Contos escrita por Munhoz B


Capítulo 8
Dúvida


Notas iniciais do capítulo

Volteiii trazendo mais um pouquinho do nosso casal lindo ♥ ♥

Sem mais delongas, boa leitura ^^



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Virei mais um copo de whisky. Essa bebida, definitivamente, é a melhor coisa que os humanos inventaram, além de vinho, é claro. Eu amo vinho.

    “Sakura! Presta atenção!” Shion gritou, enquanto estalava os dedos na minha frente. “Isso é algo muito importante, então não se distraia.” Intimidade, às vezes, é uma droga.

    Acenei, como uma forma de pedir desculpas e ela logo voltou ao seu discurso de anteriormente. “O mestre enviou dois generais para nos caçar. A morte de Kisame e seus subordinados não o agradou em nada. E juntando a morte de Zabuza, o mestre está praticamente colocando um prêmio por nossas cabeças.” a loira deu uma pausa na fala, para tomar um pouco de sua bebida.

    Depois de beber, sorriu encarando cada um ali presente, findando seu olhar em mim. “Isso meus queridos amigos, está ocorrendo conforme o nosso plano. Logo, nossa batalha de centenas de anos se findará, e nossos amados que se perderam em meio às diversas batalhas, poderão descansar em paz.”

    Houve uma comoção geral ali, e assim como todos, eu sorri abertamente. Finalmente nossa guerra chegaria ao fim.

    Quando eu concordei em participar da guerra, anos e anos atrás, não imaginei que me envolveria tanto, como me envolvi. E agora, estamos entrando nas batalhas finais que nos levará a vitória. Ou não.

    Essa é a beleza da guerra, você nunca saberá se será vitorioso ou não. Vencer uma batalha ou duas, não é vencer a guerra. Mas esses momentos em que nos deleitamos por uma vitória, são completamente importantes para mantermos nossas motivações e esperanças.

    Nós tememos o amanhã, mas a chama do desejo de vencer queima cada vez mais em nosso peito. E é essa chama, nossa melhor arma.

    “Finalmente Zabuza está morto, Elaine poderá descansar em paz agora.” ouvi um dos lobos de Kakashi exclamar com a voz embargada.

    A morte de Zabuza é um alívio para muitos corações. Ele era um tirano, sem qualquer pingo de misericórdia em seu ser. Não é atoa que ficou conhecido como Demônio do Gás Oculto.

    Zabuza Momochi é, ou era, já que não está mais no mundo dos vivos, um híbrido de Tritão e Bruxo. Era o rei dos mares, comandando todos os seres viventes do Reino Marinho, mesmo sendo só metade peixe. Pelo seu império ser rígido e pela sua falta de empatia, tal apelido ficou conhecido, colocando temor em qualquer um que dele ouvia falar. O mestre, quando ficou sabendo do mesmo, logo o convidou para segui-lo, tornando Zabuza Momochi, um de seus Generais.

    Como sabíamos que Zabuza e Kisame quase nunca se separavam, decidimos nos separar e matar os dois. Sendo o meu grupo responsável por Kisame, e o de Kakashi por Zabuza. E em ambas as lutas, nosso lado foi vencedor.

    “Agora família, vamos brindar por nossa vitória.” Kakashi, que geralmente possuía uma voz serena, agora falava com uma agitação digna do responsável por matar o temível Zabuza.

    Sorri para ele quando me dirigiu o olhar. E então, todos brindamos, para logo em seguida a música soar alta, e a nossa noite de comemoração, enfim, começar.

oOo

    “Eu não acredito!” Matsuri exclamou com os olhos arregalados e a boca aberta, quando eu terminei de contar a eles sobre Konoha. Temari, que estava ao meu lado direito, só balançava a cabeça, ás vezes me interrompendo para contar como conseguiu a informação sobre a cidade vir de um conto.

    Nós estávamos no andar de cima para não sermos atrapalhados pelo movimento da festa que decorria animadamente.

    Eu estava sentada na poltrona ao lado de Temari. Gaara, Kiba e Matsuri estavam no sofá, com a morena entre eles. Kakashi, Sai, Shino e Izuna estavam no outro sofá que ficava de frente para Kiba e os outros. E Tenten, que tinha acabado de chegar, estava sentada no balcão de bebidas, que ficava no lado direito da sala.

    A sala, como o restante da mansão, esbanjava riqueza e poder. Ela possuía as paredes pintadas de um vermelho sangue, o piso era de cerâmica, como se fosse de um mármore negro. No canto direito, tinha o balcão de bebidas, feito de vidro.

No meio da sala, um tapete felpudo cinza, rodeado por dois sofás, também cinzas; e duas poltronas brancas. As paredes, possuíam alguns quadros de alguns pintores famosos, como Leonardo Da Vinci e Michelangelo. E também uma cópia menor da escultura de Pietà de Florença, de Michelangelo.

Fazia alguns anos que não nos reunimos assim, ainda faltava alguns, mas eu me sentia feliz por ter minha família ali comigo.

“Isso é estranho, não existiam muitos Autores antes, depois que começou a Caça Escrita* as coisas pioraram.” Tenten começou a murmurar. “Como pode existir uma cidade que veio de um Conto? As pessoas daqui também vieram de um? Isso é loucura!”.

Deve ser esse sentimento que Sasuke e seus amigos devem estar sentindo. Mas pensando bem, Sasuke não me ignorou, nem pareceu me temer quando me deu carona. Ele na verdade, estava bem calmo.

Todos os seres em geral, quando estão com medo ocorre uma mudança significativa na respiração e no ritmo do coração. Sasuke, ao contrário de todos, possuía uma respiração calma, com uma batida ritmada do coração. A única mudança foi quando teve o selinho, e quando ele pediu meu celular.

Tsc, isso está ficando cada vez mais estranho. “O que acha boneca?” Sai de meus pensamentos com a voz de Gaara. O olhei confusa e vi quando seus olhos reviraram.

“Kakashi sugeriu conversarmos com sua mãe, ela deve saber de algo.” Mordi meu lábio inferior. Falar com minha mãe? Se é que ainda posso chamá-la assim. De qualquer jeito, eu prometi não recorrer a Mebuki para nada, e não vai ser uma cidade misteriosa que mudará isso.

“Mebuki fica de fora disso. Nossas preocupações no momento são quem substituirá Zabuza e quem será os dois Generais que serão mandados para nos matar.” Dei uma pausa, para frisar bem. “Ninguém vai falar com minha mãe.”

Observei a expressão de cada um. A maioria pareceu concordar comigo, menos Tenten e Kakashi. “O que fará quanto Konoha e Sasuke?” Izuna perguntou.

“Eu, Gaara e Temari já resolvemos isso. Vocês se preocupem com a guerra.” Eles me encaram extremamente irritados, principalmente Sai e Kiba. Os dois sentem ciúmes de minha aproximação com o ruivo.

“Toda e qualquer informação que eu descobrir, falarei imediatamente a vocês. Então, não fiquem bravos.” Pedi a eles com aquela expressão que os convence. Não demorou a concordarem, embora relutantes.

oOo

Já eram quatro horas da manhã, mas a música e a animação ainda estava contagiando o ambiente. Depois da nossa conversa, voltamos a aproveitar a festa aqui em baixo.

Vi quando Kiba e Shion foram para algum lugar mais isolado da mansão, provavelmente discutir sobre o tal marido dela.

Sai e Matsuri estavam dançando sensualmente um para o outro, provavelmente a festa dos dois iria terminar entre quatro paredes, igual a de Tenten e Izuna, que já estavam fazendo a deles. O restante não vi aonde foram.

Decidi dar uma volta, já estava cansada de dançar, e entre as pessoas do bando de Sai e Kakashi, não tinha ninguém para se divertir.

Subi as escadas, em direção ao terceiro andar e vi Gaara debruçado no parapeito da sacada, ela era de frente para a cidade. E como a casa ficava localizada em uma pequena colina, dava para ver toda Konoha dali.

Sabendo que eu estava ali, ele se virou me dando um sorriso. Sorriso esse que não parecia tão contente. Imaginei o motivo, e o único nome que me veio à mente, foi Ino.

“Ela me chamou de monstro e mandou eu nunca mais aparecer em sua frente.” Me contou depois de um tempo. Quem essa loira pensa que é? Como pode falar isso para alguém que salvou sua vida?

Não havia palavras para consolar o ruivinho, então só encostei em seu ombro, e o abracei de lado. Ele deu um risinho triste e murmurou: “Parece que fui amaldiçoado a nunca alcançar o amor boneca.”

O apertei negando com a cabeça. Isso não era verdade, ele ainda teria sua segunda chance de amar, assim como eu terei a minha. Mas enquanto isso, o consolarei da única forma que nós dois conhecemos.

E eu não me importei de no outro dia encontrar Sasuke, e pensar que trai Madara. Porque isso não é verdade. Madara, até que eu encontre o contrário, está morto. Nesse momento, a única forma que posso o trair, é amar outra pessoa como o amei.

oOo

Finalmente, a hora do almoço. Como trabalhar em uma livraria pode ser tão desgastante? E além disso, existem as aulas de Libras.

Não são muitas as pessoas que tem o interesse de aprender essa linguagem, mas há um tanto até que surpreendente de alunos. Era um pouco complicado dar aulas a eles, mas valia a pena ao ver os progressos de cada um.

Existia os alunos, e até mesmo clientes da livraria, que me perguntavam sobre o que ocasionou minha mudez. Também era muito frequente os homens, e até mesmo algumas mulheres, darem em cima de mim.

Não é como se eu não estivesse acostumada. Em toda minha existência tive que lidar com a atenção que as pessoas dão a minha aparência. E isso era muito irritante.

Suspirei fundo dispensando o rapaz na minha frente, e fui em direção a cozinha fazer minha refeição. Enquanto esquentava minha marmita no micro-ondas, comecei a pesquisar sobre notícias locais.

Fui procurando a mais antiga notícia, e encontrei uma de 1872. Ela falava sobre o desaparecimento de uma criança. Na reportagem do jornal, só tinha a foto da criança com sua família e dizia que o xerife Uchiha a acharia e a traria de volta a sua casa.

Então os Uchihas estão aqui a quase cento e cinquenta anos? Mas Izuna deveria saber sobre eles aqui, já que o mesmo era um Uchiha, e a Família tem todos seus descendentes marcados em uma árvore genealógica, desde os Uchihas nascidos aqui na Terra, como os nascidos em contos.

Tirei meu almoço do micro-ondas e comecei a comer, enquanto procurava mais informações sobre os Uchihas em Konoha.

Encontrei sobre Sasuke, seu nascimento constava 23 de Julho de 1991. Seus pais, Fugaku e Mikoto, ambos mortos e ele tinha um irmão chamado Itachi, que nasceu em 1985, ainda vivo.

Cliquei para ver a foto do Itachi. Enquanto ela carregava, peguei um suco de laranja na geladeira. A internet dali era uma porcaria, inaceitável que um país tão evoluído, tinha lugares com a internet daquele jeito.

“Finalmente comer!” Kiba exclamou totalmente animado. O encarei desconfiada, ele era animado por natureza, mas como ontem o vi indo conversar com Shion, toda essa animação é estranha. Dependendo é claro, do rumo da conversa que eles tiveram.

“O que foi? Alguém não pode estar animado por, finalmente, poder comer?” Intensifiquei, se era possível, meu olhar e ele disfarçou indo pegar sua comida para esquentar.

E então? O perguntei pela nossa ligação. Peguei meu celular enquanto esperava o moreno se tocar, e vi a foto do tal Itachi.

Franzi o cenho, ele não era estranho, mas da onde o conhecia? Era muito parecido com Sasuke, e muito bonito também. A beleza é uma característica dos Uchihas.

Itachi tinha os cabelos compridos, até metade da costela, mais ou menos. Tinha também duas cicatrizes abaixo de seus olhos, mas elas não tiravam sua beleza.

Mordi meu lábio inferior e comecei a batucar os dedos na mesa. De onde eu conheço esse cara?

“Hey, esse não é aquele lycan de Alexandria?” Levei um susto ao perceber que Kiba estava atrás de mim. Tsc, me distrai tanto assim? Suspirei fundo, tentando acalmar minha respiração. Espera, esse perfume é da Shion?

Alexandria? O perguntei, voltando meu foco para Itachi, depois questionaria sobre o perfume e o rumo da conversa com a loira. A curiosidade um dia vai me matar, certeza.

“Sim, aquele que você dormiu e depois tentou te matar. Sai e eu ficamos uma década te zuando por achar que ele quis te matar, pela noite não ter sido boa.” Dei um soco na sua costela e ele gemeu de dor. Bem feito, não tinha o por que tocar nesse assunto.

Espera, Itachi era aquele cara? Olhei mais uma vez a foto e me lembrei daquele dia, realmente era ele. Mas como? Isso foi há mais de duzentos anos, quando eu fui para o Egito atrás de pistas sobre minha mãe.

Voltei a pesquisar sobre notícias, e não achei outra mais antiga além daquela. E tanto ela, quanto as outras, não possuía fotos sobre os Uchihas.

Me lembrei que na prateleira sobre documentos antigos, tinha um livro sobre notícias locais antigas. Como antigamente não tinha internet, além dos jornais impresos, eles guardavam todas as informações em livros.

Sorri, e levantei apressada, indo até o corredor mais afastado da biblioteca, que era onde ficava a prateleira. Lá achei o livro, e o abri rapidamente, me sentando no chão do corredor mesmo.

Como ainda estava em horário de almoço, não me preocupei de levar broncas de Shizune por estar ali.

As primeiras notícias datavam 1870, e elas possuíam fotos. Soltei um som, que era para ser um grito, e mentalmente, fiz uma dancinha da vitória.

Na quarta página do livro, falava sobre o novo xerife de Konoha. E abaixo do pequeno texto, havia duas fotos em preto e branco. Senti minhas mãos gelarem e meu coração acelerar, na foto estava Sasuke. Sasuke! E ao lado dele, Itachi!

Sasuke era o xerife de Konoha em 1875. Sasuke! Se Itachi era um lycan, ele também era? Mas não senti nada de sobrenatural em sua essência! Sasuke deveria ser humano!

Mas, lembrando de sua reação com a descoberta sobre mim e os outros, ele não nos temeu. Ele me deu uma carona e marcou, tecnicamente, um encontro! Pelo menos eu acho que o ‘fica para a próxima’ era um sinal de um encontro.

“Sakura!” Kiba me chamava, balançando sua mão em minha frente. Ele com certeza pegou essa mania de Shion. O que? Usei a ligação.

“Nosso horário de almoço acabou.” disse me encarando desconfiado. “Você saiu correndo da cozinha e nem almoçou. O que ‘tá pegando?” Já acabou meu intervalo? Peguei meu celular para ver as horas, e realmente, acabou.

oOo

“Olá pessoal!” falei através de Libras para meus alunos; eles já aprenderam o básico da Linguagem, então não é mais necessário utilizar o quadro para escrever coisas básicas como comprimentos.

As aulas ficavam no andar superior da livraria. Ali tinha pufes e aqueles sofás muito confortáveis, e diversos travesseiros espalhados sobre o tapete enorme que cobria a sala. E é nesses lugares onde meus alunos sentavam.

Shizune-san e eu pensamos que assim eles se sentiriam mais à vontade com as aulas. E nós estávamos certas, funciona perfeitamente.

“Olá Sakura-chan!” Olhei surpresa para o loiro que acenava freneticamente dos pufes que ficavam ao fundo. Me surpreendi ainda mais por ver o Uchiha ali. Ele tinha um sorriso de canto, e os olhos, parecia que brilhavam. Brilhavam em diversão, constatei ao vê-lo aumentar, um pouco, o sorriso. Ele sabia que eu sabia?

Droga, eu nunca quis tanto saber ler mentes como agora. Isso era um jogo? Ele realmente era o Madara? Ou ele só era um lycan que estava interessado na novata da cidade, que também fazia parte de seu mundo?

Se for isso, por que ele não disse o que ele realmente é? Testei mais uma vez sentir sua essência, e ela me disse, mais uma vez, uma mentira. Sua essência era de um humano.


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Notas finais do capítulo

Caça Escrita (vou falar dela mais para frente, mas acredito que já dê para perceber do que se trata ^^)

Demorou um pouco, mais chegou háhá
Essa Konoha é cheia dos mistérios hein!
O que vcs acham que o Sasuke é?
E a Ino, ela está certa por tratar o ruivinho assim? Ou ela só está sendo muito drámatica? Ou melhor, há algo por trás desse tratamento?
Quem será os generais que vão vir matá-los?
E por que Itachi quis matar Sakura?
Sexta, no Globo Repórter ~haushsuahusha

Espero, de coração que tenham gostado galera ^^
Até o próximo e se cuidem ♥



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