Todos, exceto Shikamaru e Kiba, estavam embasbacados.

Sakura e Ino lutando era algo insano, elas pareciam que iam se matar.

Em dado momento prenderam o fôlego quando elas se separaram e se olharam respirando ofegantes, logo em seguida viram Sakura estalar os dedos e um brilho verde sair deles, então viram a magia cobrir Ino com uma armadura.

Já Ino estava aliviada, o olhar de Sakura havia voltado ao normal, e se tinha lhe colocado uma armadura queria dizer que estava consciente o suficiente para não querer lhe machucar.

Mas Ino logo se sentiu incomodada por usar uma armadura pela primeira vez, era mais pesada do que pensava e desconfortável.

— Tira isso de mim! – mandou.

Sakura lhe olhou irônica.

— É sério! – Ino bateu o pé.

Sakura estalou os dedos novamente e tanto a armadura que estava usando quanto a de Ino sumiram e as duas estavam de volta em suas roupas normais do dia a dia.
Ino de vestido, meia calça e botas de salto baixo; Sakura de jaqueta de couro, calça jeans e coturnos.

Suas roupas normais da Ilha.

Ino tornou a atacar Sakura enquanto que esta apenas se defendia. Agora a filha da Rainha Má tinha certeza que sua melhor amiga estava de volta.

Sai olhava... chocado, essa era literalmente sua expressão, não esperava que Ino soubesse lutar, e ainda mais daquele jeito, era de cair o queixo e não conseguir fechar a boca, ela lutava muito mais do que bem e com duas espadas. Claro que Sakura era implacável apenas com uma, mas no momento só tinha olhos para Ino.

Sasuke havia ficado surpreso ao ver Ino atacando Sakura e depois com medo, nunca havia visto uma luta tão brutal. Mas logo em seguida percebeu o que Ino estava fazendo e ficou agradecido, seja lá o que fosse, de alguma maneira ela havia conseguido trazer Sakura de volta. 

A amizade era algo esplendoroso e inexplicável.

— Hey, hey, hey – nem haviam percebido que o professor Jiraya havia retornado e com ele estavam os professores Kakashi e Asuma. Todos os três continham bem as expressões, mas eles estavam surpresos com a forma com que as duas lutavam.

Sakura e Ino se separaram ofegantes olhando para os três finalmente se dando conta da platéia que tinham. Shikamaru olhava as duas com uma linha fina nos lábios e fez um sinal para que dessem um jeito.

— Nunca mais mexa nas minhas coisas sem a minha permissão – disse Ino alto para Sakura ao que ela lhe devolveu com um sorriso irônico, do tipo "é o melhor que sabe fazer?"

Ino jogou as duas espadas no chão e foi em direção a saída.

— Espere – o professor Jiraya tentou impedi-la. – Não quer se juntar a aula? Poderia... –

— Não – Ino fez cara de nojo. – Eu odeio suar – e saiu andando deixando todos embasbacados.

Sakura também jogou a espada no chão agradecendo mentalmente a amiga.

Como era bom explodir.

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— Quer finalmente dizer o que foi que aconteceu para você agir assim? – Ino perguntou para Sakura.

Depois que Ino saiu do banheiro Sakura lhe agradeceu pelo que fez e também entrou para se banhar.

Agora estavam no quarto dos garotos e ao caminharem até lá perceberam o comportamento de todos os outros alunos: eles pareciam lhes temer, mais do que o normal.

— Eu peço para que vocês se comportem por duas míseras semanas e depois que duas semanas passam vocês fazem o que? Mostram para Konoha como é que lutamos na Ilha – Shikamaru estava bravo com as duas.

Sakura se virou para ele irritada e crispou os lábios, mas para sua surpresa Ino também estava irritada com ele.

— Cala sua boca, foi por mandar a gente ficar quieto que tudo isso começou – a filha da Rainha Má ralhou.

Shikamaru se jogou na cama e colocou os braços atrás da cabeça fechando os olhos.

— Eu lavo as minhas mãos.

Sakura respirou fundo antes de contar para eles a promessa que estava prestes a quebrar.

— Não, ele tá certo – defendeu o garoto. – Antes de vir até aqui e falar para o Shikamaru que ele estava certo – começou a falar e isso atraiu a atenção dos três –, eu tinha ido até a cozinha, lembra Ino? 

— Sim – confirmou com um balançar de cabeça. Sakura só foi voltar lá pra uma da manhã e depois começou a agir como uma bomba relógio.

— Eu vi a Izumi lá e... 

— E...? – Kiba que até então estava calado insistiu.

— E ela estava horrível, toda machucada, ensanguentada e com um olho roxo – todos ficaram quietos absorvendo a fala de Sakura.

— O que? - Ino perguntou sem acreditar.

— Como assim? – até Shikamaru estava curioso.

— O diretor Danzou bateu nela porque ela se recusou a mentir para o rei sobre mim – desabafou Sakura. – As coisas não deviam funcionar assim, pessoas inocentes não deviam sofrer as consequências dos meus atos.

Todos ficaram calados.

— Aquele homem – Shikamaru, Kiba e Ino estavam enojados.

— Pelo menos agora sabemos que o diretor vai tentar fazer o que puder para nos expulsar da escola e nos mandar de volta para ilha – apontou Shikamaru.

— Eu vou me vingar dele pessoalmente – prometeu Sakura.

— Você vai com calma – disse Shikamaru. Kiba e Ino olharam para ele indignados. – Tudo bem – ele ergueu as mãos rendido. – A gente vai te ajudar, só tenha paciência.

— Relaxa – respondeu Sakura. – A hora dele vai chegar e vingança é um prato que se come frio, certo? – disse obstinada.

Sakura estava mesmo de volta. A filha da Malévola estava pronta para seguir com o plano.

— Mas agora a gente precisa se concentrar em achar a varinha – disse Ino.

— Deixa isso comigo – disse Kiba. – É claro que depois da luta de vocês todos vão voltar à nos tratar que nem quando chegamos, mas eu ainda sou o garoto que sofre chacota por ter medo de cachorros, eu só preciso ser eu e vai dar tudo certo – deus de ombros.

Todos ficaram surpresos o pelo plano dele.

— E não é que ele pensa?! – debochou Sakura.

— Nosso bebê tá virando um hominho, que orgulho – Shikamaru brincou junto bagunçando o cabelo de Kiba.

Ino estava contente, todos os outros alunos poderiam lhe ignorar para sempre se quisessem, mas aqueles três sempre seriam seus amigos não importava o que acontecesse.

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Alguns dias se passaram e com eles, os trabalhos e provas da escola vieram.

Os filhos dos vilões até procuraram a varinha, mas depois da luta de Ino e Sakura no ginásio os outros alunos as temiam mais do que nunca e perguntar pela varinha se tornaria algo perigoso e seria muito suspeito.

Eles estavam ficando frustrados por não cumprir a missão, mas no fundo estavam aliviados por conseguirem prolongar seus tempos de paz em Konoha. Estavam gostando de viver ali.

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Ino estava guardando os livros no armário, pegando apenas o necessário para a aula de Princesologia, enquanto pensava em Sai e em como a amizade deles se tornou mais próxima desde que ela desabafou com ele, e em como os seus sentimentos por ele eram tão errados, sua mãe lhe mataria se soubesse; suspirou sem saber o que fazer e fechou a porta dando de cara com um garoto de cabelos cumpridos que estava apoiado no armário ao lado. Era Neji, um dos filhos da Rapunzel.

— Olá – o garoto a cumprimentou.

— Oi – Ino o respondeu com um sorriso deslumbrante no rosto.

— Ino, certo?! – perguntou ele para confirmar.

— Sim – confirmou.

— Então, eu vi que você foi muito bem na prova de química e... – Ino não conseguiu raciocinar mais nada, ele era tão lindo.

— Quantos quartos têm no seu castelo? – perguntou sem se conter.

— Muitos – ele franziu a testa com estranha pergunta, mas sorriu achando aquela garota loira, um charme, pena que não era seu tipo. – Eu nunca parei para contar.

Ino suspirou sonhadora. Era isso, era de um garoto exatamente como Neji que precisava para assim esquecer Sai. Um garoto lindo, de sorriso fácil e com muitos quartos no castelo. Um príncipe.

Ele disse mais alguma coisa, mas Ino não entendeu por estar divagando e apenas balançou a cabeça concordando torcendo para não ser uma pergunta.

Então ele abriu a mochila em suas costas e lhe entregou um caderno.

— Muito obrigado, a gente se vê depois que você terminar – e ele lhe deu um beijo na bochecha.

Ino suspirou mais uma vez completamente sonhadora.

Quando Neji virou no corredor Ino finalmente olhou para o caderno em mãos, dentro estava escrito Química e tinha um monte de exercícios em branco. "Droga, é para eu fazer tudo isso para ele?" se perguntou desesperada tentando lembrar do que ele lhe dissera, mas só lembrava de algumas palavras. Prova. Zero. Exercícios. Recuperação.
Ino suspirou, só poderia falar com ele novamente quando terminasse.

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— Oi – sussurrou Sai perto do seu ouvido.

O sopro da respiração dele fez os pelos do seu corpo se arrepiarem.

— Você me assustou – sussurrou de volta.

Ela estava na biblioteca com o caderno de Neji resolvendo os exercícios dele.

— Desculpa – pediu ele se sentando ao seu lado. – Vi que estava bastante concentrada resolvendo esses exercícios e não quis te atrapalhar, é de química? Não me lembro deles – comentou pensativo.

Ino fechou o caderno e guardou rapidamente na bolsa, ele não precisava saber que estava ajudando o filho da Rapunzel, respondendo por ele para ser mais correta.

— Só para treinar – deu de ombros.

Se levantou pegando sua mochila e a colocou nas costas indo em direção a saída da biblioteca. Sua meta era se manter longe de Sai para não sentir as coisas que estava sentindo por ele.

— Espera – pediu ele nervoso. – Não quer comer alguma coisa? 

— Eu tenho que achar a Sakura – disse Ino evasiva.

— Fiz algo que te insultou de alguma maneira? – perguntou estranhando o comportamento dela.

Ino se virou para ele surpresa.

— Não, de maneira nenhuma – negou rapidamente, não queria passar aquela impressão para ele.

— Então por que está fugindo de mim? – perguntou sem entender.

— Não estou fugindo – “mentirosa” sua mente negou. – É só que eu queria falar uma coisa com a Sakura, mas posso deixar para falar com ela depois.

— Quer ir comer alguma coisa no refeitório? Eu estava indo para lá.

Lá se foi o plano de se manter longe se Sai.

— Tudo bem – concordou.

Foram caminhando calmamente.

— Bem... – Sai começou. – Eu queria te convidar... – começou ele.

Isso atraiu a atenção de Ino.

— Me convidar...? – insistiu para que ele continuasse.

— Queria te convidar para a coroação do Itachi – disse por fim.

A filha da Rainha Má estava sabendo do evento.

— Mas isso não é só daqui a um mês? – indagou confusa.

— Sim, eu só queria antecipar meu convite – respondeu afoito. – A celebração vai ser incrível, ainda mais a do Itachi, porque a última vez que a Fada Madrinha usou a varinha foi na coroação do rei Fera e da Rainha Bela.

— Espera – “Será que eu entendi direito?”—, está me dizendo que a Fada Madrinha usa a varinha nas coroações?

— Sim – respondeu.

— Você tem certeza disso?

— Sim – confirmou positivamente. – Ela usa a varinha para dar a bênção do Povo das fadas, o Reino do Mar e o Reino da floresta.

Finalmente algo sobre a varinha que poderia ser útil.

— Me conte mais – pediu Ino docemente – deve ser algo lindo de se presenciar.

E Sai contou nos mínimos detalhes como era o evento de uma coroação daquela magnitude, inclusive lhe disse o nome de um livro que tinha todos os pormenores.

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— Escutem isso – Ino chegou no quarto dos meninos complemente empolgada.

Ela e Sakura passavam praticamente o dia todo lá.

A filha da Rainha Má narrou tudo o que Sai havia lhe contado, até tinha voltado para a biblioteca para buscar o tal livro e realmente havia pinturas e fotografias de como foi a coroação do rei Fera e da rainha Bela.

— Então depois de colocar a coroa na cabeça dele, ele vai se ajoelhar, receber o cetro e então a Fada Madrinha usará a varinha e dará a sua bênção – terminou de contar.

— E então aí a gente pode pegar a varinha – analisou Sakura.

— Isso não vai ser fácil – interrompeu Kiba. – A gente ia ter que estar bem na frente.

— De preferência no primeiro banco – acrescentou Shikamaru.

Escutaram alguém bater na porta.

Sakura foi abrir para ver quem era.

— Olá a todos – era o príncipe Sasuke.

— Oi Sasuke – Sakura sorriu docemente.

— Eu queria saber se vocês precisam de algo – ele balançou as mãos nervosamente.

— Eu não preciso de nada – negou Sakura e se virou para os amigos – e vocês? 

Kiba e Shikamaru negaram rapidamente. Quanto mais rápido Sasuke se fosse, mais rápido poderiam voltar ao assunto de como pegar a varinha.

— Ah – Sakura arquejou tendo uma idéia. – Parabéns ao seu irmão, ficamos sabendo que a coroação é em breve – sorriu.

Um plano começava a se formar em sua cabeça.

— Sim, daqui a mais ou menos um mês – respondeu Sasuke.

— E logo mais é você, certo?! – continuou. – Como futuro conselheiro real e tudo mais.

Os amigos não conseguiam entender onde é que Sakura queria chegar com aquela ladainha.

— Sim, mas só depois que eu me formar.

— Escuta – Sakura finalmente chegou onde queria. – Meus amigos e eu poderemos ir? Na coroação do seu irmão, eu quero dizer.

— Sim, claro, meu irmão e eu queremos colocá-los no pilar a direita da nave – Sakura não entendeu nada dos termos que o príncipe falou e os amigos muito menos.

— Não podemos ficar na frente? – perguntou ansiosa.

— Ah, não – o príncipe negou –, é tradição, somente a família pode ficar na frente – informou ele.

— A família? – Sakura segurou a careta.

— É, meus pais, meus tios, meu primos, ah, e claro, nossas namoradas – esclareceu ele.

— Namorada? – aquilo definitivamente chamou a atenção de Sakura.

— É, minha e do meu irmão – ele continuava balançando as mãos sem coragem de dizer aquilo que queria para ela.

— Ah tá – disse Sakura sorrindo falsamente. – vai ser uma coroação para ficar na história.

— Sim, assim eu espero – concordou o príncipe desistindo de falar o que queria para Sakura, ficaria para outra hora, uma hora em que realmente arrumasse coragem. – Bem, eu já vou indo.

— Tchauzinho – Sakura fechou a porta e se virou para os amigos.

— Eu conheço essa cara – disse Ino.

— No que está pensando? – perguntou Kiba.

— Acho que está na hora do Sasuke arranjar uma nova namorada – sorriu. – Me passa o livro de feitiços – pediu para Shikamaru –, preciso de um feitiço de amor.

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