Le Passé escrita por amanda c


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como vocês estão?
Espero que bem... Não tenho muito o que falar então vamos direto para o capítulo
Boa leitura ♥



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Mesmo preocupado com sua mãe, Adam não parava de pensar em Adeline. Ela não havia aceitado muito bem a mudança tão drástica no passado de seus pais. Estava realmente preocupado de que com aquele acidente Adeline nunca iria nascer.

Precisava pensar em uma solução para fazer tudo voltar ao normal. Então uma memória fresca invadiu sua mente.

“Castiel apareceu no apartamento, fechando a porta segurando a guia da coleira de Dragon:

— Vocês já pararam para pensar que isso pode ser uma metáfora?”

“Metáfora”, mas que tipo de metáfora seria essa? Uma metáfora muito cruel, pelo visto.

Não conseguia pensar em nada que justificasse uma visita ao passado de seus pais. Caso não tivesse de envolver todos, não faria sentido trazê-los diretamente no ano de 1975.

Tia Agatha sempre foi uma mulher misteriosa, que escondia truques no sorriso doce e irônico. A cabeça de Adam não parava de pensar no que poderia ser a flor amarela.

Assim que pisou na calçada da casa onde Lis morava a frase profética da Tia Agatha lhe ecoou a cabeça:

“— Precisam voltar para casa, precisam ser discretos, precisam ser um time, precisam achar a flor amarela, caso contrário tudo estará perdido”

— Une équipe — aquelas palavras saíram de sua boca sem notar. Instintivamente tocou na campainha do prédio de três andares.  Só saiu do transe quando ouviu pelo interfone a voz de sua avó questionando quem era.

— Ahn — engoliu em seco não sabendo ao certo o que poderia falar — A Lis está? É um ami da escola.

— Não, ela está na aula de violino. Só volta para casa às 20h00 — houve uma pausa, talvez Lúcia estava pensando no que falar para o “amigo da escola” — Se quiser esperá-la por aqui, não tem problema, joune.

— Não, não precisa. Eu converso com ela outro dia — respondeu respirando fundo e se despedindo da avó. Alisou os cabelos escuros e se virou de costas para o interfone, encarando melhor a rua. Iria ser estranho demais ele aparecer na escola de música às quatro da tarde, porém era preciso.

Lembrou que sua mãe, assim que se mudaram de volta para a cidade, fez questão de mostrar onde aprendeu tudo sobre violino. Era uma loja de instrumentos musicais, que ao fundo havia uma escola. Além de treinar na escola Sweet Amoris, Lis tinha aulas particulares com o dono daquela loja.

Não era muito longe. Bolou algumas desculpas rápidas para estar no mesmo local que Lis quando eles se vissem, porém ao pisar no interior da loja sua boca foi mais rápida que seu cérebro.

— A Lis está?

A mulher no caixa encarou Adam com olhos cansados, entediada. Ela ficou alguns segundos de boca fechada, porém quando iria responder a pergunta, um senhor velho, de bigode branco e careca apareceu atrás de uma porta tampada por cortinas.

— Ela não veio hoje — o velho disse. A caixa voltou a abaixar a cabeça, encarando algo atrás da caixa registradora — É a primeira vez que ela falta a uma aula.

Adam engoliu em seco. Será que aquela falta poderia prejudicar a vida profissional de Lis no futuro?

Piscando algumas vezes, Adam conseguiu dissipar aqueles pensamentos e agradecer pela ajuda do velho homem, porém, antes de Adam sair da loja, o homem falou:

— Você se parece bastante com um garoto que vira e mexe está aqui esperando por ela. Acho que é o namorado dela… Mas tem alguma coisas em você que é idêntico à Lis, só não sei o que é — Adam sorriu com aquilo. Odiava ser comparado sem parar com seu pai, mas saber que possuía algo de sua mãe lhe deu ânimo e era aquilo que estava faltando.

— Obrigado senhor.

Adam finalmente saiu da loja, pensando onde sua mãe poderia estar. O primeiro lugar que pensou foi o hospital, onde Louise está, porém o seu instinto de filho falou mais alto e o guiou para o parque, na frente da casa de seus avós.

Como havia pensado, lá estava Lis. Encolhida sob uma árvore, com o rosto escondido nos braços, provavelmente chorando.

Adam coçou a nuca sem nem saber como se aproximar da garota. Odiava ver garotas chorando, já que nunca sabia como reagir à isso.

— Salut— ele disse de pé, se escondendo do Sol na sombra da árvore.

Lis levantou os olhos e fungou. Franziu o cenho ao ver que se tratava daquele rapaz e limpou o rosto.

— O que quer? — a voz manhosa de Lis cortou o coração de Adam, que pediu permissão para sentar na grama ao seu lado. Lis simplesmente deu de ombros e encarou o horizonte.

— Eu soube da Louise…

— De onde vocês são? — Lis ignorou a tentativa de confortá-la.

— Ahn?

— Eu ouvi suas amigas falando sobre serem do futuro, mas na hora eu estava muito mais preocupada com a Louise para poder pensar sobre isso. Se você puder me explicar, agradeceria — aquele tom era o mesmo tom que Lis usava com Adam quando ele fazia alguma coisa errada.

— Bem… — Adam não sabia como falar aquilo. Já que Castiel sabia de toda a situação achava errado deixar Lis no escuro, porém um medo súbito de não existir mais lhe tomou o peito — C'est compliqué.

— Se não tem nada para me contar, então eu vou indo — Lis começou a levantar, porém Adam segurou o pulso da garota, que acabou caindo de bunda na grama. Aquela atitude fez ela lembrar de Castiel e um nó na sua garganta começou a se formar.

— Eu conto… Mas você tem que entender que isso é muito perigoso, principalmente para mim — Lis cruzou as pernas e os braços, sentada na grama de frente para o rapaz — Eu nasci em 2001, estudo atualmente no colégio Sweet Amoris e por algum motivo uma tia maluca minha fez alguma coisa que me trouxe para 1975. Estou com quinze anos, então eu deveria estar em 2016…

Lis simplesmente ouvia o relato de Adam concentrada. Era ridículo como Lis não havia mudado nada, já que Adam sentia como se estivesse na época certa ao conversar com sua mãe.

— Adeline, Jaqueline, Nicole, Aaron e Roger estavam comigo quando essa tia fez isso e ela disse que precisamos encontrar uma flor amarela para voltar para nosso tempo, caso contrário iríamos ficar aqui para sempre.

— Você é meu filho, né? — Lis perguntou e Adam arregalou os olhos surpreso. Em nenhum momento havia dito aquilo, nem mesmo pensou em falar aquilo para ela.

— É. Sou.

Ela riu pelo nariz e encarou uma árvore ao lado deles.

— Eu notei o quão parecido comigo você era assim que nos conhecemos; mas sua aparência é tão… Castiel — Lis voltou seus olhos para Adam — Você é meu filho com o Castiel e eu fico arrepiada com essa ideia.

— Você é uma mãe maravilhosa, você é incrível — Adam dispara de falar, tentando encontrar uma forma de que Lis aceite melhor a maternidade e não decida não se casar com Castiel ou não ter Adam.

— Calme — Lis riu novamente — Eu gosto da ideia. É só assustadora.

Eles ficaram calados por alguns minutos, embaraçosos e longos minutos.

— A tia que você disse que fez isso seria a tia Agatha? — ela questionou e Adam balançou a cabeça positivo. Porém a aula de violino lhe passou à mente e ele engoliu em seco.

—  Você não pode mais faltar nas aulas de violino. Você precisa se dedicar muito ao decorrer dos anos, até você… — Adam deixou a frase morrer, encarando os olhos da menina, que levantava a mão para que ele se cala-se.

— Não quero saber sobre o meu futuro. Irei me dedicar, prometo — ela sorriu e abraçou Adam. Uma corrente de eletricidade desceu as costas do rapaz, que sentiu seus músculos se enrijecerem.

— Tudo vai ficar bem, je promets — Adam disse se levantando da grama e correndo em direção ao hospital, onde Adeline e Aaron estavam. Ele precisava ver como estava a garota.


 

Roger estava na frente da loja de Arcade, com os braços cruzados e apoiado em um poste de “Proibido Estacionar”. Iria esperar Armin sair da loja para conversar com ele, porém já havia se passado quase duas horas desde quando Armin havia começado a jogar.

Resolveu, finalmente entrar no local. Não havia muitos brinquedos como havia imaginado. Apenas duas máquinas de fliperama, algumas mesas de “baby-foot*”, uma mesa grande onde rapazes faziam uma competição de peão. Em poucos anos aquela loja iria mudar, iria ser completamente cheia de máquinas de jogos “eletrônicos”.

Então viu Armin curvado, apertando dois botões vermelhos, encarando uma tela preta onde bonequinhos amarelos se mexiam e atiravam um no outro de uma forma bem jurássica.  Ao lado de Armin estava um rapaz desconhecido por Roger, que estava frustrado por estar perdendo a partida.

Roger se aproximou de Armin, que nem piscava enquanto atirava no inimigo.

— Oi Armin — Roger disse coçando o rosto e notando que não iria receber nenhuma resposta enquanto aquela partida não acabasse.

O garoto acabou perdendo e Armin levou a vitória, a décima vitória só naquele dia.

— Mais alguém se habilita? — Armin se virou, rindo da situação.

— Eu — Roger se colocou ao lado do pai, estalando os dedos da mão e sorrindo irônico para o pai — Pode ser?

Armin deu de ombros e colocou mais uma ficha na máquina, que tocou uma música e depois de um tempo começou a nova partida. O jogo era fácil. Apenas deveria atirar no inimigo até suas vidas acabarem e enquanto isso desviar da bala do outro. Roger até que estava se divertindo, ganhando do pai e vendo-o ficar vermelho de irritação. Quando Roger finalmente terminou o jogo, ganhando de Armin, Alexy apareceu na loja chamando pelo irmão.

— Vamos logo, Armin. Papai está irritado com você já — a voz de Alexy deu um estalo em Roger, que segurou o braço do pai.

— Eu quero falar com você antes.

Alexy franziu o cenho se lembrando de ter visto Roger pela escola.

— Fala pro papai que estou indo já — Armin disse e Alexy saiu da loja, indo de encontro com o pai, que esperava Armin do lado de fora para irem para casa — Diga.

— Eu sei que vai parecer totalmente maluco, mas eu queria saber como está seu relacionamento com a Anne.

Armin franziu o cenho e se afastou um pouco do rapaz na sua frente.

— Não tem relacionamento. Nós terminamos faz uma semana.

Roger sentiu sua cabeça girar e seu peito doer.

— Como assim? Mas por que?

— Ora, isso não é da sua conta! — Armin, então, deu as costas e saiu da loja indo embora com Alexy e o pai.


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Notas finais do capítulo

Glossário: Francês — Português

Une équipe — Um time/Uma equipe

Ami — Amigo

Joune — Jovem

Salut — Oi

C'est compliqué — É complicado

Calme — Calma

Je promets — Eu prometo



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