Le Passé escrita por amanda c


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos, como vocês estão?
Espero que bem... Enfim, não tenho muito o que falar então até o próximo capítulo
Boa leitura ♥



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Roger estava sentado no banco de uma praça próximo à casa de Anne. Ele não fazia ideia de como faria para conversar com a ruiva, achando estranho demais simplesmente bater na porta da garota e pedir para conversar. Porém em um estalo rápido teve uma ideia.

Se fingisse que está lá como um porta-voz de Armin, talvez aquele término se dissolva e se tornasse um namoro oficial, já que seus pais demoraram muito para oficializar o relacionamento.

Levantou-se e ficou parado durante alguns minutos na frente da porta da casa. Engolindo em seco bateu com os nós dos dedos na porta envernizada. Uma garota mais velha, ruiva de cabelos curtos e mascando o que parecia ser chiclete. Rapidamente Roger reconheceu a tia. Tendo as pernas cobertas por apenas um short de moletom branco e uma blusa colorida de manga longa onde toda sua barriga ficava a mostra Ariane se apoiou no batente da porta sorrindo sacana.

— Oi gatinho, no que posso te ajudar? — ela disse maliciosa.

Um arrepio percorreu a espinha de Roger e uma vontade súbita de vomitar lhe atingiu o estômago.

— E-eu e-estou pro-procurando Anne — a voz de Roger saiu gaga e baixa, fazendo Ariane rir. Quando ela se afastou da porta Roger pode notar que nos pés de sua tia haviam patins de quatro rodas.

Conseguiu ouvir a voz de Ariane dentro da casa:

— Anne, seu novo namoradinho está na porta.

Novamente um arrepio lhe correu pelo corpo e ao ver Anne finalmente chegando próxima da porta com um sorriso no rosto seu coração lhe partiu. Ele não era Armin e tentar convencer de Anne a conversar com o rapaz seria um trabalho difícil.

— Oi… Quem é você?

— Meu nome é Roger, sou — Roger parou para pensar, vendo sua mãe tombar a cabeça em sinal de questionamento — Sou um amigo de fliperama do Armin.

Ele pode ver os ombros da ruiva se enrijecem e uma expressão séria apareceu no rosto sardento da mãe. Ela, então, olhou para trás tentando procurar pela irmã ou seus pais e fechou a porta em um suspiro.

— Quer dar uma volta Roger? — perguntou começando a andar. Ela não queria ter aquela conversa em casa, já que ninguém estava sabendo sobre o romance de Armin e Anne.

Roger assim que se afastou o suficiente da casa começou a falar:

— Armin me pediu para vir aqui conversar com você.

— Mentira — Anne disse sem nem ao menos olhar nos olhos de Roger e o rapaz engasgou com a própria saliva. Era incrível a capacidade de Anne saber quando os filhos estavam mentindo, mesmo ela nem sabendo que Roger era seu filho.

— É — Roger suspirou — Realmente ele é cabeça dura demais para pedir pra eu fazer algo por ele.

Anne não falou nada, apenas continuou andando, sempre olhando para o horizonte. O céu já começava a ficar alaranjado graças ao entardecer.

— Armin estava diferente hoje no fliperama — uma pausa foi feita, na esperança de Roger ver alguma expressão diferente no rosto da mãe — Ele estava irritado, não queria falar com as pessoas direito.

— Ele é um goiabão. Acha que é o tal, mas é o maior boko-moko — Roger franziu o cenho com aquelas palavras. O que seria “goiabão” e “boko-moko”? — Não quero ver ele nem pintado de ouro!

— Não foi isso que pareceu quando Ariane falou sobre namoradinho — Roger deixou escapar. Os olhos de Anne se viraram para Roger arregalados. Ele não havia reparado que ao dizer “Ariane” estaria jogando todo o plano aos ares.

— Como sabe o nome da minha irmã?

Então ele teve de pensar rápido, pensar muito rápido. Engoliu em seco e olhou o céu escurecendo.

— Ela disse — falou fechando os olhos e torcendo para a mãe acreditar. Anne voltou a andar, acreditando no que Roger havia dito e suspirou.

— Eu pedi para ele pedir minha mão em namoro aos meus pais — a voz da ruiva parecia realmente triste — E ele foi tão… Tão… — ela estava procurando palavras para descrever, porém ao começar a chorar Roger não deixou que Anne continuasse. Abraçou a mãe e respirou fundo, vendo que nada seria fácil.

— Nunca vou perdoar ele, nunca! — ela gritou escondendo o rosto no peito de Roger, que sentiu um grande aperto no peito. Aquelas palavras eram tão fortes que Roger sentiu algo estranho. Como se aquele momento não devesse ter acontecido. Como se ele tivesse colocado muita coisa à perder.

— Perdão Anne, eu preciso ir — disse se afastando da garota e segurando os ombros da ruiva para olhar melhor o seu rosto — Nunca diga nunca. As coisas podem sempre mudar.

Sentia uma estranha necessidade de ir atrás de Aaron. Como se o irmão corresse perigo. Intuição de gêmeos talvez, nada que Roger pudesse explicar no momento.

Porém antes de sair correndo, se virou mais uma vez para a mãe, que limpava o rosto e perguntou:

— Onde fica o ponto mais próximo para ir ao hospital?




Estava quase anoitecendo quando todas as compras foram guardadas e Nicole finalmente conseguiu conversar com Kentin a sós. Eles estavam sentados na calçada, olhando os raros carros que passavam pelo local.

— Você brigou com a Aline, né? — rapidamente questionou o próprio pai.

— Como sabe?

Nicole riu, sem olhar para Kentin. Não o respondeu, apenas continuou suas próprias perguntas

— Por quê?

— Nós iríamos sair naquele dia e eu recebi uma mensagem de um velho amigo. Ele pedia que eu fosse vê-lo e eu acabei desmarcando o encontro.

— Amigo?

— Sim. Evan, ele foi meu único amigo na escola militar.

Nicole não disse nada, apenas concordou com um movimento de cabeça. Finalmente olhou para o pai, que apertava com força as mãos ao se lembrar da briga com Aline.

— Então ela ficou muito brava. Não entendi direito. Era apenas um encontro qualquer.

Nicole pensou rápido. Entendia como a cabeça de sua mãe funcionava, sabia de algumas hipóteses do que pode ter se passado na mente de Aline naquele momento.

— Talvez para ela não fosse um encontro qualquer — disse recebendo um sorriso tímido de Kentin.

— Você parece ser uma garota muito inteligente.

— Meu pai vive me dizendo isso — Nicole ri com a ironia do destino. Ela coça a testa, procurando por respostas em sua memória e então finalmente se lembrou de algo.

“— O dia em que eu apresentei seus avós para seu pai foi hilário — a voz de Aline ecoou na cabeça de Nicole, como um flashback — Ele havia me chamado para irmos em uma danceteria e eu já tinha combinado com seus avós deles me buscarem depois e levar Kentin até a casa dele, mesmo ele não sabendo disso. E quando ele viu o seu avô saindo do carro, seu pai começou a passar mal.”

— Ela ia apresentar você aos pais dela — Nicole simplesmente sussurrou aquelas palavras, porém Kentin estava próximo o suficiente para ouvir. Os olhos arregalados e as pontas dos dedos totalmente brancas demonstraram o choque que o rapaz levou com a frase.

— O que?

— Quer dizer, eu acho — ela disse rindo de nervoso ao ver o pai em um estado de pura ansiedade.

— Eu gosto muito dela, sabe? — ele ri pelo nariz depois de alguns minutos tentando se acalmar.

— Gosta ou ama?

Kentin não respondeu, ele encarou o céu alaranjado e sorriu envergonhado.

— Vai buscar a sua garota — Nicole bateu no braço do pai fazendo Kentin acordar do transe.

Então em um pulo Kentin começou a correr, porém antes dele ficar longe demais para poder ouvir alguma coisa Nicole gritou:

— Eu te amo pai, não se esquece disso!

Kentin não entendeu toda a frase que ela havia dito, porém sorriu satisfeito e voltou a correr em direção à casa de Aline.



Não muito longe da casa de Kentin, Jaqueline conversa com Isabelle no quarto da jovem. As duas loiras parecem entretidas com o assunto: Nathaniel. Jaqueline adorava falar mal do pai e isabelle adorava ouvir fofocas.

— Ele não vai ser um bom pai — Jaqueline deixa escapar, observando as roupas que Isabelle tem no armário.

— Ora, por que acha isso?

Um silêncio constrangedor reina no cômodo e então Jaqueline começa a rir com as bochechas vermelhas.

— É brincadeirinha. Ele parece ser o tipo de homem que adora crianças.

— É — Isabelle sussurra apaixonada. Caindo de costas na própria cama e encarando o teto branco. Ao ver a cena Jaqueline sorri e se apoia na porta de madeira do armário.

— Se você é apaixonada por ele porque não se declara?

— O que? — o rosto da loira fica vermelho e os castanhos se arregalaram. Uma risada forçada saiu da garganta de Isabelle e a garota não sabia para onde olhar.

— Ele é super apaixonado por você — a futurista disse sorridente. Adoraria ter um tipo de conversa daquele tipo com sua mãe no futuro.

— Como sabe?

— Quem não sabe? —  respondeu com outra pergunta.

— Naquele dia que ele ficou todo envergonhado por causa das flores. Eu achei tão fofa sua atitude.

— Você precisa tomar uma atitude — disse cruzando os braços, notando que o que falava realmente causava um efeito na mãe — Se não outra pessoa toma uma atitude no seu lugar.

— Quem?

— Melody é claro. Aquela menina aceitaria Nathaniel mesmo se ele fosse um simples webnamorado.

— Web o que? — aquela terminologia não era da época de Isabelle e quase Jaqueline novamente dá com as línguas nos dentes.

— Não importa. O que realmente importa é que você deve chamar ele para sair — Jaqueline sorriu ao ver o rosto da mãe ficar em um tom rosa de alegria e vergonha.

— Toc-toc — a mãe de Isabelle disse ao aparecer na porta do quarto que estava aberta — Já está ficando tarde minhas queridas. Não querendo ser chata, mas a mãe da sua amiga deve estar ficando preocupada.

Jaqueline ri pelo nariz e sorri para a avó com um sorriso terno.

—  Não se preocupe, já estou de saída. Preciso ir no hospital visitar uma amiga.

— Tudo bem então. Volte sempre minha querida — o tom de voz que sua avó usou fez Jaqueline ter vontade de chorar com saudade. Ela encarou Isabelle, respirando fundo e contendo suas lágrimas.

—  Promete que amanhã vai chamar Nathaniel para sair?

A loira sorriu e concordou com um aceno de cabeça, antes de Jaqueline sair do quarto, se despedindo definitivamente de Isabelle.

Viu Kentin correr pela rua e franziu o cenho com a cena. Procurou com os olhos por alguém conhecido e então viu Nicole sentada na calçada, um pouco longe de onde estava Jaqueline.

As duas acenaram uma para outra e se encontraram no meio do caminho de ambas. Com os braços cruzados, Jaqueline resmungou:

— Agora temos que ir até o hospital.

— Adeline precisa de nós — Nicole sorriu para a loira, começando a andar ambas até o ponto de ônibus.



As duas garotas chegaram, obviamente, ao mesmo tempo no hospital da cidade. Entraram no local observando curiosas. Nicole já esteve muito naquele local graças às doenças infantis que suas irmãs tinham.

— Onde será que eles estão? — Jaqueline questionou a si mesma procurando pelos amigos.

— Ali!

Roger estava tendo um ataque de pânico, enquanto Adam e Adeline tentavam acalmar o rapaz.

— O que aconteceu? Onde está o Aaron? — Jaqueline questionou se aproximando do grupo. Todos eles estavam mais ao fundo da sala de espera, onde nem mesmo Lysandre estava mais.

— Ele sumiu! O meu irmão simplesmente sumiu diante dos meus olhos! — Roger gritava com as mãos na cabeça. Os olhos do rapaz se encheram de lágrimas, aparentemente só de falar aquilo em voz alta era chocante demais. Todos se encaravam pasmos, enquanto Roger tentava recuperar o fôlego, que havia perdido ao gritar o nome do irmão.

 


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Notas finais do capítulo

Glossário de gíria antiga:

Goiabão — Imbecil, ultrapassado ou até mesmo bobão
O tal — Muito bom
Boko-moko — Desatualizado, que tem mau gosto, o mesmo que bocó

~*~
Neste capítulo não temos termos em francês



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