Um Amor Como o Seu escrita por Lilissantana1


Capítulo 7
Capítulo 7 - Um encontro, um piquenique, um beijo


Notas iniciais do capítulo

Mais de Liam e Mia...
BJO Flor, que bom q vc gostou do último capítulo. Espero q goste deste.



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No meio da semana seguinte o clima de repente mudou, o sol desapareceu, uma brisa fria acompanhava uma chuva fina. Ele aproveitou para caminhar pelas ruas praticamente vazias. Esfriar a cabeça, quase não suportava mais permanecer ali. Não fosse a companhia constante de Rupert e Candence, alguém que ele aprendera a simpatizar, Liam ficava sozinho, lendo relatórios, escrevendo cartas ou contabilizando seus livros.

Mas, naquela manhã, permanecer trancado dentro do quarto não era uma opção. Ele precisava de ar puro, rua, movimento. A praça talvez fosse uma boa pedida, mas acabou desviando o caminho, entrando por uma rua pouco movimentada até a parte mais agitada da cidade. Enquanto caminhava olhava em volta, os prédios de residência familiares, sem crianças a brincar na rua, sem vida. Uma ou outra casa de comércio surgia de vez em quando. Logo depois a paisagem mudou, relojoarias, modistas, confeitarias, bazares. Carruagens cruzando para lá e para cá.

De repente alguém que ele não esperava ver saiu de uma casa, não estava sozinha, uma criada a acompanhava. Mia não o viu, mentalmente ele desejou que a moça tomasse um caminho diferente, mas ao contrário de seu desejo, assim que desceu os degraus que a levaria para a calçada, ela enveredou em sua direção. Com a mão enluvada recobriu a testa para evitar a garoa fina. A criada logo atrás segurava um pacote que se abriu e derramou todo o conteúdo poucos passos a frente dele.

— Joselin! - Mia falou baixo em tom de reprimenda – O que aconteceu?

— O pacote não estava bem fechado milady. - a mulher respondeu enquanto recolhia tudo.

Nesse meio tempo Liam esteve ao lado delas, quando percebeu uma outra presença junto de si a garota finalmente ergueu os olhos. E teve uma visão pouco convencional do homem que jamais parecia convencional.

Liam a olhava sério, com os olhos em brasa quente apesar de seu rosto, dos cabelos e da casaca estarem completamente respingados de chuva.

— Senhor... - ela consegui dizer, parecia que diante dele ela não conseguia dizer mais nada.

— Milady... - ele respondeu sério. - como tem passado?

Ela se empertigou.

— Bem e o senhor?

Ela não parecia bem, estava pálida, e seus olhos não traziam o costumeiro brilho que ele tanto admirava. Desejou perguntar o que acontecera, mas não se animou. Não tinha direito algum de saber. Em lugar disso afirmou:

— Desejando que o tempo passe com rapidez.

Ela o encarou de lado como sempre fazia quando não compreendia o que ele dizia. Liam sorriu sentindo o sangue se mover mais rápido nas veias.

— Queria poder voltar para a capital, mas Rupert me segurará aqui até o noivado.

Ele queria ir embora? Sim. Ela o compreendia, nada havia ali para segurá-lo por mais tempo. Constatar um fato nunca foi tão incômodo.

— Então o senhor ainda ficará por alguns dias. Pois a recepção está marcada para o incio do próximo mês.

— Sim – ele encarou as próprias mãos metidas em luvas caras. – eu sei.

— A estadia tem sido desagradável? - por que diabos fizera aquela pergunta? Deveria apenas cumprimentá-lo e seguir como se aquele encontro não tivesse acontecido. Especialmente porque era isso o que “ele” também queria.

— Não necessariamente. Mas sinto falta de minha casa, das minhas coisas pessoais.

— O senhor está no hotel? - por que insistia nas perguntas se soubera por Candence que o amigo do noivo não fora para a casa do barão? O barão não o queria lá.

— Exato...

Eles se encararam por vários segundos. Mia não sabia mais o que falar e a Joselin se erguendo foi a desculpa perfeita quando ele observou de relance o movimento da criada.

— Foi um prazer revê-lo senhor Forster.

— Posso acompanhá-la até seu destino? - ele perguntou de repente roubando todo o ar a volta, tornando sua garganta seca.

— Não creio que seja adequado.

Ele voltou a observar a criada logo atrás deles. A moça o encarava séria mas com uma expressão desprovida de qualquer tipo de emoção.

— A senhorita está acompanhada de sua criada, ninguém poderá falar nada a respeito de sua reputação.

— Exceto pelo fato de que meu acompanhante seria o senhor.

Ele travou. Ela se arrependeu.

— Tem razão! - ele concordou batendo com a mão contra a coxa - Um bom dia senhorita Wentworth.

Fez uma reverência e se foi deixando para trás as palavras firmes que ela pronunciara sem pensar. Mia era mais sensata do que ele.

Ela queria gritar, chamá-lo de volta, pedir desculpas. Mas sabia que não podia. Que não deveria.

— Milady? - Joselin chamou percebendo que sua senhora estava parada debaixo de chuva olhando para o cavalheiro que se afastava em passos longos e rápidos.

— Vamos... segure... firme esse pacote.

— Claro milady. - a moça garantiu notando que a outra permanecia parada no mesmo lugar.

* * * *

 

Os dias escuros e chuvosos ficaram para trás. A manhã do piquenique chegou. Parecia gloriosa. O céu estava limpo e o sol brilhava majestoso no espaço azul. Liam e Rupert vestiram-se de acordo com a ocasião e tomaram o caminho até a residência de sir Fielding no campo. O local escolhido era um bosque aprazível, com uma sombra espetacular, queda d'água a poucos metros e várias trilhas adequadas para um passeio a dois.

Havia mesas e cadeiras organizadas nos espaços gramados. Os criados impecavelmente vestidos permaneciam junto aos convidados na tentativa de mantê-los sempre fornecidos de lanches, sucos e bebidas variados. Liam foi colocado no mesmo grupo do sócio e amigo que contava também com a presença de Candence, duas solteironas por volta dos trinta anos, uma viúva e outro rapaz bem jovem.

Uma das moças se mostrou extremamente simpática e gentil, eles conversaram sobre vários assuntos. A outra, metida em um vestido bege, além de possuir uma imagem pouco atrativa, também não possuía um temperamento amigável. Diferentemente da primeira, ele conseguia entender porque ainda estava solteira. Mas, de longe a mais agradável das três era a viúva. Uma mulher de cabelos grisalhos, grandes olhos verdes e que falava tanto quanto um papagaio deve falar. Sobre a comida, sobre os filhos e netos, sobre sua casa no campo e sobre os noivados.

E tudo ia razoavelmente bem até que sua atenção, e vontade de ser cortês, se dissipou totalmente quando Huxley e Mia sentaram-se no seu campo de visão. Desde o maldito encontro na rua há três dias ele chegara a conclusão de que estava lutando em vão. Ele queria estar perto dela. Bancar o bobo não fazia parte de seu comportamento, menos ainda fingir que não sentia o que sentia. Sem mencionar o fato de que Mia parecia despertar nele uma incapacidade de controlar seus instintos mais primitivos além induzi-lo a pensar besteiras.

Entretanto, havia um empecilho nessa história, e ele se chamava Jayden Huxley.

Mesmo que Forster fosse estúpido, coisa que não era, já teria percebido que ali havia um prenuncio de entendimento. Em alguns dias a notícia de que Mia Wentworth se comprometera com o filho mais velho do Conde Huxley correria pela pequena cidade como um rastilho de pólvora.

Aquela certeza o perturbava e atrapalhava sua necessidade de aproximação. Ao mesmo tempo ele não conseguia acreditar que Mia movimentaria sua vida como se fosse um jogo. Se soubesse que a garota amava o futuro conde, talvez sossegasse, mas, algo dentro dele lhe dizia que não era assim. Mia não gostava de sir Huxley. Ela apenas aceitava sua companhia porque deveria fazer isso. Apesar de mostrar sorrisos e uma alegria contida, estava sempre distante e distraída enquanto o homem falava ao seu lado. Tais constatações o irritavam profundamente pois acreditara que ela era muito mais do que aparentava ser.

A tarde seguia seu ritmo, seus olhos ainda estavam fixos no que acontecia com o casal quando Candence comentou:

— Vou convidar Mia para um passeio. Ela parece perdida ali, deve ser o calor.

— Ficarei aqui... - Rupert anunciou acomodando o chapéu sobre os cabelos ruivos.

Liam nada disse. Não fora convidado. Apenas viu quando Candence se aproximou da amiga e estas saíram de braços dados em direção ao bosque logo em frente.

Para seu total descontentamento, sir Huxley achou que seria adequado aproximar-se para uma conversa informal e educada.

— Ah! As garotas saíram para um passeio. - ele disse se aproximando, como se os outros não soubessem o que acontecera – Não fui capaz de acompanhá-las, o sol ainda me perturba imensamente neste horário.

E encarou Liam de frente enquanto se acomodava na cadeira vazia.

— O senhor parece adepto do sol. Percebi que não usa chapéu.

Liam acreditou que o homem falaria sobre a tonalidade de sua pele.

— Gosto da liberdade. - respondeu sucinto.

— Ah! Sim. Certamente que compreendo sua posição. Já eu, preciso me ater ao que deve ser feito.

Com rapidez, antes que Liam tivesse a chance de comentar algo, ele desviou a atenção e o foco para outra pessoa.

— Como está o barão? Pensei que o encontraria aqui hoje.

Rupert pigarreou e encarou o amigo com ar brincalhão.

— Está bem. Mas, assim como o senhor, ele não é adepto do sol. Atividades ao ar livre não o agradam.

— Sim... sim... papai também evita o calor e o sol. No último mês teve problemas de garganta. Foi deveras dolorido. Desde então se mantém afastado de tais atividades.

A dupla apenas concordou silenciosamente e a viúva que se mantinha junto a Liam voltou ao falatório.

— A senhorita Behn gosta muito de passear, sempre foi assim. Quando ela e minha Elisa eram pequenas, viviam correndo ao sol. Claro que devo dizer que a senhorita Wentworth era a mentora das brincadeiras. - e os olhos de águia seguiram para a face do futuro conde que acolheu o comentário sem demonstrar qualquer emoção.

— Tive muitas oportunidades de participar desses passeios. - Rupert anunciou claramente satisfeito. - Devo dizer que eram extremamente agradáveis.

Interiormente Liam sorriu para si mesmo. Mia era o tipo de garota que brincava ao ar livre e gostava de passeios. Essa menina ainda vivia ali. Dentro daquela outra tão séria e contida.

— Parece que as moças não mudaram tanto assim. - uma das solteironas comentou se acomodando na cadeira, puxando a sombrinha sobre os ombros para proteger-se de um raio de sol que cruzara pelas árvores em frente. - Ainda gostam de passeios ao ar livre, sob o sol.

— Posso lhe afirmar que a senhorita Wentworth e eu estávamos falando exatamente sobre nosso pouco interesse pelos passeios ao ar livre quando a senhorita Behn se aproximou buscando companhia. - um empertigado futuro conde explicou e Liam ficou em pé.

— Se se me derem licença, acho que vou colher alguns morangos.

E se afastou em passos rápidos, tomando a direção de onde um pequeno grupo se envolvia na coleta das frutas maduras e rasteiras. Mas, não permaneceu muito tempo por ali, tomou o caminho que as moças haviam seguido na tentativa de encontrá-las.

 

* * * *

 

Candence se fora há alguns minutos, deixando-a acomodada ao lado de uma agitada Mary, colhendo morangos. Há alguns passos estavam Florence e Charlotte, mais adiante um casal conversava mais do que colhia. E outros aproveitavam o momento saboreando as frutas maduras já colhidas e limpas pelos serviçais.

Seu cesto estava cheio de moranguinhos, ela se ergueu da grama, limpou o vestido, passou o lenço em volta do chapéu de palha frontal, cobrindo o pescoço e pegou o caminho até o grupo maior do outro lado da colina. Estava distraída, encarando a grama, balançando o cesto ao lado do corpo sentindo o aroma das árvores e do final de tarde. De repente, ouviu um som estranho, algo parecido com uma bufada, logo depois passos agitados. Parou, aguçou a audição, o som de galhos se quebrando sob as passadas de alguém eram nítidas aos seus ouvidos. Olhou para trás, o grupo estava distante quase cem metros.

Sua curiosidade foi maior, precisava saber quem era. Tentando não fazer barulho se aproximou de um arbusto, com a mão livre afastou a folhagem que impedia sua visão e o viu. Liam caminhava de um lado para o outro, com a casaca aberta, o chapéu numa mão e o lenço na outra, o que obviamente permitia que o pescoço e uma parte do peito ficasse a mostra. Parecia irritado, muito irritado. Os cabelos balançando diante do movimento agitado que ele produzia enquanto caminhava.

O coração feminino acelerou, ela mudou de posição e ele a viu. A encarou firme, a cesta foi ao chão espalhando todas as frutas colhidas a pouco. Ela se abaixou para pegar, silencioso ele se aproximou com a intenção de ajudar.

— Obrigada... mas não é necessário que se preocupe.

Aquela frase colocou um pouco mais de lenha na fogueira que Liam alimentava desde que se afastara do grupo há quase meia hora e pela primeira vez ele deixou a irritação a mostra diante dela.

— A senhorita vai recusar minha ajuda?

— Posso fazer isso sozinha senhor Forster. É melhor que o senhor siga o seu caminho.

— Por quê? Por que a senhorita não pode aceitar minha ajuda?

— Estamos em uma situação inadequada. - ela o alertou olhando em volta sem ver ninguém, nem mesmo o grupo do qual se afastara.

— Não há qualquer pessoa que possa nos ver aqui.

Mia notou que o rapaz parecia mesmo zangado quando ficou em pé com as mãos soltas ao lado do corpo. E tentou mostrar clareza na fala:

— Senhor... essa situação não é nada adequada! - ela também ficou em pé – De todas as vezes em que nos encontramos, talvez esta seja a pior. Estamos, como o senhor bem salientou, sozinhos no meio do campo e o senhor está...

— Eu estou... - ele deu um passo para perto dela erguendo os braços.

— O senhor está descomposto! - ela falou firme, ele baixou a cabeça e deu uma boa olhada em si mesmo.

— Descomposto! Por causa da camisa? - a boca produziu um som claro de desdém - Você e seus costumes estúpidos!

— Senhor... não lhe dei tamanha ousadia de falar assim comigo. - ela se abaixou novamente na tentativa de sair logo dali, mas as mãos tremiam e não permitiam que recolhesse as frutas.

— Espera que a trate como todos os outros? Que a bajule? Sinto muito não corresponder as suas ideias de etiqueta...

Mia ergueu os olhos azuis que naquele dia em especial pareciam ainda mais brilhantes e grandes.

— Espero que se comporte como um cavalheiro.

— Não sou um cavalheiro! - ele esbravejou. Estava irritado pelo modo como ela o fazia se sentir.

— Sempre pensei que fosse. - ela retrucou rapidamente calando-o – Ao menos o senhor sempre agiu como um todas as vezes em que nos encontramos. - Com o silêncio gritando dentro dela Mia tentou voltar ao trabalho de recolher os morangos e esquecer aquele homem perto dela.

Porém, foi quase impossível, pois todos os sentidos femininos se ampliaram, a pele arrepiou diante da brisa que as árvores sussurravam balançando seus galhos. Havia pássaros cantando. Flores exalando uma profusão de perfumes diferentes.

A mão bronzeada, grande e os dedos bonitos surgiu em seu campo de visão, ele estava juntando as frutas mesmo sem autorização para fazer isso. Mia percebeu o calor da presença masculina antes de erguer os olhos e notar que Liam estava mais próximo do que deveria.

Ele não a observava, parecia atento na tarefa de ajudá-la, o rosto parcialmente encoberto pelos fios longos que não eram totalmente negros, alguns deles possuíam um tom dourado e brilhavam entre os escuros dando mais uma mostra de que ele era a prova viva de que uma mistura poderia ser... linda. O sangue correu pelas veias tingindo a face feminina com um tom rosado, produzindo um leve estremecimento.

— Pronto... - ele disse se movendo para colocar uma mão cheia de morangos no cesto – agora a senhorita pode fazer o que deve. Sair o mais rápido possível daqui e ficar longe de mim.

Com um movimento ágil ele esteve em pé, Mia o seguiu silenciosamente e também se ergueu. O lenço que recobria o chapéu deslizou pelo lado e ia para chão, mas Liam conseguiu capturá-lo no meio do caminho. Foi um movimento involuntário que os colocou frente a frente.

Mia pode sentir muito mais do que o calor do corpo masculino quase colado ao seu. Pode ver as íris castanhas escuras. A pele firme do rosto. Os lábios fartos cada vez mais mais mais próximos. O aroma dos cabelos que tocavam seu braço.

Quem tomou a iniciativa de encerrar a distância, ela não saberia dizer, mas sabia que seu corpo fora envolvido em uma abraço apertado e erguido do chão. Que seus braços circulavam o pescoço dele sem pudor. Que suas mãos se agarravam aos cabelos sedosos e que a boca dele devorava a sua sem pudor ou delicadeza.

A nuca de Mia era delicada, os fios castanhos e dourados se enroscavam contra seus dedos. A cintura dela era fina permitindo que seu abraço fosse completo mesmo que usasse apenas um braço para isso. O aroma de laranjeira em flor inundava o ar e preenchia todos os sentidos. Estava inebriado pelo corpo dela colado ao seu e pelo modo como Mia aceitava seu beijo.

Seu peito estava espremido contra um tronco firme e amplo. O cheiro masculino invadindo sua mente, seguindo direto para o peito, o gosto da boca dele, doce, quente e úmida. A firmeza da pele bronzeada contra a sua.

Mia o segurava com força e parecia não se incomodar em ter sido erguida do chão. Ou de que seu peito estivesse totalmente colado ao dele. Aquilo que ele sentia, como se todos os seus sentidos estivessem em colapso quase o tirou do ar. A vontade que o consumia era deitá-la na grama e torná-la sua. A custo Liam refreava seus desejos mais insanos, pois sabia que quando a jovem se desse conta do que acontecera ali ficaria chocada, aturdida, e... ela começou a se debater entre seus braços.

— Me... largue... senhor Forster... me largue – ele ouviu antes de liberar o corpo feminino sobre a grama.

Mia o encarava com os olhos arregalados, as mãos sobre a boca, ela estava apavorada, aturdida. Com ele, com ela.

— Desculpe... eu não... me perdoe Mia eu... - as palavras não saiam. Ele sabia que devia, mas ao mesmo tempo não queria se desculpar por gostar dela, por desejar beijá-la.

— Isso nunca deveria ter acontecido! - a ouviu dizer, o rosto contorcido pela angustia, as lágrimas brilhando nos olhos e foi como se seu peito tivesse se rompido. Tudo o que ele não desejava era causar algum tipo de dor a ela.

— Mia eu... - deu um passo em direção a garota.

— Não se aproxime! - Mia falou alto espalmando a mão no peito dele.

O coração de Liam batia forte e descompassado. Ele respirava com os lábios abertos e a encarava com olhos de fogo. Mas ao mesmo tempo com uma expressão desolada. Arrependida.

— Eu nunca quis que fosse desse jeito. - ele ainda falou.

— Isso nunca deveria ter acontecido. - ela repetiu – De jeito algum...

Ele espalmou a mão sobre a dela e com a outra enlaçou sua cintura sem desviar os olhos dos dela.

— Me perdoe. Não vou conseguir viver sabendo que você me odeia... que me despreza por ter abusado de sua... amizade... Mia... por favor...

— Preciso sair daqui. - ela tentou se afastar, mas ele a segurou com firmeza.

— Estou ficando louco! – ele falou sério – Não consigo parar de pensar em você. Passo os dias a caminhar pelas ruas na tentativa de vê-la... quero ir a sua casa... e não vou negar que sonhei e desejei esse beijo.

— Não... diga mais nada... - a voz que deveria dar uma ordem, mal conseguiu fazer um pedido. - Por favor senhor Forster, me largue...

— Você não sente isso? - Liam pressionou a mão dela sob a sua, obrigando-a a sentir a pulsação acelerada sob a camisa - Não percebe como me sinto?

Eles se encararam por alguns segundos. Finalmente Mia falou:

— Não sinto nada! Deixe-me ir... preciso sair daqui – ela tentou se mover e ele finalmente a largou. Mia olhou em volta, o cesto estava no chão, as frutas espalhadas. Nada mais importava, ela se voltou para sair dali mas antes que tivesse a oportunidade de escapar o ouviu dizer:

— Você me beijou...

— O senhor roubou um beijo. - ela retrucou sem se voltar.

— E você roubou meu coração e toda a paz que ainda havia em mim.

Apesar do modo como se abriu, como se entregou a ela, Mia não contestou, não se voltou, saiu correndo e sumiu de seu campo de visão deixando para trás uma cesta de vime, morangos frescos e um lenço perfumado que Liam guardou no bolso do casaco.

 


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Notas finais do capítulo

Eu já disse que estou apaixonada por eles? Pois estou!
Espero q curtam. Pq estou curtindo muito.
BJOOOOOOOOOOOOO e espero por vcs. Preciso de opiniões. Não me deixem no vácuo.



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