Lovers escrita por Giovanna Lu


Capítulo 4
Prongs




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James Potter não conseguia se imaginar assumindo responsabilidades de verdade, até certa idade. Especificamente, até seu sexto ano em Hogwarts, quando voltou das férias de natal e sua professora de transfiguração e também diretora de sua casa, Minerva McGonagall, o chamou para uma conversa em particular. Tamanho era seu despreparo que o jovem foi até a sala desta se perguntando o que havia feito de errado para ser chamado tão cedo. Ele não se lembrava de quebrar qualquer regra da escola recentemente. Na verdade, faziam bons meses que não cometia qualquer infração grave. Nem mesmo azarava os sonserinos quando se encontravam nos corredores. Ainda que com a consciência limpa, ele continuava sendo um maroto, então todas as suas estimativas naquela pequena reunião incluíam punições por algo que devia ter feito.

Entretanto, quando bateu a porta de McGonagall ("Entre, Potter", foi a resposta) e foi recepcionado pela visão de Lily Evans o aguardando em companhia de sua professora, ele soube que havia algo muito estranho acontecendo, e aquela não seria uma punição por qualquer travessura. Sua colega estava sentada de frente com Minerva, tinha os braços cruzados e não parecia nada feliz em vê-lo, e seu humor pareceu ainda pior quando ele se sentou ao seu lado, na única cadeira disponível.

— Deve estar se perguntando por quê o chamei aqui, Potter — McGonagall começou. James deu uma boa olhada em Lily antes de responder. Ela tinha o cabelo ruivo preso num rabo de cavalo, destacando as sardas no rosto e seus olhos verdes estavam fixos na mesa.

— Hm, na verdade estou mesmo.

— Naturalmente, acredito que já esteja ciente de que seu amigo Remus Lupin foi afastado de forma permanente do cargo de monitor?

— Sim... — James respondeu, inseguro quanto ao rumo da conversa.

— Chamei Evans aqui porque ela é a monitora feminina de seu ano, e acho que pode ajudá-lo com esta nova etapa...

— Espera, que nova etapa?

— Ora essa, você agora é o novo monitor, Potter! — disse McGonagall, como se fosse óbvio.

— Eu sou o quê?! — ele repetiu, quase caindo da cadeira.

— Monitor — respondeu Lily, já que McGonagall parecia bastante impaciente. — Você vai ficar no lugar de Lupin.

— E quem é que pensou que isso seria uma boa ideia? — ele deixou escapar. McGonagall pareceu insatisfeita, mas James acabou muito feliz quando Lily fingiu indignação mas colocou as mãos sobre o rosto para rir.

— Você foi escolhido pelo próprio Dumbledore, Potter — Minerva esclareceu. — Agora não banque o engraçadinho comigo. Não posso contrariar uma decisão do diretor, mas vou ficar de olho em você. Esta é uma grande responsabilidade e espero que saiba agir de acordo com o esperado para um monitor...

Ele teve vontade de responder que não queria o cargo, pedir que escolhessem outro em seu lugar. Talvez Jason Watterson ou Frank Longbottom. Dizer que não era seu estilo sair andando pela escola dando detenções para os outros alunos, porque ele mesmo costumava ser o aluno detido. Mas Lily Evans estava o encarando com seus olhos inteligentes e um bocado presunçosos, o que o tornou totalmente incapaz de contestar a decisão insana de Dumbledore.

— Ah, é claro, professora McGonagall.

Minerva não parecia lá muito convencida, mas resolveu lhe dar um voto de confiança, o que era surpreendente, já que ele achava difícil dar um voto de confiança a si mesmo.

— Bem, podem ir agora — ela finalizou aquele encontro esquisito.

James e Lily deixaram a sala juntos e encontraram o corredor do lado de fora vazio. Evans se colocou frente a frente com James e parecia muito séria e mais velha quando disse:

— Nos encontramos mais tarde para discutir as tarefas.

— Certo.

— Potter...

— Sim? 

— Só... Por favor, não seja um irresponsável — ela pediu. James não respondeu, mas acenou enfaticamente de forma positiva, como se fosse uma nova pessoa. Ele realmente não sentia vontade de deixar Lily desapontada ou brava, mas James Potter como monitor devia ser a coisa mais engraçada em toda a história de Hogwarts.

Quando se dirigiu ao salão comunal da Grifinória, estava ansioso para dividir com os amigos o que lhe aconteceu, mas Peter ainda não voltara das férias e Remus devia estar no dormitório. Haviam poucos alunos no salão, e um deles era Sirius Black. Ele não gostava de observar o ex amigo, porque sentia sua falta de uma forma quase sufocante. Sirius costumava ser seu melhor amigo antes de estragar as coisas e ele ainda se pegava quase falando com ele diversas vezes. Mas não podia, porque traição, para James Potter, era algo imperdoável.

Sirius conversava com Marlene McKinnon, como sempre nos últimos tempos. Os dois começaram a andar juntos de repente e pareciam extremamente próximos. Era estranho porque antes do desentendimento entre os marotos, Black nunca falava com Marlene, na verdade, James não se lembrava de uma única vez onde o nome da garota havia sido citado. Mas eles pareciam felizes juntos, e obviamente todos os outros alunos já desconfiavam de que os dois estivessem juntos mesmo. Já distantes do quesito amizade.

— Prongs? — chamou Remus, depois de descer as escadas dos dormitórios masculinos. — O que McGonagall queria com você?

— Acredite se quiser, ela me nomeou monitor.

— O quê? — Remus se engasgou.

***

Ser monitor era algo bastante inesperado para James Potter, mas ele surpreendentemente não demorou para se habituar ao cargo. Nos dias seguintes ele recebeu seu distintivo e passou a fazer rondas noturnas no castelo, próximo a sala de Dumbledore e das masmorras, na companhia de Lily. Ela era bastante agradável e gentil, mas seu comportamento era sempre distante, cortando qualquer possibilidade de aproximação por parte de James. Ele não insistia, pois sabia em sua experiência própria já mostrara que ser um moleque insistente não ajudaria em nada, e se ele não pudesse ter a idealização de relacionamento com Lily, estava feliz em pelo menos se tratarem por gentilezas. Além de que isso parecia fazê-la mais razoável quando precisava dar bronca em seu companheiro por não aplicar as devidas detenções nos outros alunos.

— Você não pode fingir que não viu nada, Potter — ela comentou certa noite, quando estavam próximos de finalizar a ronda.

— Eu não finjo que não vi, Evans... Só digo que não deviam fazer isso novamente.

— Você é inacreditável — ela comentou, mas deu risada.

— É difícil sair dando detenções quando você já esteve do outro lado, sabe, poderia ser eu. Há um ano atrás com certeza seria eu...

— E por que não é mais?

— Desculpe?

— Por que você não está mais do "outro lado", Potter? — ela perguntou, parecendo de fato interessada na resposta.

— Bem... Acho que as coisas estão diferentes.

— Você está diferente — ela apontou, deixando-o realmente espantado.

— Acha mesmo?

Antes que Lily tivesse a oportunidade de responder, eles ouviram ruídos de conversas sussurradas. Estavam bem próximos ao salão comunal da Sonserina, que era a casa com menor número de infrações (menos ainda do que Corvinal!), então foi bem inusitado encontrar três alunos fora de suas camas naquele horário. No entanto, antes que Lily se aproximasse anunciando algumas detenções, James segurou o braço da menina e a arrastou para trás de uma pilastra do castelo, onde não estavam visíveis. Ele reconheceu rapidamente os alunos, e algo dentro de si dizia que não era uma boa ideia se aproximar enquanto representassem uma minoria.

Lily não gritou, e quando ele disse a palavra "Espere" apenas movendo seus lábios, ela não contestou, apenas assentiu, captando a situação mais rápido do que James poderia esperar. Eles observaram juntos, tentando não se mover muito ou fazer qualquer som por acidente. Se inclinando, Lily percebeu que os dois estudantes mais visíveis eram Avery e Múlciber, mas um deles estava quase oculto pelas sombras e por seus colegas, então seu rosto não estava identificável.

— Vamos logo com isso — disse Avery.

— Mostre logo, Black — completou Múlciber, causando calafrios em James quando Regulus Black deu um passo a frente e tornou-se visível.

James não tinha qualquer relação com a situação e se lembrava bem que o próprio Sirius não demonstrava muita preocupação com o irmão caçula, mas se sentiu mal por ver Regulus rodeado por aqueles estudantes em especial. Mal estar que aumentou triplamente quando o garoto mais novo inclinou o braço esquerdo e puxou suas vestes, revelando uma marca disforme no antebraço. James estreitou os olhos e facilmente identificou a caveira com uma cobra. Lily prendeu a respiração ao seu lado. Ambos sabiam o que era aquilo; a marca negra. A mesma que todos os seguidores de Voldemort carregavam.

— Olha, Black, eu não colocaria minha mão no fogo por você, mas agora... — comentou Múlciber, em tom admirado.

— O que seus pais disseram? 

— Eles ficaram bastante satisfeitos — Regulus respondeu, como se não fosse grande coisa. — A maior parte da família já tem a marca. Eles esperavam que eu terminasse a escola antes de fazer, mas não se opuseram... Minha mãe ficou encantada, já que Sirius negou a se juntar diversas vezes.

James engoliu em seco pela informação.

— Seu irmão tem problemas, Black — caçoou Avery.

— Ele ainda vai se arrepender pelas coisas que faz — o garoto respondeu em tom quase ameaçador.

De repente, Lily se inclinou demais e quase se desequilibrou, espalmando a pilastra no último segundo para se segurar. James a puxou de volta, impedindo que caísse, mas o estrago já estava feito. Os dois ficaram pálidos. James a encarou com os olhos muito arregalados e assustados, mas Lily, apesar de também estar assustada, parecia mais durona quando saiu do "esconderijo" que compartilhavam, sendo seguida por seu colega de casa.

Assim que ouviram o som produzido por Lily, os estudantes da Sonserina se empertigaram de susto e Regulus Black abaixou a manga em uma velocidade surpreendente. Mesmo sendo pegos de surpresa, todos eles pareciam bastante ameaçadores. Mas James e Lily continuaram com suas cabeças erguidas. Aquele não era um bom momento para parecerem assustados.

— Potter, Evans — cumprimentou Regulus, sem qualquer expressão facial. Ele soava como se estivesse repreendendo os monitores por estarem ali.

— Black, Múlciber, Avery — James disse no mesmo tom. — Os alunos não podem ficar nos corredores este horário.

— Exceto os monitores. E até onde sei nenhum de vocês exerce a função — completou Lily.

— Isso não é da sua conta, Potter — Avery respondeu, como se não reconhecesse a presença de Lily bem ao lado.

— Avery, não — murmurou Regulus e por mais bizarro que parecesse, seu amigo obedeceu. — Já estávamos a caminho de nosso salão comunal, Potter.

— Então acho que deviam fazer isso agora, antes que Lily e eu tenhamos de aplicar algumas detenções — ele ameaçou, impassível.

Regulus lhe deu um sorriso de lado e debochado. James continuou o encarando com a mesma firmeza. Eles sabiam que não podiam duelar em Hogwarts (seria muito estúpido da parte de ambos), mas Potter definitivamente não seria o primeiro a dar as costas. Conhecia bem o estilo de ataque de Avery e Múlciber para não cometer tal estupidez. Quando os alunos finalmente sumiram de vista, James e Lily relaxaram suas posturas tensas.

Quando se encararam, Lily parecia bastante pálida. James se aproximou e levantou a mão em direção ao braço da garota, num gesto de conforto, mas desistiu no último segundo, e eles acabaram mortificados no corredor, ainda processando a cena que haviam acabado de presenciar.

— Acho que acabamos a ronda de hoje — James disse por fim, mas Lily não pareceu lhe dar ouvidos.

— Isso é terrível... — ela murmurou distraída.

— Você não sabia sobre a marca? — ele perguntou delicadamente.

— Já ouvi falar dela, sim — respondeu. — Isso também é terrível, mas... Todos andam tão preocupados que comensais da morte se infiltrem em Hogwarts, mas ninguém imagina que os próprios alunos sejam comensais...

— São tempos ruins...

— Acha que devemos fazer alguma coisa? Não sei, talvez avisar Dumbledore.

— Isso não é um simples caso de detenção, Lily. Não é uma boa ideia delatar comensais que nos vêem todos os dias.

Ela assentiu devagar, como se estivesse estudando suas palavras minuciosamente. — Você está certo — decidiu por fim.

— Vamos, já está tarde.

— James. — Ele parou de andar, quando a garota ruiva o chamou pelo primeiro nome. Estava tão acostumado com "Potter" que o tom suave dela até o assustou. — Aquele era o irmão de Black...

— É — ele respondeu friamente.

— Eu não sei o que aconteceu entre vocês dois, mas ele precisa saber disso — ela explicou.

— Não é da minha conta — James respondeu. Ele estava prestes a dar as costas para a garota quando a mesma segurou seu pulso, o impedindo.

— Vocês costumavam ser melhores amigos.

— As coisas estão mudadas — ele respondeu, engolindo em seco.

Lily assentiu, mas parecia diferente, agora. Como se tivesse voltado a colocar a máscara de menina forte.

— É impressionante como você consegue ser tão maduro e no momento seguinte, tão imaturo.

— Do que está falando?

— Isso também não é da sua conta, Potter — ela murmurou, e desta vez foi a que deu as costas e foi embora, deixando para trás um James irritado e pensativo.

Os dias seguintes não foram muito diferentes. James sentia que o pequeno avanço feito com Lily Evans estava totalmente desaparecido. Não era como se trocassem ofensas, mas o problema estava em ser cordiais demais. Lily era sempre distante e só falava o necessário a respeito de suas tarefas. Na verdade, James sentia que ela detestava passar qualquer tempo ao seu lado. A sensação era tão forte que as rondas faziam seu estômago se revirar de tristeza.

Além disso, sua situação com os amigos também não era das melhores. Eles não voltaram a falar com Sirius, que quase não era visto, já que por alguma razão Marlene parecia evitá-lo (o que causou um grande incômodo em James, porque por mais que tentasse, era difícil observar o garoto que costumava ser seu melhor amigo triste e isolado), Remus parecia notar as coisas ao redor e ficava muito silencioso; James sabia que ele era sensível a situação. Apesar de ter Peter, que ainda era Peter, Potter se sentia muito sozinho.

E fazer as rondas na companhia de uma parceira que o tratava com tamanha frieza só piorava. Talvez, se fosse qualquer outra garota da Grifinória, não fosse tão ruim. Mas era Lily Evans, e se existia alguém capaz de enlouquecer os sentimentos de James e transformá-lo em um grande drama, este alguém era Lily. Então, ele resolveu tentar solucionar ao menos um de seus problemas.

— Acho que devíamos nos separar — sugeriu, antes que iniciassem a última ronda de uma semana.

— Nos separar? 

— É, você cobre uma parte, e eu outra. Terminamos mais rápido.

— Olha, Potter, não me importo de demorar. Se é tão preguiçoso assim, vá se deitar que eu cuido disso — ela respondeu de maneira estressada.

— Não é isso! — ele protestou. — É só... Você age como se andar comigo fosse pura tortura. É um incômodo para nós dois.

— Oh — ela murmurou, as bochechas adquirindo um tom avermelhado. — Eu...

— Não precisa inventar desculpas. Só queria resolver isso. Sei que me odeia, Evans. Não gosto disso, mas é um fato. Se existir qualquer coisa que vá tornar nossa "relação" melhor...

— James, eu não odeio você! — ela respondeu. — E não é como se estivesse te tratando mal.

— Eu sei, mas...

— Não sabe. Estou chateada pelo que vi, James. Você é a única pessoa com quem posso conversar a respeito e decidiu que isso não é da sua conta — ela explicou. — Você não é um garoto ruim, mas consegue ser muito idiota, às vezes.

— Sinto muito — ele disse. — Mas as coisas com Sirius são delicadas. Pode falar com ele, se quiser.

— Não preciso de sua permissão — Lily respondeu, mas tinha um sorriso em seus lábios. Ele retribuiu o sorriso constrangido. — Queria que você contasse, porque obviamente saberia lidar melhor.

— Lidar melhor com o quê?

— Não sei, James, talvez Sirius descobrindo que seu irmão de quinze anos se tornou um comensal da morte.

James suspirou cansado. De repente, se sentiu estúpido. Sabia que o que Sirius tinha feito era ruim, mas o próprio Remus parecia tê-lo perdoado há muito tempo. A verdade era que os amigos não estavam unidos novamente unicamente por causa de James. E ele se sentia uma criança birrenta. Era péssimo enxergar como podia se comportar de forma tão infantil, por vezes. 

— Eu acho que ainda estou chateado com Sirius.

— Presumo que o motivo não seja da minha conta — ela murmurou. Ele sorriu. Não podia contar a história toda porque envolvia o segredo de Remus, mas Lily não estava pressionando nem curiosa, ela só queria ajudar. Cada dia mais James só conseguia ver o quão perfeita Evans era.

— Sirius fez algo realmente ruim a Remus. 

— A Remus? — ela perguntou surpresa.

— Uh, sim.

— Você é realmente uma caixinha de surpresas, James Potter — ela disse.

— Por que diz isso? 

— Pelo jeito que age, achei que Black tinha feito algo ruim a você. Não imaginei que fosse tão protetor com seus amigos.

James enrubesceu, tentando se impedir de parecer tão ridículo na frente de Lily Evans.

— Eles são meus irmãos, Lily — murmurou encabulado. Lily colocou as mãos no bolso e inclinou o rosto para o lado, com um ar divertido. Fixou seu olhar no corredor vazio e começou a caminhar, com James passando a acompanhá-la. Quando ele achou que o assunto estava finalizado, ela disse:

— Sabe, James, faz tempo que você não me convida para ir a Hogsmeade.

E ele sentiu como se tivesse borboletas em seu estômago voando com força total.

Na manhã do dia seguinte, ele se levantou decidido a conversar com Sirius. Devia falar com Remus antes, mas era tarde para discutir a questão e tinha certeza que seu amigo não ficaria bravo. No entanto, quando se levantou, notou que o ex melhor amigo não estava em sua cama. Todos os estudantes de seu dormitório estavam num sono profundo, relaxados pelo fim de semana, exceto Sirius. Por alguma razão, sentiu seu estômago embrulhar. 

Vestiu-se e desceu as escadas em direção ao salão comunal da Grifinória. Estava quase vazio, se não contasse a presença de uma garota morena sentada de costas para James, em frente a lareira. Quando ele se aproximou, ela se voltou em sua direção e James identificou o rosto de Marlene McKinnon. Ela parecia estranhamente triste.

— Ei — murmurou, sem saber bem como agir.

— Oi, James — ela disse. — Senta aí.

James sentou-se ao seu lado, se perguntando o que estava fazendo ali, perdendo tempo ao invés de ir atrás de Sirius.

— Eu estava querendo falar com você.

— Comigo? — ele questionou, bastante surpreso.

— Sobre Sirius.

— Oh — ele respondeu. Impressionante como o mundo todo parecia conspirar a favor de Black e a amizade dos dois.

— Sei que vocês estão brigados, mas ele está muito triste...

— Vocês não são amigos, agora? — ele deixou escapar. 

— O que nós temos é diferente — ela respondeu, sem se abalar. — Ele precisa dos amigos. Sei disso porque...

Marlene pareceu hesitante.

— Porque... — James incentivou.

— Faz um tempo que o encontrei na torre de astronomia. Ele negou, mas... — James franziu o cenho, não entendendo nada. — Quando cheguei, ele estava no parapeito da janela.

James ficou sem ar. Ela estava dizendo o que achava que estava dizendo?

— Ele... Você está brincando?

— Eu não brincaria com isso. — Marlene se voltou para o fogo da lareira novamente. 

— Onde ele está agora?

— Na torre de astronomia.

James se colocou de pé, bastante seguro sobre o que devia fazer. Enquanto caminhava em direção a torre de astronomia, não refletiu apenas sobre o que diria, mas também como havia chegado naquele ponto. Sem falar com o garoto que um dia havia considerado seu irmão, na medida absurda onde Lily Evans precisou mostrar o quanto ele estava agindo como uma criança. Era ridículo pensar em Lily nesse momento, mas a primeira vez que James Potter amou uma garota foi intenso e para sempre, assim como a maioria de seus sentimentos em relação a tudo. E ele estava grato e feliz por esta garota ser Lily Evans, porque ela era tão linda por dentro quanto por fora. E talvez, já que não o odiava, pudesse aprender a gostar dele. 


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