Lovers escrita por Giovanna Lu


Capítulo 2
Moony




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Remus Lupin não gostava de anunciar as coisas que aconteciam em sua vida. Bem, sendo um lobisomem, ele estava bastante habituado a viver com constantes omissões. Então, quando ele tinha um segredo ou qualquer coisa que achava que não dizia respeito às outras pessoas, ele era um mestre em esconder o que quer que fosse. Sua relação com Alexis Thompson foi exatamente assim. Ele não queria que ninguém soubesse, então ninguém soube.

É claro que a compreensão que Alexis tinha ajudava muito. Era uma garota divertida e inteligente, que estava um ano abaixo ao dele, sangue puro e perfeita para a Corvinal, sua casa. Ela não gostava de precisar marcar encontros às escondidas ou não poder andar de mãos dadas como os outros casais, mas aceitava, porque Remus valia a pena, e não se pode obrigar pessoas a agirem de uma forma que elas não são capazes de agir. Alexis achava que esse pequeno sacrifício por amor não era nada comparado aos momentos que vivia ao lado de Remus Lupin. Ele era um garoto incrível, e quando fosse a hora certa, as pessoas saberiam que estavam juntos. Às vezes achava que seus amigos só descobririam quando os convites de casamento chegassem, o que era uma ideia bastante engraçada, precisava admitir.

O período em que Remus Lupin namorou Alexis Thompson em segredo foi mágico, mas foi também o sexto ano do garoto. O mesmo ano que ele começou a desconfiar que havia alguma coisa errada com um de seus melhores amigos, Sirius Black.

Até o ano anterior, Sirius tinha um comportamento muito diferente do que apresentava após as férias. Pela primeira vez, não havia passado sequer uma semana na casa de James e andava tão silencioso que se tornava inacessível até para o Potter, a quem confiava sua própria vida e mais compartilhava segredos entre os marotos. Aquilo preocupava Remus, que sempre tinha a péssima impressão de que Sirius Black contava muito menos do que sentia, e a cada dia que passava se tornava mais fechado em si mesmo. Sabia que o amigo tinha uma relação ruim com a família, mas não era capaz de citar uma única história que Sirius havia contado sobre a vida em sua casa. Era como se ele quisesse que ninguém soubesse. Enquanto ninguém parecia perceber a estratégia, Remus o fazia, porque ele mesmo estava acostumado a não falar sobre problemas e esperançosamente acreditar que ninguém descobriria nada. Um mentiroso não engana outro mentiroso.

— Ele é como uma sombra do que um dia já foi — murmurou Remus para Alexis, certo dia. Estavam juntos no corujal, enquanto a menina enviava uma carta aos seus pais e aproveitavam o silêncio e a desculpa de uma conversa casual e por acaso.

— Talvez seja a guerra — ela respondeu, com seus olhos astutos distraídos enquanto prendia sua correspondência na ave. — Alguns alunos já estão precisando escolher de que lado estão...

— Sei bem qual lado Sirius escolheu dessa guerra! — Remus protestou, levemente ofendido.

— Eu também — sua namorada respondeu sem se abalar, finalmente se voltando para ele. — Mas ele vem de uma família que tem um papel nisso. Imagine o quanto deve ser difícil estar em uma casa onde todos pensam o contrário. É um bom motivo para se questionar, às vezes...

— Não acho que ele esteja confuso. Só triste — Remus tentou explicar.

— Lynn estava me contando que os trouxas tem um nome para uma doença que os deixa tristes — Alexis tentou novamente. — Parece que é algo bem emocional. 

— Acha possível que ele esteja emocionalmente doente? 

— Na verdade, pelo que você anda dizendo, acho provável...

Remus suspirou, derrotado. Os dois ouviram barulhos de passos e conversas se aproximando. Alexis se colocou na ponta dos pés e selou os lábios nos de Remus rapidamente, para no segundo seguinte deixar o lugar de maneira apressada. Lupin olhou para a grande janela da torre e suspirou. O que quer que estivesse acontecendo com Sirius teria de esperar, afinal, era noite de lua cheia, e ele logo precisaria ir para a Ala hospitalar. Algumas olheiras já haviam se formado debaixo dos olhos e seus ossos pareciam doloridos. Era como se o monstro estivesse lutando para sair antes da hora.

***

Todas as luas cheias eram como um borrão para Remus. Por vezes, ele tinha algumas memórias entrecortadas sobre o que estava acontecendo, mas ele preferia não ter. Preferia não ver o quão perto estivera de machucar um de seus irmãos ou até mesmo colocar em risco a vida de qualquer outra pessoa. Então, quando Lupin acordou na Ala hospitalar após aquela lua cheia, apesar de não se lembrar de absolutamente nada, ele tinha a sensação de que havia algo de errado.

De início, ouviu sons do ambiente ao redor. Eram duas vozes bastante nervosas. Uma delas lembrava James, mas Prongs nunca gritava, Remus sabia disso. Mesmo assim, era assustadoramente similar a de seu amigo. Quem quer que estivesse discutindo com a pessoa exaltada não falava muito alto, era um tom quase sussurrado, e consequentemente impossível de identificar.

— Você não pode destruir a vida das pessoas, pedir desculpas e agir como se nada tivesse acontecido! — Remus conseguiu distinguir a frase no meio de várias outras. Depois, uma porta bateu com força e ele ouviu os passos das duas pessoas. Uma se afastava e outra se aproximava.

Abriu os olhos de forma apreensiva, os fechando logo em seguida, pela luz ferindo sua retina. Tinha alguém do seu lado, podia sentir. A pessoa não disse nada, mas se aproximou ainda mais.

— Remus? — murmurou Sirius. Foi fácil reconhecer a voz. Mas estava baixa e fraca, e uma parte de Remus só queria perguntar por quê o amigo estava o chamando pelo nome, ao invés do apelido. Abriu os olhos e tentou mantê-los desta forma. 

— Padfoot? — respondeu, voltando-se para o amigo. Sirius tinha os olhos vermelhos e inchados, seu cabelo era uma bagunça e tinha uma marca arroxeada em sua maçã do rosto no lado direito, como se alguém o tivesse socado. — Você está bem?

Sirius respirou fundo de forma irregular e desviou o olhar. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e aquilo assustou Remus como o inferno. O que poderia desencadear uma reação daquele nível?

— Eu machuquei alguém? Onde estão Prongs e Wormtail?

— Não, você não machucou ninguém! — Sirius disse. — James está a caminho do escritório de Dumbledore e Peter deve estar vindo para cá...

— Então o que aconteceu com você?

— Remus, eu fiz algo terrível — ele disse, as lágrimas descendo livremente sobre o rosto. — Eu sinto muito... Muito mesmo...

— Sirius, o que aconteceu?

— Você não precisa me perdoar, mas eu realmente sinto muito — seu amigo continuou, como se fosse incapaz de ouvi-lo.

— O que você fez? — Remus perguntou, elevando seu tom de voz. Sirius pareceu sair de seu estupor e precisou conter os soluços que soltava involuntariamente enquanto chorava.

— Me desculpe, Remus, eu contei seu segredo...

— Você o quê? — perguntou Lupin, duvidando do que ouvira.

— Eu disse a Snape como passar pelo Salgueiro lutador — Sirius confessou. — Não pensei no que estava fazendo, sinto muito, Remus, achei que ele não fosse corajoso o bastante e queria dar um susto naquele intrometido...

— O que eu fiz com ele? — Remus conseguiu sussurrar em resposta.

— Nada! James não deixou que qualquer coisa acontecesse! Mas agora Snape sabe sobre você...

— Vão me expulsar?

— Não! Snape está com Dumbledore agora mesmo, ninguém mais sabe. Você não vai ser expulso, Remus. Eu provavelmente serei, mas você não...

Remus fechou os olhos, sentido pontadas em sua cabeça. Aquilo não podia ser real. Ele havia gasto tempo demais escondendo seu segredo e aprendendo a confiar em seus amigos. Sirius não podia tê-lo traído daquela forma. Só podia ser um pesadelo.

— Remus, diga alguma coisa — implorou Sirius. Mas aquele não era o melhor momento. Em toda sua vida, Lupin nunca sentiu tanta raiva.

— Saia daqui, Black — disse, enfim.

— Eu...

— Saia daqui! — gritou. — Saia da minha frente, eu não quero te ver!

Sirius assentiu, engoliu em seco e deixou a Ala hospitalar em silêncio. Remus esperou que ele saísse para começar a chorar. Ele não deixou somente algumas lágrimas caírem, ele chorou pra valer. A ponto de que madame Pomfrey foi verificá-lo e ofereceu mais de uma vez uma poção de sono sem sonhos. Mas ele não queria dormir. E quando James Potter finalmente apareceu e o envolveu num grande abraço apertado, ele soube que tudo que queria era todos os seus amigos ao seu lado. Mas isso seria impossível, porque um deles o havia traído.

Mais tarde, quando foi liberado da Ala hospitalar e voltou ao dormitório, não havia sinais de Sirius. Remus se viu totalmente indiferente ao destino que o garoto havia levado para si mesmo. Peter e James o acompanhavam em silêncio, e ficaram sentados sobre suas respectivas camas enquanto ele tomava um banho e afastava toda a amargura daquele dia, antes de precisar falar com o diretor.

James e Peter não puderam, mas a professora McGonagall foi designada a acompanhá-lo até a sala de Dumbledore. Ela não fez perguntas ou comentários, e Remus se sentiu muito grato por isso. Chegaram a porta e subiram a escada em espiral para dar de frente com as gárgulas que antecediam a sala, McGonagall forneceu a senha, e antes de permitir que seu aluno entrasse, colocou a mão em seu ombro de forma quase maternal.

— O professor Dumbledore tem controle sobre toda a situação, senhor Lupin — ela disse, tentando acalmá-lo. — E nada disso é sua culpa. Sabe disso, não sabe?

Remus acenou com a cabeça em concordância, embora estivesse ainda muito distante de qualquer sentimento. Era como se estivesse assistindo um filme sobre sua vida, colocado em uma posição totalmente passiva e incapaz. Por fim, acreditando que seria mal educado deixar sua professora de transfiguração ali sem uma única palavra, ele respondeu:

— Obrigado, professora.

O escritório de Dumbledore não era um cenário desconhecido para Remus Lupin. Afinal, ele era o monitor da Grifinória e já havia se metido em muita encrenca (e por vezes ainda acabava no meio de confusões) com seus amigos que acarretaram em punições dadas pelo próprio diretor. Como sempre, o local tinha um ar aconchegante e ao mesmo tempo altivo, repleto de quadros dos antigos diretores que deixavam Remus um bocado desconfortável e itens mágicos fascinantes de se observar. O diretor estava sentado a sua mesa, com uma expressão calma enquanto observava Remus.

— Sente-se, senhor Lupin — disse ele.

Remus obedeceu, ainda que estivesse com muita vontade de ficar de pé, esperando que aquela tortura acabasse o mais rápido possível.

— Presumo que já esteja a par dos acontecimentos da noite passada? — O tom sugeria uma mescla de pergunta e afirmação. 

— Black me contou que Snape descobriu minha condição — disse, recebendo um olhar curioso do diretor ao chamar seu amigo pelo sobrenome.

— Então o senhor Black teve a oportunidade de se explicar? 

— Não exatamente — respondeu Remus. — Mas me contou que foi ele mesmo que disse a Snape como passar no Salgueiro lutador.

— Entendo — disse o diretor. — O chamei aqui para informar que a situação já está resolvida. O senhor Snape não sofreu qualquer dano, graças ao senhor Potter, preciso dizer, e ele concordou em manter sua condição em segredo. Quanto a isso, não precisa se preocupar.

Lupin engoliu em seco. Não importava quantas promessas existissem, a perspectiva de Snape guardando seu maior segredo o enjoava. Qualquer pessoa seria melhor do que Snape. Mas não havia como voltar no tempo, e Sirius Black já tinha tomado uma decisão. 

— Em relação ao senhor Black... — Dumbledore voltou a falar. — Ele recebeu as devidas punições de acordo com sua atitude e já se desculpou pessoalmente com todos os envolvidos. Espero que não haja qualquer atrito em seu círculo de amizades. Não vale a pena reviver o passado.

— O senhor espera que eu volte a ser seu amigo? — Remus perguntou ultrajado.

— Espero que o perdoe, senhor Lupin. Mas acredito que um velho tenha o direito que sonhar que voltem a ser amigos. Poucas amizades tão fortes já se formaram nesta escola...

Remus resolveu ficar em silêncio, porque o diretor obviamente não tinha ideia do que estava dizendo.

— Agora, preciso falar sobre um assunto mais urgente — o homem anunciou, se tornando mais solene. Remus acenou para que ele continuasse. — Quando foi aceito nesta escola, senhor Lupin, se comprometeu a manter segredo sobre o Salgueiro lutador plantado para seu próprio benefício. Entendo que tenha contado a seus amigos a respeito de sua condição, mas foi bastante equivocado em revelar o segredo para imobilizar a árvore. Esta era uma informação confidencial e o senhor não podia compartilhá-la.

Remus prendeu a respiração, temendo o que estava por vir. Ele desejava arduamente não ser expulso, mas uma parte de sua mente já anunciava que sua expulsão era óbvia. No fundo, Remus sempre soube que confiar seus segredos a alguém era um erro. As coisas desmoronam quando as pessoas descobrem. Ele achava que estava seguro com seus amigos, mas vira que não, e agora teria de arcar com as consequências de sua estupidez.

— Uma coruja será enviada aos seus pais, informando-os sobre o que aconteceu. — O aluno paralisou, assustado. Ele devia ter entendido errado, mas por que Dumbledore enviaria uma carta para seus pais se estava prestes a expulsá-lo?

— Espera, o senhor não vai me expulsar? — indagou Remus, sem conseguir se conter.

— Com toda certeza, não. Acredito que seja mais uma vítima da situação, senhor Lupin. E apesar de seu erro, não posso cometer tal injustiça.

— Obrigado, senhor — o garoto respondeu, ainda muito pasmo.

— Mas ainda tem outra coisa — acrescentou o diretor. — O senhor não poderá ser mais o monitor de sua casa. Como uma forma de punição. Sinto muito.

— Oh — Remus murmurou, surpreso. Ele gostava de ser o monitor da Grifinória, mas sendo bastante sincero, sua mente estava em uma confusão tão grande que poupá-lo de uma de suas responsabilidades fez com ele se sentisse muito melhor. Por mais que Dumbledore apontasse aquilo como uma punição, Remus sentiu em suas palavras que ele sabia muito bem que estava ajudando o estudante naquele momento.

— Você pode ir agora, senhor Lupin.

— Certo. Obrigado, diretor.

Remus deixou a sala o mais rápido que conseguiu. Seus pais seriam avisados de seu grande descuido e provavelmente ficariam loucos de preocupação, mas pelo menos não fora expulso de Hogwarts. O pensamento do que se safara era o bastante para aquecer seu coração. Hogwarts era seu lar, e de todas as coisas que não suportaria, abandonar o internato devia ser uma das primeiras delas.

— Rem! — Ele se virou e deu de cara com Alexis, no fim do corredor deserto, esperando por ele de forma bastante suspeita. Ver a namorada naquele momento não o deixou feliz. A última coisa que queria era ter de inventar mais mentiras. Todavia, não podia deixá-la ali sem explicações.

Se dirigiu até ela e se colocaram juntos no final do corredor. A jovem abriu a sala de aula mais próxima com um rápido feitiço e os dois entraram no cômodo vazio. Alexis tinha o semblante preocupado e sério. Pela primeira vez, Lupin sentiu vontade de contar tudo para ela. Revelar quem era de uma vez por todas. Mas quando observou o rosto de sua namorada sob a penumbra, a pele sem imperfeições e as vestes perfeitamente arrumadas, ele viu que Alexis não era o tipo de garota que merecia estar com um monstro, e seu estômago deu diversas voltas a partir desta percepção.

— Por que estava na sala do diretor? — ela perguntou.

— Coisas de monitor — mentiu com facilidade.

— Só o monitor da Grifinória? Aconteceu alguma coisa?

— Lexis, eu renunciei ao cargo — ele disse. Alexis se interrompeu e deu um passo a frente, como se quisesse entrar na sua mente e entender o que estava acontecendo.

— Por quê? — perguntou finalmente.

— Porque estou cansado.

— O que não está me contando, Remus? — É claro que ela descobriria que tinha algo de errado. Ele estava namorando uma corvina, e acima de tudo, Alexis Thompson, e ela era excepcionalmente sensível.

— Aconteceu um problema com Sirius. Não acho que vamos voltar a ser amigos algum dia... — ele explicou de forma casual, dando de ombros como se não se importasse.

— Tem alguma relação com o que conversamos ontem?

— Sinceramente, não sei. Agora não consigo acreditar que ele esteja doente, só que é um grande idiota.

Alexis assentiu. Ela desviou o olhar de forma desconfortável. Eles não estavam se comportando como um casal e ela deu um passo atrás.

— Por que você tem tantos segredos, Remus?

— Do que está falando?

— Não sou boba. Sei que esconde um bocado de coisas — ela disse, com a postura de alguém magoada. — Tento não me importar, mas...

— Não estou escondendo nada, Alexis...

— Por favor, não me ofenda. Você me trata como uma criança, Remus. Não sou sua namorada, sou alguém que entrou na sua vida e você é incapaz de confiar de verdade. Se gostasse de mim, não teria tantos segredos entre nós.

Remus cobriu o rosto com as mãos. Aquele não era o momento certo, e talvez este momento específico nunca chegasse. Pela primeira vez, ele permitiu se perguntar: algum dia teria coragem de contar a Alexis? Ele era terrível por fazer com que ela desenvolvesse sentimentos por ele e depois a condenasse a viver com um monstro. O que suas famílias pensariam? Os amigos dela? Nunca poderiam ter filhos, ele nunca teria uma vida estável. Eram tantas consequências terríveis. Se sentiu o ser humano mais egoísta do mundo.

— Sinto muito, Alexis — disse.

— É só o que tem a dizer?

— O que espera que eu diga? — perguntou desesperado.

— Espero que me conte o que está escondendo. 

— Eu não posso...

Alexis assentiu, os olhos cor de violeta se tornando úmidos, mas não muito distinguíveis na luz fraca. Ela era baixa, mas sempre tinha uma postura elegante, o que fazia com que ganhasse uma aparência mais alta. Além disso, o cabelo curto na altura da nuca fornecia alguns anos a mais.

— Então não vejo o porquê de estarmos juntos. Você não está preparado para um relacionamento.

Ele não conseguiu responder e Alexis tomou seu silêncio como consentimento para continuar.

— Não quero esse tipo de relação. Está me fazendo mal, Remus.

— Não quero te fazer mal — ele se apressou em dizer, como se estivesse só despejando palavras ao acaso.

— Sinto muito pelo que tem passado, Remus. Mas eu também estou cansada.

Alexis se afastou e o deixou para trás. Aquele foi o pior dia da vida de Remus Lupin. Dois grandes amores de sua vida o abandonaram e uma parte insana de sua mente dizia que ele merecia aquela exclusão. Ele era uma fera, e mesmo que tentasse não se comportar como tal, era uma condição imutável. Não queria sentenciar ninguém a aceitar sua presença e muito menos conviver com ela para sempre. Remus Lupin não achava que merecia amar.


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