Flowers are talking and I'm silent escrita por Ariel F H


Capítulo 3
Solangelo


Notas iniciais do capítulo

falai gayzada eu não fui pra faculdade hoje então toma aqui um capítulo novo pra voxes

aboboranonima deu a ideia de uma "solangelo onde o Will se declara pro nico e o nico tem um puta gay panic pq apesar de já ser assumido e ter entrado em termos com a sexualidade dele ele nunca teve nenhuma experiência e a cabeça volta dos anos 30" então aqui está :p

não sei se ficou muito bom pois não sei muito bem como funciona interações humanas e muito menos como um humano se declara para outro mas eu TENTEI



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— Você está me deixando nervoso.

Will continuou a encarar a areia em seus pés. Nico cruzou os braços, mas era apenas para ter algo para fazer com suas mãos, não estava bravo nem nada. Bem, talvez um pouco bravo, mas só porque o sol do meio-dia estava forte ali na praia do acampamento. Ao menos não havia ninguém ali por perto. Estavam todos no pavilhão para o almoço. Se perguntou se essa era a intenção de Will desde que o chamou para ir até ali com ele.

— É que... — Will pigarreou. Ele finalmente levantou o olhar para Nico.  — Lembra quando eu te contei que não gosto de esconder nada das pessoas próximas de mim?

Nico assentiu. Da última vez em que Will havia dito aquilo, foi para contar que era pansexual, semanas atrás.

Também foi a primeira vez em que Nico falou em voz alta, com todas as palavras “Eu sou gay”.

— Você tem algo que queira me contar? — Nico perguntou, hesitante. Will confirmou com um aceno. — É algo ruim?

— Não! Q-quero dizer, depende. Bem, não é ruim, mas pode ser que seja.

— Isso não fez sentido algum, Solace.

Will respirou fundo e fechou os olhos por um instante.

Nico largou os braços ao lado do corpo, sem saber o que fazer ou dizer. Eles estavam a apenas um passo de distância. Se perguntou se deveria oferecer um abraço ou algo assim. Conhecia Will há quase seis meses, sabia que ele gostava de abraços.

— Eu só quero dizer... — Will começou. Parecia mais calmo. Deu uma longa respiração antes de continuar, como se estivesse tomando coragem. Aquilo não era muito do feitio dele. — Que eu gosto de você, Nico. Eu sei o que você está pensando que é porque somos amigos, mas eu não gosto de você assim. Não, droga, isso saiu errado. Eu gosto de você como amigo, mas também de outra forma, entende? De uma forma romântica. E eu preciso que você saiba disso porque eu não consigo mais manter isso dentro de mim. Eu não posso mais viver tentando ler os sinais pra descobrir que você também sente o mesmo.

Wil parou de falar e encarou Nico profundamente.

Ele sabia que deveria dizer algo, mas seu cérebro simplesmente não sabia mais como funcionar.

Nico abriu a boca. Mas o que deveria falar? Fechou a boca. Engoliu em seco.

Por um instante, sentiu aquele frio no estômago sempre que sentia quando lembrava de mil novecentos e trinta.

Uma parte muito irracional da mente de Nico ainda tinha medo de ser mandado para um campo de concentração por gostar de garotos. Às vezes, tinha pesadelos sobre isso. Eram cruéis, dolorosos.

Não conseguia desviar dos olhos de Will, mas também não conseguia dizer nada. O que alguém normal faria nessa situação?

Todos os amigos de Nico agora sabiam sobre a sua sexualidade. Ele tinha até mesmo contado a Hazel. Não era mais um segredo, não era nem mais algo que Nico se envergonhava. Era só mais um traço de sua personalidade que sentia que deveria entender melhor.

Nico abriu a boca pela segunda vez. As palavras estavam ali, mas ele nunca foi bom em se comunicar. Era difícil falar.

Especialmente porque, poucas noites atrás, Nico tinha tomado plena consciência de um fato: estava começando a sentir por Will o mesmo que costumava sentir por Percy. E tinha certeza que Will jamais corresponderia seus sentimentos, assim como foi com Percy.

Nico piscou, tentando forçar seu corpo a produzir alguma reação. Estava ficando constrangedor aquilo tudo. Will ainda o encarava, com uma expressão estranha.

— Você não... — Will disse, dando um meio passo para trás. Sua voz estava mais baixa que o normal. — Você não precisa corresponder. Eu só queria... Precisava te contar isso. Está tudo bem. Talvez eu demore um pouco pra superar que você não sente o mesmo, mas... É melhor assim.

Will deu um pequeno sorriso forçado. Seus olhos estavam tristes. Nico piscou novamente.

— Eu, hã, te vejo depois?

Nico não disse nada.

Ele poderia ter ouvido errado, não poderia?

Will não podia ter se declarado para ele. Não, esse tipo de coisa não acontecia com Nico di Angelo.

Não. Tinha certeza do que ouviu.

Quando Will se virou de costas e começou a andar, Nico percebeu que realmente deveria fazer alguma coisa.

— Will!

Nico gritou mais alto do que esperava. Foi como se uma luz tivesse surgido dentro de si do nada.

Ele não pensou muito bem no que fazer. Sabia que não daria certo usando palavras — Nico realmente não era muito bom em se expressar verbalmente — então podia muito bem usar da ação em seu favor.

Em um instante Nico estava indo em direção à Will. No outro, estava pressionando seus lábios contra os dele.

Foi rápido e confuso demais.

Também foi estranho. Nunca tinha beijado ninguém antes. Não fazia a mínima ideia do que estava fazendo. Mas não parecia ter muito segredo, já que aquilo era só um selinho meio demorado.

Quem quebrou o contato foi Will.

Nico se deu conta de que Will estava segurando seu rosto com as duas mãos, como se fosse uma coisa muito preciosa.

Ele piscou. Estava ofegante. E nervoso.

Seus olhos se encontraram com os azuis de Will. Ele parecia surpreso.

Nico sentiu vontade de dizer alguma coisa, mas não sabia exatamente o quê, nem como. Por favor, entenda. Pediu mentalmente para Will. Entenda o que isso significa.

E Will entendeu.

Eles ficaram mais alguns segundos se encarando. Nico sentiu um formigamento estranho no estômago, que nunca havia experimentado antes. As mãos de Will o puxaram para mais perto, com delicadeza.

Nico sentiu seus lábios novamente contra os de Will.

Dessa vez não foi rápido.


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