Tento relembrar os últimos acontecimentos, Chloe será a nossa modelo principal, Adrien está noivo, eu vou escolher o tecido e o molde da nova coleção, Adrien está noivo, Adrien está noivo!!! Eu me iludi tanto, porque ainda sinto isso por ele?! Ahhhhhh eu me odeio. Caminho pra casa tentando tirar esse assunto da cabeça, quando estou chegando perto de casa passo por um pub e ouço as pessoas animadas, resolvi entrar é realmente o cantor tem uma voz belíssima, a música é animada tem uma letra divertida. As garotas se jogam para o vocalista que me parece familiar. Seu cabelo e quase a mesma cor que o meu, com as pontas em um tom de azul mais claro, seus olhos são de um azul profundo e misterioso. Vou até o bar que fica próximo ao palco e peço um drink. 

“Você se apaixonou , se apaixonou
Você ficou derretida por causa do meu doce amor
Você se apaixonou , se apaixonou
Hipnotizada olhando em meus olhos.

Veja os meus olhos
Você se apaixonou , oh
Veja os meus olhos
Você se apaixonou oh “

Ele se abaixa e canta olhando nos olhos de uma das garotas de frente para o pequeno palco. Ela parece completamente rendida ao seu encanto.

“ O amor é como o destino que aparece assim de repente.
Seu amor
Me encharcando
Como uma forte chuva “

— Eu conheço essa voz ... - Murmuro, e dando um gole na minha bebida me dá um estalo - Luka Couffaine! - Acabo dizendo alto demais assim ganhando a atenção de algumas pessoas, inclusive a do próprio Luka que, ao me avistar da um largo sorriso.Eu coro na hora e desvio o olhar. Assim que a música acaba ele vem até mim.

— Marinette! - Ele se senta ao meu lado no bar.

— Luka! Você arrasou lá em cima! - sorrio docemente

— Obrigado, se eu soubesse que estava aqui teria dedicado a você - Ele ri e eu o acompanho.

— Ah - Dou uma risada sem graça. Tenho certeza que estou vermelha da cor de um tomate. 

— Calma Marinette - Luka diz com um sorriso travesso - Foi só brincadeira, sem pressão - Ele levanta as mãos se rendendo o que me faz rir de verdade. Luka sempre foi tão carinhoso, acho que continua igual. 

— Você continua o mesmo de sempre!

— Isso é um elogio ? - Ele diz estreitando os olhos azuis.

— Claro, claro que sim! - Dou um gole no drink .

— Bom, voce está bebendo sozinha em plena segunda-feira - Ele me analisa - Dia ruim ? 

— Péssimo! Sabe, eu não canso de ser feita de trouxa - Balanço a cabeça pra enfatizar. 

— Quem fez isso ? 

— A vida. O destino. Classifique como quiser. - Reviro os olhos - eu finalmente estava disposta a lutar pelo que eu quero, pelo que eu sempre quis! Aí vem a vida e me dá uma rasteira. Ou melhor, umas vinte rasteiras - Dou uma risada e encaro meu copo, agora já vazio. 

— Marinette ... Se tudo fosse fácil não teria tanto valor. 

— Me desculpe Luka, mas eu estou um tanto irritada hoje e não quero te tratar mal ou descontar em você ... - Me levanto e peço a conta. 

— Espera. Não vá ainda. 

— Eu preciso ir - Dou um sorriso triste. - Obrigada por me fazer rir. - Dou um beijo em sua bochecha e vou embora. 

—

Desço do táxi uma quadra antes do meu prédio, preciso passar na padaria antes de ir pra casa, vou me afundar em uma bela torta de chocolate pra acabar com esse fundo do poço. Desde que soube que o Adrien está noivo, eu não consigo tirar isso da minha cabeça. Ao chegar na padaria pego a maior torta de chocolate que consigo achar e mando embrulhar pra viagem. Ao sair da padaria noto que as ruas estão totalmente escuras. 

— Que ótimo! Estamos sem luz. Maravilha - Dou um longo suspiro tentando manter a calma. Continuo caminhando quando escuto um barulho de alguém correndo. Tento ver alguma coisa mas não consigo enxergar nada nesse breu. 

— Oooooi, tem alguém aí? - Como ninguém responde eu continuo caminhando. Volto a escutar passos e antes que eu possa me virar sinto alguém puxar a minha bolsa. Como ela está cruzada o ladrao não consegue tirá-la. Eu grito no mesmo instante em que ele me joga no chão e puxa novamente minha bolsa. Eu dou um chute no ar e sinto acertar em alguma coisa. Tento me levantar mas levo uma rasteira e acabo caindo de novo, grito quando levo um chute, sinto um peso em cima de mim, tento me libertar mas o ladrao segura minhas mãos e  prende meu corpo ao chão. Estou gritando loucamente quando sinto um alívio. O ladrao sai de cima de mim e eu escuto o barulho de alguém apanhando, agora o ladrao está gritando. Tento me levantar mas me sinto tonta. 

— Heey, consegue se levantar sozinha? - Alguém me ajuda a levantar. Quando vejo aquele lampejo em seus olhos verdes meu corpo estremece. 

— Eu acho que sim ... obrigada. - Me apoio nele - Espera! 

— O que foi? Quer que eu te leve ao hospital?  -Essa voz. 

— Minha torta! Deve estar no chão! - Sem demora o rapaz pega e me entrega o embrulho. - Aí. - Não consigo conter um gemido de dor quando forço meu calcanhar no chão. 

— Deixa comigo - Ele me pega no colo. - Onde e a sua casa ? 

— Prédio 350, apartamento 107 - Digo automaticamente - Vai ficar difícil ver nesse escuro. Ele não responde, apenas vejo o mesmo lampejo de novo e ele pula, pula comigo no colo como se fosse a coisa mais fácil do mundo, estamos na cobertura dos prédios. Pulando de um em um - Não pode ser... - Não pode ser ele. Chat noir sumiu logo depois da batalha contra Hawk Moth. Depois de um tempo ele entra pela janela aberta em meu quarto. 

— Então e isso, tome cuidado Princesa. Não saia sozinha em um apagão - Ele diz e eu posso sentir seu sorriso. Antes que ele possa ir embora eu seguro seu braço. 

— Chat Noir? - Sussurro. 

— Precisa de alguma coisa ? - Nesse mesmo momento a luz volta. Como meu apartamento estava vazio, continua escuro. Entra apenas a luz da rua pela minha janela e agora posso ver. O mesmo cabelo loiro desalinhado, a roupa preta, a máscara com o olhos verdes de gato. 

— Como ... Quando ... Porque ... está aqui? - vejo seu sorriso de canto se alargar. 

— Estou de volta. Paris precisa de mim. - Ele vai em direção à janela. Eu tento ir atrás dele mas caio no chão novamente. Ele volta e me ajuda a levantar me sentando na cama. - Fica quietinha aí, seu tornozelo tá machucado, você não mora sozinha, mora ? Se não eu vou ter que levá-la ao médico. 

— Não moro sozinha, não se preocupe... - Digo mais pra mim mesma que pra ele. Acho que estou em choque. Fico lá, sentada na cama, vendo Chat Noit sair pela minha janela. Como ele voltou ? Eu não vejo a Tikki a anos, será que ela vai voltar também? Será que a Ladybug vai voltar?