Sasuke estava cansado. Não estava nos planos dele ser o conselheiro real antes dos 20 anos, mas lá estava ele tendo que tomar conta de todas as obrigações que agora lhe cabiam.

Olhou para a cama no meio do quarto, apenas encostada numa parede entre duas janelas, mas não foi para lá que caminhou e sim para o banheiro, se deitasse na cama naquele momento, não se levantaria até acordar no dia seguinte.

Tomou um banho rápido, mas que relaxou seus ombros cansados.

Quando saiu do banheiro tinha apenas uma toalha em volta da cintura e com uma outra enxugava os cabelos, ouviu uma batida de leve em uma das janelas e se surpreendeu ao encontrar Sakura lá, de pé em uma árvore. Já estava dormindo?

Ele foi até ela e abriu a janela.

— Você normalmente não entra pela janela – ele comentou quando ela entrou, o cheiro dela mais vívido do que se lembrava.

— O que? – ela perguntou visivelmente confusa, olhando ao redor do quarto.

Ela parecia mais real do que das outras vezes em que sonhara com ela.

— E você também demora um pouco mais para aparecer – ele percebeu.

— Tem alguém se passando por mim? – ela o questionou e voltou o olhar para a janela. – A proteção mágica desse castelo é fácil de ser burlada, a Fada Madrinha ou qualquer outra fada não está cuidando da proteção de vocês não?

Por que ela estava tão falante daquela vez? Normalmente Sakura só aparecia em seus sonhos e o observava sem dizer muito.

Talvez a saudade que sentia dela estivesse fazendo com que seus sonhos só se tornassem cada vez mais reais, deveria se preocupar com aquilo?

— Eu queria saber como você está agora – ele comentou, se contendo para não a tocar. Toda vez que a tocava, ela desaparecia de seus sonhos. – Eu sei que a Fada Madrinha diz que você está indo bem em seu treinamento, mas não é a mesma coisa, eu queria te ver, de verdade.

— O que? – ela inclinou a cabeça o analisando da cabeça aos pés e viu as bochechas dela ficarem vermelhas ao perceber que ele estava seminu. – Você não vai se trocar?

Se trocar? Ele olhou para si mesmo e percebeu que estava só de toalha, normalmente ele estava vestido quando sonhava com ela... Na maioria das vezes. Nunca tinha sonhado que estava de toalha, estranhamente aquele sonho estava vívido demais...

Uma batida na porta soou.

— Sasuke? – a voz do seu irmão chamou do outro lado. – Trouxe uma xícara de chá para você.

Sasuke arregalou os olhos quando Sakura passou por ele e se colocou atrás da porta.

Aquilo era real.

“Abre a porta” Sakura fez com a boca.

Sasuke abriu a porta.

— Obrigado – ele agradeceu ao irmão, pegando a xícara.

— Está tudo bem? – o irmão franziu o cenho.

— Sim, só estou cansado – Sasuke estava atordoado.

Sakura estava bem ali diante dele, de verdade daquela vez, não mais um fruto de seus sonhos. Tudo o que ele tinha que fazer era fechar a porta e...

— Tudo bem, boa noite – disse o irmão.

— Boa noite – ele enfim fechou a porta.

Sakura ainda estava ali.

Sasuke colocou a xícara em cima do aparador ao lado da porta e puxou Sakura para um abraço.

— Você está aqui – ele sussurrou a abraçando apertado, sentindo o corpo dela contra ao seu, o cheiro dela preencher seu nariz. – Você está aqui de verdade.

— Estou – ela confirmou abafado contra seu peito. – Também senti sua falta – o abraçou de volta.

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— Pode dormir – Sakura murmurou contra o peito dele.

Sasuke só tinha apagado as luzes do quarto, deixando apenas os abajures nas cabeceiras da cama acesos. Ele a tinha puxado para a cama e agora os dois estavam deitados, um contra o outro, Sakura tinha sequer tirado as botas que usava e Sasuke ainda estava só de toalha, o que a deixava constrangida.

— Não – ele sussurrou. – Seu eu dormir, você vai embora.

— Não vou não – ela negou. – Eu prometo.

Queria conversar com ele, mas aquela não era hora, ele estava cansado demais.

— Você precisa descansar, trabalhou o dia todo, não foi?

— Como você sabe? – ele se forçou a abrir os olhos.

— A Fada Madrinha me contou que você assumiu como conselheiro real – ela deu de ombros. – Se é parecido com tudo o que eu tive que aprender nos últimos meses... Sei como é cansativo.

— Você vai ser mesmo a representante da Floresta Proibida? – ele se sentou e Sakura o imitou.

— Sim – ela acenou com a cabeça. – Eles precisam de mim.

— Vamos ficar bem ocupados – ele suspirou e a puxou para mais um abraço.

— O que foi que você viu em mim? – ela perguntou retoricamente, mas Sasuke a ouviu e respondeu:

— Tudo, nada – ele deu de ombros e a soltou, mas não completamente, tinha medo de que ela desaparecesse como em seus sonhos, então segurou as mãos dela e olhando bem no fundo dos olhos dela, disse: – Você é inteligente, é engraçada, linda e uma pessoa muito boa, mais do que você própria acredita – ele segurou o rosto dela entre as mãos dele.

Sakura sentiu seus olhos marejarem.

Ele quem era muito bom para ela.

— Você aceita namorar comigo? – ele perguntou, encostando a testa contra a dela. – Sem feitiços, sem magia ou encantamentos, apenas nós dois?

— Mesmo depois de tudo – a voz de Sakura fraquejou com a sinceridade dele. – Você ainda me quer?

— Eu nunca deixei de querer você – ele a puxou para um beijo ao que Sakura retribuiu.

Quando se separaram, com as respirações ofegantes, Sasuke disse:

— Desculpa, eu devia ter me vestido – ele fez menção de se levantar da cama, mas Sakura o impediu e o beijou novamente.

Sakura começou a tirar a jaqueta que usava e Sasuke a ajudou, os olhos dele se arregalaram quando ela tirou a blusa logo em seguida, ficando só com o sutiã.

Sasuke sentiu sua parte de baixo se animar rápido demais.

— A gente não precisa... você sabe – ele gaguejou.

— Eu quero – Sakura tinha as bochechas vermelhas.

E queria mesmo. Esse último passo de confiança. Queria que ele a visse sem nada que a cobrisse, nem mais um segredo entre eles.

— Eu nunca fiz isso – ela confessou. – Então...

— Eu também nunca fiz – ele a entendeu e segurou a cintura dela. – Vamos – beijou o ombro esquerdo dela –, descobrir – beijou o ombro direito, com a cicatriz – juntos – beijou o pescoço dela.

Sakura sentia seu rosto formigando completamente quando o resto de suas roupas se foram de seu corpo e Sasuke tirou a toalha, ela não teve coragem de olhar, então só se deixou levar pelos beijos dele... pelas carícias... pelos arrepios... Sentia lugares em seu corpo reagir de uma forma que nunca sequer tinha imaginado ser possível.

Aquilo tudo era novo para ela.

Já Sasuke só seguia fazendo o que parecia agradar a ela. Gostava da forma como as mãos dela apertavam seus braços e logo em seguida seus ombros, os suaves suspiros que ela dava contra seu pescoço, como as vezes ela mordia o lábio...

Beijou cada pinta, cada sinal, cada marca do corpo dela...

Sasuke nunca soube fazer magia, mas aquilo... O que os dois estavam fazendo... Parecia magia para ele...

Um tempo depois, nos braços um do outro, dormiram.

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Sasuke sentia seu corpo mais relaxado do que nunca quando acordou na manhã seguinte e extremamente feliz de que tudo o que acontecera na noite anterior não tinha sido apenas mais um de seus sonhos.

Já Sakura se sentia em paz, ter dado aquele passo... fora algo muito importante para ela. Não se achava digna de Sasuke, mas enquanto ele a quisesse, iria ser a melhor pessoa do mundo que pudesse para ele.

— Bom dia – ele a disse a ela com um sorriso no rosto.

— Bom dia – ela devolveu, o sorriso mais tímido do que o dele.

Sasuke pegou uma das mãos dela e depositou um beijo no dorso, subindo os beijos pelo braço dela. Sakura sentiu o rosto formigar.

Uma batida na porta assustou os dois.

— Sasuke – era Itachi. – Ainda está dormindo?

— Acabei de acordar – Sasuke respondeu se levantando da cama.

— A Fada Madrinha vem aqui hoje para o café-da-manhã, se lembra? – o irmão avisou.

— Sim – tornou a responder. – Assim que eu estiver pronto eu desço.

Sasuke na verdade tinha se esquecido, de tudo praticamente.

— Vai tomar banho – disse Sakura. – Depois eu vou.

— A gente podia tomar banho junto – Sasuke sugeriu, um sorriso de canto surgindo em seu rosto.

Sakura ficou vermelha, o que Sasuke achou adorável.

— Não – ela negou. – Vai você primeiro, depois eu vou.

Sasuke concordou e enquanto ele tomava banho, Sakura pegou uma toalha e se enrolou nela, juntando suas roupas que tinham ido parar no chão devido aos acontecimentos da noite anterior.

Sasuke a esperou enquanto ela tomava banho e se arrumava.

— Você sabe o que a Fada Madrinha veio fazer aqui? – ele perguntou enquanto saiam do quarto.

— Sim, ela vai me anunciar como a representante da Floresta Proibida.

Sasuke segurou a mão dela enquanto desciam as escadas.

Seus pais ficaram surpresos quando viram os dois juntos, seu irmão também. Mas ninguém parecia mais surpreso do que a própria Fada Madrinha.

— E eu me perguntando onde você estaria – a Fada suspirou.

— Eu não sei se estou de acordo com ela ser representante – disse o pai de Sasuke.

— Vai me desculpar – Sakura sorriu irônica. –, mas o senhor não é mais rei.

— Vamos nos acalmar – pediu a mãe de Sasuke colocando uma das mãos no ombro do marido.

— Eu tenho me comunicado com o príncipe dos Moors – interferiu Itachi. – Ele é bastante favorável a Sakura ser representante.

A garota, em contrapartida, soltou um muxoxo.

— Ele só é favorável a mim porque ele não quer ser representante ele mesmo.

— Vamos ouvir o que a Fada Madrinha tem a dizer – disse Bela. Ela também já não era mais a rainha.

A Fada esperou que Sakura e Sasuke se sentassem antes de falar:

— Como vocês sabem, nos últimos meses, eu pessoalmente venho treinando a Sakura e posso dizer com toda a certeza de que ela está pronta para ser a representante da Floresta Proibida. O motivo pelo qual não viemos antes é que Malévola, ao deixar essa cicatriz no ombro de Sakura – apontou para a garota –, passou para ela todos os seus poderes e, com isso, Malévola garantiu que Sakura seja a criatura mais poderosa que existe atualmente. E eu não faria alarde sobre isso, acho prudente mantermos este fato em segredo.

— Temos um longo caminho a percorrer – disse Sakura, tomando para si a responsabilidade que em breve lhe seria devida. – A Floresta Proibida está contando comigo. Tsunade me ensinou tudo o que preciso saber para ser uma boa representante e eu vou fazer o melhor que eu puder par atender as expectativas, além disso – acrescentou –, eu quero honrar a memória da minha mãe.

Os agora antigos reis de Konoha se mostraram surpresos com o tom da garota e ficaram aliviados por ela demonstrar amadurecimento e seriedade.

— Por mim tudo bem – aprovou Itachi. – Eu sou o rei agora e aceito você, Sakura, filha de Malévola, como a mais nova representante da Floresta Proibida – disse em um tom em que apenas um rei poderia. – E isso lhe dá garantia de uma cadeira no conselho.

— É uma honra – Sakura acenou com a cabeça assim como a Fada Madrinha tinha lhe ensinado.

— Vai ser necessário uma apresentação oficial perante o reino.

— Sim mãe – concordou Itachi. – Já sabe qual vai ser seu primeiro ato como representante?

— Sei sim – Sakura sorriu.

A Fada Madrinha lhe lançou um olhar aflito, com medo do que ela diria.

— Eu vou reconhecer Ino, a filha da Rainha Má, como rainha das terras devastadas.

Todos ficaram em silêncio.

— Naquele lugar não cresce nada – comentou Bela.

— Só um herdeiro pode ter aquele lugar e pelo que saibamos, a única herdeira de que se tinha conhecimento fugiu – disse Fera.

— Pele de asno – Sakura acenou com a cabeça.

— Do que estão falando? – Sasuke perguntou.

 - Lembra que eu te perguntei uma vez se a Ino poderia herdar as terras que deveriam ter sido da Rainha Má?

— Lembro.

— A Rainha Má já foi a Pele de Asno, por isso as terras que deveriam ter sido delas ficaram devastadas.

— Isso estranhamente faz muito sentido – disse Sasuke um tanto surpreso.

— Você tem que verificar se as terras vão aceitar Ino como sucessora – apontou Itachi.

— Verifiquei isso ontem mesmo – disse Sakura, um sorriso nascendo no rosto. – Ino é oficialmente a rainha daquele lugar, só falta uma cerimônia de confirmação – deu de ombros e pegou um pãozinho.

— Tudo bem – concordou Itachi.

Como não havia mais nada para conversarem, tomaram o café-da-manhã tranquilamente, até Bela perguntar a Sakura e Sasuke:

— Vocês estão juntos?

Sakura segurou muito bem o engasgo que sua garganta queria dar.

— Sim – Sasuke apertou a mão dela por debaixo da mesa. – Estamos namorando oficialmente.

Sakura esperou o rei se manifestar contra, mas ele só respirou fundo.

— Sabíamos que isso iria acontecer – a mãe do príncipe comentou. – Meus parabéns.

— Obrigada – o tom de voz de Sakura era de dúvida.

— Bem-vinda a família – disse Itachi.

Sasuke sorriu grato para a família e em seguida sorriu para Sakura.

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