Os Descendentes escrita por Sak


Capítulo 16
Consequências


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente e boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/766538/chapter/16

 

 

Sasuke se virou para o pai e esperou. Ele parecia nervoso e andava de um lado para o outro. Enquanto isso o príncipe ligava os fatos do que havia acabado de presenciar ali: Sakura havia sido pega com algo do museu nas mãos, mais precisamente a cópia do cetro de sua mãe, Malévola. "Pode ser difícil para vocês acreditarem, mas ela ainda é a minha mãe", o que Sakura havia dito ainda estava rondando em sua cabeça, até os vilões deveriam amar os filhos, certo? 

Pareceu um longo tempo até o rei começar a falar.

— Sabe o que eu penso – o rei começou –, sobre a vinda desses jovens para Konoha. – Respirou fundo tentando encontrar as palavras certas antes de prosseguir: – Mas quero que saiba que confio em você e em Itachi, e é por respeito a vocês que não tomei nenhuma decisão mais trágica.

Sasuke soltou o ar que estava segurando, esperava uma explosão do pai, ficou feliz por receber compreensão.

— Principalmente no dia de hoje quando tanto precisamos do apoio dos outros reis e rainhas. Seria um escândalo e a primeira proclamação de vocês entraria na história como um fracasso completo. Sua mãe tem razão, Konoha precisa seguir adiante em sua história, e por mais que eu não confie em ninguém que venha daquela ilha, esses jovens merecem o benefício da dúvida, incluindo a filha da Malévola.

Sasuke respirou aliviado.

— Se me permite a palavra – Sasuke pediu, o pai assentiu. – Primeiro quero pedir perdão por ter escutado atrás da porta.

— Está perdoado, meu filho.

— Em segundo lugar... A Sakura... – O rei arqueou as sobrancelhas. – Ela não é má – disse por fim sem entrar nos tantos detalhes que realmente queria dizer sobre ela.

— Ela é muito parecida com Malévola – Sasuke tencionou os ombros. – O riso é igualzinho ao da mãe – o rei balançou a cabeça incrédulo.

— Sakura não é... – tentou defendê-la novamente, mas o rei o interrompeu.

— Você não conheceu Malévola – o rei colocou a mão no ombro do filho. – Não entenderia.

— E o senhor não conhece a Sakura – rebateu.

O rei se surpreendeu com a resposta do filho, ele não era dado àquele tipo de atitude.

— É melhor voltarmos para o salão, mamãe sabe que vim atrás do senhor e pode ficar preocupada – Sasuke se desviou do pai e seguiu em direção à porta, não percebendo o olhar dele sobre si, o rei se questionava tentando entender o que estava acontecendo com o filho mais novo.

.

.

.


Ino estava muito preocupada.

Preocupada com a amiga desde que a vira descer algemada do ônibus.

— Merda! – Kiba praguejou quando invadiu o quarto deles e contou as notícias.

— Mas que droga! – Shikamaru se levantou de supetão da cama. 

— O que a gente vai fazer agora? – perguntou o filho da Cruella.

— Eu não sei – respondeu a filha da Rainha Má. 

— Eles vão mandar ela de volta para a Ilha! – disse o filho do Jafar balançando a cabeça frustrado.

— Não vamos ser precipitados, a Sakura é esperta, ela vai dar um jeito – Ino acreditava que sim. 

— E se ela for mandada de volta? Precisamos dela e da magia dela aqui – disse Kiba.

— Não, ela não pode voltar – Ino discordou. – Imagina ela tendo que voltar e enfrentar a fúria da Malévola sozinha? – ficou horrorizada com o pensamento.

— E se eles resolverem nos mandar para a ilha também? – Shikamaru perguntou.

— Eu não quero voltar – negou Ino. – Nunca mais eu quero pisar meus pés naquele lugar.

— E o que vamos fazer? Fugir? Não conhecemos nada por aqui – falou Shikamaru.

— A gente dá um jeito – Kiba apoiou a ideia de Ino.

De repente alguém bate na porta e eles se entreolham, Kiba fica apavorado. Shikamaru vai até ela e abre.

Para o alívio deles era Sakura.

— O que aconteceu? – Ino correu para abraçar a amiga. – Fiquei apavorada quando te vi descer algemada.

— Aconteceu que deu tudo errado – Sakura fechou a porta ela mesma e começou a explicar tudo do começo. – A varinha era falsa, uma cópia e quando eu percebi já era tarde demais, o alarme que tinha lá disparou e ainda estava com magia de proteção da Fada Madrinha, se ela decidir ir até lá pode me descobrir, até porque eu ainda não sei usar minha magia direito – bufou.

— Mas você desceu algemada – apontou Ino.

— Eu não podia oferecer resistência, né?! Então me fiz de sonsa – Sakura deu de ombros. – "Eu não sabia que não podia tocar, não há nenhuma placa avisando" – fez pose de boazinha. – O diretor tentou falar com o conselheiro real, o tal do Orochimaru, mas o próprio rei que apareceu para falar com ele, tá que era por uma tela, que nem a televisão, mas mesmo assim – a filha da Malévola colocou a mão no queixo pensativa. – Eu não esperava tanta calma de uma Fera.

— Sakura, quer parar de brincar! – ralhou Ino. – Isso foi sério, você podia ter sido mandada de volta pra ilha!

Sakura respirou fundo.

— Eu sei – disse séria. – Foi por muito pouco, tive sorte que aquele tal de Chouji me ajudou e a filha do diretor também, ela é bem diferente do pai.

Eles ficaram em silêncio por um minuto pelo plano que quase tinha ido por água abaixo.

— E agora? – perguntou Kiba.

Antes que Sakura pudesse responder, Shikamaru tomou a frente.

— Agora todos nós vamos ficar quietos e deixar as coisas esfriarem por pelo menos duas semanas. Vamos ser os alunos mais perfeitos que essa escola já teve; se algum professor der uma ordem, a gente cumpre, se alguém vier falar merda, a gente ignora, e isso vale principalmente para você Sakura – ele apontou o dedo para ela. 

Sakura se irritou, quem ele pensava que era para lhe dar alguma ordem?

— Você é muito estourada e essa não é sua primeira confusão aqui, se não aprender a se controlar vai botar tudo a perder – esclareceu ele.

— Eu não vi você mover um dedo para tentar encontrar a varinha ou tentar pegar ela! – Sakura se levantou ficando diante dele. – Então não venha querer me dar ordens!

— Eu só estou dizendo: vamos ficar quietos por duas semanas e depois a gente vê como é que vamos fazer para pegar a varinha. Só tenta se controlar, ok?

— Ok, eu vou ficar bem quietinha – Sakura saiu do quarto parecendo soltar fogo pelas ventas.

Kiba ficou calado durante toda a discussão, nunca tinha visto aquele lado do filho do Jafar. Ino não estava muito diferente.

— Pegou pesado – a filha da Rainha Má finalmente encontrou a voz.

— Alguém precisava pegar pesado com ela – respondeu ele. – Toda essa raiva dela quase colocou tudo a perder. Lembra que se nós fracassarmos nossos pais vão acabar com a gente, juntos, e eu não quero o meu pai no meu pé – Shikamaru respirou fundo. – Vamos ter que agir com calma a partir de agora, essa pressa toda está nos colocando em risco.

Ino e Kiba acabaram concordando com ele.

.

.

.


 
O jantar no refeitório estava mais quieto do que o habitual, bem que Ino e Kiba tentaram, mas Sakura e Shikamaru não trocaram uma palavra se quer. O mesmo no dia seguinte, domingo.

À noite, depois do jantar, Temari, Tenten e Karui apareceram no quarto de Ino e Sakura. Era para tirarem as medidas para as armaduras que Sakura disse que providenciaram para elas com magia.

— Já parou para pensar que você pode estar pegando essas armaduras de algum lugar? Tipo, transportando elas com a sua magia? – Ino perguntou enquanto tirava as medidas de Temari.

— Não sei, só imagino e pronto – Sakura deu de ombros.

— Só estou dizendo, eu ia odiar que alguma coisa minha sumisse porque alguém com magia imaginou essa minha coisa. Braços estirados – disse para Temari depois de medir a altura dela e anotar no caderninho.

— Eu estou com fome – disse Sakura –, vou lá no refeitório procurar algo para comer e já volto – avisou para as meninas no quarto.

— Isso que dá não jantar na hora como todo mundo – avisou Ino.

— Eu não estava com fome na hora do jantar como todo mundo, agora estou – Sakura deu de ombros e saiu do quarto fechando a porta.

Karui queria ir com ela, mas precisava tirar as medidas, então não falou nada.

A escola estava vazia naquele horário, já passava de dez da noite. O refeitório não se encontrava muito diferente do resto da escola. Sakura prestou bastante atenção em onde pisava para não fazer barulho e assim a velha da cozinheira não aparecer. Qual não foi sua surpresa ao encontrar mais alguém ali.

— Izumi? – chamou reconhecendo a filha do diretor.

Ela se virou com tudo assustada e então Sakura ofegou com a visão da moça. Izumi tinha um olho roxo, a bochecha inchada, alguns cortes pelo corpo e os olhos cheios de lágrimas.

— O que aconteceu com você? – Sakura sussurrou chocada.

Mas Izumi não respondeu e se manteve calada chorando baixinho. A luz que saia da geladeira era escassa, mas era o suficiente para Sakura perceber a gravidade da situação em que se encontrava Izumi e só pelo olho roxo já era óbvio o que havia acontecido com ela: alguém lhe bateu, ou melhor, alguém havia lhe dado uma surra.

— Quem fez isso com você? – Sakura se aproximou dela e viu o que ela tinha ido pegar na geladeira: gelo. 

A filha da Malévola pegou as mãos de Izumi e apertou firme, demonstrando apoio; Sakura tentou se lembrar de algum feitiço de cura no livro da Rainha Má.

Olhe bem a seguir, isso tudo vai sumir— aos poucos os machucados suavizaram, mas não sumiram completamente, e o olhar no rosto de Izumi ainda era o mesmo: pavor. – Quem fez isso com você? – Sakura tornou a perguntar, mas a filha do diretor balançou a cabeça.

— Por favor, não diga isso a ninguém – pediu ela. 

— Mas você precisa fazer alguma coisa – disse Sakura inconformada.

— Só vai piorar tudo – Izumi chorou.

— Você precisa de ajuda – tentou convencer a filha do diretor.

Então ocorreu a Sakura o que poderia ter acontecido:

— Foi seu pai quem fez isso? – perguntou.

Izumi só chorou mais e isso só confirmou a suspeita de Sakura. Mas não entendia o motivo para que o diretor fizesse isso à ela, a não ser...

— Ele te bateu porque você não obedeceu ele? – engoliu em seco.

— Ele quer mandar você e seus amigos de volta para a ilha – chorou ela. – Ele me bateu porque eu não quis mentir para o rei e dizer que você estava roubando quando era claro que você não estava – desabafou ela.

Sakura sentiu um ódio monstruoso dentro de si. Aquele homem... Tentou se segurar na frente de Izumi.

— Você sabe me dizer onde está a Fada Madrinha? – perguntou tentando conter a raiva nas palavras.

— Por favor, não conte a ela e nem a ninguém – Izumi implorou. – Por favor!

Sakura respirou fundo, não acreditando que o medo dela era maior do que tentar fazer algo para parar aquilo, mas no fundo a entendia, era muito difícil ir contra seu pai, no caso de Sakura, era difícil ir contra sua mãe.

— Tudo bem, eu prometo que não vou contar, mas você vai me prometer que se o seu pai encostar um dedo em você de novo você vai vir para mim e me contar, ok? Eu vou te ajudar você querendo ou não – intimou.

Izumi concordou. Estava exausta. 

Sakura ficou ali mais um pouco tentando acalmar Izumi e se acalmar também para não ir atrás do diretor e ela mesma lhe dar uma surra. Até tinha perdido a fome.

Mas Sakura também se martirizava, as consequências dos seus atos não deveriam cair em ninguém além de si mesma e não podia deixar de pensar que se Izumi não tivesse falado a verdade era Sakura quem estaria machucada agora.

.

.

.


Shikamaru e Kiba acordaram com alguém batendo na porta e estranharam, já se passava da meia noite.

Era a filha da Malévola quem havia batido na porta.

— Tinha razão – Sakura entrou no quarto e se dirigiu ao filho do Jafar. – Meu temperamento quase colocou tudo a perder e a partir de agora eu vou tentar me controlar mais. 

Não podia deixar de pensar em Izumi fazendo o que era certo apenas para lhe defender, defender alguém que ela nem conhecia e não devia. Aquele lugar, Konoha, tinha pessoas boas, como Izumi, que havia lhe defendido, como Itachi e Sasuke, que lhe estenderam a mão. Sakura faria de tudo para tentar protegê-las dos vilões. Mas também havia pessoas ruins como o diretor. E se vingaria dele custe o que custasse.

— Duas semanas, certo? – perguntou a Shikamaru.

— Só tem que se manter na linha – respondeu ele dando de ombros.

Depois da discussão do dia anterior não esperava que Sakura falasse consigo tão cedo.

— Eu consigo – a filha da Malévola afirmou. – Prometo não nos meter em problemas por duas semanas e então a gente vai dar um jeito de pegar a varinha e livrar a ilha da barreira mágica.

Ela disse com tanta convicção que os garotos nem ousaram se opôr.

— Então vai ser o fim de Konoha – comentou Kiba meio triste.

— Eu sei que vocês estão gostando daqui, até eu estou gostando – confessou Sakura. – Mas a gente não pode se esquecer do que eles fizeram conosco: nos prenderam desde que a gente nasceu, condenados a trabalharmos para os nossos pais, brigando por comida e água nossas vidas inteiras e tudo porque nascemos dos vilões. Isso por um acaso é crime? Nós não escolhemos nossos pais!

Shikamaru não podia discordar, dentre os quatro ele era o que mais entendia Sakura, tanto Malévola quanto Jafar eram pais terríveis e muito parecidos no estilo de criar os filhos: os faziam trabalhar e batiam neles quando não os obedecia.

Shikamaru aprendeu a relevar.

Sakura guardou raiva e ódio por anos.

Kiba vivia com medo, como um ratinho assustado.

Ino tinha um pai que se sacrificava no lugar dela, do contrário seria ela quem faria as tarefas da casa, mas isso não fazia a Rainha Má ser uma mãe menos rigorosa.

Os quatro podiam ser diferentes, mas tinham coisas em comum e a principal delas era o lugar onde nasceram e seus pais serem vilões.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Notas do cap:

♦ até o rei percebendo algumas mudanças no filho...
♦ briga entre Sakura e Shikamaru!!! (bafão!!!)
♦ já dá pra ter uma ideia da importância da Izumi pra história? (PS: Sakura se identifica com ela de certa forma)
♦ traços da Sakura q eu queria deixar claro na história e sinto q consegui: ela não quer ser boa, mas também não quer ser má como sua mãe...

O q vcs acham/acharam?

Beijinhos e até o próximo sábado ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Descendentes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.