James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 10
Coração Partido




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Lílian gritava, implorava. Ela estava implorando pela vida de alguém. Outra pessoa gargalhava dela. Era uma risada fria e seu desespero só aumentava.

— Lílian! – ela ouviu a voz desesperada de James. – Corra!

A risada ficou mais aguda e um lampejo verde atingiu James, que caiu como um boneco.

— NÃO! – Lílian acordou com um berro.

— O que houve?! – Marlene acordou, assustada.

— Lílian! – Alice gritou. – Você está bem?!

— Eu... Eu... – Lílian tentou falar. Ela estava suada, suas mãos tremiam e sua respiração estava falha.

Marlene pulou para sua cama imediatamente.

— Lily, o que houve? – perguntou, envolvendo a amiga num abraço. – Com que você sonhou?

— Eu... James... Al-Alguém... Mortos...

— Lily, se acalma. Foi só um sonho – Alice consolou, sentando-se na cama da amiga.

— Foi... Foi m-m-muito... R-Real – Lílian sussurrou, soluçando.

Emmelina Vance e Dorcas Meadowes – companheiras de quarto das garotas – observavam-nas em um canto no quarto. As duas tinham no olhar um pouco de pena pela situação de Lílian.

— Lily, Alice já disse tudo. Foi só um sonho, certo? – Marlene consolou, apertando a amiga em seus braços. – Está tudo bem. Você está viva. James está vivo. Tudo está bem.

— Eu te entendo, Lílian – Dorcas falou baixinho do canto do quarto. – Eu... Eu venho tendo sonhos horríveis por causa dessa guerra. Os meus pais são aurores, então... Bem... Tenho medo por eles.

Emmeline abraçou a amiga e Lílian olhou solidária para a garota. Com esforço, ela limpou as lágrimas e caminhou até Dorcas.

— Mas são apenas sonhos – ela falou, encarando firmemente a colega de quarto. – Não é a vida real. Nada vai nos acontecer.

Dorcas sorriu minimamente e abraçou Lílian.

A ruiva sentiu um aperto em seu peito. Aquela já conhecida sensação de que algo ruim estava prestes a acontecer não a deixava de jeito nenhum.

*

— Não acredito que levantei na manhã do meu aniversário com um pesadelo! – Lílian reclamou, servindo-se de bacon no café da manhã.

— Faz parte. Eu acho – Alice comentou com um sorrisinho.

— Na verdade, o que eu realmente estou pensando é sobre o porquê de James não ter vindo te dar parabéns ainda – Marlene intrigou-se. – Achei que estaria te esperando no Salão Comunal com um buquê de flores ou qualquer outra surpresa.

— Deve ser porque ele quer não acabar com o aniversário de Lílian com o clima chato que está entre você e Sirius – Alice rebateu. – Sério, Lene, torna-se sufocante ficar perto de vocês. Já tem uma semana assim!

— O que você sugere então, Alice? – Marlene retrucou com irritação. – Que eu volte a falar com ele depois de tudo que ele me fez?

O que ele te fez exatamente, Lene? Francamente, a sua chateação é porque ele não gosta de você como você gosta dele – Alice argumentou sensatamente.

— Como você ousa dizer isso, Alice? – Marlene exaltou-se. – Ele me beijou e depois disse que...

— Foi você que o beijou, não? – Alice corrigiu.

— Não importa! – Marlene exclamou. – Ele deveria não ter correspondido! Ele me iludiu desde o início!

— Ele não te iludiu! Ele deixou claro desde o início...

— Chega! – Lílian gritou. – Marlene, você sabe que Alice está certa. E mesmo que não esteja, não vamos discutir sobre isso hoje. Já não basta a forma perfeita com a qual eu comecei o dia, não acham?

— Desculpe, Lily – Alice pediu de cabeça baixa.

— Me exaltei, Lily – Marlene confessou. – Desculpe-me.

Lílian suspirou.

— Bom, voltemos ao que interessa. Adorei os presentes de vocês. Obrigada, meninas. Os livros são ótimos! – Lílian agradeceu.

Alice e Marlene sorriram para a garota.

— Sabíamos que iria gostar! – Alice exclamou, feliz.

— Bom dia, meninas! – Frank cumprimentou, sentando-se ao lado de Alice. – Feliz aniversário, Lily!

Ele entregou uma pequena caixinha à garota. Eram um lindo par de brincos que mudavam de cor de minuto em minuto.

— Que gentil! Obrigada, Frank! – Lílian agradeceu, encantada.

— Parabéns, Ruivinha – Sirius chegou e largou um pequeno embrulho em sua frente. Logo em seguida, se afastou e Marlene supunha que era por causa dela.

Lílian olhou para o embrulho, desconfiada.

— Pode abrir, Lily – James falou, surpreendendo-a por trás. – Garanto que não tem nada de mais.

Lílian olhou e viu que ele estava sorrindo. Ela decidiu confiar nele.

Abriu o presente e se deparou com um lindo pingente de flor. Era um lírio.

— Foi de Sirius ou foi o seu? – perguntou, erguendo uma sobrancelha.

O menino sorriu.

— Esse foi de Sirius. Infelizmente, não me lembrei de seu aniversário esse ano e não pude comprar nada – James justificou-se.

— Não lembrou?! – Alice e Marlene exclamaram atônitas. – Você nunca esquece!

— Ah, bom, suponho que tenha uma primeira vez para tudo, não é? – James disse, fingindo embaraço. – Bem, feliz aniversário, Lily.

O garoto deu um beijo na bochecha da ruiva, que corou violentamente.

— Obrigada, Potter – murmurou baixinho.

James sorriu e se afastou.

— Quais são as chances de isso ser verdade? – Marlene perguntou, descrente. – James jamais se esqueceria do seu aniversário!

— Vai ver que ele finalmente saiu do meu pé! – Lílian supôs um tanto descontente.

— Ah, por favor, Lily. Ele é James Potter! Nunca vai desgrudar de você! – Alice argumentou e, em seguida, virou-se para Frank. – Você por acaso sabe de alguma coisa, já que vocês dividem o mesmo dormitório?

Frank negou com a cabeça.

— Não sei de nada, amor.

Ele deu um beijo no topo da cabeça da noiva.

— Isso é muito estranho – Alice murmurou pensativa.

— Com certeza – Marlene concordou.

— Ei, Evans! – Sean Tower, goleiro da Grifinória, aproximou-se. – Digo, Lílian, bem, eu quero desejar feliz aniversário para você!

— Obrigada, Tower – Lílian agradeceu um tanto intrigada. Ele era um ano mais novo que ela e só conversaram uma vez, quando Sean não conseguiu entrar para o time da Grifinória quando estava no quarto ano. Lílian o acalmou e disse para ele tentar de novo no outro ano, o que ele fez, conseguindo a vaga.

Sean pareceu um pouco embaraçado. Ele torcia as mãos freneticamente em torno de um embrulho.

— Er, bem. Hum. Toma – o garoto estendeu a pequena caixa para Lílian e logo depois saiu correndo, extremamente vermelho.

— Será que alguém pode me explicar o que acabou de acontecer aqui? – Marlene perguntou, bastante confusa.

— Ele é a fim de você, Lily – Frank contou. – Desde o quarto ano. Sabe, ele vivia no meu pé para que eu arrumasse um encontro para vocês. Mas eu não queria me indispor com James, então eu disse que você estava a fim de outro. E logo depois você realmente começou a namorar David Rommers da Corvinal.

Lílian ficou absolutamente abobalhada.

— Uau! Jamais suspeitei disso.

— Bom, Tower não é como James que deixa claro o amor por você a cada dia – Marlene comentou sarcasticamente.

— Não, ele não é. – Lílian concordou, pensativa. – Mas sabe de uma coisa? Ele realmente parece ser uma pessoa interessante.

— O que você está pensando, Lily? – Alice perguntou, curiosa.

Lílian levantou-se e sorriu para as amigas.

— Sean! – chamou, indo até a extremidade da mesa onde o garoto se encontrava. Ele ficou imóvel ao ouvir o chamado dela.

— Sim?

— Você gostaria de ir à Hogsmeade conosco? – Lílian convidou. – Digo, eu e minhas amigas. Vamos fazer uma pequena comemoração no Três Vassouras. Se você quiser participar.

Sean abriu um tímido sorriso.

— Q-Quero. Quero sim.

*

— Anda logo, Almofadinhas! – James apressou. – Quero que isso saia perfeito!

— Calma aí, Pontas! Estou acabando – Sirius resmungou.

— Diz se este não vai ser o melhor presente de aniversário que Lílian já ganhou! – James vangloriou-se, extremamente ansioso.

— Com certeza, será o mais inusitado— Remus falou com um leve sorriso. – Você recolheu cem rosas vermelhas do jardim e pôs um feitiço para que se transfigurassem em lírios toda vez que chegassem perto dela.

— Ei! – Sirius protestou. – Ele não transfigurou nada! Quem está fazendo todo o trabalho duro aqui sou eu!

— Você encomendou bombons em lojas de trouxas – Remus continuou, ignorando Sirius. – E transfigurou cada um deles para que dissesse um elogio diferente a Lílian.

— Eu devia ter deixado essa tarefa com Almofadinhas – James bufou, impaciente. – Talvez ele não fosse tão lerdo.

— Ei! – Sirius reclamou. – Eu estou te ajudando aqui, Pontas! Pare de reclamar!

— Pedi para que você me ajudasse justamente para ser mais rápido, Almofadinhas – James argumentou sem nenhuma paciência. – O que, obviamente, não está acontecendo. Já tem meia-hora que eu terminei de enfeitiçar os bombons. E ainda faltam dúzias de rosas para você encantar!

— Era mais fácil ter comprado lírios – Pettigrew comentou baixinho.

— Mas aí não teria o efeito que eu queria, Rabicho – James disse.

— Acalme-se, James – Remus falou, mandando o amigo sentar. – Apressar Sirius não vai lhe ajudar.

— Pelo menos alguém concorda comigo!

— Cala a boca, Almofadinhas! Continue o seu trabalho.

Sirius revirou os olhos, mas obedeceu ao amigo.

Em menos de dez minutos, as flores ficaram prontas.

— Viu? Perfeitas! Exatamente como você queria – Sirius provocou, entregando o buquê para James.

— Ótimo! – O garoto sorriu, satisfeito. – Leve os chocolates, Almofadinhas. Eu levo o buquê.

Sirius concordou, pegando a caixa.

Os quatro Marotos desceram. James estava mais ansioso do que nunca.

Porém, ele teve uma desagradável surpresa ao chegar ao Salão Comunal.

— Oh, não! – Lupin exclamou baixinho.

Lílian estava aos beijos com Sean Tower, jogador da Grifinória.

Num surto de raiva, James se viu atirando o buquê para Remus e gritando para dois:

— Ei! Tire as mãos da minha garota!

Lílian e Sean separam-se imediatamente.

— Sua o quê, Potter?! – Lílian gritou de volta, vermelha.

— Isso mesmo. Ela é minha, Tower! Será que você ainda não se ligou? – James gritou, apontando a varinha para Sean.

— Desculpe, cara, mas não tinha seu nome nela – Sean replicou, se fazendo de inocente.

Furunculus! – James bradou.

O feitiço foi tão forte que fez Sean cair metros de distância.

— Sean! – Lílian gritou, correndo até ele. – Potter! O que você fez?!

— Dei uma lição nele! Ele não poderia mexer com a minha garota! – James falou, convencido.

— Eu não sou e nunca vou ser sua, Potter! – a garota bradou, socando-o. – Você não passa de um verme arrogante!

— O quê?!

— Isso mesmo! – Lílian continuou, ficando mais vermelha a cada palavra. – Eu nunca tive intenção nenhuma de sair com você, Potter. Mas eu realmente pensei que pudéssemos ser amigos, você parecia estar mudando. No entanto, consigo ver agora o quão enganada eu estava. Tentando mandar em mim... Ora, francamente! Você nunca vai deixar esse biltre arrogante que acha que o mundo deve girar aos seus pés, ou melhor, acha que eu devo girar aos seus pés! Pois saiba de uma coisa, Potter! O meu mundo nunca girou por você e nunca vai girar! A partir de hoje, eu quero que você nunca mais ouse sequer olhar na minha cara. Você é tão nojento quanto Snape!

James engoliu em seco. Ele segurou com as todas as suas forças as lágrimas que pareciam insistir em cair.

Lílian nunca tinha falado dessa forma com ele. Ela realmente tinha o magoado.

A garota voltou-se para Sean.

— Vem. Vou te levar para a enfermaria – falou, com delicadeza, apoiando o menino em seu ombro.

Ela passou por James sem nem ao menos dirigir um olhar a ele.

Quando a menina saiu do Salão Comunal, o Maroto falou para os amigos:

— Fiquem com os chocolates e aproveitem os elogios. Se livrem das rosas ou... Sei lá, façam alguma coisa com elas.

— James...

— Preciso ficar sozinho, Almofadinhas – pediu, saindo do Salão Comunal.

Sirius suspirou.

Ele foi até Marlene e entregou-lhe a caixa de chocolates.

— Fique com eles, Marlene. Você merece todos esses elogios.

— Aproveite as rosas também – Remus disse, entregando-lhe o buquê.

— Então foi isso que James ficou fazendo o dia todo? – Marlene perguntou, um tanto encantada.

Nós fizemos – Sirius corrigiu. – E sim, foi isso. Ele queria que Lílian recebesse o presente perfeito. Pena que ela estragou tudo.

— Vou falar com ela assim que ela voltar! – Marlene garantiu.

— Não fale nada – Sirius pediu. – James não merece outra humilhação.

Triste pelo amigo, Sirius subiu até o seu dormitório e foi seguido por Remus e Pedro.

Marlene olhou para as rosas e os chocolates pensando em como Lílian havia sido idiota esta noite.


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Notas finais do capítulo

E aí???
O que acharam???
Estarei postando o próximo capítulo na semana que vem!!!
Beijoooosss