One Heart! escrita por Honey Moon


Capítulo 13
- Coração partido.


Notas iniciais do capítulo

boa leitura ♥



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Assim que saio do hospital tomo um longo banho quente, fico na banheira um tempo. Eu sei que aquilo era só um broche, tem que ser só um broche né? Não poderia ser a Lovely, não com o Adrien, não de novo,

Afundo na banheira prendendo a respiração, tentando acalmar meus pensamentos.

 

—-

 

— Marinette, você devia dormir um pouco ... - Tikki diz preocupada.

— Eu estou tão feliz de te ter de novo ... - A aperto junto a mim e ela ri.

— Mais um motivo para me escutar, vá descansar!
— Não, eu disse que encontraria o Chat Noir. Vai ser rápido, prometo! - Me transformo e vou até a Torre Eiffel.

 

O Gato já está la, sentando olhando as luzes da cidade na noite contrastar com a noite.

— É você mesmo? - Ele diz sem se virar.

— Quem mais seria, gatinho? - Me sento ao seu lado mantendo uma certa distancia.

— Porque voltou? - Suas palavras me atingem em cheio.

— Depende, você não queria que eu voltasse? - Ele não me responde, nem me olha - Chat Noir ... 

— Como posso saber se é você?  - Eu me levanto e o puxo pelo braço para que fique de frente pra mim.

— Olha pra mim. - Seus olhos verdes estão marejados - Sou eu.

— A verdadeira Ladybug não ficaria tão perto de mim.

— A verdadeira Bugboo estava desesperada por te ver lutar sozinho - Seus olhos verdes se iluminam - Chat noir, eu queria tanto te ajudar. Tanto - Dou um sorriso doce.

— My Lady ...

— Você ficou molenga, se eu não tivesse aparecido hoje, aquela mulher tinha pego você - Dou um soquinho no ombro dele - O que seria de Paris hein?

— Essa é a Ladybug - Ele abre um sorriso e meus olhos enchem de lagrimas.

— Eu sei que você está cansado, e é por isso que estou aqui. Eu não te deixei porque eu quis, quero que saiba disso.

— É claro que sei, não por mim, mas pelo povo de Paris. A Ladybug nunca faria isso. 

Quero lhe dizer que não é só por Paris, mas não me parece certo. Algo que a Ladybug diria.

— Você está bem? - Eu digo tentando disfarçar.

— Sim, mas eu preciso ir. Nos vemos logo, Bugboo - Ele segura minha mão e dá um leve beijo.

— Não me chame assim - Tento soar ríspida mais acabo rindo - Onde você vai?

— Eu preciso ver uma pessoa.

Reviro os olhos e ele dá uma risada.

— Ta com ciumes my Lady? - Ele se aproxima como um gato matreiro.

— E porque eu teria ciumes de você, gatinho - Pisco pra ele e vou embora correndo pra casa, torcendo para que seja eu a pessoa que ele precisa ver.

 

Entro pela janela da sala que estava aberta, Alya estava dormindo no sofá então tento não fazer barulho ate entrar no quarto. Fecho a porta.

— Tikki, descansar. - É só pronunciar as palavras e o vejo entrar pela janela.

— Você! Porque é tão teimosa? - Eu vou até ele e o abraço apertado - Marinette?

— Shiu! Alya está dormindo no sofá ... - Ele me afasta o suficiente para me beijar. 

Chat Noir segura minha cabeça pela nuca e aprofunda o beijo. Ao se afastar eu acabo tomando um susto.

— Você não percebe o que faz Marinette? O perigo que corre? Você é louca por acaso? - Ele anda de um lado pro outro no quarto.

— Do que você está falando? 

— Você foi atras de mim no meio de uma luta  - Eu o corto.

— Eu estava procurando o Adrien. Não seja tão convencido - Isso não é bem uma mentira ... Respiro fundo.

— É, esqueci que você gosta dele ... Bom - Ele vai em direção a janela e eu corro ate o gato aborrecido.

— O que foi? Sua Lady voltou. Devia estar mais feliz - É serio que eu estou com ciume de mim mesma? Talvez ele tenha razão e eu seja louca.

— Estou feliz sim - Ele abaixa a cabeça o suficiente para que nossos olhos fiquem nivelados - Ela é a dona do meu coração. - Minha respiração acelera e ele dá um sorriso zombeteiro - Mas tudo bem pra você certo? Você não gosta de mim.

Eu engulo seco e dou um passo atrás.

— Acho melhor, pararmos com isso. 

— Isso o que? - Ele cruza os braços revirando os olhos.

— Isso - Eu aponto pra ele e pra mim em seguida - Não vou te atrapalhar mais. Não vou me meter nas suas lutas e nem te procurar. 

Ele puxa a cortina fechando totalmente a janela, vai até o interruptor da luz e a apaga nos deixando completamente no escuro. Tudo o que eu consigo ver são seus olhos de um verde intenso lampejando contra a escuridão.

— O que você está fazendo? - Digo quase em um sussurro.

— Esconder garras. - Sua voz se torna suave e eu o perco na escuridão.

— Chat Noir ... ? - Respiro fundo e ao tentar me mexer derrubo o abaju que estava na mesinha no chão, o barulho é abafado por conta do tapete.

— Eu não sou mais o Chat Noir, agora sou só, eu. - Ele me toma pela mão e me leva ate a cama, onde nos sentamos - Estou fazendo isso, porque quero que entenda que não estou falando como um herói e sim como um amigo, uma pessoa comum.

— Você nunca será comum - Pelo silencio que se segue acho que ele entendeu errado e tento explicar - Não, espera, isso é no bom sentido! Você é incrível. Tem um coração brilhante, é leal, corajoso e gentil ... Tem tantas razões que te tornam incrível ...

— E você está apaixonada por mim? - Dessa vez ele não esta sendo metido. Ele esta perguntando de verdade.

— Eu não posso estar apaixonada por você ... - Sinto meu coração doer - Teriamos que viver no escuro, você tem uma vida alem do Chat Noir e eu não posso saber quem é. Como isso poderia dar certo? - Ele segura minha mão e seu calor me envolve.

— E se ... desse certo? - Algo em sua voz chama minha atenção. Será que eu já o conheço ou é só meu desejo desesperado de poder ama-lo?

Espera, eu o amo?

— Marinette? - Ele me chama.

— Não tem como. Eu não posso te explicar como eu sei disso, mas você perderia seu miraculo se me contasse quem é ... E Paris precisa de você, a Ladybug precisa de você. 

Silencio novamente. Sinto ele levantar da cama e se distanciar. Dizer a ele que estou apaixonada pode ser um fardo muito grande para ele carregar, quando tudo acabar ai sim será uma decisão a tomar.

Respiro fundo e vou até ele. Tateio no escuro ate acha-lo, eu o abraço com todo carinho, um turbilhão de sentimentos.

— Obrigada por me salvar tantas vezes. 

— Isso é um Adeus. - Penso, "Um até logo, se tudo der certo". Ele não corresponde ao abraço. 

Minhas lágrimas começam a descer e ele parece perceber porque me aperta em seus braços.

Eu entrelaço meus braços em seu pescoço e beijo suavemente uma ultima vez.

Ele me afasta e se transforma. 

— Até mais Marinette - Ele abre a cortina e pula da janela.

Meu choro se torna tão grande que eu começo a soluçar, a Tikki aparece tentando me consolar no escuro.

— Marinette, você o ama. Isso eu nunca esperei ...

— Ele não pode saber quem eu sou Tikki - Tento limpar as lagrimas - Do que adianta deixar de sofrer pelo Adrien para sofrer pelo Chat Noir?! - Tikki dá um suspiro.

— Dá no mesmo. 

— Exato! - Acho que meu choro é tão alto que acordo a Alya, já que escuto um barulho na porta.

A ruiva entra meio descabelada no meu quarto. Ao acender a luz ela toma um susto ao me encontrar no chão ao lado da janela.

— Amiga, o que houve? - Eu corro e a abraço - Meu Deus! Você está com dor? O que aconteceu?

— Eu não quero mais sentir meu coração se partir Alya! Não aguento! - Ela me abraça forte.

— Ain amiga, eu achei que você estava melhor com o casamento do Adrien ... Por isso não comentei nada, mas não precisamos ir ao baile de noivado. 

Eu não contei nada sobre o meu caso com o Chat Noir. Baile de noivado do Adrien ... 

— Deixa eu pegar um copo com água, já volto. - Ela parte pra cozinha e eu tento me acalmar.

Quando ela volta eu estou sentada na cama. Me entrega um copo de agua.

— Não, você é namorada do melhor amigo dele. Tem que ir e eu, vou superar ... - Dou meu melhor sorriso que consigo no momento.

— Não importa, você é minha melhor amiga, dane-se o Nino. - Ela ri.

— Vai ficar tudo bem ... Quando é mesmo o baile? - Pergunto dando um gole no copo.

— Na semana que vem - Me lembro do broche de borboleta e me dá um estalo.- Alya! Lembra do miraculo da borboleta? 

— Acho que sim ... - Ela diz um tanto confusa.

— Consegue uma foto pra mim? 

— Porque? 

— Se eu te contar agora vai me chamar de paranoica, então só depois da foto tá? - Dou um beijo na bochecha dela.

— Você é paranoica de qualquer jeito, bom, já que está melhor, vou dormir, você me deu um baita susto! - Ela me dá um tapinha nas costas. Antes de sair ela olha em direção ao abaju quebrado, mas não diz nada.

Tikki aparece do nada me dando um susto quando a porta é fechada.

— Ela não falou nada sobre o abaju.

— Alya me conhece, sabe o quanto sou desastrada - Quase derrubo o copo ao tentar coloca-lo sobre a mesinha de cabeceira.

— Hmmm, ela é muito esperta Marinette, deve suspeitar de alguma coisa - Ela coloca as pequenas mãozinhas no rosto.

 

—-

 

A semana segue tranquila, nenhum akuma então quase não vejo Chat Noir. É melhor me afastar uns dias. 

— Você vai me matar se eu pedir pra você fazer uma fantasia pra mim? - Alya diz pelo telefone quando eu estou no trabalho.

— Na verdade, eu ia te ligar agora pra dar uma passadinha aqui no studio ... - Admiro meu novo trabalho, um vestido dourado maravilhoso que criei especialmente para minha melhor amiga.

— Ue, porque? 

— Só vem ta? - Antes que ela desligue - Ahhhh me traz um pedaço de torta, please? 

— Você acha que eu sou delivery Marinette Dupain-Cheng? - Ela desliga danada.

Depois de uns 30 minutos ela chega no Studio, correndo de ansiedade.

— Não me diz que você só queria comer torta, por favor, seu pai é dono de uma padaria! - Ela diz rindo.

— Tcharan! - Saio da frente do vestido e ela fica de boca aberta.

o Vestido dourado tem a saia esvoaçante, drapeado no corpo com recortes na cintura. A fenda central só é vista quando andar o deixando bem ousado.

O tecido principal é fluido e de um dourado quase nude, o tule brilhoso dá um glow bem leva na parte de cima se intensificando nas camadas da saia.

— Nossa, o tecido brilha ... - Ela parece encantada.

— Você queria uma fantasia, bom ... - Ela me corta.

— O sol. - Ela completa.

— A combinação perfeita pra você, sunshine - Ela me olha surpresa.

— Você ainda lembra disso? - Sua voz fica levemente embargada.

— Amiga, como eu poderia esquecer? Você sempre vai ser um raio de sol! - Ela faz cara de choro e eu pego o vestido e a empurro para o provador antes que comece a chorar e me leve junto.

Ela demora um pouco então eu começo a comer a minha torta, feliz da vida com meu pedaço de açucar.

Quando ela sai vejo que ficou um pouco justo em algumas partes e frouxo em outras.

— É, ainda bem que tenho tempo pra concertar isso ai. - Digo mais pra mim mesma.

— Você vai comigo. - Ela dispara.

— O que?! - Quase derrubo o que restou da minha torta.

— Você não está tão mal pelo Adrien não é? - Ela cruza os braços me encarando - Eu estive esperando você me contar esse tempo todo e não aguento mais.

— Alya ...

— Antes você ficava terrivelmente atrapalhada perto dele, e vermelha, e não conseguia falar ... Agora, você praticamente age "normal" - Ela faz aspas com os dedos.

— Dizer que eu estou radiante por ele é um exagero mas, estou bem. - Deixo a torta sobre a mesa e vou fazer as marcações onde preciso modificar o vestido.

— É o Chat Noir. - Eu espeto ela com a agulha que dá um gritinho - Aiiii!

— O q-que?!

— Viu só?! Porque não me contou que estava tendo um relacionamento com ele Marinette?! 

— Porque não era um relacionamento ... Só ... Nos beijamos, umas vezes ...

— Ah Meu Deus! - A ruiva se senta me olhando surpresa - Ele sabe que você é a Ladybug? - Me aproximo dela pra falar mais baixo.

— Não, ele não sabe que eu era a Ladybug. - Alya me encara esperando que eu entenda sua frase - Não sabe!

— Marinette ... Você é a Ladybug, não é? - Ela diz baixinho.

— Claro que n-não Alya, de onde você tira essas ideias? - Rio tentando disfarçar o nervosismo.

— Eu te vi entrar pela janela no mesmo dia em que terminou com o Chat Noir - Ela estreita os olhos pra mim.

— A - Tenho certeza que meus olhos estão arregalados.

— Não subestime minha inteligencia querida, até parece que me conheceu ontem! - Ela dá um tapinha na minha cabeça.

Eu não digo nada e ela continua.

— Você vai comigo na festa de noivado e vai linda. Vamos fazer o Adrien sofrer um pouco - Ela dá de ombros.

— Sofrer? Porque ele sofreria por me ver ... ? - Eu me levanto rápido.

— Ai ai Marinette, você realmente não enxerga né? - A ruiva revira os olhos e vai retirar o vestido.

Mas de repente, seja melhor eu ir sim. Posso ver se encontro alguma coisa sobre a Lovely.

— Alya, conseguiu a foto que te pedi? - Grito pra ela me ouvir do provador.

— Sim, está na minha bolsa! - Pego a bolsa dela e encontro um arquivo escrito Lovely Heart Fujiwara - Você conseguiu a ficha completa dela?

— Então - Ela sai do provador meio desconfiada - Sim, mas parece fake sabe? Nada demais. Tirando esse nome ridículo, ela é descendente de uma linhagem bem tradicional do japão.

Encaro a capa do arquivo. 

— O que você está desconfiando ? - Alya diz se aproximando e pegando sua bolsa.

— Eu a vi com um broche de borboleta idêntico ao miraculo da borboleta ... - Ela me encara pensativa, abro o arquivo e pego a foto do miraculo - É idêntico, vai por mim!

— Ela não seria tão idiota para usar na sua frente, a não ser que quisesse que você o visse - Ela dá de ombros.

— Bom, vou descobrir.

— VAMOS descobrir! - Ela pisca pra mim antes de me dar um beijo e ir embora.

Tikki aparece do nada como sempre.

— Eu não disse nada. Você está de prova! - Levanto as mãos em sinal de rendição.

— Sim sim, esperar que ela não soubesse seria demais - Ela ri - Mas temos que falar com a Sally sobre isso Marinette.

Eu concordo com um aceno de cabeça. Fico no Studio até terminar as alterações no vestido da Alya. Preciso ocupar minha mente já que nada de anormal acontece na cidade. 

Me transformo e tomo todo cuidado antes de sair e ir pra casa. Em minha ronda acabo encontrando o Chat Noir sentado no alto de um prédio. Seu semblante sério é bem, hmm ... desconfortável. Ainda sinto a mesma coisa, ao me tornar a Ladybug parece que consigo controlar muito melhor minhas emoções, isso é bom porque dessa forma, Chat Noir nunca percebera meu coração partido.

 


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Notas finais do capítulo

Até a proxima :*



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