— O que foi que aconteceu Heriberto? - estava mesmo preocupada.

— Vem comigo! - ele deu a mão a ela e assentiu para os amigos para que esperassem e foi com ela para o quarto onde ele estava adormecido. - Ele teve uma hemorragia porque apanhou de alguém... - sentou na poltrona com ela em seu colo enquanto o olhavam. - A mãe dele faleceu, tomou uma facada e teve hemorragia, pelo que fiquei sabendo ela saiu para comprar drogas com ele...

Victória o olhou nos olhos e tocou seu rosto.

— Vamos adotá-lo?

Heriberto a olhou sem saber o que dizer não estava esperando por aquilo, mas seu coração se encheu de orgulho, sem duvidas tinha se casado com a mulher certo e um sorriso escapou de seus olhos ainda sem falar nada e Victória também sorriu não iria deixar aquela criança desamparada nunca em sua vida porque ela tinha entendido a importância dele para Heriberto no momento em que o viu chorar e o pouco que tinha estado com Max em seus braços ela já o amava e queria o mundo para ele.

Victória sabia que aquele passo era muito grande e que não seria fácil para que eles conseguissem a guarda do pequeno, mas ela iria lutar com os melhores advogados para que eles o tivesse junto a ele e em sua cabeça já fazia milhares de planos para o presente e futuro de Max. Ela sabia que para ele era importante porque não tinha visto seu amor olhar outra criança com aqueles olhos como estava a olhar para Max.

— Você tem certeza? - falou com o coração cheio de amor a tirando de seus milhares de pensamentos.

— Nunca estive tão certa em toda minha vida! - acariciou seu rosto. - Vou ligar para meus advogados e pedir que entrem com o pedido de adoção e que peça também uma autorização para que possamos cuidar dele juntos!

— Você sabe que ele vai precisar de muito encaminhamento... - ela sorriu e o beijou na boca. - Ele quase não fala para a idade dele. - falava com tristeza.

— Meu amor, vamos cuidar e dar muito amor a ele! - falava com certeza. - Vamos ser os pais que ele nunca teve e eu sei que não vou me arrepender nunca do que vamos fazer por ele. - olhou o pequeno. - Eu só o tive por alguns minutos em meus braços e já o amo como meu! - voltou seus olhos para ele. - Posso ligar para os advogados?

Ele assentiu.

— Sim, eu o quero comigo! - sorriu e não resistiu a beijando nos lábios demonstrando o quanto a amava e naquele momento muito mais por sua generosidade com o próximo. - Eu amo você!

— Eu também te amo! - o beijou mais umas quantas vezes e ficou de pé. - Eu vou ligar para o advogado e resolver algumas coisas. - ele também ficou de pé. - Vai para casa ou vai ficar aqui com ele?

Heriberto olhou seu amor e depois Max.

— Eu vou resolver mais algumas coisas por aqui e ver se a mãe dele tinha algum parente para avisar. - segurou a mão dela para que fosse dali.

— Se ela não tiver ninguém, você providencia o enterro para que quando ele for maior saiba onde está sua mãe.

A cada nova palavra de Victória, Heriberto a amava ainda mais.

— Sim, eu o farei e você me de noticias! - a beijou mais uma vez.

— Darei sim! - sorriu e ela foi para um lado e ele para o outro.

Victória foi até Maria e Estevão que a esperavam e os chamou para ir para casa, Maria queria saber de tudo e pediu que Estevão as deixasse na casa de Victória e ele foi embora. Victória mesmo focada em outras coisas percebeu que entre os dois tinha algo errado e esperaria o melhor momento para conversa com sua amiga, mas naquele momento ela precisava resolver as coisas de seu filho. Sim porque Max já era filho dela.

— Me conta direito essa história, Victória. - Maria falou assim que sentou no sofá da sala.

Victória sentou no sofá ao lado dela e sorriu segurando em sua mão.

— Eu vou ter um filho! - falou eufórica sem se explicar direito.

— O que? - Maria falou com os olhos arregalados. - Como assim um filho? Quando descobriu? - disparou com perguntas.

Victória teve que rir do jeito dela e começou a explicar.

— Eu e Heriberto vamos adotar o pequeno Max e dar a ele uma família! - falou toda emocionada. - Eu vou ligar para Oscar e depois você me conta o que aconteceu com Estevão!

Victória pegou o celular ouvindo o suspiro de sua amiga e Maria esperou que ela terminasse o que tinha que fazer para então contar o que tinha acontecido porque o que ela precisava era mesmo desabafar o "conto de fadas" que ia pelos ares com a ida de Estevão por um maldito ano. Victória ficou mais ou menos meia hora ao telefone com Oscar dando a ele todas as informações necessárias sobre o caso e desligou.

— Minha cabeça está querendo doer do tanto que bebemos! - falou rindo e sentou ao lado dela, Maria riu também e se perguntou como ela tinha conseguido ficar sóbria tão rápido.

— Como conseguiu tirar a cachaça do couro? - riu deixando um pouco os problemas de lado.

— Meu marido me comeu tão bem... - falou despudorada. - Que quando terminamos eu estava novinha em folha! - gargalho.

— Você é uma safada, Victória!

As duas riram por alguns minutos ali daquela doideira de amigas, mas logo Vick se recompôs e a olhou seria.

— O que aconteceu com vocês? - Maria suspirou e naquele momento levantou indo até o bar e se serviu de uma dose forte. - A coisa é seria mesmo em...

Maria se voltou a ela com o copo na mão e sentou.

— Estevão quer um filho e vai embora da cidade daqui a alguns dias e ficará fora por um ano! - falou tudo de uma única vez e bebeu todo o conteúdo de seu copo fazendo cara feia. - Eu, não quero perdê-lo, mas também não sei o que fazer... - falou sofrida.

Victória arregalou os olhos com tanta informação assim do nada, as duas estavam tão bem e sorrindo e em algumas horas tudo já estava de pernas para o ar e ela agora teria um filho e Maria poderia ficar seu amor. Victória pensou por alguns minutos assimilando toda a informação e disse:

— Por que não vai com ele? - foi direta e Maria apenas a olhou era uma coisa simples de dizer, mas com muitos, porém a se resolver.

— Não é tão fácil assim... - falou sofrendo.

— E o que te impede? - era uma pergunta direta e ela esperou pela resposta de Maria.