Como esperado por Sakura, seu julgamento foi adiado por tempo indeterminado devido a urgência de resolver a situação do diretor Danzou e de sua filha Izumi. E como a coroação seria no sábado, seu julgamento seria uma das primeiras decisões de Itachi como rei de Konoha.

Sakura lamentava todo o transtorno que a filha do agora ex diretor estava sofrendo e que com toda a certeza só pioraria daqui para frente. A jovem estava muito abalada e foi mantida em segurança no castelo em algum lugar que não fora permitido ninguém andar, a não ser a própria Izumi e o príncipe Itachi.

Mas a filha da Malévola não lamentava ter enfim revelado a todos o que o diretor fazia com a filha. Ia demorar, mas Izumi iria se recuperar e teria uma bela vida lhe esperando. Ela ia ser uma boa rainha.

Para Sakura, a Fada Madrinha a fez prometer que não sairia do castelo sob circunstância nenhuma, nem mesmo se estivesse acompanhada pelo próprio rei em pessoa. A filha da Malévola não tinha nenhuma intenção de sair do castelo até que sua situação estivesse resolvida, então prometeu a Fada Madrinha que ficaria lá.

E pensar que ainda era terça-feira, dali a quatros dias seria a coroação de Itachi.
Naruto acabou por ficar no castelo para fazer companhia a Sasuke e ajudar no que fosse preciso para os preparativos. Estava ali como figura de apoio do Reino da Cinderela.

O príncipe loiro havia pedido para que Hinata também ficasse para fazer companhia a Sakura já que os amigos dela voltariam para os reinos onde estavam anteriormente.
Ino voltaria com Sai para o Reino da Branca de Neve. Shikamaru e Kiba voltariam com Temari, Kankuro e Gaara para o Reino de Jasmine e Aladdin.

A filha da Rapunzel concordou em ficar sem sequer imaginar o real motivo por trás daquele pedido.

A rainha mandou preparar um jantar real, para apresentar Sakura formalmente como a namorada de Sasuke. Estava muito feliz em conhecê-la e aquilo deixou Sakura constrangida.

A filha da Malévola tentou reverter a situação, dizendo que não era necessário, que aquele havia sido um dia longo e que todos deveriam estar cansados.

A rainha Bela se rendeu por fim, mas disse que o jantar seria no dia seguinte.
Sakura respirou mais aliviada quanto a decisão. Era tempo suficiente para preparar o antifeitiço para Sasuke. Então aquele jantar de apresentação não seria necessário e muito provavelmente Sakura estaria em uma cela naquele mesmo horário da noite seguinte.

Enquanto a Fada Madrinha ou o Rei e a Rainha não decidissem mandá-la de volta para a Ilha, ficaria bem quieta esperando seu julgamento final.

Mas para ela estava tudo bem.

As mentiras e as manipulações iriam acabar finalmente.

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No dia seguinte...

A filha da Rapunzel estava na ala médica do castelo de a Bela e a Fera. A pedido da Fada Madrinha, seus pais concordaram em deixar Neji ali aos cuidados especiais dela. Hinata estava mais que preocupada com seu irmão, ele não acordava de jeito nenhum e já não sabiam mais o que fazer.

Ele ainda respirava e se alimentava por meio da magia, mas seu corpo sequer havia reagido a qualquer tentativa de reanimação.

Foi tirada de seus pensamentos ao ouvir alguém bater na porta.

— Atrapalho? – era Naruto.

Hinata balançou a cabeça para ele e secou rapidamente uma lágrima que tinha escapado.

— Como é que ele está? – o príncipe perguntou sutilmente.

— Na mesma – Hinata respondeu suavemente, tentando não deixar que a voz tremesse.

— Quer respirar um pouco de ar livre?

— Sim – ela concordou se levantando da cadeira ao lado da cama em que o irmão mais velho estava deitado. – Acho que vai me fazer bem.

— Não precisamos ir muito longe – ele abriu a porta do quarto para ela passar. – Os jardins estão bastante agradáveis hoje.

A filha da Rapunzel foi andando na frente, recebendo com muito agrado o ar fresco. O dia estava belo de uma maneira geral, o céu estava azul anil, poucas nuvens polvilhavam aqui e ali. Os jardins reais eram um belo atrativo aos olhos, as flores abrochariam logo e estariam carregadas em sua abertura na coroação do príncipe.

Ela respirou fundo e fechou os olhos aproveitando o sol e o vento em seu rosto.

— Obrigada por me tirar de lá – agradeceu ao loiro, mantendo os olhos fechados. – Eu estava precisando.

— Sempre que quiser – ele respondeu com a voz rouca. Ouviu ele soltar um pigarro e abriu os olhos em direção a ele. O príncipe parecia nervoso. – Sei que esse não é o melhor momento... – ele começou balançando as mãos de maneira agitada. – mas eu preciso te dizer uma coisa ou vou sufocar.

Hinata ficou surpresa com as palavras do príncipe.

— O que é? – perguntou temerosa.

— Eu estou apaixonado – ele revelou de uma vez.

Aquilo fez ela dar um passo para trás, não estava esperando que ele lhe dissesse aquilo e sentiu a familiar dor em seu peito transbordar. Finalmente chegara o dia que tanto temia: o dia que teria que dar adeus a sua antiga paixão por ele.

— Oh! – ela tentou sorrir, contanto que ele estivesse feliz, ela estava feliz. – Parabéns – desejou a ele verdadeiramente. – Eu a conheço?

— Sim – ele acenou com a cabeça se aproximando afoitamente dela. – É você, eu estou apaixonado por você.

Hinata sentiu o sorriso em seu rosto congelar. Ouvira direito?

— Como? – perguntou tropegamente.

— Me desculpa não ter percebido isso antes... – ele ia dizendo, mas Hinata não conseguia acompanhar.

Tratou de olhar para si mesma, tinha feito alguma coisa diferente? Usava um simples vestido longo azul claro e, pelo que se lembrava, havia feito um simples coque baixo no cabelo, apesar de àquela altura do dia já sentir várias mechas soltas.

— Você está me ouvindo? – Naruto perguntou.

— Eu não entendo – Hinata balançou a cabeça. – Por que eu? Por que agora?

— É isso que eu estou tentando te dizer: eu fui cego, um tolo, com sonhos de grandeza em encontrar o amor da minha vida só de olhar para ela e não percebi que na verdade ela estava ao meu lado o tempo inteiro – ele pegou o rosto dela com as mãos e Hinata se sentiu sem fôlego só pelo olhar embebido dele.

Se sentiu afogar naqueles olhos azuis.

Será que estava sonhando? Se beliscou para ter certeza e pulou surpresa ao sentir a dor.

Aquilo estava realmente acontecendo.

— Diga alguma coisa – ele pediu desesperado.

— Eu... não... sei... – falou lentamente. Por onde começar? Dizia que era apaixonada por ele a tanto tempo que havia perdido as esperanças de ele sentir algo de volta por ela? Ou dizia que quando ela era pequena e o conheceu pela primeira vez ela estava com frio e ele havia dado o cachecol que estava usando para ela? Dizia que ainda tinha guardado o cachecol?

— Tudo bem – ele a soltou e parecia com dor ao fazer isso. – Eu vou entender se não puder retornar meus sentimentos – ele tentou se afastar, mas Hinata não deixou e o abraçou apertado.

— Eu só não estava esperando – murmurou contra o peito dele.

— Acha que pode vir a sentir o mesmo por mim algum dia? – ele sussurrou contra o cabelo dela. – Eu espero pelo tempo que precisar.

— Eu já tenho sentimentos por você – ela confessou timidamente.

Naruto ficou maravilhado, a afastou o suficiente para olhar no rosto dela e ter a confirmação que precisava.

Hinata o viu cerrar os olhos e aproximar o rosto do seu, ela retribuiu e no minuto seguinte estavam se beijando. Ela suspirou de prazer.

Os cabelos dele eram macios como ela havia imaginado e os lábios eram suaves também. Por quanto tempo tinha sonhado com isso? Não sabia, só sabia que seu amor de infância havia acabado de se declarar para ela, que estavam se beijando pela primeira vez e estava muito feliz.

— Por que está chorando? – Naruto se afastou surpreso ao sentir o gosto salgado das lágrimas dela.

Hinata balançou a cabeça e enterrou o rosto no peito dele mais uma vez.

— Só estou feliz – disse a ele.

Uma explosão verde estourou no outro lado do jardim naquele mesmo momento assustando os dois.

— O que...? – Hinata se virou confusa.

— Sasuke! – Naruto exclamou surpreso, se lembrando do amigo. – Ele estava com a Sakura ali – informou pegando a mão de Hinata e a levando com ele.

O que será que havia acontecido?

Quando chegaram no local da explosão ficaram surpresos por algumas fadas estarem em volta da Fada Madrinha, que se encontrava desacordada no chão. No lado oposto da Fada estava a filha da Malévola também desacordada.

— Prendam-na – ordenou o rei para as fadas.

— Pai, não – pediu Sasuke.

— Eu não vou mais permitir que essa menina mecha com a sua cabeça! – vociferou o rei.

— Mãe – Sasuke se voltou desolado para a rainha. – Por favor – pediu desesperado.

Bela parecia em um impasse entre proteger o filho e discordar de seu marido.

— Ela ficará presa nas masmorras, mas só até a Fada Madrinha acordar – disse ela por fim, que aparentemente era a pessoa mais controlada ali. – Ainda não sabemos o que a sua Sakura fez, filho.

— Eu estou bem – disse a Fada Madrinha sendo levantada com a ajuda das fadas.

— Tem certeza? – a rainha perguntou.

— Sim – ela se pôs de pé com grande dificuldade. – Sakura só é mais forte do que eu imaginava – suspirou. – Façam como a rainha falou e levem Sakura para as masmorras.

— Não! – disse Sasuke se colocando em frente à garota para protegê-la.

— Lamento vossa alteza, mas é preciso – disse a Fada Madrinha, objetiva em sua decisão. Caminhou até a filha da Malévola e tocou na testa dela suspirando em seguida. – Como eu temia, Sakura sugou todo o meu poder e quando acordar provavelmente vai explodir de novo. Nas masmorras eu vou poder ajudá-la, mas ninguém pode estar por perto ou pode ser muito mais perigoso do que o que aconteceu aqui.

Mas o que tinha acontecido ali afinal?

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