Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Antes de mais nada, quero deixar registrado aqui a minha alegria por Recomeços ter recebido uma recomendação. Butterfly, minha lindinha, muito obrigada pelas palavras e incentivo, este capítulo é dedicado à você com muito carinho, espero que goste.
Obrigada à quem está acompanhando a fic.
Boa leitura.



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—Nick, como ela está ?

—Os médicos ainda estão tentando conter a hemorragia ... mas Gris, eles não estão muito otimistas! O estado dela é bastante delicado, assim que possível vão fazer um ultrassom. - Nick parecia muito abalado com tudo aquilo.

—Deus, como isso foi acontecer ? - Ele murmurou para si mesmo, sem notar o olhar estranho de seu subordinado sobre ele.

—Eu não sabia que Sara tinha alguém, ela precisa dele aqui com ela! É o seu filho também, mas não tenho ideia de como localizá-lo!

—Senhor Stokes ? - O médico o chamou.

Ambos os homens se viraram para ele.

—Conseguimos conter a hemorragia e as contrações de seu útero, vamos prepará-la para a ultrassonografia imediatamente! Não sabemos se ainda há batimento fetal.

—Posso estar junto ? - Grissom se manifestou em desespero.

—O senhor é ?

—Gilbert Grissom, o namorado dela ... e o pai do bebê!

Pelo canto do olho ele viu um Nick embasbacado. A boca aberta sem cerimônia alguma, os olhos arregalados em completa incredulidade.

Não tinha tempo para aquilo, apenas esperou impaciente pela autorização do médico. E ele teria que autorizar, era seu direito ... e dever também! Ele tinha que estar lá para a mulher que amava e para seu filho que corriam o risco de jamais conhecer. Ele sentiu a primeira fisgada em seu coração e orou fervorosamente para que ainda existisse um bebê no ventre dela.

—Me acompanhe, por favor!

Ele não soube precisar quanto tempo se passou desde os passos apressados pelos corredores do hospital até estar diante de sua Sara. Estava tão assustado.

Assim que segurou sua mão, para a sua surpresa, imediatamente ela desfez o contato, vociferando.

—Eu não quero você aqui!

Suas palavras saíram carregadas de dor ... e ódio também!

—Sara, querida ... - Ele não conseguia entender sua reação.

—Alguém tira ele daqui, por favor! Eu não quero esse homem aqui! Vai embora, Grissom!

As palavras dela lhe cortavam feito um punhal afiado.

O médico resolveu intervir.

—Sinto muito, mas o senhor terá que sair. Sua presença está a prejudicando, eu não posso permitir isso. Os riscos de sua permanência são altos, por favor saia!

—Mas ...

—Assim que possível, será comunicado sobre os resultados.

Sem outra alternativa, foi o que fez.

Quando a porta se fechou, foi como se uma cratera tivesse aberto diante dele e o tragasse para as profundezas obscuras. Ele encostou sua testa na porta completamente arrasado.

~♥~

O exame havia começado e desde então, Sara não conseguia olhar para nada que não fosse aquele monitor. Os olhos vermelhos, inchados e muito aflitos.

Ela também não conseguia parar de chorar, por seu filho, pelo homem que havia quebrado seu coração, por não saber o que esperar daqui para frente. Tentava em vão enxugar novas lágrimas que manchavam seu rosto. Simplesmente não tinha controle algum sobre elas.

—Não se preocupe, Sara. Seu bebê está bem!

Foi a primeira vez que ela desviou os olhos do monitor, se voltando imediatamente para o médico.

—Meu bebê ... meu bebê está bem ?- Ela precisava de sua confirmação novamente.

—Sim, está! Um verdadeiro milagre pela quantidade de sangue que perdeu, os riscos de novas hemorragias serão altos se você não se cuidar de agora em diante!

—Seguirei fervorosamente as suas recomendações doutor, farei qualquer coisa pelo meu filho. Se me disser que terei que passar toda a gravidez em cima de uma cama em repouso, assim será, eu não me importo!

O bom médico a olhou com carinho. Viu tamanha determinação em seus olhos, sabia que ela falava muito sério.

~♥~

—Ela perdeu o bebê ?

O médico nem mesmo estava de frente para ele, mal havia fechado a porta quando Grissom o interpelou em total desespero.

—Fique calmo, ele está bem! Vou te dizer o mesmo que disse à Sara, foi um milagre que ela não tenha o perdido!

Pela primeira vez Grissom conseguiu verdadeiramente respirar. E então um misto de medo e euforia tomou conta dele.

Pai! Ele seria pai!

Sara e ele estariam eternamente ligados por aquela criança. Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios, mas não durou muito tempo por culpa de sua próxima pergunta.

—Eles ainda correm algum risco ?

—Os riscos de aborto no primeiro trimestre da gravidez são mais comuns do que se pensam. Mas por hora, não há com o que se preocupar, mãe e filho passam bem. Embora, eu tenho que adverti-lo que podem ocorrer contratempos ao longo da gravidez de Sara, senhor Grissom. É uma gestação de risco agora, será necessário um acompanhamento de muito perto. Sara precisa evitar qualquer tipo de esforço. Trabalhar está fora de cogitação, completamente descartado ao menos nesses primeiros meses. Manter uma boa alimentação e muito repouso. E o principal, longe de...

—Estresse ... - Ele concluiu.

—Exatamente! Longe de qualquer tipo de estresse. Eu não sei o que houve entre vocês dois para que ela tomasse aquela atitude, mas tamanha alteração não pode se repetir, senhor Grissom. Se me permite um conselho, durante esta fase mais crítica, faça as coisas do modo dela, deixe-a decidir como tudo deva ser e acontecer, e isso inclui esta ou qualquer outra conversa que precisam ter.

—Eu não vou me afastar dela em um momento como este, doutor! É inadmissível! É o meu filho que ela está carregando!

—O quanto o senhor deseja este filho ? - Pela expressão do homem à sua frente, ele percebeu que soube exatamente como tocar na ferida. _Forçar uma situação em seu atual estado é muito arriscado, como médico, é o meu dever aconselhá-lo.

Grissom suspirou, parecia estar vivendo um verdadeiro pesadelo!

 

~Fim do flashback~

~♥~

—Minha garotinha!

Sara segurava a foto com uma das mãos e com a outra, deslizava as pontas dos dedos em seus traços bem feitos. Um imenso amor a envolveu olhando aquela imagem.

Ela era um bebê tão lindo! O narizinho pequeno, a boquinha perfeita com um sorrisinho encantador. Lindos cachos castanhos e revoltos, que apontavam em todas as direções, ela parecia ter bastante cabelo. E seus olhinhos coloridos, ah seus olhos! Ela se perdeu naquelas profundezas azuis.

Como era possível amar tanto naquelas proporções ?

Havia gerado uma vida dentro dela! Uma vida que fora semeada dia após dia, que fora muito aguardada e infinitamente amada.

Um filme pareceu passar diante de seus olhos em segundos.

A emoção de ver a barriga crescer ao longo das semanas, sua pele parecia se esticar assustadoramente rápida demais.

A sensação indescritível que sentiu quando os primeiros movimentos do bebê finalmente aconteceram.

Os chutes, os cutucões em suas costelas, a dificuldade para achar uma posição mais confortável para dormir.

A alegria da descoberta de que seria uma menina.

A escolha do nome, dos móveis e de toda a decoração do quarto que receberia sua filha amada.

Os últimos momentos da gravidez.

A ansiedade, o nervosismo, a insegurança. Era um misto de sentimentos, mas tudo que ela mais queria era ter seu bebê em seus braços, amamentá-la, protegê-la, dar muito amor e carinho.

De repente, ela levou a mão à boca e começou a chorar compulsivamente, seu corpo frágil tremia em espasmos.

Naquele momento, uma dor profunda e angustiante atingiu em cheio o seu coração. Se lembrava muito pouco do acidente, mas as consequências dele estavam ali. Alguém havia lhe tirado o direito de ser mãe e ela perdera um ano da vida de sua filha. Nada daquilo era para ter acontecido, não era justo, ela não merecia.

—Sara ...

Grissom não sabia o que fazer diante daquela crise repentina.

—Ela é tão perfeita! Não me conhece, eu sou apenas uma estranha para a minha própria filha! - Aquele pensamento fez com que chorasse ainda mais duro.

—Não, você não é! - Doía vê-la naquele estado, ela estava inconsolável e ele duvidou de que estivesse mesmo lhe ouvindo. Então, segurou seu rosto com as duas mãos lhe obrigando a olhar dentro de seus olhos. _Meu amor, me ouça! Emma sabe quem é você. Eu contei a ela sobre sua mãe, mostrei suas fotos, faço isso desde que a levei para casa. Você não é uma estranha para a nossa filha, nunca foi!

Grissom sentiu ela se acalmar aos poucos e soltou seu rosto permitindo que voltasse a olhar para a foto da filha.

O quarto em completo silêncio, sua respiração ofegante, o coração acelerado, e ele ali prestando atenção nela.

Minutos depois, ele a ouviu.

—Você ... realmente fez isso ? - Ela perguntou sem deixar de olhar a foto, com lágrimas ainda manchando seu rosto.

—Sempre que estávamos apenas nós dois, era o nosso momento especial! - Ele conseguiu esboçar um meio sorriso. _Mesmo não estando presente, você nunca deixou de fazer parte de nossas vidas, te amamos muito para isso!


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem, eu realmente gostaria de saber a opinião de vocês. Sejam críticas ou sugestões, é a única forma de eu saber se estão gostando ou se preciso melhorar algo.
Até o próximo.
Bjs



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