Heikousen escrita por hina dono


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem :)



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Merda! 

 Sasuke pronunciava mentalmente todos os palavrões que conhecia enquanto deixava o Prédio do Fogo. 

Havia sido convocado pela Hokage para explicar-se a respeito de sua "péssima atitude com relação ao seu novo parceiro". Dá pra acreditar? Como se Sasuke tivesse culpa pelo seu novo parceiro, Enji, ser um completo inútil. Sequer conseguia entender como um ninja daquele nível tinha se tornado um ANBU - as habilidades dele eram inferiores às suas, apesar de ser mais velho. 

Tinha dito isso à Hokage, mas a velha negou-se a aceitar este fato; disse que ele, Sasuke, estava tentando encontrar defeitos onde não haviam, e ainda trouxe Hinata para a conversa: 

 - Enji não é Hinata, Sasuke - ela tinha dito. - É natural que você estranhe a mudança de equipe no começo, mas já faz dois meses! Se eu receber mais uma reclamação, você será rebaixado, entendido?!

 Que piada. 

 Como se ele precisasse que alguém lhe dissesse que "Enji não era Hinata". Isso estava mais do que óbvio. Sua antiga parceira podia ser esquisita, mas nunca ficou em seu caminho durante as missões. 

 Suspirou. Não tinha porquê compará-los. Hinata e ele não eram mais uma equipe. Agora estava preso a um inútil, o qual teria de suportar se não quisesse ser expulso da ANBU. 

Contudo, saber disso não o impedia de irritar-se com este fato. Muito pelo contrário. 

 E sua irritação só aumentou ao virar uma esquina e deparar-se com uma sorridente Hyuuga e seus novos/velhos companheiros de time.

 - Ah, Sasuke! - Acenou para ele assim que o viu. 

 Ela parecia feliz.

 Mas por que não estaria? Tinha voltado para sua equipe, para seus amigos, com certeza estava feliz. 

Diferente dele, Hinata havia concordado de imediato com a dissolução da equipe Pupila. E nem sequer cogitou a hipótese de continuar atuando como ANBU, apenas declarou estar satisfeita em retornar ao seu antigo time. Simples assim. 

 Quem se importa se pelos últimos dois anos o "time" dela resumia-se à Sasuke? Não Hinata, com toda certeza. 

Ignorando o cumprimento dela, passou reto pelos três.

 - Tsc. Pelo visto nem o tempo que vocês passaram juntos amenizou a amargura do Uchiha, Hinata. 

 Aquilo o fez parar.

 - Kiba-kun! - a garota ralhou com seu companheiro de time. 

 Olhando para o cara com tatuagens em seu rosto, Sasuke perguntou: 

 - Algum problema?

 - Ah, nenhum! Nenhum! - Ele balançou a cabeça negativamente. Depois, abraçando Hinata de lado, disse: - Só estou comentando que deve ser difícil pra você ficar sem a Hinata. Foi difícil pra gente. Mas finalmente estamos juntos de novo, não é mesmo Hina? - Deu um beijo estralado na bochecha da garota, que corou em resposta. 

 Ao ver aquilo, Sasuke deixou que um sorriso maldoso pintasse seus lábios.

 - Pode ficar com ela - respondeu. - Já deu pra perceber que no seu time ela tem bem mais utilidade do que no meu. 

Seu sorriso malicioso não deixava dúvidas sobre qual "utilidade" ele achava que Hinata tinha para o Time 8, para seus dois companheiros... Homens

 Kiba e Shino devem ter chegado a mesma conclusão, pois colocaram-se imediatamente na ofensiva.

 - O que foi que você disse, seu merda?! - Kiba gritou, atraindo a atenção dos transeuntes.

 - Isso foi extremamente rude, Sasuke - pontuou Shino.

 Apesar da calma em sua voz, Hinata conhecia-o o suficiente para dizer que estava tão furioso quanto Kiba com a insinuação do Uchiha.

 - Peça desculpas à Hinata agora mesmo! - ordenou Kiba.

 Sasuke não respondeu àquilo, tampouco desculpou-se. 

 - Tudo bem, Kiba-kun - Hinata interviu. 

 - Como assim tudo bem?! Esse cretino te ofendeu! 

 - Não ligo - respondeu suavemente. Embora por dentro estivesse realmente chateada, não daria esse gostinho à Sasuke. - Nunca dei muita importância ao que ele pensa sobre mim. - Sorriu gentilmente. 

Aquele sorriso foi a deixa para que Sasuke saísse dali sem dizer mais nada.

 Naquele momento, sua irritação era tão grande que não podia ser medida por métodos comuns. Ela só não era maior do que seu arrependimento. 

 ***

 Sasuke tinha consciência de que estava dormindo, de que aquilo era apenas um pesadelo. Todavia, não conseguia evitar sentir-se sufocado pelo medo. 

 Sabia onde estava, e sabia exatamente quem estava vindo por ele. Não demorou para que o antagonista de sua história aparecesse.

 Itachi continuava o mesmo da noite do massacre. Apesar de tê-lo encontrado há menos de três anos, a aparência dele nunca se alterava em seus pesadelos. Essa era a parte mais assustadora: ter seu irmão sorrindo gentilmente enquanto caminhava pela trilha de sangue e corpos dos membros do clã Uchiha.

 - Irmãozinho tolo... - repetia sem parar. 

Sasuke estava pronto para ouvir, de novo e de novo, o mesmo discurso que ele sempre fazia após suas aparições - me odeie, me amaldiçoe e blá blá blá. Como se ele precisasse que Itachi o lembrasse daquilo. Tudo o que vinha fazendo nos últimos 8 anos era odiá-lo, amaldiçoá-lo e treinar para ficar mais forte e então finalmente ter sua vingança.

 Contudo, quando voltou a falar, o discurso tinha mudado:

 - Estou tão decepcionado com você, otouto. Como pode não perceber?

 "O quê?", questionou-se internamente. Mas como aquilo era um produto de sua mente, Itachi o ouviu. 

 - Eu lhe disse que antes de vir atrás de mim você deveria ficar forte. Lembra-se do que mais eu te disse? 

Sim, lembrava. Porém, nada respondeu. Recusava-se a manter uma conversa com aquele assassino, sendo um sonho ou não.

 - Você deve matar a pessoa mais próxima a você - ele respondeu sua própria pergunta. - Ao cortar seu laço mais forte, você sentirá o desespero, a dor mais agonizante. Só depois de cair no vazio da solidão, você conhecerá e será dominado pelo verdadeiro ódio. Só então você ficará forte. - Sorriu mais largamente. - É isso o que quer, não é mesmo? Poder para me matar? 

Contrariando suas próprias regras, respondeu:

 - Sim, é o que eu quero. 

 A expressão de Itachi tornou-se ainda mais assustadora ao ouvir aquilo. Sasuke precisou se controlar para não tremer quando o irmão parou ao seu lado e passou o braço ao redor de seu pescoço em um abraço lateral.

 - Então por que ela ainda vive? - perguntou em um sussurro, deixando Sasuke confuso.

 Ela?

 - Como assim?

 - Ah, irmãozinho tolo - balançou a cabeça inconformado -, como pode não saber?

 - Do que está falando?! - exclamou, afastando-se dele. 

 - Corte seu laço mais próximo.

 - Eu não irei seguir suas ordens! Vou matá-lo, sim, mais será nos meus termos!

 Itachi soltou um muxoxo desapontado.

 - Está certo, então. Só tenha certeza de ficar forte rapidamente. Você não quer que ela acabe como eles, não é? 

 De repente, o cenário mudou. 

 Não estavam mais no pátio do complexo Uchiha e sim na antiga casa de ambos. No cômodo onde seus pais foram cruelmente assassinados pelo próprio filho. Só que algo tinha mudado, e Sasuke já tinha visto aquela cena vezes o suficiente para dizer o quê. 

Uma adição havia sido feita aos cadáveres sobre o chão. O novo corpo trajava o uniforme - naquele momento manchado de vermelho devido ao excesso de sangue - ANBU e seu pescoço estava em uma posição antinatural, como se tivesse sido torcido. Nem mesmo a penumbra envolvendo a sala pôde ocultar as orbes arregaladas em um pânico mudo. Outrora tão parecidos com luas, os olhos da kunoichi agora não ostentavam mais brilho algum.

 - Hinata... 

 Sasuke tinha consciência de que estava dormindo. Sabia que aquilo não era real, que era apenas um pesadelo. Todavia, no momento em que identificou o terceiro corpo caído no chão, não conseguiu impedir o grito de horror que escapou de sua garganta. Mesmo após ter acordado, o desespero, a dor agonizante continuava sufocando-o, impedindo-o de respirar normalmente. 

 Foi então que compreendeu. 

Naquela noite, Sasuke teve certeza de duas coisas: primeira, em algum momento dos últimos dois anos, Hinata havia tornado-se a pessoa mais importante de sua vida; segunda, se cortasse esse laço, definitivamente conseguiria o poder necessário para derrotar Itachi. 

 A dor excruciante que sentiu no peito só de imaginar tal hipótese, deixava isso bem claro.  


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