—Bom Dia, Edward. – Bella o cumprimentou com um sorriso enorme e ele respirou aliviado. Ao que parece, ela não estava brava com ele pelo que havia acontecido com Max, mas outro membro da família estava muito bravo.

—Se você machucar o meu irmão de novo vou bater em você. – Noah ameaçou parando em frente a ele com os punhos cerrados. – Sou pequeno, mas dou conta e é a minha obrigação cuidar da minha família. – completou dando as costas para ele.

Edward assentiu e segurou o riso. Ele nunca tinha sido ameaçado por um garoto de 7 anos, mas admirou a atitude dele. Noah estava certo, ele tinha que cuidar da família. Edward o achou muito parecido com Jeff, assim como Max, os dois eram loiros e tinham olhos azuis como os do pai. Max, por outro lado, tinham mais traços de Bella, como o formato do rosto e os dois viviam sorrindo.

—Oi Edward. – Max o cumprimentou com entusiasmo.

—Oi. – sorriu envergonhado. - Queria te pedir desculpas por ontem. Não tive a intenção de te machucar.

—Tudo bem, a mamãe me explicou e espero que você fique bom logo. Não vou mais te assustar. – prometeu erguendo a mão direita.

—E eu prometo tomar mais cuidado. Como está seu braço?

—Está melhor, nem ficou marca. – ele ergueu a manga da blusa para que Edward pudesse ver.

—Que bom. – Edward bagunçou os cabelos dele e puxou uma cadeira para sentar. – Bom dia, Bella.

—Dormiu bem? – ela lhe entregou uma xícara de café.

—Como há muito tempo não dormia. – ele retribuiu o sorriso e percebeu que desde que chegou aquela casa, ele sorria com bastante frequência. – Vou adiantar o serviço enquanto os meninos não chegam.

—Que meninos? – Noah perguntou curioso.

—Emmett e Jasper vão ajudar o Edward com o conserto do encanamento.

—O Emmett é muito legal e ele sempre deixa a gente jogar no vídeo game dele. – Max explicou a Edward. – Jasper também é legal, mas ele é mais calado. Eles namoram a Rosalie e a Alice. – confidenciou dando uma risadinha.

—Chega de fofocas. – Bella o repreendeu e entregou um prato com panquecas para ele.

—Não é fofoca, é a verdade. Eu já os vi se beijando. – fez uma cara de nojo. – É nojento. Você tem namorada? – Edward engasgou e corou diante da pergunta do garoto.

—Não. Não tenho namorada.

—Pode namorar a mamãe, ela não tem namorado.

—Max, chega! – Bella cutucou o filho e deu um sorriso sem graça para Edward.

—Sua mãe e eu somos apenas amigos e para duas pessoas namorarem, elas precisam se amar. – explicou com paciência.

—Que pena. Ela é muito legal e bonita. – Max deu de ombros e se concentrou no café da manhã.

Edward olhou para Bella e teve que concordar com o garoto, ela era muito bonita e tinha tanta força e alegria que era contagiante. Ela vestia uma calça jeans e um moletom largo, roupas simples e que a faziam parecer tão pequena e frágil, e que davam um ar jovial a ela. Ali, ela não parecia uma jovem mãe que tinha um grande peso sobre os ombros, mas sim uma jovem despreocupada.

—Oi pessoal. – Alice os cumprimentou e ela estava acompanhada por uma jovem loira. Será que elas tinham as chaves? Não ouviu a campainha soar ou baterem a porta.

—Tia Rose, tia Alice. – Max levantou para abraçar as duas. – Estava falando de vocês.

—Bem ou mal? – Rose foi até Claire e a abraçou forte. – Estava com saudade de você lindinha.

—Contei para o Edward que vocês namoram o Emmett e o Jasper. – as duas garotas riram.

—Bem, estamos disponíveis para negociações. – Alice sorriu para Edward. – Apesar de que estou muito feliz com o Jasper.

—Eles vão ajudar a arrumar o encanamento. – Noah avisou.

—Eles falaram. Estão bem animados para ficarem com a moto. – Rosalie revirou os olhos.

—Você estava sumida, Rose. – Bella parou ao lado dela. – Aceitam café?

—Não, obrigada. Vim trazer a Rose para conhecer o seu hóspede.

—E ele é mesmo um gato. – a loira sussurrou para Bella. 

—Você também? – choramingou e foi pegar as mochilas dos filhos.

—Só queremos o seu bem. – Alice e Rose foram atrás dela.

—Meninas estou muito bem e não quero nenhum relacionamento agora. – ela abaixou o tom de voz para que só elas ouvissem. – Edward estava na guerra com o Jeff e o viu morrendo. Jeff pediu para que ele me dissesse algo e ele veio até aqui para isso. Vai arrumar o encanamento e depois vai ir embora e nunca mais vou vê-lo.

—Mais um motivo para aproveitar. Ele é muito sexy e vocês deveriam curtir um pouco. Ele vai embora mesmo e você pode seguir sem compromisso.

—Aí que está o problema, Alice. Eu quero um compromisso. Quero alguém para amar e ficar ao meu lado, mas é difícil encontrar alguém e tenho a certeza de que o Edward não é essa pessoa.

—Você é quem sabe. – ela deu de ombros. – Mas saiba que tem duas babás a sua disposição, caso queira levá-lo para conhecer a cidade. – Bella riu.

—Ok, meninas. Vou me lembrar disso. Só não fiquem falando essas coisas perto dos meninos.

—Bella. – Rosalie colocou a mão sobre o ombro dela. - Já tem um ano, você precisa seguir em frente e abrir o seu coração para que outro possa entrar.

—Vamos deixar as coisas simplesmente acontecerem. – ela sorriu para as duas. – Agora é melhor irem ou chegarão atrasadas. Max, Noah estão prontos?

—Sim, mamãe. – os dois apareceram correndo na sala.

—Boa aula e não façam bagunça. – deu um beijo nos dois.

Bella respirou fundo e voltou para cozinha, Edward estava arrumando a mesa.

—Não precisa fazer isso.

—Não me importo em ajudar. Suas amigas são bem interessantes.

—Elas me ajudam com as crianças, então não posso reclamar muito. – deu de ombros e pegou a filha no colo. – Vou para o meu ateliê e deixar você trabalhar em paz. Só deixe as coisas aí que depois arrumo.

—Você tem um ateliê? – ele não tinha visto um.

—Sim. É ao lado da escada. – Bella riu e Edward a acompanhou. Não era bem um local apropriado, ela só tinha colocado as coisas amontoadas lá.

—Deveria usar o quarto de hóspedes para isso. – sugeriu secando as mãos e a encarou.

—Gosto dali e assim consigo ficar de olho nas crianças. E nunca se sabe quando vai aparecer um hóspede precisando de abrigo por uns dias.

—Tem razão. Seus pais vêem muito aqui? – perguntou curioso.

—Eles vieram no aniversário das crianças e no meu. Meu pai é xerife e não tem muita folga e minha mãe não gosta de viajar sem ele.

—Deve ser difícil ficar longe deles, principalmente com as crianças. – Claire se mexeu no colo da mãe.

—Quero brincar. – reclamou tentando descer.

—Certo. Pode ir que a mamãe já vai. – a colocou no chão e a observou correr para a sala. – Ficar perto deles seria melhor e mais fácil, mas não posso depender deles pelo resto da minha vida e sabia que se ficasse lá, eles acabariam tomando as rédeas da situação e não era isso que queria.

—Sei como é. Minha mãe me seguia para todo lado quando fui para casa, era sufocante e me fazia sentir um inválido. Não que ela fizesse por mal, ela só queria ajudar e não sabia colocar um limite nisso. Claro que preciso de ajuda, mas não preciso que façam tudo por mim. Posso não estar inteiro, mas ainda estou de pé.

—Exatamente o que penso. Sinto muita falta dos meus pais, mas voltar para lá, significaria me entregar à derrota. Mesmo com todas as dificuldades, posso cuidar dos meus filhos e sei que ficaremos bem. Vou provar para todos que posso fazer isso. – ela falou com raiva a última frase.

—Quer provar para alguém em específico? – Edward se aproximou dela quase a tocando, mas manteve uma distância segura.

—Meus sogros. Ex-sogros agora. Eles tentaram tirar as crianças de mim, disseram que eu era incapaz de cuidar deles. Sabe o que é engraçado? Eles nunca se importaram com os netos e me odiavam. Só tentaram ficar com a guarda deles para me provocar.

—Talvez eles só quisessem ajudar.

—Não. Você não os conhece. – balançou a cabeça tentando afastando as lembranças. – Preciso trabalhar. – avisou se afastando dele. – Tenho que entregar algumas roupas hoje.

—É claro. Vou separar os materiais e adiantar o serviço.

—Se precisar de ajuda, é só gritar. – avisou indo para o “ateliê”.

[...]

—Foi aqui que pediram um jovem alto, forte e bonito para um serviço pesado? – Emmett colocou a cabeça para dentro da cozinha e Edward quase bateu a cabeça na pia, devido ao susto. – Ih, já começou o serviço?

—Ah, oi. Você é o Emmett, certo? – Edward levantou com dificuldade e estendeu a mão para o garoto.

—Isso mesmo e esse magricela aqui é o Jasper. O que ele não tem de músculos, compensa com o cérebro.

—Ao contrário de você que só tem músculos. – Jasper retrucou.

—Esqueceu da minha beleza, cara.

—Beleza não vai ajudar em nada aqui e a única pessoa que acha você bonito é a doida da minha prima. – os dois trocaram alguns socos de brincadeira.

—Devo me preocupar com isso? – Edward perguntou os interrompendo.

—É só uma brincadeira nossa. – Emmett colocou a mochila num canto. – Estamos prontos para o serviço.

—Ótimo. Vamos ver se você é forte mesmo garoto. – Edward pegou uma marreta e entregou a ele. – Vamos ter que quebrar essa parte da parede e quebrar as dos dois banheiros, mas comecemos primeiro pela cozinha.

—Legal, sempre quis fazer isso. – respondeu animado.

—Certo. Só tenha cuidado, por favor. Não quero que se machuque. É só quebrar nessa área que marquei. – apontou ressaltando o local. – E use esses equipamentos de proteção.

—Eu faço o que? – Jasper, ao contrário do amigo, não era muito forte e não estava disposto a ficar marretando durante todo o dia.

—Preciso que me passe os materiais e fique de olho para que o grandão não empolgue muito e quebre toda a casa.

—Isso é tranquilo. – sorriu aliviado pela parte do serviço que caberia a ele.

—Essa é só a primeira parte, então não se empolgue muito.

—I came in like a wrecking ball.— Emmett cantava a plenos pulmões enquanto marretava. – O que foi? – perguntou ao perceber que estava sendo observado. – Querem música melhor para isso? – deu de ombros e continuou a cantar. - I came in like a wrecking ball.

—Certo. Primeira coisa que preciso é que me passe os tampões de ouvido. – Edward pediu e Jasper riu.

—Posso pegar um também? – Edward fez um gesto que indicava: fique a vontade.