Apenas Amigos escrita por Ruiva


Capítulo 2
Família Smith


Notas iniciais do capítulo

Ooi, pessoal. Boa tarde. Espero que gostem e boa leitura.



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—ACORDA, PATTY – Lore gritou bem próxima ao meu ouvido, me fazendo cair da cama com o susto.

—Qual é o seu problema, garota? – Sequer precisei olhar para ela, porém sabia que Lore tinha um sorriso sapeca nos lábios – Isso não tem graça – Me levantei e passei a mão a mão pelo braço esquerdo; na queda eu acabei ficando por cima dele e agora latejava um pouco.

—Admite que foi divertido – Ela soltou uma gargalhada gostosa e eu não tive como ficar com raiva dela. É fofura demais pra uma pessoa só.

—Por causa disso você vai com a mamãe pra escola – Avisei, enquanto ia em direção ao banheiro, ouvindo os protestos dela.

Lorena, ou como todas a chamam: Lore, é a minha irmã aborrecente de 12 anos. Seu principal hobbie é perturbar ao máximo os irmãos mais velhos. Motivo? Provavelmente ela tem alguns parafusos a menos, sempre digo para a mamãe levar ela num médico, mas ela nunca me ouve.

Meu quarto fica no sótão e para minha infelicidade meus pais não deixaram construir um banheiro lá, então todos os dias eu sou obrigada a dividir o banheiro com os meus irmãos. A razão do meu quarto ser em um local tão incomum da casa é simples: residência pequena. Ao todo são três quartos para sete pessoas, sem contar com a Hannah – minha irmã mais velha que não mora mais com a gente – quando vem nos visitar com o noivo, Peter.

Então fica dividido assim, meus pais ficam com a única suíte da casa, Lorena finalmente conseguiu ter um quarto só pra ela e os gêmeos ficam com o terceiro. Dá pra acreditar que bebês tem direito a um quarto, mas eu não? Enfim. Mike ficou com o porão e eu com o sótão. Até que eu gosto de lá, é espaçoso e aconchegante.

Segui em direção ao banheiro, que ficava no final do corredor e para o meu total desgosto estava ocupado. Bati na porta algumas vezes, para informar minha presença.

—Não viu a porta trancada? - Michael perguntou do outra lado da parede e eu apenas revirei os olhos. Quando ele entrava no banheiro, não tinha hora pra sair.

—Eu preciso fazer xixi, Mike – Comentei, um pouco alto demais.

—E quem disse que isso é problema meu? – Debochou, fazendo eu sentir vontade de derrubar a porta.

—Abre essa porta agora! – Bati com o pé no chão, mesmo sabendo que ele não podia me ver.

—Se quisesse usar o banheiro, podia ter vindo antes. Agora eu tô usando. VAZA!

—Escuta aqui, seu moleque... Usar maquiagem não vai fazer diferença nenhuma. A Monique Davies nunca vai reparar em você. Supera, queridinho – Mostrei a língua para a porta. Foi ridículo, eu sei. Mas, me sentia vitoriosa.

Mike abriu a porta com força, seu rosto estava extremamente vermelho. Eu sabia que tinha pegado no ponto fraco dele. Megera Davis é a garota mais popular da escola e a mais bonita também – mas só nos olhos do Mike mesmo. Ela é insuportável e não cansa de me azucrinar, é claro que o meu bendito irmão não a enxerga dessa forma e a vê como um anjo caindo dos céus. O próprio Lúcifer, só se for.

—Olha só quem fala – Ele se aproximou, ficando de frente para mim. Precisei levantar o rosto para conseguir ver ele. Ser baixinha é uma droga – Você provavelmente vai passar a vida gostando do Theodore Evans e ele sequer saber da sua existência.

Foi a minha vez de corar, eu sabia pelo simples fato do meu rosto esquentar rapidamente.

—O que nós conversamos sobre discutir logo de manhã cedo? – Meu pai surgiu de algum lugar atrás de mim, segurando meus ombros com doçura.

—Foi ela quem começou – Mike respondeu.

—Não sabia que tínhamos um x9 na família – Lancei um olhar de desgosto para ele, porém faria a mesma coisa no lugar dele.

—Não quero mais ouvir uma palavra – Meu pai avisou – Michael, pelo que eu estou vendo você já está pronto, então deixa a sua irmã usar o banheiro agora.

—Sim, senhor – Respondeu a contra gosto.

 –E você, Patrícia, pode usar o banheiro, mas vê toma um banho bem quente para relaxar esse seu mau humor logo cedo, está precisando.

—Papai – Exclamei – Que horror.

Mike desceu as escadas num ataque de risos.

Depois de fazer minha higiene, voltei para o meu quarto. Lore não se encontrava mais no local, provavelmente devia ter ido tomar café. Hoje o dia seria cedo.

Por ainda ser verão, estava bastante quente na cidade, ainda mais que o normal. Por esse motivo optei por usar um body preto sem mangas, shorts jeans azuis claros e tênis brancos. Desci logo depois de calçar os sapatos.

—Bom dia, família – Cumprimentei me aproximando da cozinha.

—Ninguém te contou? Você é adotada – Mike comentou e eu não dei a mínima, sempre sofri esse tipo de provocação.

—Bom dia, filha – Minha mãe sorriu e beijou minha bochecha, antes deu sentar na mesa.

—E os bebês? Não vamos contar parabéns ou algo do tipo? – Questionei.

Hoje é o aniversário dos caçulas da família: Jason e Sophia. Estão completando 1 ano de vida. Uma festa está sendo organizada para eles, mesmo eles não sabendo assoprar uma vela. Por esse motivo todos estavam acordando tão cedo, em pleno um belo sábado de verão.

—Só de noite – Minha mãe respondeu, animada – Seu pai está dando o café deles no berço. Achei que eles precisavam ser tratados bem no dia do aniversário.

Mike, Lore e eu olhamos para mamãe com um enorme ponto de interrogação em nossas expressões.

—Eles são bebês, mãe. São sempre bem tratados – Mike comentou.

—E eles sempre comem no quarto, principalmente no berço – Lembrei.

—Por esse motivo eu preciso limpar quase todo dia o quarto deles – Lore resmungou – Aquilo fica um chiqueiro.

—Tadinha, nossa gata borralheira – A puxei para um abraço.

—Acho que vou começar a mandar você limpar meu quarto – Mike disse.

—Vocês três, podem parar – Minha mãe tentou parecer séria, porém não deu certo. Ela estava com uma colher de pau apontada para a nossa direção, o que nos fez rir.

—Eu não fiz nada – Dei de ombros.

—Ah, nossa – Mike debochou, como sempre – Quem é a Virgem Maria perto de você?

—Ao menos sou virgem igual a Maria, você não pode dizer o mesmo da garota que você gosta – Consegui tirar o sorriso debochada do rosto dele, a cara de pamonha dele me fez rir muito.

—Mamãe, como uma pessoa faz pra deixar de ser virgem? – Lore perguntou, fazendo todos no recinto ficarem imóveis.

—Ah... é... pergunta pro seu pai, querida – Minha mãe sugeriu – Ele vai saber explicar melhor que eu.


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Notas finais do capítulo

Até a próxima. Beijinhos.



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