Esposa Sem Querer - CEO escrita por Sra Mellark


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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No estacionamento do restaurante, Annie se dirigiu para a saída.

— Acho que poderia ter sido pior — Katniss admitiu.

Peeta odiara os projetos de reforma. Mas, como eles estavam em um lugar público, ele não pôde gritar com ela, o que era uma vantagem. E ela não iria mudá-los.

— Ele roubou sua pasta.

— Eu sabia que não ver os projetos o estava deixando louco. Mas não imaginava que ele iria tão longe.

— Toda aquela indignação e insistência em princípios...

— É mesmo. Os discursos, os protestos e depois... zás! Ele rouba os projetos bem debaixo de meu nariz.

— "Eu não sou um pirata" — Annie ridicularizou, à medida que virava a esquina, procurando um pequeno espaço no trânsito. — "Ninguém em minha família jamais foi pirata."

Katniss se virou para olhar para a amiga.

— O quê?

"Nós temos moral e princípios."

— Você está falando de Peeta?

— Peeta não roubou seus projetos.

— Roubou sim — disse Katniss.

— Foi Finnick quem estava com a pasta nas mãos.

— Só porque Peeta lhe pediu. Finnick só estava sendo leal.

— Ha! — Annie riu.

— Annie? — Katniss olhou para a amiga. Annie mudou de pista na rua bem iluminada.

— O quê?

— Vou repetir: você não acha que está ficando um pou­co obcecada por Finnick Odair?

— O homem é um ladrão e um patife.

— Talvez. Mas Peeta é o nosso problema.

Annie não respondeu. Ela ajeitou o retrovisor e mu­dou a estação de rádio.

— Eu acho que Peeta vai esquecer isso agora — disse ela. — Quero dizer, ele já viu os projetos. Ele...

— Você está mudando de assunto.

— O quê?

Katniss estava boquiaberta com sua amiga. Toda essa luta era uma estratégia.

— Você está interessada em Finnick.

— Estou interessada em provar que ele é um pirata. É um exercício intelectual.

— Intelectual coisa nenhuma!

— É uma questão de princípios. Além disso, as aulas terminaram agora, e estou um pouco entediada.

— Eu acho que é uma questão de libido.

— Ele é incrivelmente irritante.

— Mas é bonitinho — Katniss disse.

— Talvez. De uma forma aparentemente certinha, mas sendo, na realidade, um bad boy.

— E isso é ruim? — As poucas vezes em que Katniss en­contrara Finnick no escritório ela o achara encantador.

Finnick possuía um brilho especial em seus olhos azuis, fazia piadas sobre quase tudo e, se a pasta em questão não fosse a sua, ela admiraria a lealdade dele para com Peeta ao roubá-la.

Annie sorriu, esfregando as mãos no volante.

— É. Você me pegou. Eu confesso.

Sorrindo para a ironia, Katniss continuou:

— O melhor amigo dele está em uma luta épica com sua melhor amiga. Você coloca em questão a integridade de toda a família dele. E você praticamente o prende por roubar minha pasta. Mas, fora isso, vejo algum futuro para vocês.

— Estou apenas admirando. Além disso, não há nada de errado com um pouco de libido misturado com exercício intelectual.

Katniss não pôde deixar de rir, aliviando a raiva.

— Peeta me apalpou por debaixo da mesa durante o jantar. O que acha disso?

— Sério?

— Eu acho que ele ainda está tentando me distrair.

Elas entraram em uma vaga na frente do condomínio de Katniss, e Annie puxou o freio de mão, ajeitando-se em seu assento.

— Diga-me que não foi por isso que você mostrou os projetos para ele.

— Não foi assim tão perturbador. Eu mostrei os projetos para que ele se calasse.

— Tem certeza?

— Tenho. — Quase.

Annie deu um sorriso irônico.

— Pobre Peeta. Estou ansiosa para ver o que ele vai ten­tar agora.

E Katniss estava ansiosa para que a tentativa envolves­se sedução.

Em seu escritório, na manhã de segunda-feira, Peeta se forçava a não fantasiar sobre Katniss. Pensar em suas per­nas macias, seu corpo flexível e naqueles lábios sensuais e bons de beijar era atrair problema.

— ...da ordem de 10 milhões de dólares — Lenny Kravitz dizia de uma das cadeiras do escritório de Peeta.

Com a menção do número, Peeta voltou a prestar atenção.

— O quê? — ele perguntou sem rodeios.

Lenny folheou a grossa pasta de documentos em seu colo. O homem grisalho estava se aproximando dos 65 anos. Ele fora advogado e conselheiro de confiança da avó de Peeta, Sadie, por mais de trinta anos:

— Aluguel, comida, salário dos professores, transporte. Todos os custos são exagerados nos relatórios financeiros. A fundação tem uma enorme pilha de contas atrasadas. A conta bancária estourou seu limite.

— Quem fez isso?

— Pelo que sabemos, foi um homem chamado Caeser Flickerman. Ele era o gerente regional da cidade. E de­sapareceu um dia depois do falecimento de Sadie. Acho que ele sabia que o desfalque viria à tona assim que você assumisse.

— Ele roubou 10 milhões de dólares?

— É o que parece.

— Você chamou a polícia?

Lenny fechou sua pasta, mantendo uma postura cal­ma e a expressão impassível.

— Nós podemos denunciá-lo.

— Com certeza, vamos denunciá-lo. — A mão de Peeta alcançou o telefone.

Alguém tinha roubado sua avó. E pior, eles haviam roubado do fundo de caridade de sua avó. Sadie era apai­xonada por ajudar crianças carentes.

 — Talvez essa não seja a melhor opção — disse Lenny.

Peeta parou, suas mãos no telefone. Ele ergueu a so­brancelhas em uma pergunta silenciosa.

— Isso geraria muita publicidade — explicou Lenny.

— E...?

Quem se importava? Eles não tinham obrigação de proteger a reputação de um criminoso.

— A mídia vai fazer um circo. A caridade, o nome de sua avó, tudo enterrado na lama. Os doadores ficarão nervo­sos, a receita pode diminuir, os projetos podem ser cance­lados. Ninguém, nenhuma empresa, quer seu nome ligado a um comportamento criminoso, não importa a nobreza da caridade.

— Você acha que isso iria por esse caminho? — pergun­tou Peeta, pesando as possibilidades em sua mente, perce­bendo que Lenny tinha razão.

— Eu conheço uma boa empresa de investigação priva­da — sugeriu Lenny. — Vamos procurar o cara, é claro. E se houver algum benefício em fazer acusações, faremos isso. Mas acho que não vamos encontrá-lo. Pelos registros que vi, Caeser Flickerman era muito astuto. Ele deve estar longe. O dinheiro de Sadie está longe.

Peeta sibilou um palavrão, deixando cair o receptor e voltando a se recostar em sua cadeira.

Os dois homens ficaram em silêncio.

— O que Sadie faria? — Lenny refletiu.

— Sadie gostaria que nós ajudássemos as crianças. - Lenny concordou.

— Você pode assinar um cheque? Se puder cobrir as despesas, eu poderei dar um jeito nisso.

Que pergunta!

Como quase toda empresa de transporte no mundo, o fluxo de caixa da Mellark tinha diminuído nos últimos anos. Peeta tinha navios ociosos em portos, outros em manuten­ção, exigindo reparações caríssimas, clientes atrasando pagamentos por causa de suas próprias crises, credores di­ficultando as condições e havia Katniss, projetando o Taj Mahal em vez de um escritório funcional.

— Claro — disse ele a Lenny. — Vou fazer um cheque.

Peeta colocou Lenny em contato com seu diretor financeiro e pediu a Amy que chamasse Katniss a seu escritório.

Poucos minutos depois, ele ouviu a porta se abrir e soube que era Katniss. Amy anunciaria caso fosse outra pessoa.

— Você pode fechar a porta — ele disse sem se virar.

— Está bem assim. — E os passos dela atravessaram o carpete.

Ele virou sua cadeira e se levantou, não querendo ser ignorado.

— Você pode fechar a porta — ele repetiu enfaticamente.

— Peeta, nós... 

Ele passou por ela e fechou a porta.

— Eu preferia que você não fizesse isso. — A voz de Katniss foi desaparecendo à medida que ele se virou de fren­te para ela.

Peeta ficou nervoso ao vê-la e se encaminhou para o meio da sala.

— Eu preferiria... — Ela se dirigiu para a porta. Ele agarrou seu braço.

— Eu a estou assustando?

— Não.

— Estou irritando você?

— Sim.

— Aprenda a lidar com isso.

— É o que estou fazendo.

— Porque você está me irritando também.

Não era só isso que ela estava fazendo com ele. Mas essa era a única coisa que Peeta admitiria, tanto para os outros quanto para si.

— Pobrezinho.

— Acha que está no domínio da situação?

— Eu sei que estou. E não há nada que você possa dizer ou fazer que me faça...

Ele deu um passo adiante. Estava perdendo a paciência. Os olhos dela se arregalaram, e seus lábios se separa­ram de leve.

— Que faça você o quê? — ele perguntou.

Ela não respondeu. Mas a ponta de sua língua umedeceu seus lábios.

Ele chegou mais perto, fixado o olhar na boca de Katniss.

A coxa dele encostou na dela.

A respiração dela ficou mais forte.

Peeta sentiu o perfume exótico e se atreveu a erguer o braço e passar o dorso da mão no rosto macio de Katniss.

Ela não o impediu. O desejo dele disparou. E incons­cientemente se curvou para pressionar seus lábios contra os dela.

Eles eram macios, quentes e deliciosos. A sensação o tomou por completo.

Seus braços a envolveram, e os dela, o abraçaram. Ela se moldou a ele perfeitamente.

Peeta a pressionou contra a parede do escritório. Suas mãos desceram, segurando o traseiro firme dela, resistin­do a uma vontade de apertá-la bruscamente contra si. Ele estava louco por Katniss.

As mãos de Peeta subiram até o cabelo dela, acariciando sua maciez, segurando seu lindo rosto enquanto a beijava na orelha, no pescoço e nos ombros, chegando perto de sua blusa de seda.

Os dedos dela se enroscavam no cabelo dele. Seus lábios se abriram mais, sua língua encontrou a dele en­quanto seus seios perfeitos pressionavam firmemente o corpo de Peeta. Katniss se esticou, fundindo sua boca com a dele e deslizando as mãos por baixo do paletó de Peeta.

As mãos dela estavam quentes. Ele queria tirar sua camisa, tirar a roupa dela, segurar seu corpo nu contra o dele e terminar o que eles sempre começavam.

Mas um telefone estridente penetrou em seu cérebro. Sons de fora do escritório se fizeram ouvir, e então ele escutou a voz de Amy. Alguém respondeu, e ele percebeu abruptamente onde estavam.

Peeta se forçou a parar, segurando a cabeça de Katniss contra seu ombro, respirando profundamente, toda a raiva por ela tendo desaparecido.

— Fizemos de novo. — Ele suspirou.

Ela se afastou.

— É por isso que eu não queria a porta fechada.

Ele a soltou, fingindo não ser essa a coisa mais difí­cil que já fizera. Então forçou uma entonação sarcástica, recusando-se a deixá-la ver o quanto ela o fazia perder o controle.

— Por que você precisava que eu viesse aqui?

— Podemos sentar? — Ele apontou para duas cadeiras. Sem uma palavra, ela sentou-se em uma delas.

Os hormônios de Peeta ainda estavam furiosos, mas ele respirou fundo.

— Acabei de falar com o advogado de minha avó. — Ele tinha de convencê-la a desistir da reforma e não podia se dar ao luxo de estragar essa conversa.

A atenção de Katniss foi para o rosto dele.

— O que você quer dizer com isso?

Peeta desistiu e a encarou. Katniss era tão linda, agres­siva, desafiadora. Mesmo agora ele queria abraçá-la de novo e mudar as coisas entre eles.

— Apareceu um problema com o fundo de caridade de minha avó.

Katniss permaneceu impassível.

— Um ex-funcionário desviou algum dinheiro... muito dinheiro da conta bancária.

Ele fez uma pausa para ver se ela reagiria, mas Katniss esperou em silêncio.

— Portanto, eu vou ter de transferir certa quantia da Mellark Transportes para financiar esse fundo, senão al­guns dos projetos de minha avó irão ruir, como o progra­ma de aulas extras pós-escola e o de almoço.

Katniss finalmente falou:

— Você precisa de mim para assinar alguma coisa?

 Peeta negou.

— Então...?

— O fluxo de caixa da Mellark Transportes ficará aperta­do durante o próximo ano. — Ele preparou-se mentalmen­te. — Então talvez seja necessário falar seriamente sobre redimensionar a reforma...

— Ah, não! — Ela enfaticamente cruzou os braços.

— Deixe-me...

— Você confunde minhas emoções.

— Eu não estou confundindo nada — protestou ele.

— Tenta me desequilibrar — acusou-o.

— Estou sendo honesto e razoável. — E estava. Ele dizia a mais pura verdade.

— Em um momento, estamos nos beijando. — Ela estalou os dedos no ar. — No outro, você está pedindo concessões.

A raiva dele voltou.

— As duas coisas não estão relacionadas.

— Bem, não vai funcionar desta vez, sr. Peetaa Mellark. — Katniss ajeitou o cabelo bonito, impondo à voz um tom de zombaria: — Desfalque no fundo de caridade da querida avozinha coisa nenhuma!

— Você acha que estou mentindo?

— Sim.

Qual era o problema dela? Ele tinha a documentação. Seria muito fácil provar.

— Eu vou lhe mostrar o extrato da conta, Katniss. Os registros do banco.

— Você pode me mostrar o que quiser, Peeta. Qualquer adolescente com um notebook e uma impressora em seu po­rão pode falsificar declarações financeiras.

— Está pondo em dúvida a integridade de meus con­tadores?

— Eu duvido de sua integridade. — Ela se levantou de novo, vermelha, o queixo erguido, os ombros aprumados, parecendo totalmente pronta para a batalha.

Mais uma vez, ele se ergueu.

Embora o cabelo dela estivesse preso, ela mexeu em suas orelhas, puxando ambos os brincos de ouro.

— Você já tentou fuga, coerção, ameaças definitivas, roubo, sedução e agora manipulação emocional.

Ele cerrou os maxilares, engolindo uma réplica raivosa.

— Bom sofrimento, Peeta. Vovó, instituição de caridade e crianças famintas? Estou surpresa de você não ter in­cluído um filhote de cachorro moribundo nessa história. — Katniss apontou o indicador contra o próprio peito. — Es­tou reformando e fazendo isso de meu jeito. E, para isso, você fica com metade da empresa e com a declaração de divórcio. É uma pechincha, e você deve parar de tentar alterar os termos.

Peeta se irritou, mas não disse nada. Ele sabia que qual­quer coisa que dissesse pioraria as coisas. Um plano de emergência era sua única esperança. E ele não tinha ne­nhum plano de emergência.

Aparentemente tendo terminado, Katniss endireitou os ombros. Empinou o nariz, girou sobre os saltos e saiu.  

Quando a porta se fechou, Peeta relaxou os punhos. Ele fechou os olhos por um momento. Em seguida, caiu em sua cadeira.

Katniss era mais do que impossível.

Ela era desconfiada. Era determinada. E tão, tão sexy...

Katniss arruinaria uma dinastia de 300 anos, e ele não sabia como impedi-la.

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— O plano C é um fracasso — ele informou a Finnick, des­lizando o copo quase vazio de uísque na mesa polida do McDougals.

Finnick se deixou cair na cadeira de couro, aprovando com a cabeça o drinque de Peeta.

— Bem, pelo menos, você esperou até as cinco horas.

— Que bom que eu consegui passar do meio-dia. Como podia uma mulher ser tão frustrante?

O projeto de reforma dela ia muito além de recuperar sua reputação. O que ela estava planejando fazer a seu prédio era sim­plesmente punitivo.

Finnick chamou o garçom.

— Eu falei com dezenas de pessoas hoje — disse Peeta. — Nada mudou. Posso conseguir um emprego razoável para Katniss. Mas nada que se aproxime da oportunidade que ela tem na Mellark Transportes.

O garçom rapidamente anotou o pedido de Finnick e saiu.

— Então desista. Deixe que ela faça a reforma. Você vai ter um edifício estranho, incrivelmente caro. E terá de conviver com isso. — Finnick capitulou.

— Ela está acrescentando três andares — lembrou Peeta.

— Eliminando quase cinco pavimentos para fazer o sa­guão. Você viu as colunas de mármore? O tanque de pei­xes de água salgada?

Finnick deu de ombros.

— Acho que vão dar um toque agradável.

— Eu socorri a instituição de caridade de Sadie hoje.

— Por quê?

— Algum imbecil desviou 10 milhões de dólares. Meu fluxo de caixa está na reserva. Então me diga, Finnick, devo vender um navio ou diminuir o ritmo dos reparos?

A expressão e o tom de Finnick ficaram imediatamente sérios:

— Você precisa de um empréstimo?

— Não. — Peeta negou vigorosamente com a cabeça. — Mais dívida não é a resposta.

— Outro sócio? Quer me vender algumas ações?

— E ser um sócio minoritário em minha própria empre­sa? Não. E, de qualquer forma, prefiro não misturar negó­cios com amizade. — Peeta agradeceu a oferta. Mas esse problema era só dele.

— Muito bem — Finnick concordou. — Quais são suas opções?

— Nenhuma. — Peeta deu um gole. Ele precisava que Katniss diminuísse o tamanho da reforma, senão suas op­ções ficariam muito limitadas.

Vender um navio seria uma ideia estúpida. E dimi­nuir o ritmo dos reparos também. Ele precisaria de toda a frota em funcionamento para que pudessem capita­lizar qualquer aumento na demanda. Uma empresa do porte da Mellark Transportes tinha de ter bom fluxo de caixa para continuar. Mais navios, mais fluxo de caixa. Menos navios resultariam em uma queda que poderia ser fatal.

— Sempre otimista. — Disse Finnick, pegando seu copo de uísque das mãos do garçom.

Peeta tomou um gole.

— Katniss vai me levar à falência, e não há absolutamen­te nada que eu possa fazer para impedi-la.

A voz de Finnick ficou séria de novo:

— O que exatamente você quer que ela faça?

Peeta tornou a virar o copo.

— Que ela volte à razão.

— Peeta, pare de chafurdar na auto piedade.

Peeta suspirou.

— Certo. Está bem. Eu preciso que ela redimensione a reforma. Que construa para mim um prédio de escritórios padrão de qualidade razoável. Nada de colunas de már­more. Nem fontes. Nem palmeiras. Sem arco em mogno. E, acima de tudo, sem um aquário com 9 mil litros de água salgada.

Finnick pensou por um momento.

— Então faça-a querer fazer exatamente isso.

— Como? — Peeta perguntou. — Eu tentei de tudo, desde o suborno até a razão. É como tentar usar um barco a remo para rebocar o Queen Mary.

Finnick ficou em silêncio por mais alguns minutos. Peeta tentou focar os pensamentos. Procurou ir além das emo­ções que nublavam seu cérebro, pensando de forma racio­nal. Mas isso não parecia estar funcionando.

— E quanto a Sadie? — Perguntou Finnick.

— Como assim?

— Sadie deixou a empresa para Katniss.

— E...?

Como isso seria uma vantagem nas atuais circunstâncias?

— Katniss teria de ser totalmente insensível para não se importar com o desejo de Sadie.

— Você acha que eu deveria convencer Katniss a respei­tar os desejos de minha avó?

Teria sido muito mais fácil se Sadie tivesse deixado suas vontades por escrito. Mas seu único desejo parecia ser que a esposa de Peeta o controlasse.

Finnick levantou seu copo em um brinde, os cubos de gelo tilintando contra o cristal.

— Isso é exatamente o que eu acho que você deve fazer.

— Quais vontades? Sadie não as deixou por escrito, Finnick.

— Será que ela queria um edifício chamativo, moderno?

— Claro que não.

A avó de Peeta era a favor de herança e tradição. Ela fora a guardiã da história da família Mellark durante toda a vida de Peeta e tinha um respeito enorme por todos que vieram antes dela.

— Então ajude Katniss a entender isso — Finnick sugeriu. Peeta não podia imaginar como fazer isso.

— Ela já me acusou de manipulá-la emocionalmente.

— E você fez isso?

— Não. — Peeta fez uma pausa. — Bem, eu fiquei com ela duas vezes. Mas não foi manipulação. Foi simplesmente o bom e velho desejo.

— É melhor parar de fazer isso. — Finnick tomou um gole.

— Jura? — Mas, se Peeta fosse realista, saberia que seria muito mais fácil dizer do que fazer.

Peeta ainda não conseguia entender o plano de Finnick.

— Duvido que ela me ouça tempo suficiente para enten­der Sadie. E, mesmo que escute, ela vai achar que estou mentindo.

Naquele momento, Katniss não acreditaria em nada que Peeta dissesse.

— Não fale com ela sobre Sadie.

— Então como...

Finnick deu um sorriso enigmático e terminou sua bebida.

— Mostre-lhe Sadie.

Peeta sacudiu a cabeça, sem compreender.

— Leve-a para a ilha. — Sugeriu Finnick. — Mostre-lhe a obra de Sadie. Em seguida, peça a ela que elabore algo para seu prédio que respeite sua avó. Katniss é inteligente. Ela vai entender.

Não era uma má ideia. Na verdade, era uma ideia brilhante.

Peeta deu uma risada.

— E você alega ser honesto e ter princípios.

— Eu não estou sugerindo que você minta para Katniss.

— Mas você parece assustadoramente maquiavélico.

— Sim. — Finnick concordou. — E eu protejo você.


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Notas finais do capítulo

E ai meninas? O que acharam?



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