Send escrita por wldorfgilmore


Capítulo 8
Capítulo 8




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Seu céu estava mais azul, assim como os seus dias pareciam mais claros e bonitos. As flores que nasciam nos vastos Campos do Vale do Café estavam em estágio acelerado de crescimento, da mesma forma que as árvores pareciam dar mais frutos que o normal. Elisabeta encarava toda a paisagem ao redor extremamente encantada e seus olhos pareciam outros após internalizar cada palavra daquela carta que Darcy havia lhe enviado. Todo aquele deslumbramento não poderia ser só uma nova percepção de seu interior apaixonado. A palavra a fez rir sozinha. Elisabeta estava sentada em uma grande pedra bem próximo a beira da cachoeira, a água molhava levemente os seus pés. Passou a língua entre os lábios. Nunca imaginaria que se permitiria pensar naquela palavra como sendo sua. Em que mundo Elisabeta Benedito confessaria estar completamente apaixonada por alguém? Em que mundo Elisabeta Benedito se deixaria levar por Darcy Williamson? Em todas as suas histórias, ela o associava ao seu algoz, a pessoa que levaria os seus sonhos embora, que a inibiria de suas vontades ou transformaria os seus dias em noites escuras e sem estrelas. Sorriu, fechando os olhos ao sentir a brisa acariciar o seu rosto. Nunca cogitaria que aquele a quem fora destinada seria, na verdade, o caminho que parecia levar a felicidade. Darcy a ensinara a sonhar sonhos mais bonitos, mesmo que nunca tenha visto seu rosto. Darcy também transformou seu Vale em um ambiente melhor a ser habitado, mesmo que nunca tenha pisado em suas terras. Darcy deu cor aos seus ambientes, as suas noites. Darcy deu nome a sua lua.

Havia escolhido a cachoeira para ler e escrever a sua próxima carta. Era um de seus lugares preferidos no Vale do Café e, em todos os dias de espera por aquela escrita, a menina ia se banhar com aquelas águas cristalinas para o alívio de sua ansiedade. E esse era seu maior problema, Elisa não conseguia mais viver sem ansiar a todo momento por as cartas de Darcy.

Se contasse a alguém, a tomariam por uma tola, por isso evitada abrir o jogo em relação às suas escritas com Darcy com qualquer que fosse, inclusive suas irmãs, que sempre foram suas confidentes. Elisabeta desconfiava que ninguém ousaria sequer imaginar o turbilhão de sentimentos que a invadiram naqueles meses em que trocara correspondência com Darcy. Ela gostava da sensação de ser só eles, e não queria ter o risco de manchar o sentimento tão bonito que habitava em seu coração com opiniões de terceiros.

Com o decorrer da leitura da carta, estava aliviada com a escolha do local. Sua respiração se mostrava ofegante, assim como seu corpo pareciam brasas flamejantes prontas para incendiar-se. Sua bochecha, seu pescoço, seus seios. Elisabeta não conseguiu conter o gemido ao imaginar Darcy a tocando em todos os pontos descritos. Ela sentiu a brisa bater em sua bochecha, era quase palpável uma boca invadindo a curva de seu pescoço. Seus seios - sua boca repetiu, de forma sussurrada. Elisabeta respirou fundo, sem conseguir conter a ânsia de tocar os próprios seios. Nunca havia feito nada daquilo, mas não conseguiu evitar o desejo que estava sentindo por Darcy Williamson. A moça começou com um toque tímido, ainda por cima do próprio vestido, mas com o decorrer das linhas de Darcy, foi impossível se conter em tocar sua própria pele. Sua mão era gelada, por estar próxima a água. O embate da sua mão fria com o resto do seu corpo quente a fez grunir baixo. Era quase como se conseguisse imaginar a cena quando fechava os olhos entre um parágrafo e outro. Minha boca precisa invadir a sua. Minha mente fabricou o seu gosto. E é doce. E queima. Sua boca salivou e seus lábios pareciam ter rachado devido à secura, Elisabeta rodeou seus lábios com a língua e quis imaginar que era Darcy nutrindo sua boca com seus beijos. E, de fato, uma boca possessiva tomou conta de suas ilusões, uma boca que se encaixava perfeitamente no contorno da sua. Elisabeta pôde sentir Darcy invadir-lhe com a língua à oceanos de distância.

É só você que me faz deitar na cama e imaginar seu corpo nu sobre o meu. Você roça deliciosamente, Elisabeta. Eu já sinto meu corpo endurecer. Estou ávido por nossa imposição. Não pôde aguentar mais e, em um só movimento, conseguiu se livrar de suas roupas e pular em direção àquela água gelada. Foi como um choque térmico que só conseguiu aumentar a vontade de transformar aquelas palavras em novos toques, sensações e ilusões. Uma corrente pareceu passar por seu corpo e cegar sua visão, a água molhou mais suas partes já molhadas de excitação. Foi inevitável o seu toque mais íntimo. Não se sentia depravada ou uma mulher com pouco espírito ao conhecer uma de suas partes por tantos julgadas como imaculadas. Elisabeta sentiu-se desabrochar com a sensação de sua mão livre em seu íntimo. Ao acariciar a própria pele macia por baixo d’agua, os sons que saiam de sua boca pareciam a mais lindas notas musicais. Era Darcy junto ao seu corpo, era Darcy o causador das novas ondas de prazer que parecia lhe invadir como um vulcão ao encontrar o seu ponto mais sensível.

Foi o nome de Darcy que Elisabeta gritou quando um êxtase avassalador contraiu seu corpo junto ao tremor de suas pernas.

Vale do Café, Novembro de 1910.

Darcy,

eu não consigo mais pronunciar seu nome de maneira compreensível, pois não consegui afastar a tentação de meu corpo ao ler você em minhas curvas. Eu te senti, Darcy. Em te senti quando a lua me tocou e me abraçou. Eram os seus braços em volta de mim. Eu te senti quando li esta carta e minhas mãos procuraram descontroladamente o meu próprio corpo, me obrigando a despertar as sensações que você me enviou. Eu não me lembro quando exatamente minha alma se tornou um espírito desesperado por o seu toque, mas minhas mãos se transformaram em suas mãos por alguns instantes. Não me julgue por isso, não me julgue por ficar anestesiada com o que minha imaginação produz ao ilusionar você, ao querer você, ao desejar você. Você roubou os meus quereres e me presenteou em forma de um prazer que eu nem sabia que existia. Você me dá prazer, Darcy. Você completa o meu coração, minha alma e meu corpo. Não consigo deixar de ansiar por o seu toque verdadeiro. Não consigo deixar de ansiar por a sua boca em meus seios, por a sua pressão em minha barriga ou por o seu pesar em minhas partes escondidas.

Hoje o oceano não existiu, Darcy Williamson. As águas que caiam sobre o meu corpo desaguaram você. Eu me molhei com o seu prazer e me saciei com o seu nome. Eu gritei por você quando minha visão embaçou e se transformou em sua sombra. O que você fez comigo, meu amor? Minhas pernas tremerem com a fabricação de seu toque e eu quase não consegui identificar o que era água ou o meu gozo. Você se misturou em mim de diversas maneiras, hoje eu sei que a minha água é você. Eu quero beber você, eu quero você dentro de mim, eu quero você passando por as minhas veias. Eu quero você me penetrando. Não consigo mais conviver com o vazio que sinto nas paredes do meu corpo. Vem e me toma. Eu preciso ser preenchida por você.

PS: Paixão já é a palavra certa para usar?

Darcy dava graças aos céus por não haver mais ninguém em casa e pedia que, por favor, os empregados estivessem em suas camas aquela hora da madrugada. Não conseguia evitar a respiração pesada ou os sons desconexos que saiam de sua boca naquele momento. Não acredita que estava fazendo isso, não depois de tantos anos e tantas mulheres para aliviar suas tensões. Mas aquilo não era uma simples tensão, tampouco algo que um sexo ocasional poderia saciar. Estava embriagado por Elisabeta e suas palavras confessas. Sua visão se tornou nebulosa com o término da leitura, suas mãos já não obedeciam os seus pedidos para se manterem quietas. Como aquela mulher havia sequestrado toda a sua racionalidade e a transformado-a em puro prazer? Estavam a um oceano de distância e, paradoxalmente, aquilo parecia molhá-lo.

Minhas pernas tremerem com a fabricação de seu toque e eu quase não consegui identificar o que era água ou o meu gozo. Darcy estava duro. Darcy estava pulsando. Darcy estava com o zíper de sua calça aberto e suas mãos já conheciam bem os locais em que mais sentiriam Elisabeta Benedito. O homem fechou os olhos e apoiou-se no encosto da cama. Havia decorado todas as palavras de Elisabeta. Eu quero você me penetrando. Não consigo mais conviver com o vazio que sinto nas paredes do meu corpo. Darcy abriu os olhos e quase visualizou Elisabeta sentada sobre o seu membro. As mãos que faziam pressão no seu órgão eram as paredes do interior de sua Elisa lhe pressionando, subindo e descendo por toda a sua extensão. Darcy gemeu com a sua boca seca. O prazer de imaginar Elisabeta parecia maior que qualquer outra pessoa com quem dividiu a cama, como se o impossível fosse possível depois da menina ter entrado em sua vida.

E Darcy já não conseguia descrever o quão foi possível. Seu corpo cedeu, o ponto mais alto de suas sensações atingiu o limite, um prazer fora do incomum foi sentido por ele e um grunido preguiçoso saiu de seus lábios:

— Elisabeta… - sentiu seu próprio peso fazer pressão na cama.

Londres, Dezembro de 1910.

Meu amor,

Essa carta contém meu desejo. Minhas mãos tocaram meu membro antes de começar a descrever você. Essa carta foi escrita com os olhos embaçados, com o cheiro de sexo e com uma mente totalmente desorientada de prazer. Eu te penetrei, Elisabeta. Eu senti as paredes de seu íntimo pressionando meu membro dentro de você, enquanto os seus movimentos eram tão ritmados quanto os meus. Éramos música. Éramos sons e frases irreconhecíveis, mas que pareciam dizer o quanto eu estou perdidamente apaixonado por a sua alma. E eu realmente estou perdidamente e irrevogavelmente apaixonado por nós dois. Nós dois, uma conta que não fechava e que agora, eu só consigo imaginar sua boca escondendo a minha língua ou meu íntimo perdido no seu. Sobe, Elisabeta. Você não imagina o que eu sinto quando você desce logo em seguida, com a expressão que eu quero gravar para sempre em minha memória. Seu hálito é tão quente, seu mamilo é tão delicioso. Eu quero te prender entre meus dentes e acariciá-la por todos os meus dias. Te dar prazer me faz sentir prazer, Elisabeta. Quando você se tornou objeto de meus sonhos mais sórdidos? Quando você desorientou minhas manhãs ao ter que me saciar de você sempre que eu acordo? Não há explicação para o que você representa. Não há explicação para o encaixe perfeito que eu imagino entre nós. Eu me sinto acolhido quando você me dá a possibilidade de preenchê-la. Você me endurece ao mesmo tempo em que me faz estremecer. Me deixa tremer em sua boca e acordar com sua figura nua ao meu lado. Me dê sua intimidade e me faz ser íntimo de você. Eu não posso mais deixar de agradecer por a existência de um contrato que nos faz um só.
PS: Eu diria amor, meu amor.


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