James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 18
Ordem da Fênix


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!!! Perdoem pela demora de postar!!! Mas aqui está mais um cap pra vcs!!!



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Lílian estava deitada no colo de James, apreciando a brisa morna que batia no Jardim de Hogwarts. Depois dos cansativos exames, esse momento era tudo que os dois precisavam.

Afora os exames, ainda havia a grande angústia de que, em poucas semanas, estariam fora de Hogwarts e teriam que enfrentar a guerra de frente. Não que eles tivessem alguma vez fugido; Lílian e James haviam enfrentado o próprio Voldemort poucas semanas atrás. Era a sensação de um lugar seguro que seria perdida. Hogwarts representava segurança, conforto, um lar. Como dizer adeus a tudo isso?

Lílian suspirou forte e James acariciou sua bochecha.

— Algo que queira compartilhar, minha Ruivinha? – o menino perguntou, carinhosamente.

— Não estou pronta para isso, James – a garota sussurrou, sem olhar para o namorado. – Não quero deixar tudo isso. Não quero deixar Hogwarts.

James suspirou em concordância.

— Sei o quer dizer – o Maroto concordou, passando a mão pelos cabelos da namorada. – Mas sei de algo que pode tornar as coisas mais fáceis.

Lílian olhou para o menino, intrigada.

— O que você está falando?

James apenas apontou para frente. Um pomo pairava sob a beira do Lago, não muito distante dos dois.

— Apanhe para mim, por favor – pediu com um sorriso calmo.

Lílian ficou ainda mais confusa.

— James, o que está acontecendo?

Longe de responder, o garoto apenas sorria.

— Quando apanhá-lo, você entenderá – James falou e, ao ver que Lílian ia protestar novamente, acrescentou: – Confie em mim.

Ainda intrigada, a menina deu uma última olhada no namorado e levantou-se para fazer o que fora instruída.

James levantou-se também, observando a garota de perto. Seu rosto trazia um sorriso calmo.

Sem muita dificuldade, Lílian apanhou um pomo e, para a sua surpresa, o objeto se abriu. Ela olhou para James, completamente atônita. Dentro do minúsculo pomo, aparecia um pequeno e delicado anel.

Abobalhada, Lílian olhou para o namorado e percebeu que algumas pétalas de flores caídas dançavam graciosamente entre os dois até finalmente se formarem palavras concretas.

Lílian arfou quando leu a pergunta que as pétalas – que eram dos lírios, percebera ela – formavam.

Era um pedido de casamento.

James estava embaixo das pétalas, com o mesmo sorriso estampado no rosto.

— E então? – perguntou, dando um passo à frente. – Aceita?

Até quem não conhecia James Potter poderia perceber a ansiedade em seus olhos castanho-esverdeados. Lílian, que o conhecia muito bem, percebia outra coisa também: medo.

James receava a recusa de Lílian.

Admirada demais com o feito do namorado, a menina sentiu-se incapaz de responder; apenas jogou-se nos braços dele e chapou-lhe um beijo na boca.

James retribuiu vorazmente, mas logo se afastou. Ele encarou a garota e ela percebeu que ainda não havia dado uma resposta.

— Você ainda tinha dúvidas? – sussurrou, um sorriso emocionado crescendo em seus lábios.

Com o maior sorriso que Lílian já o vira dar, James tirou o anel dentro do pomo e pôs no dedo da, agora, noiva.

Com uma felicidade que jamais esperaria sentir, James girou Lílian no ar e a beijou com intensidade.

E esse beijo não acabaria tão rápido.

*

A notícia de que James Potter e Lílian Evans estavam noivos não tardou a se espalhar em Hogwarts. Horas depois de o pedido ter sido feito, não havia outro comentário na escola. E, diferentemente do episódio com Lord Voldemort, o casal não fazia questão de esconder a novidade.

Lílian estava simplesmente eufórica. Era notório para todo mundo que não havia mais nada importante para a garota que não fosse seu casamento. A menina fez questão de escrever para a mãe no mesmo dia em que James fizera o pedido.

A carta da mãe chegara dois dias depois, seguida por um bilhete de Petúnia.

Enquanto Amélia congratulava a filha pela excelente notícia, a irmã mais velha avisava que o próprio casamento seria antecipado e que a presença da caçula não era necessária.

— Ela está com ciúmes, Lílian – Marlene comentou, rindo.

Lílian riu e guardou o bilhete junto à carta da mãe.

— Agora é que nós não podemos mesmo deixar de ir – James determinou com entusiasmo.

Nós? – Lílian perguntou, franzindo a sobrancelha de modo divertido.

— Mas é claro! – James exclamou como se fosse óbvio. – Não perderia o casamento da sua irmã por nada! E essa proibição então... As coisas ficaram ainda mais divertidas.

— James! – Lílian repreendeu-o, rindo. Desde que ficara noiva, nada conseguia tirar o sorriso de Lílian do rosto.

Até que finalmente algo conseguiu.

Na véspera da formatura, McGonagall apareceu no Salão Comunal para avisar que Dumbledore gostaria de falar com Lílian, James, Sirius, Remus, Marlene, Alice, Frank e Pedro.

O sorriso de Lílian morreu na hora. James engoliu em seco. Sirius enrijeceu. Lupin ficou pálido. Marlene cerrou os dentes. Alice e Frank deram-se as mãos imediatamente. Pettigrew começou a tremer. O que tinha acontecido?

Tensos, os garotos acompanharam McGonagall até a sala do diretor. Com muita cautela, o grupo adentrou o escritório onde Dumbledore os esperava com um largo sorriso no rosto.

Com um gesto displicente da varinha, Dumbledore conjugou oito belas cadeiras.

— Por favor, sentem-se! – pediu, com delicadeza. – Nossa conversa pode demorar.

Ainda desconfiados, os garotos obedeceram ao diretor.

— Desculpe, professor, mas por que o senhor nos trouxe aqui? – James tomou à frente. – Aconteceu algo?

O sorriso de Dumbledore aumentou.

— De grave, nada do que a gente já não saiba – o diretor respondeu com alegria. – E é justamente por isso que chamei todos vocês aqui.

Os grifinórios se entreolharam, confusos.

— Por que, professor? – Sirius tornou a repetir a pergunta de James. Por um momento, o Maroto achou que Dumbledore descobrira todo o fato da animagia ilegal. Mas, se fosse esse o caso, por que chamar Lílian, Marlene, Alice e Frank?

— Já irei responder, Sr. Black. Um pouco de paciência – o senhor pediu, ainda sustentando um sorriso. – E como os senhores estão? Bem, espero.

Ninguém respondeu. Por que Dumbledore estava fazendo tanto mistério? Qual era o motivo desse chamado?

— Perdão, senhor, mas estamos um pouco preocupados – Lílian respondeu, contorcendo as mãos. – O que houve?

Dumbledore mirou cada um deles com atenção.

— A Guerra, Srta. Evans – o diretor começou –, tem nos deixado extremamente vulneráveis. É inegável que o Exército de Lord Voldemort tem crescido de maneira assustadora. Vejo jovens decidindo se unir a eles visando ganhar mais poder. Isso é muito triste. Não temos uma perspectiva de mudança tão rápida.

— Professor? – Alice o interrompeu. – O senhor não acha que iremos vencer?

Os olhos azuis de Dumbledore penetraram os olhos negros da garota de uma forma inquisitiva.

— Não se continuarmos como estamos, Srta. Fawley. Como disse, do jeito que está, não há perspectiva de melhora.

— E o que podemos fazer para mudar? – James perguntou com ansiedade. – O senhor tem alguma ideia, professor?

— Ah, sim, tenho mais do que ideias, Sr. Potter – Dumbledore respondeu, lançando ao garoto um sorriso. – Assim como Lord Voldemort, eu estou montando um Exército.

— E quando podemos entrar? – Sirius e James se ofereceram prontamente.

Dumbledore olhou para os dois com a mais profunda admiração.

— Foi justamente por isso que chamei todos vocês aqui. Desejo que se unam a mim como membros da Ordem da Fênix.

Os garotos se entreolharam mais uma vez com nítida confusão.

— E o que isso significa, professor? – foi a vez de Remus perguntar.

— Significa, Sr. Lupin, que estou convidando vocês para uma missão que não será nem um pouco fácil ou prazerosa – Dumbledore respondeu com muita seriedade. – Pelo contrário, será uma missão difícil, tortuosa e muito, muito perigosa. O caminho até a vitória completa frente a Lord Voldemort será longo e haverá muitas derrotas, muitas perdas. Estou perguntando se vocês estão dispostos a se arriscarem comigo nessa luta. Estou perguntando se vocês estão dispostos a se sacrificarem em prol de um bem maior. Estou perguntando se confiam em mim o suficiente para liderar vocês nessa jornada difícil. Por isso, repito: vocês, senhores Potter, Black, Evans, Fawley, Longbottom, Lupin, McKinnon e Pettigrew, aceitam fazer parte do meu Exército contra Lord Voldemort, intitulado Ordem da Fênix?

James se ergueu no ato.

— Aceito, professor!

Lílian sentiu um calafrio perpassar seu corpo. O mau pressentimento voltara com força. Participar da Ordem da Fênix seria uma boa decisão?

— Eu aceito! – Sirius veio logo atrás do amigo.

O aperto no peito de Lílian se intensificou. Seus amigos, a família que ela construíra em Hogwarts, ficariam bem?

— Aceitamos! – Alice e Frank responderam juntos, com convicção.

Lílian se lembrou imediatamente da promessa que Frank tinha feito à namorada. “Não vou deixar nada acontecer com você”. Como ele iria cumprir sendo membro da Ordem?

— Aceito, professor! – Remus se pronunciou, com Marlene logo atrás.

Só faltavam Pettigrew e Lílian. James olhou para a noiva e percebeu a angústia em seu olhar. Ela não estava com medo de enfrentar Lord Voldemort, não era a ele que Lílian temia; ela temia a Guerra. O que poderia acontecer aos seus amigos se a Ordem da Fênix, única frente de combate a Voldemort, falhasse? O que aconteceria se eles falhassem?

Tudo isso passava pela cabeça da garota quando ela finalmente teve coragem de aceitar o convite de Dumbledore.

Lílian sabia que não podia fugir da Guerra e, sobretudo, ela não queria fugir. Se Voldemort estava, covardemente, subjugando o mundo bruxo, a Ordem da Fênix, corajosamente, lutaria contra isso.

Demorou um tempo até que um trêmulo Pettigrew decidiu aceitar o convite. Seu “sim” malmente foi ouvido por Dumbledore e pelos amigos; saíra num fiapo de voz.

— Eis aqui, então, os primeiros membros da Ordem da Fênix! – Dumbledore determinou com orgulho. – Logo que acabarem os festivos de fim de ano, convocarei vocês para a primeira reunião e avisarei como iremos proceder. No mais, boa formatura!

O grupo deixou o escritório de Dumbledore num misto de excitação e apreensão.

— Finalmente vamos fazer algo de útil! – Sirius comemorava.

— Hora de sair da escola, não é mesmo, Almofadinhas? – James rebateu com o mesmo entusiasmo.

— Vocês não têm medo? – Lílian perguntou, mirando o noivo e o amigo com atenção. – E se falharmos? O que vai restar para o mundo?

— Mas nós não podemos pensar assim, Lílian – Remus tomou partido. – É claro que fazer parte de algo tão grande me deixa apreensivo, mas talvez esse seja o nosso futuro. Não podemos deixar o medo tomar conta de nossas decisões a partir de agora.

— Eu sei, Remus – Lílian concordou. – Não tenho coragem o suficiente para desistir de lutar. Não me vejo não tentando deixar o mundo um lugar melhor para os meus filhos. Só que essa perspectiva de fazer algo grande me assusta. E muito.

— Assusta a todos nós, Lílian – Alice murmurou, se apoiando em Frank. – Pode ter certeza disso. Fazer parte da Ordem da Fênix não vai ser algo fácil. É bom que todos nós nos preparemos para os desafios que virão de agora em diante. Porque eles serão árduos.

*

Com tristeza e nostalgia, Lílian se despedia do seu quarto em Hogwarts. Não estava se despedindo do quarto em si, mas de tudo o que aquilo representava.

Hogwarts fora seu lar por sete anos. Ela construíra uma família ali, laços e relações que iam muito além das lições. Em Hogwarts, Lílian Evans crescera e se descobrira. Como dizer adeus a tudo isso?

E mais: como se preparar para enfrentar o que estava por vir? O que aconteceria dali para frente? Hogwarts não estaria mais ali para protegê-la. Sua vida de estudante acabara. Era hora de começar a ser adulta. E isso a assustava consideravelmente.

Quando Alice e Marlene entraram no quarto, viram a amiga derramando pequenas lágrimas enquanto admirava o campo de Quadribol da janela.

Quadribol... Aquele esporte que nunca fora o seu preferido deixaria tantas saudades. Todas as vezes que James descia de uma vassoura após um jogo e mexia nos cabelos só para impressioná-la... E quantas gargalhadas ela dera com as quedas do Maroto da vassoura?

Lílian ria em meio às lágrimas quando Alice e Marlene a abraçaram. Hogwarts tinha lhe dado tantos presentes.

Alice Fawley, a amiga puro sangue sorridente que, desde o primeiro dia, fez de tudo para fazer a garota se sentir em casa nesse mundo estranho que era o mundo bruxo.

Marlene McKinnon, também puro sangue, que fez Lílian se sentir bem depois de tirar uma nota muito baixa no primeiro teste de Transfiguração da sua vida.

Frank Longbottom, o eterno apaixonado por Alice e que, por causa disso, se tornou um incrível amigo para Lílian e Marlene.

Remus Lupin, o garoto triste, mas que sempre tivera disposição para ajudar no que fosse necessário, apesar da antipatia de Lílian por seus amigos.

Pedro Pettigrew, o menino gordinho e medroso que sempre precisava de ajuda para melhorar a autoestima.

Sirius Black, o idiota exibido, que não perdia oportunidades de provocar Lílian ou lançar indiretas cortantes.

E James Potter... O biltre arrogante que se tornou o mundo para Lílian.

A garota então se perguntava: quantos desses presentes a vida iria tirar-lhe?


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Notas finais do capítulo

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