James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 3
Maldições Imperdoáveis




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Lílian Evans batia o pé nervosamente e olhava de um e um minuto para a entrada do Salão Principal. Mal tocara na sua torrada de tão ansiosa que estava.

Marlene e Alice se entreolharam, imaginando se seria uma boa perguntar à menina o porquê de tanta agonia. Por fim, decidiram não perguntar.

Frank Longbottom entrou no Salão Principal e sentou perto de sua namorada, que imediatamente esqueceu-se dos problemas da amiga.

Sirius Black entrou minutos depois, acompanhado por Pedro Pettigrew. Os dois sentaram-se ao lado de Marlene e Sirius pegou uma torrada com um grande bocejo. O menino não reparou como a loira ao seu lado ficara escarlate com a aproximação.

— Black, onde está Potter? – Lílian perguntou, sem prestar atenção na amiga.

Sirius trocou um olhar com Pettigrew e deu um sorrisinho.

— Por que, ruivinha? Está planejando dar a ele uma detenção ou uns beijinhos? – provocou.

— Não te interessa! – Lílian bufou.

Ela pegou seus livros e se encaminhou para sair do Salão Principal, ao mesmo tempo em que um menino de olhos castanho-esverdeados e cabelos bagunçados entrava.

— Potter! Finalmente! – exclamou.

— B-b-bom d-d-dia! – cumprimentou James com um longo bocejo.

— Será que você vai me explicar agora o que está acontecendo? – Lílian perguntou, inquisidoramente.

James abriu bem os olhos e encarou a ruiva. Logo depois, olhou para os amigos sentados à mesa e recebeu um aceno de Sirius. Pettigrew estava muito ocupado comendo.

— Ok. Venha aqui – James puxou Lílian para fora do Salão Principal.

Os dois caminharam até um corredor deserto e entraram em uma sala vazia.

Abaffiato! – James murmurou e voltou sua atenção para Lílian.

— E então? – perguntou a garota, cruzando os braços.

— Primeiro, Lílian, você precisa me prometer que não contará a ninguém. Isso é muito sério. Preciso da sua palavra – James pediu, sério.

Lílian olhou para ele com as sobrancelhas franzidas.

— Mas o que você está aprontando que poderia ser tão sério assim?

A sua palavra.

— Ok. Não vou contar a ninguém. Prometo.

James suspirou.

— Bem, não sei como posso começar isso – ele falou, passando as mãos nervosamente pelo cabelo.

— Talvez pelo começo? – Lílian sugeriu com um tom tanto sarcástico, um tanto confuso.

James suspirou mais uma vez.

— Ok. Tudo começou quando descobrimos o que significava as saídas de Remus – o menino começou e deu pausa antes de continuar. – Lílian, Remus é... Ele é... É...

— O quê?! – a menina perguntou, ansiosa.

James engoliu em seco e olhou para o chão.

— Lobisomem – murmurou bem baixinho.

Lílian pensou que não tivesse escutado direito.

— Quê?

James assentiu com a cabeça e voltou a olhar para a menina.

— Isso mesmo. Lobisomem. Remus Lupin é um lobisomem.

Lílian caiu para trás.

— Não!

— Lílian, ele não...

— Como você pode se arriscar desse jeito, James?! – a menina bradou. – Você estava com ele ontem! Em noite de lua cheia!

James sorriu. Aparentemente, no auge de sua preocupação, Lílian não se dera conta que chamara o menino por seu primeiro nome.

— Lílian, você não precisa se preocupar – ele garantiu, carinhosamente. – Faço isso há dois anos e aparentemente estou inteiro, não?

Lílian arregalou os olhos em choque.

— Como é?! James! Você ficou maluco?! Enlouqueceu?

James apenas alargou o sorriso. Isso serviu para deixar Lílian mais irritada.

— Você está debochando de mim, Potter? Acha que é tão seguro de si que pode enfrentar um lobisomem sozinho?! Pois bem, faça o que bem entende!

Lílian jogou seus cabelos para trás e passou por James de nariz empinado.

— Lílian! – James a segurou.

— É Evans, Potter! – a menina gritou tão alto que James duvidou se o feitiço que havia lançado seria forte o bastante para contê-lo.

— Tudo bem, como queira... Evans, não se preocupe. Olhe, não corro nenhum risco estando com Remus em noite de lua cheia, porque, bem... – o menino hesitou um pouco.

— Continue, Potter! – Lílian exigiu, extremamente ansiosa.

James correu até a porta e lançou novamente um "Abaffiato". Lílian o olhava, confusa. Que segredo tão sério poderia ser esse?

— Escute, Lílian... Digo, Evans. Esse é mais um segredo que vou lhe contar e não pode, em hipótese alguma, sair daqui.

James sustentava aquele olhar sério que Lílian vira há pouco. A garota assentiu, morrendo de curiosidade.

James suspirou e sustentou o olhar da garota. Sentia que aqueles olhos verdes vivos penetravam fundo.

— Sou um animago – revelou de uma só vez.

Lílian abriu a boca novamente. Dessa vez, em um misto de choque e admiração.

— C-c-como?

— Sim – James confirmou. – Sou um animago ilegal. Assumo a forma de um cervo.

Lílian estava sem fala. James Potter um animago? Mas essa era uma magia perigosa, ela se lembrava do que McGonagall falara. E, no entanto, James conseguira essa proeza com apenas 17 anos. Ela ainda permanecia descrente.

James percebeu isso e se pôs a explicar:

— Sirius, Pedro e eu descobrimos a condição de Remus no fim do nosso 1º ano e, desde então, temos tentado ajudá-lo de toda a forma possível. Descobrimos a animagia como saída no final do nosso 2º ano e, depois de três anos de pesquisas e testes, Sirius e eu conseguimos efetuar a transformação perfeitamente. Tivemos que ajudar Pedro, o que levou um tempinho, mas, no fim, todos nós conseguimos. E acompanhamos Remus em suas transformações. Um lobisomem só faz mal a um humano, não a animais.

James deixou de acrescentar em sua explicação a parte em que ele e os amigos exploravam o terreno de Hogwarts e Hogsmeade e sobre a criação do Mapa do Maroto. Ele tinha uma leve impressão de que Lílian não gostaria muito dessas informações.

— Uau! – fez Lílian. Ela realmente estava sem palavras.

James sorriu. Não aquele sorriso convencido, mas sim um genuíno sorriso. Lílian Evans estava admirada com algo que ele tinha feito. Isso não era qualquer coisa.

— É por isso que você é tão bom em Transfiguração – a menina murmurou.

James deu de ombros.

— Sempre me interessei por Transfiguração. Mas, sem dúvidas, mexer com a animagia fez minha competência na matéria aumentar bastante.

Lílian riu.

Os dois ouviram a sineta tocar atrás deles.

— Bom, acho que devemos ir – Lílian falou, se direcionando a saída.

— Lílian – James a chamou e ela voltou-se para ele.

— Não se preocupe, Potter. Seu segredo está a salvo comigo. Nem mesmo Alice e Marlene saberão – assegurou.

James sorriu para ela.

— Não esperava outra coisa de você.

Lílian corou e sorriu novamente.

— Bom, acho melhor irmos agora.

James pegou suas coisas e seguiu a garota.

— Então, Evans, você vai querer que nossas aulas continuem? Estou livre hoje à noite – James perguntou, um tanto convencido.

Lílian revirou os olhos.

— Ainda quero passar nos N.I.E.Ms, então...

— Ótimo! Depois do jantar?

— É, acho que sim – Lílian concordou.

Os dois chegaram juntos à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas e Sirius não pôde deixar de comentar:

— Olha, Pontas! Parece que finalmente você conseguiu a ruivinha, hein!

Lílian ruborizou e lançou um olhar assassino a Sirius.

— Acho melhor calar a boca, Black!

— Mas o que é isso? Não seria briga, seria? – a voz do professor Elfort se fez presente e Lílian, com passadas fortes, foi se sentar ao lado de Marlene.

Alice e Frank dividiam uma mesa logo à frente das duas.

— Detesto o Black! Ele ainda consegue ser pior que Potter! – Lílian murmurou, entredentes.

— Hum... Não acho – Marlene comentou, cuidadosa. Seus cabelos loiros ocultavam o rubor que tomara conta de seu rosto. – Acho que ele é legal.

Lílian encarou a amiga, incrédula. Ela percebeu que Marlene brincava distraidamente com a sua pena e não demonstrava a menor intenção de olhar para a amiga.

Lílian abriu a boca para falar algo, quando foi interrompida pelo professor Elfort:

— Bom dia, turma! Acho que hoje será uma das aulas mais importantes que terão esse ano – o professor falou com uma voz sombria. – Acho que chegou a hora dos senhores aprenderem sobre as Maldições Imperdoáveis.

A sala prendeu a respiração. É claro que eles conheciam as Maldições Imperdoáveis. Estavam em uma guerra; só um tolo não as reconheceria. Mas vê-las agora, em sala, isso sim seria algo totalmente novo. E, talvez, até mesmo assustador.

— Bom, alguém pode me dizer uma? E os seus efeitos? – o professor perguntou, observando a turma com atenção.

Marlene foi a primeira a ter coragem de erguer a mão.

— Sim, Srta. McKinnon?

— A Maldição Imperius – falou em voz baixa. – Ela... Ela controla as pessoas... Forçam-nas a fazerem coisas terríveis.

A menina baixou os olhos imediatamente. Lílian sabia o porquê. O pai de Marlene quase fora morto graças à Maldição Imperius.

— Exatamente. – Elfort aprovou. – Dez pontos para a Grifinória.

Marlene não levantou a cabeça. Não considerara aquilo uma conquista. Assim como o resto da sala.

— A Maldição Imperius, controle total – o professor continuou com voz sombria. – A pessoa que é controlada pela Maldição Imperius não sabe mais quem ela é. Fica à mercê de seu oponente. Muitos bruxos são seguidores de Você-Sabe-Quem por causa da Maldição Imperius. E acredito que, quando Você-Sabe-Quem cair, muitos vão alegar que só o seguiam por estarem sendo controlados.

— O senhor acredita que o Lorde das Trevas irá cair, professor? – Pettigrew perguntou com voz trêmula.

— Ora, Rabicho, não fale besteira! É claro que Lord Voldemort irá cair! – James exclamou e o resto da sala se encolheu. Eram raras as pessoas que ousavam pronunciar o nome do Lorde das Trevas.

— Mas... Ele é o bruxo mais poderoso do mundo – Rabicho falou novamente em um fiapo de voz. Estava completamente encolhido.

— Dumbledore é o bruxo mais poderoso do mundo! – Lílian afirmou com convicção. – Será ele quem irá acabar com Lord Voldemort. Assim como foi ele quem derrotou Grindewald.

— Mas Você-Sabe-Quem é bem mais poderoso do que Grindewald – opinou uma menina da Corvinal.

— Não importa! Dumbledore irá vencê-lo – dessa vez foi Sirius quem se pronunciou. Acreditava fielmente que Lord Voldemort iria cair, cedo ou tarde.

— Acho – Xenophilius Lovegood falou com sua conhecida voz sonhadora – que será um menino quem vencerá Você-Sabe-Quem. Um adolescente como nós.

— Ora, não diga besteiras, Lovegood! – Elfort o contradisse, cético. – Vocês são crianças! Jamais terão chances contra Você-Sabe-Quem.

— E por que não? – James quis saber, se levantando.

— Porque são muito novos. Não sabem o que está lá fora – Elfort respondeu. – E sente-se, Sr. Potter.

— Acho que temos bastante capacidade de vencer Lord Voldemort, professor – Sirius falou em tom de desafio, levantando-se também.

— Não, os senhores não têm. Ninguém com 17 anos teria a habilidade de vencê-lo – o professor falou, olhando para a turma. – Acho bom deixar bastante claro: vocês não têm a menor chance contra ele. A sala de aula não é como o mundo real. Black e Potter, sentem-se! Agora.

Mal-humorados, os dois sentaram.

— Muito bem. Alguém pode me dizer outra Maldição? – Elfort perguntou, voltando ao assunto central da aula.

Frank ergueu a mão imediatamente.

— Sim, Sr. Longbottom?

— A Maldição Cruciatus – o menino falou, impassível. – A maldição da tortura.

Alice gemeu ao seu lado.

— Precisamente. Mais dez pontos para a Grifinória – congratulou o professor antes de continuar. – A Maldição Cruciatus talvez seja a mais grave. É como se mil facas perfurassem seu corpo repetidas vezes. Pode levar horas, ou mesmo minutos, mas é suficiente para fazer a pessoa se contorcer em sofrimento. E, em alguns casos, leva a pessoa à loucura, tamanha é a vontade de acabar com a dor que lhe é infligida.

Alice escondeu o rosto no ombro de Frank. Ela tremia de horror.

— Calma, Alice. Não se preocupe – Frank consolava a namorada, passando a mão delicadamente em seus cabelos. – Isso não vai te acontecer. Eu não vou deixar.

Por um momento, um tremor perpassou pelo corpo de Lílian. Era um pressentimento ruim... Como se Frank não fosse capaz de cumprir a promessa que acabara de fazer à namorada.

A menina tratou de expulsar esses pensamentos quando o professor fez a próxima pergunta:

— E então? Quem pode me dizer a última das Maldições Imperdoáveis?

Lílian e James ergueram as mãos ao mesmo tempo.

— Srta. Evans?

— A... A Maldição da... Morte – Lílian falou com voz trêmula. – Avada Kedavra.

O silêncio se fez presente na sala.

— Isso mesmo – o professor concordou. – A Maldição da Morte. Avada Kedavra. Rápida, indolor e fatal. Ninguém nunca sobreviveu à Maldição da Morte. Não existe contrafeitiço. Você só pode torcer para que ela não te atinja. E acho que não preciso dizer que ela é a especialidade de Você-Sabe-Quem.

A classe não ousou dizer mais nada.

O mau pressentimento se apossou de Lílian novamente. Ela tentou afastá-lo, enquanto lágrimas queimavam seus olhos.

Marlene mantinha a cabeça baixa, os olhos vidrados em seus sapatos.

Alice tremia nos braços de Frank e o menino trincava os dentes. Ele precisava se manter forte, era um dos pré-requisitos para ser auror, mas não conseguia ficar impassível diante de tanta barbaridade.

James olhava para o nada. Apertava a mesa com tanta força que os nós de seus dedos estavam brancos, mas o menino não parecia perceber.

Sirius também tinha um olhar distante. Ele sabia que seus familiares eram muito bons com as Maldições Imperdoáveis, principalmente sua prima, Bellatrix. E temia por seus amigos.

Pettigrew tremia com as mãos no rosto.

Foi um profundo alívio quando a sineta tocou e todos puderam sair daquele palco de horror.

— Potter! – Lílian foi até James sem saber direito o porquê.

Ela abraçou o menino com força, que retribuiu na mesma intensidade.

— Eu... Não... Só não...

— Não se preocupe – James falou baixinho em seu ouvido. – Não vou sair por aí procurando Lord Voldemort sozinho. Não vou me arriscar desse jeito.

A menina pareceu aliviada.

— Que bom! – ela falou enquanto se separava de James.

Os dois se encararam por um longo momento.

O pressentimento ruim não saia do peito de Lílian.

James tocou no rosto da garota e, com os dedos longos e quentes, enxugou as lágrimas que insistiam em cair.

Nada vai acontecer a você — o Maroto garantiu. — Prometo.

— E... E...

— E nem a mim e nem aos nossos amigos – ele assegurou e deu um pequeno sorriso. – Vamos. Senão vamos chegar atrasados na próxima aula.

James ofereceu a mão para Lílian que prontamente a segurou.

Lílian sentiu que a promessa de James era igual a que Frank tinha feito a Alice na sala.

Incapaz de ser cumprida.


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