James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 11
Bicho-papão


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!!!
Como prometido, mais um capítulo pra vcs!!!



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Já fazia três meses desde que James e Lílian deixaram de se falar. Os dois nem ao menos se cumprimentavam quando tinham que patrulhar o mesmo corredor.

James Potter mudou drasticamente. Ele não era mais aquele menino sarcástico e risonho que vivia se exibindo. Esse menino fora substituído por um James opaco e triste. Até mesmo seu desempenho no Quadribol foi interferido, levando os alunos da Sonserina a fazerem piadinhas toda vez que ele passava.

Sirius tomava as dores por ele, porque parecia que já não habitava uma alma no corpo de James Potter.

Lílian tentava se virar sozinha em Transfiguração, mas suas notas iam de mal a pior, preocupando cada vez mais McGonagall. Parecia que a menina tinha esquecido tudo que James a ensinara nas semanas em que passaram juntos.

O namoro com Sean também não estava ajudando-a. O menino não queria saber que ela tinha N.I.E.Ms em três meses e que precisava realmente estudar; ele só queria namorá-la em cada minuto livre em que os dois tinham.

— Você tem que dispensá-lo, Lílian! – Marlene argumentou pela milésima vez quando as duas caminhavam para jantar no Salão Principal.

— Eu não acredito que eu tirei T nessa Redação! – Lílian exclamou, sem dar nenhuma atenção à amiga.

— Você tirou T, porque não está estudando como deveria, Lílian! – Marlene falou. – Você está namorando o tempo todo aquele trasgo que finge não perceber que você precisa estudar! Pelo menos James via isso.

Lílian tirou o olhar da Redação e direcionou-o à amiga.

— Se você sugerir mais uma vez que eu deva procurar James Potter, vamos ter um sério problema, Marlene McKinnon.

— Pois sim, Lílian! Estou sugerindo isso mesmo! – Marlene rebateu. – Quando você tinha aulas com James, você estava consideravelmente bem em Transfiguração. E, além disso, olhe como James está! Nem o reconheço mais!

— E isso é meu problema por quê? – Lílian replicou, tentando esconder um pouco de preocupação.

— Você foi muito rude com ele no seu aniversário! – Marlene acusou. – Ele não merecia isso, Lílian! Você sabe disso!

— Sei o que ele fez com meu namorado por puro capricho! – Lílian se estressou. – Ele acha que tem o mundo aos seus pés! Acha que me tem aos seus pés! Acha que pode mandar em mim! Apenas mostrei para ele como estava enganado.

Marlene balançou a cabeça, horrorizada.

— Você não tem nem ideia do que ele fez para você naquele dia, não é? – sussurrou, aproximando-se da ruiva. – Prometi a Sirius que não contaria, mas saiba que foi algo que tomou o dia todo dele. Muito mais do que Tower sequer pensou em te dar.

Lílian engoliu em seco. De que Marlene estava falando?

— Parece que seu namorado está te esperando – a loira avisou. – Vou jantar. Depois nos falamos.

Marlene saiu e Lílian pensou em segui-la, mas foi impedida por Sean.

— Ei! Te procurei o dia todo – ele falou, dando um selinho na namorada.

— É. Eu estava ocupada – Lílian desculpou-se.

— Que bom que você não está mais ocupada agora – Sean sorriu, beijou-a, mas não foi correspondido. – Lily? Está tudo bem?

— Ah, sabe. Eu não estou muito bem hoje – Lílian encontrou uma desculpa. – Desculpe. Tenho que ir. Amanhã nos falamos.

Ela deu um toque de leve no ombro de Sean e seguiu para o Salão Comunal da Grifinória, ainda pensando no que Marlene falara.

O que James tinha feito de tão especial para ela?

"Mas isso não importa!", disse a si mesma. "Não me importo com James Potter!".

— Folhas de Primavera – Lílian disse a senha, extremamente frustrada.

A Mulher Gorda deu passagem e quando Lílian entrou, ela ouviu um riso bastante conhecido.

James Potter estava rindo tranquilamente de uma piada contada por Sirius.

Lílian aqueceu-se com aquela risada. Ela surpreendeu-se em como sentira falta de ouvi-la.

Quando James percebeu a presença da garota, seu riso morreu. Eles trocaram um olhar e logo depois, James murmurou algo para os amigos e subiu para o dormitório.

Sirius foi logo atrás, lançando a Lílian um olhar de extremo desprezo. Pedro o seguiu, deixando apenas Remus e Lílian na sala.

— Bem, boa noite – Lílian desejou, meio constrangida.

Ela direcionava-se para o seu dormitório quando Remus falou:

— Você o magoou muito, Lílian. Hoje foi a primeira vez em meses que eu o escutei rindo.

Lílian tentou parecer impassível, mas se condoía por dentro.

— Juro que, em sete anos de convivência, nunca o vi assim – Remus continuou. – E só quero que você pense um pouco. O mundo de James sempre girou em torno de você. Só acho que você poderia... Não sei. Bem, boa noite.

Remus se retirou e Lílian continuou parada, estática. Ela tinha consciência que ferira James. Mas, durante esses meses, ela preferira não ligar para isso. Na verdade, ela nem mesmo conseguia pensar em James sem raiva.

Mas parecia que algo que Marlene havia falado, tocara-lhe de modo significativo.

Será que ela realmente ultrapassara os limites?

*

Lílian acordou disposta a pedir desculpas a James. Ela tinha percebido que fora longe demais.

Sem contar nada a Marlene e Alice, Lílian direcionou-se ao Salão Principal mais cedo que as amigas a fim de esperar James lá.

Ela esperou, fingindo mordiscar seu bacon e olhando freneticamente para a porta.

Em poucos minutos, ele apareceu. Mas Lílian teve uma desagradável surpresa.

James entrara agarrado a uma menina de cabelos castanhos volumosos da Corvinal.

Ela o beijou vorazmente e ele retribuiu, talvez não com tanta emoção.

Quando os dois se separaram, James olhou para Lílian e, logo depois, virou-se para beijar a garota de novo.

Lílian olhou para o seu pedaço de bacon, furiosa.

Era assim que ele dizia gostar dela? Aos beijos com outra?

— Finalmente James voltou ao normal – Marlene disse, sentando-se ao seu lado. O menino tinha ido se sentar com a garota na mesa da Corvinal. – Ou pelo menos, um pouco mais.

Lílian bufou.

— Ele está muito sofrendo por mim.

— Visivelmente, ele está – Marlene concordou. – Mas ele está tentando dar a volta por cima. E tenho certeza de que tem Sirius Black envolvido.

— James Potter é um idiota arrogante! – Lílian exclamou com raiva.

— Por que você está tão nervosa? – Marlene perguntou. – Só por que ele está beijando uma menina? Lílian, você tem namorado.

— É. Eu tenho – Lílian concordou, ainda enfurecida. – E um namorado perfeito. Bem melhor do que Potter será para essa garota.

*

Uma semana se passara. Lílian soubera que James largara a garota da Corvinal, Amelie Mandress, no mesmo dia.

James parecia estar cada vez mais absorto em seu sofrimento. Nada mais o alegrava e nada mais o dava prazer.

Ele quase foi arrastado por Sirius e Remus até a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Lílian sentiu o olhar pesado de Sirius quando este passou por ela na sala.

O professor Elfort não demorou a chegar e estava mais animado do nunca.

— Bom dia, turma! – saudou. – Hoje vamos ter uma aula bastante especial. Peço, por favor, que saiam de suas carteiras somente com suas varinhas.

Os alunos obedeceram imediatamente.

Com um aceno da varinha, Elfort fez as cadeiras se afastarem, deixando um espaço amplo na sala.

— Vamos duelar hoje, professor? – Pettigrew perguntou, meio apreensivo.

— Não, Sr. Pettigrew. – Elfort negou. – Vamos aprender como rebater bicho-papão. Embora acredite que vocês já saibam como fazer isso.

Houve murmúrios de concordância.

— Você encontrou um bicho-papão, professor? – Marlene perguntou.

— Sim, sim. Um se mudou para o meu armário ontem. – Elfort respondeu. – Bom, sem mais delongas, me digam o feitiço que é preciso para combater o bicho-papão.

Riddikulus! – a sala inteira entoou.

— Ótimo! Perfeito! – Elfort exclamou. Ele estava bastante animado. – Agora, façam uma fila. Vou libertar o bicho e vocês têm que combatê-lo e deixá-lo para a próxima pessoa. Vamos! Rápido!

Todos se organizaram em fila e Elfort contou até três para liberar a fera.

O primeiro a enfrentá-lo foi Xenophilius Lovegood e o bicho-papão assumiu a forma de Lord Voldemort.

Todos gritaram ao mesmo tempo em que o corvino bradou:

Riddikulus!

Voldemort deu lugar a uma velha cheia de trapos, dando vazão a risos.

Depois de Xenophilius, mais outros sete se passaram até chegar a vez de James.

CRACK!

O bicho-papão transformou-se em Lílian se contorcendo e gritando de dor.

James apontou a varinha, trêmulo.

Riddi... Rid... – Lílian gritava mais, se contorcia mais. Era claramente a Maldição Cruciatus. – Riddikulus... Ri...

CRACK!

Acabara o grito e a dor. Lílian estava morta.

— NÃO! – James gritou tão alto que talvez toda a Hogwarts tivesse ouvido.

Ele largou a varinha e caiu no chão, chorando.

Riddikulus! – Sirius bradou e o bicho-papão-Lílian transformou-se em trapos.

James ainda estava no chão e se tremia todo.

Riddikulus! – Elfort gritou e pôs o bicho de volta em seu armário. – Bom, acho... Acho que por hoje é só. Vejamos, 25 pontos para a Corvinal e 25 pontos para a Grifinória. Obrigado, garotos.

James continuou no chão. Lágrimas desciam de seu rosto, mas ele nem parecia perceber.

— Vem – Sirius falou, pegando seu braço. – Está tudo bem. Vamos, James.

Remus ajudou o amigo, pegando o outro braço James. Os dois levantaram o Maroto e seguiram para a porta.

Lílian ainda estava atônita. Ela saíra da sala com Marlene, Alice e Frank e não tivera coragem de dizer uma só palavra.

O maior medo de James era perdê-la. Ele mostrou como ficaria se a perdesse. E não era tão diferente de como ele estava.

— Nós últimos três meses, James vem tendo pesadelos horríveis com você, Lílian – Frank contou, em voz baixa. – Ele acorda no meio da noite gritando desesperado. Sirius vai até a cama dele e o consola dizendo: "ela está bem. Está tudo bem. Nada vai acontecer a ela". Bem, supus que "ela" fosse você.

Lílian sentiu como se tivessem dado um soco em seu coração. Durante três meses, ela desprezara James mais do que em qualquer outro momento em sua vida e causara no garoto uma tristeza terrível. E, nem mesmo assim, ele esquecera-se dela ou deixara de sofrer por ela.

— Eu...

— Não precisa dizer nada, Lílian – Marlene falou com ternura. – Só vá falar com ele.

Lílian assentiu e correu para a Torre da Grifinória, onde ele deveria estar. Disse a senha com pressa para a Mulher Gorda e correu para o dormitório masculino, ao mesmo tempo em que Sirius descia dele.

— Oi – Lílian cumprimentou. – Eu queria falar com James. Ele está...

— Não vá – Sirius pediu, segurando o braço da garota e a guiando para um canto do Salão Comunal.

— Como? – Lílian encarou-o, confusa. – Desculpe, mas você não vai me impedir, Black.

— Lílian! – Sirius segurou novamente seu braço, obrigando-a voltar para o lugar. – Você faz ideia do que o fez passar durante esses três meses? Você faz ideia do quanto James sofreu nesse tempo?

Lílian engoliu em seco. Ela deveria ter previsto que Sirius não iria deixá-la livre tão cedo.

— Você se exibia com Tower e nem ao menos se dignava a olhar para ele. – Sirius continuou. – Você partiu o coração dele de uma maneira que jamais julguei ser possível. Nunca vi meu amigo assim. Deprimido. Abatido. Sem vida. Parecia que ele estava tentando se matar. E tudo isso por sua culpa.

— Já sei disso, Sirius! – Lílian exclamou. – Não preciso que você me faça sentir mais culpada do que eu já estou!

— Ah, você precisa sim! – Sirius discordou. – Escute, Lílian, você é tudo para James, entendeu? Tudo. A vida dele toda sempre girou e sempre vai girar em torno de você. E acho que todos já percebemos que você nunca vai querer nada com ele. Então, por favor, deixe-o em paz. Não o machuque mais do que já o fez.

— O bicho-papão dele foi uma versão minha. Morta! – Lílian argumentou.

— Sim. – Sirius concordou. – E isso não vai mudar. Mas será que o seu bicho-papão é James morto? Ou será que é o seu maior desejo? James Potter fora de sua vida?

Lílian não respondeu nada. Não sabia o que seria seu bicho-papão. E talvez Sirius tivesse certo de algum modo.

— Não o procure, Lílian – Sirius finalizou. – Claramente, você não o ama do que jeito que ele te ama. E você aparecendo só lhe dará falsas esperanças. E acredite em mim, tirar James dessa fossa está sendo duro demais. Remus, Pedro e eu estamos tentando fazê-lo apreciar o fato de que fará aniversário daqui a duas semanas. Por favor, não estrague o pouco de progresso que estamos tendo.

Lílian engoliu em seco e assentiu.

— Obrigado – Sirius agradeceu e logo saiu do Salão Comunal, deixando a menina parada no mesmo lugar pensando em quão estúpida fora ao dizer aquelas tristes palavras para James Potter.


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Notas finais do capítulo

E aí???
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