, visto que é o grande jogo.

James assentiu.

— Bom, então voltamos na segunda. Até mais, Potter.

— Lílian! – James segurou seu braço. – Digo, Evans, sabe, sábado, amanhã vai ser... Bom terá mais uma visita a Hogsmeade e, eu pensei se... Bem, você...

— Não – Lílian cortou. – Não vou sair com você, Potter. Achei que já tivesse deixado isso claro há tempos.

— Não! – James apressou-se em dizer. – Não digo sair comigo, sabe? Eu e os meus amigos vamos ao Três Vassouras. Acho... Acho que Marlene irá também e, bem, você... Podemos convidar Alice e Frank... Então, não seria a gente. Entende?

Lílian olhou o garoto, desconfiada.

— Ah, vamos, Evans! Há realmente algo que você vá fazer em Hogsmeade que não possa nos acompanhar?

Lílian pensou um pouco.

— Bom, pode ser – falou por fim. – Ainda não é um sim, mas vamos ver.

James abriu um enorme sorriso.

— Já é o bastante.


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Notas finais do capítulo

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