O Príncipe Perdido escrita por Florrie


Capítulo 6
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

AVISO: Eu atualizei o capítulo de personagens com mais três personagens NPC, quem quiser pode ir lá conferir.
Desculpa a demora pessoa. Entrei em período de prova e ficou impossível escrever :/
Agora voltamos a programação normal XD
Aproveitem esse capítulo nesse dia super tenso de eleição.



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Ela parou de dançar no momento em que sentiu aquele cheiro.

         Um arrepio correu pela sua espinha e ela não se importou com os protestos por parte do seu público ou o olhar confuso de Gerald, que tocava a flauta sentado no chão. Aquele cheiro era pior do que que qualquer outro odor que já tivesse sentindo e vivendo junto a uma companhia de ciganos nômades, ela já havia estado em todos os lugares e sentindo todos os tipos de odores que pudessem existir.

         Seu nariz ardeu e seus olhos lacrimejaram.

         Automaticamente, ela levantou a perna e alcançou a varinha escondida em sua bota, sacando-a. Gerald assustou-se, olhando para os lados a procura de algum perigo. Ele não parecia sentir nada, na verdade, a maior parte das pessoas na praça, parecia alheia.

         — Ei! — Um rapaz a chamou enquanto se aproximava. Pandora apontou sua varinha na direção dele e o menino levantou os braços em sinal de paz. — Você está sentindo isso, certo?

         Ele tinha cabelo platinado, quase branco, e olhos azuis claros. Trazia, em uma das mãos, uma varinha. Um bruxo. O garoto foi abaixando os braços e ela desarmou a pose defensiva. Seu instinto lhe dizia que ele não era uma ameaça e ela, como costumeiramente fazia, decidiu acreditar.

         — O cheiro? Sim. — Respondeu.

         De onde conheço esse cheiro?

         Então a realização veio.

         Isso é cheiro de morte.

         Pandora nasceu e fora criada em Ilha Branca, um território que oficialmente fazia parte do reino de Nuthhal, ao norte, mas que se desenvolvera quase como um país a parte. Em uma outra vida, ela havia sido uma dama, filha de uma família nobre de bruxos, que tivera lições com a própria Grã-maga da Ilha. No dia em que perdeu tudo, Pandora sentiu um cheiro parecido com aquele.

         — Pan? — Kieran a chamou.

         Ele era seu melhor amigo e recentemente, fora feito líder do grupo. O rapaz estava tapando o nariz e ainda carregava suas cartas de Tarô. Olhava desconfiando para o desconhecido que viera abordá-la.

         — Você que está fazendo isso? — Seu amigo acusou o outro rapaz.

         — Bem que eu gostaria, então assim teria o controle de fazer parar. — Retrucou o platinado. — Isso está fodendo o meu nariz. — O rapaz então olhou ao redor. — Está vindo do norte.

         Norte? Era a direção de um grande templo onde, todos os dias, eram cantadas as músicas sagradas. Tinha visto no dia anterior uma pequena multidão se reunir na entrada da construção para cantar junto com o sacerdote. Ela olhou para o lugar e nada parecia errado, contudo, o cheiro continuava e o garoto estava certo, vinha daquela direção.

         Seus olhos continuaram a explorar o ambiente e então ela notou algo estranho. Uma mulher que parecia não se encaixar. Ela tinha cabelos negros como a noite e olhos igualmente escuros, tão profundos que pareciam capazes de espiar sua alma. Vestia-se com um longo vestido negro e tinha no pescoço um colar com uma joia preta do tamanho do punho de um bebê.

         Pensou em alertar Kieran e o outro rapaz do que viu, mas não teve tempo, pois logo em seguida, os gritos começaram. De dentro do templo, um grupo de criaturas horrendas saiu correndo empunhando espadas e facões. As criaturas tinham uma forma que se assemelhava ao dos humanos, seus olhos eram costurados e suas bocas enormes exibiam dentes afiados quando abertas. Pandora não sabia se eles podiam enxergar, mas pareciam saber exatamente o que estavam fazendo.

         O desespero tomou contra da praça. Pessoas correram tentando fugir e os gritos ficaram ainda mais altos. Pandora assistiu quando um homem foi cortado ao meio pela a espada de uma das criaturas e quando uma mulher teve a cabeça arrancada pelos dentes de outra.

         A mulher de preto não pareceu nenhum pouco abalada, pelo contrário, havia um ensaio de sorriso em seus lábios.

         Kieran já tinha empunhado sua varinha e começara a lançar feitiços.

         — Que droga é essa? — O garoto platinado perguntou ao seu lado enquanto lançava um feitiço contra uma criatura que vinha ataca-lo.

         — São demônios. — Respondeu.

         Isso explicava o cheiro, mas não o fato deles terem saído de dentro do templo. Até onde as histórias contavam, demônios não podiam entrar em templos sagrados. Como eles tinham sido capazes de se esconder lá?

         Ela está fazendo isso, percebeu. De alguma forma, aquela mulher de preto era a responsável. Seus lábios se contorceram em um sorriso como se de algum modo, ela estivesse lendo seus pensamentos. Kieran gritou alguma coisa em sua direção e logo depois, uma faca passou raspando por cima da sua cabeça. Assustada, Pandora deu sua atenção ao monstro que vinha com sede de sangue em sua direção, sua boca estava aberta, pronta para lhe devorar viva. Ela recitou um feitiço de ataque e um feixe de luz vermelho atingiu a criatura bem no peito.

         — Pan! — Kieran gritou, três demônios lutavam contra ele. Preparou-se para ir ajudar quando outro grito chamou sua atenção.

         — Pandora! — Gerald, o flautista, gritou por ela enquanto tentava proteger os outros com uma espada velha. Apenas ela e Kieran eram bruxos, todo o resto da trupe era composta por humanos. Pandora tinha torcido para que eles tivessem conseguido correr.

         Eles estavam sozinhos e indefesos... Ela voltou a olhar para Kieran, sangue escorria pelo seu braço, ele estava ferido, mas continuava lutando.

         — Cuidado! — O garoto loiro gritou no momento em que um daqueles monstros quase a matou. Ele salvou sua vida com um feitiço e pegou no seu braço a olhando com o que parecia ser preocupação. — Você está bem?

         Kieran uivou de dor e Gerald gritou de pavor. Ela olhou para os dois sem saber o que fazer.

         — Você precisa de ajuda? — O rapaz perguntou.


Escolha para Lady Zephyrum

A) “Sim, ajude o Kieran, por favor” e correr para ajudar Gerald.

B) Apontar para Gerald, “Sim, ajude ele, por favor” e correr para lutar com Kieran.

 

 



Hugo gostava de Lago Fundo.

         Primeiro, a cidade era cortada por uma das estradas mais importantes do reino, o que significava visitantes constantes e pessoas interessantes andando pela rua. Hugo já havia conhecido um bardo de Florian, um lobisomem desgarrado de Nuthhal e uma família bruxa de Tivain nas terras verdes de Witheria que viajava em vassouras. Segundo, ao mesmo que tinha um tamanho considerável, Lago Fundo também era campestre, com um ritmo muito mais calmo que o de Porto Azul; havia casas com imensos jardins e pequenas fazendas nos arredores da cidade, o tipo de lugar que ele gostaria de viver. E terceiro, existia o lago que tinha dado o nome a cidade, ele era enorme e do mais intenso azul, durante o dia, quando o sol batia na superfície, tudo brilhava, como se houvesse pequenos diamantes refletindo a luz. Desde que tinha chegado, há alguns dias, ele passava uma parte do seu dia assistindo as crianças brincarem e os pescadores navegarem em suas pequenas embarcações.

         Aquilo era tão bom e ele já se sentia triste por eventualmente ir embora. Ross tinha prometido que passariam mais tempo naquele lugar, primeiramente descansando e depois fazendo apresentações. Seu tio já preparava uma peça nova e sua irmã estava ensaiando com os outros atores. Hugo preferiu aproveitar o descanso para explorar a cidade e relaxar a beira do lago.

         Sentia que merecia essa recompensa depois da viagem até ali. A trupe demorou mais do que o previsto na estrada, tudo por que relatos estranhos de ataques brutais em pequenas vilas foram ouvidos. Aparentemente se tratava de bandoleiros, mas um senhor que jurou de pé junto ter presenciado um dos ataques, acusou os lobisomens, aquilo não era humano. De qualquer maneira, Ross decidiu que pegariam o caminho mais longo, evitando assim qualquer uma dessas vilas. Foi uma trajetória tensa, mas nada ocorreu e eles chegaram em segurança.

         Para a surpresa deles, Lago Fundo também reservava suas próprias notícias.

         Logo na primeira noite, eles ficaram sabendo da morte do Rei e que aparentemente, um grupo designado pela a coroa iria em uma missão oficial para encontrar o príncipe perdido. Hugo e sua irmã, Julia, ficaram quietos após ouvir isso e quando voltaram para as tendas, naquela noite, foram seguidos por outros membros da trupe, eles estavam curiosos.

         Jocelyn os encheu de perguntas:

         — Você acha que vão achar o príncipe? Será que ele foi mesmo raptado ou decidiu fugir?

         As pessoas sabiam do passado deles. Os gêmeos que cresceram na corte de Umbria e que tiveram que seguir o tio após ficarem órfãos e falidos. O que muitos não sabiam, era que os pais deles não haviam de fato morrido, ao menos não oficialmente. Eles haviam desaparecido, junto com o príncipe, na mesma comitiva. Hugo não respondera nenhuma pergunta, apenas se retirou para tentar dormir, mas depois, ele entreouviu o seu tio conversando com outras pessoas fora da tenda.

         — Você conhece o novo regente?

         — Eu não fazia parte da corte, Ross. Os meus sobrinhos viviam lá, eu não. — Seu tio respondeu.

         — Vamos torcer para que seja um bom homem. — Disse a voz de Ross. — Mas é bom que estão mandando um grupo de busca, podem achar sua irmã, certo?

         Houve um suspiro e então seu tio respondeu:

         — Eu espero que sim, mas já vi muita gente partir e voltar sem nada.

         Pouco tempo depois, uma nova notícia movimentou a trupe. Um séquito estava se aproximando da cidade, ninguém sabia bem de quem se tratava, não havia estandartes e era pequeno demais para ser de um grande lorde, contudo, não parecia se tratar de alguém comum. Duas noites atrás, enquanto jantava com os outros nas tendas, as pessoas fizeram apostas. Jocelyn e Rodrick apostaram que se tratava de algum grupo de buscas ao príncipe, vários deles haviam passado pela a cidade desde que chegaram, enquanto Ty apostou que seria uma lady viajando para se casar.

         O tal séquito chegou durante a madrugada do dia anterior, enquanto todos dormiam, e estavam agora na hospedaria. Um servo havia ido até a trupe solicitar uma apresentação particular, nossa Lady está entediada, havia dito. Ty gargalhou por estar mais perto de ganhar sua aposta e Ross aceitou o trabalho. Naquela manhã, enquanto todos se ajeitavam para se apresentar, Hugo decidiu ficar no lago.

         Quatro crianças pareciam fazer uma pequena guerra na água e aquilo o fez lembrar do passado, quando ele ainda estava na corte. Seu pai era um guerreiro e costumava obriga-lo a ir treinar com os outros rapazes. Nunca tivera talento para lutar, sabia o básico e podia até chegar a vencer alguém que não fosse tão habilidoso, mas no treinamento, estava sempre a perder. Acabava os treinos suado e as vezes sangrando, sua mãe então o confortava e o deixava ir brincar com os outros nas piscinas da casa de banho.

         De início, não havia separação entre meninos e meninas, então ele podia brincar com a irmã, mas depois, Hugo pôde ficar apenas com os rapazes, e então a brincadeira perdeu a graça. Ele passou a ficar sentado nas margens enquanto observava o príncipe ser o centro das atenções. Finn era tudo o que o seu pai queria que ele fosse, alto para a idade, forte, carismático e um exímio lutador.

         Hugo não admitia isso muitas vezes, mas havia momentos em que ele odiava Finn.

         E então houve aquele momento, na noite anterior a partida de Finn e sua comitiva.... Ele deixou o corpo cair na grama, seus olhos fitando o céu acima. Pequenas nuvens brancas eram empurradas pelo vento. Fechou os olhos tentando afastar aquelas lembranças incomodas, quando abriu levou um susto, ao invés do céu, viu o rosto da sua irmã.

         — Nós estávamos te procurando.

         Ele e Julia eram bastante parecidos, com a mesma pele pálida, os mesmos cabelos pretos e olhos escuros. Hugo sentou-se rapidamente.

         — Por que?

         — Rodrick machucou o pé.

         Oh não.

         — Eu não vou dançar.

         — A apresentação vai ser agora e o Rodrick foi um idiota por cair da árvore. — Ela já foi o puxando para ficar de pé. — E é algo privado, ou seja, só a tal lady e os seus criados que vão ver. Não é como se fosse para um público grande.

         Ele suspirou profundamente.

         — Bem, acho que não tenho muito escolha, certo?

         Rapidamente, sua irmã o guiou até as tendas, onde Hugo precisou colocar a roupa de apresentação, que tinha ridículas plumas coloridas — que ele havia costurado, mas que nem por isso achava menos feio. Logo depois, foi para a hospedaria com os outros. O séquito estava usando o primeiro andar inteiro e o salão, que costumava estar sempre cheio de gente, agora estava vazio. Algumas cadeiras foram postas para a plateia e o resto do lugar ficou livre para eles.

         Jocelyn e Julia apresentariam uma dança, então iriam precisar de nenhum cenário muito elaborado. Seriam apenas as duas dançando enquanto ele e os outros formavam o fundo atrás delas. Ross, Ty e seu tio estavam sentados no cantinho apenas para supervisionar, já Rodrick havia ficado nas tendas para descansar o pé.

         A dona da hospedaria surgiu der repente anunciado a chegada da plateia. Hugo ajeitou-se na sua fileira, mas sentiu uma terrível dor quando o rapaz ao seu lado pisou no seu pé.

         — Opa, desculpe Hugo. — Ele disse parecendo envergonhado.

         — Não tem problema.

         Então voltou a olhar para frente e a primeira coisa que percebeu foi a postura estranhamente tensa da sua irmã. Franziu o cenho confuso, Julia nunca ficava nervosa diante de uma plateia, ao menos não mais. Ele seguiu o olhar para as pessoas assistindo e no mesmo instante seu coração acelerou. Sentada entra duas jovens moças, estava alguém de quem sentiu muita falta.

         Ela também o notou ali, pois logo ficou de pé, e quebrando qualquer protocolo, correu para abraça-lo.

         — Hugo!

         O impacto foi tanto, que ele quase caiu no chão.

         — O que... O que você está fazendo aqui? — Perguntou ainda descrente.

         A garota se afastou dando-lhe espaço e Hugo pode observá-la com mais cuidado. Não havia mudado tanto assim desde a última vez que a viu; os olhos azuis continuavam brilhantes, os cabelos dourados ainda caiam soltos em ondas pelos seus ombros, e o sorriso ainda tinha as adoráveis covinhas.

         — Uma longa história... — Ela respondeu deixando o sorriso diminuir.

         E ele se sentiu estupido no mesmo instante, o Rei está morto, e Hugo sabia que tipo de consequências aquilo teria para ela.

         — Gisa, eu sinto muito... — Sussurrou para que só ela pudesse ouvi-lo.

         — Milady! — Uma voz o interrompeu. Era uma jovem mulher que até então tinha estado sentada, ela tinha intensos cabelos ruivos e vestia-se como uma dama de alto nascimento. De alguma forma, notou ele, aquela mulher lhe parecia muito familiar. — Estamos todos esperando pela apresentação.

         Ela então estendeu a mão, apontando para a cadeira vazia de Gisa, com um sorriso que ele não soube dizer se era verdadeiro ou falso.

         — Oh sim... — Assim como ele, só agora ela pareceu notar que a atenção do salão inteiro estava sob os dois. Gisa corou e deu um sorriso sem graça. — Sinto muito... — Ela então olhou para sua irmã. — Julia, é bom revê-la também.

         Seu rosto queimava como brasa. Hugo olhou primeiro para a irmã, que agora tinha um semblante fechado, e depois para o tio, que não tirava os olhos da mulher ruiva. Gisa correu para o seu lugar e disfarçando o constrangimento, pediu para que a apresentação começasse.

         Julia conseguiu esconder seu embaraço durante a apresentação, ela e Jocelyn foram graciosas como de costume, mas assim que chegou ao fim, ela fez sua cortesia e saiu o mais rápido possível. Contudo, antes de sumir, sua irmã o puxou pelo braço e disse:

         — Venha me encontrar nas tendas logo, ok?

         Ela partiu antes que ele pudesse dizer qualquer coisa.

         Ignorando a saída de Julia, os outros sorriram e foram aceitar os elogios da plateia. Seus companheiros ainda o olhavam com certa desconfiança e ele sentiu que seria inundado por perguntas assim que deixasse a hospedaria. Hugo decidiu se deslocar para um dos cantos, próximo a porta que levava a cozinha, e ficar lá até que os outros saíssem de perto de Gisa. Quem sabe ele não conseguiria falar com ela novamente.

         Sua atenção, entretanto, foi logo capturada quando ele notou o seu tio sair de fininho do salão. Não havia nenhum sinal do seu costumeiro sorriso relaxado, na verdade, aquele semblante parecia pertencer a uma outra pessoa, era sério, sombrio e o fazia pensar nos vilões das histórias que os seus pais costumavam lhe contar quando pequeno. Seu tio entrou na cozinha pela outra porta que ficava no outro lado do balcão, logo depois, a mulher ruiva que acompanhava o séquito, saiu discretamente e entrou pelo mesmo lugar. Alguns segundos depois, Hugo foi capaz de ouvir a voz do seu tio se elevando lá dentro.

         O barulho do lado de fora estava dificultando ouvir o que era dito, então ele se aproximou da porta e conseguiu espiar por uma das frestas.

         — Foi você que armou isso? Como sabia que eu estava aqui?

         — Nem tudo é sobre você, Eric. — A mulher respondeu o deixando confuso. De onde aquela mulher conhecia o seu tio? — Mas talvez eu o tenha visto assim que chegamos a cidade e talvez eu tenha ficado curiosa em saber como está essa sua vidinha normal... Sabe, eu nunca conheci um...

         — Shhhh. — Seu tio a interrompeu abruptamente. — Fique quieta.

         Ele a ouvir rir.

         — Esse seu jogo tem um prazo para acabar, você sabe disso, certo?

         — Me deixe em paz, Liandra.

         — Coisas estão acontecendo, coisas que lhe dizem respeito... — A mulher então saiu por uma porta, indo para o lado de fora. Seu tio a seguiu e ele não foi mais capaz de ouvir a conversa.

         Hugo não era um bisbilhoteiro, mas aquela conversa lhe pareceu muito estranha. Diferente de Julia, ele nunca conseguiu confiar completamente no tio, sempre teve a impressão de que havia algo de errado com ele. Talvez essa fosse uma oportunidade de descobrir o por que disso, ou talvez ele fosse apenas se meter em problemas...

         — Hugo? — Uma mão delicada pousou no seu ombro, ele se virou rápido e com as bochechas coradas, como se tivesse sido flagrado fazendo algo de muito errado. — Está ouvindo atrás das portas?

         Gisa tinha um sorriso travesso, o mesmo sorriso que exibia quando brincavam quando crianças.

         — Hm... Não, claro que não.

         Ela riu.

         — Não vou poder ficar muito tempo aqui... — Disse ela. — Nós estamos viajando para a casa do meu avô e... — Um profundo suspiro, — Eu fiquei tão feliz por te ver, Hugo. Nunca tive muitos amigos e agora, eles são ainda mais escassos, não tenho ninguém com quem possa conversar de verdade...

         Ela olhou para os lados e então lhe perguntou:

         — Nós podemos conversar? Tem uma varanda lá encima e não haverá tantos olhos nos observando. Eu preciso tanto disso...

         — Gisa...

         — O que me diz?


Escolha para Odd Ellie:

A) “Sim, vamos”

B) “Eu sinto muito Gisa, mas tem algo que preciso fazer.” E então tentar descobrir o que o seu tio e Liandra estão conversando.

C) “Eu sinto muito Gisa, mas preciso encontrar minha irmã”


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Notas finais do capítulo

Eu corrigi agora a pouco e é possível que algum erro grotesco tenha passado por mim - eu estava um tanto cansada. Qualquer coisa me avisem que eu corrijo.
Comentários são apreciados :)
Beijos ;*



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