Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou com um capítulo novinho!
Obrigada pelos reviews, meninas. Eu sempre me baseio neles pra saber se prestou o que eu escrevi. kkkkkk
Boa leitura!



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—Lady Heather ? - Murmurou tentando se convencer do que seus olhos viam.

Heather havia se encostado no carro, os braços cruzados e esperava seu namorado como se fosse sua dona.

Sara sentia sua respiração se alterando lentamente, era algo que não parecia estar sob seu controle. Mágoa e incredulidade a descreviam naquela momento.

Viu quando Grissom saiu da lanchonete minutos depois com uma sacola, mas o que aconteceu em seguida, estraçalhou seu coração. Ela levou uma mão à boca reprimindo um soluço, a outra mão pousou em sua barriga como se protegesse seu filho de tais horrores.

A dominatrix se inclinou sobre ele e o beijou, o ângulo não favorecia, mas era perto o suficiente de sua boca. E, como se não fosse suficiente, ela o abraçara com uma certa intimidade, seu namorado nada fizera para afastá-la. Depois, eles entraram no carro e partiram.

Sara se sentira traída, enganada. Eles estavam juntos o tempo todo enquanto ela o esperava feito uma idiota. A dor em seu peito parecia insuportável, rasgava.

—Você não fez isso comigo, Grissom! - Ela balançava a cabeça quase em transe, tentando acreditar no que seus olhos viram. Sua alma sangrava, seu corpo parecia dormente, mas então a dor parecia ter retornado com força total e se alastrado por cada poro de seu ser.

De repente, uma fisgada e em seguida uma dor aguda tomou conta de todo o seu abdômen. Ela engasgou.

—Oh meu Deus!

Seu bebê!

Ela percebera o que estava acontecendo e entrou em desespero, precisava de ajuda urgente. Não queria perdê-lo, não agora que se acostumara com a ideia e já lhe amava inexplicavelmente.

—Por favor, isso não ...

Um farol quase a cegou, um outro carro chegava no estacionamento. O ocupante desceu correndo quando notou que alguém parecia precisar de socorro.

—Sara!

—Nick, me ajude! Eu preciso de um hospital! - Implorou em agonia.

~♥~

Grissom abriu a porta de seu apartamento, o turno começava em pouco mais de trinta minutos, mas tinha esperança de que Sara ainda estivesse ali.

Ele depositou sobre o balcão o sanduíche que ela adorava, comprado apenas para lhe agradar e foi em busca dela. Era certo que ela lhe perguntaria onde esteve, já não era mais um homem solitário, agora tinha satisfações a dar.

Mas tinha um porém, havia quebrado sua promessa! Lhe prometera que se afastaria de Heather em meio ao pavor de perdê-la. Havia partido dele mesmo essa decisão após o quase término do namoro deles por conta da noite em que passara em sua mansão. Não haviam feito nada de mais, ele estava ali apenas como um amigo, e na ocasião era o que ela mais precisava, alguém em quem pudesse confiar.

Quando Heather lhe telefonou naquela tarde, ele não teve coragem de virar as costas para o seu desespero, mesmo que isso implicasse em novos problemas com Sara.

Heather não confiava em mais ninguém que não fosse ele.

No fundo, ele sentia o quanto sua namorada era insegura com sua amizade com ela.

Seu peito parecia pesado, talvez fosse por angústia, não sabia ao certo. Ele não esperava uma atitude como aquela de Heather. Sentir os lábios dela muito próximos dos seus lhe deu uma sensação estranha, quase repugnante. O imenso amor que sentia por Sara, fazia com que qualquer outra mulher que o tocasse, provocasse nele aquela sensação de quase repulsa, mesmo sendo uma amiga, mesmo sendo apenas um agradecimento.

“Obrigada pelo que fez hoje por mim.” - Ela dissera.

“Você já me agradeceu.”

“Não o suficiente.”

Sua neta havia desaparecido, nenhum de seus funcionários soubera explicar como. Durante as buscas, ela lhe confidenciou que havia recebido uma ameaça no mês anterior e não dado muita importância ao assunto. Poderia ser um sequestro, era como se a criança tivesse sumido do mapa, mas tudo não passou de um susto. Por fim, a localizaram horas depois em sua própria mansão, dormindo debaixo da cama de um dos quartos. Uma simples travessura de criança.

Ele se sentiu um desumano quando tivera a intenção de deixar o local antes dela ser encontrada, e se sentiu mais ainda sabendo que Sara lhe esperava para conversarem. Quando pensou em ligar, notou que seu celular havia descarregado. Pretendia comprar uma bateria extra.

Já prestes a sair da mansão, Heather lhe pediu uma carona alegando estar sem carro e que não o desviaria de seu caminho. Apesar de toda a aflição com sua neta, era um compromisso que não conseguira cancelar.

Ele concordou, depois resolveu passar na lanchonete e então a deixou em frente a um famoso restaurante algumas quadras dali.

—Sara ? Querida ?

Ele abriu a porta do quarto e quando não houve resposta, sabia que ela não estava mais no apartamento.

Naquele turno, a colocaria no mesmo caso que ele, poderiam conversar enquanto seguissem para a cena, não antes sem um pedido de desculpas. Sabia que ela estaria chateada com ele e com razão, tinha que admitir. Apenas torcia para que compreendesse seus motivos.

De volta à sala, notou o celular dela sobre a mesinha de centro, ao pegar o aparelho,  um papel chamou a sua atenção, ele não estava ali quando mais cedo.

Ele abriu. Leu. Depois tornou a ler.

—Jesus! Ela está esperando um filho meu!

O telefone tocou o assustando. Ele não sabia se desmoronava no sofá pela recente descoberta ou o atendia. Seus pés pareciam não tocar o chão, como um autômato ele alcançou o aparelho.

—Grissom, é o Nick ... graças a Deus consegui, tentei várias vezes seu apartamento, seu celular ia direto para a caixa postal  e ...

Seu subordinado parecia bastante nervoso, quase se atropelando nas palavras. Ele mal conseguia entendê-lo, não sabia se era por conta do desespero de Nick ou seu próprio estado de espírito, ainda chocado com tamanha descoberta.

—Nick, calma! O que aconteceu ?

—É a Sara, Grissom ...

—O que tem ela ?- Ele tentou não parecer desesperado, mas não conseguiu.

—Eu a trouxe para o hospital, os médicos dizem que é um começo de aborto! Você sabia que ela estava grávida ?

 

~Fim do flashback~

~♥~

Seus olhos!

A primeira coisa que ele viu, foram seus olhos chocolates, lindos, brilhantes e talvez um pouco sensíveis.

Ela ainda parecia se acostumar com a claridade e foi como se tudo ao seu redor, deixasse de existir.

Nada mais parecia lhe importar que não fosse ela.

Se não soubesse melhor, era como se ela estivesse acordando de um sono qualquer, de uma noite bem dormida. Sem o peso daquela tragédia toda, sem a dor da quase perda, sem todos aqueles meses sem a sua presença.

O silêncio naquele quarto era quase palpável. Seus olhos estavam trancados um no outro e não faziam ideia de quanto tempo mais permaneceriam assim

Ele não conseguia mexer um músculo sequer. Ela tampouco.

Não saberia dizer se ela estava feliz ou não com a sua presença. Resolveu arriscar um primeiro contato e com muito custo, suas pernas lhe obedeceram e ele pôde se aproximar mais de sua cama.

—Oi Sara.

Sua voz era macia, doce. Foi um simples cumprimento, porém repleto de ternura. Ele a olhava com tanto carinho, quase em devoção.

—Oi.

Sua voz soou tão baixa que ele quase não ouviu, aquilo não importava, qualquer coisa se tornaria magnífica! Era a sua voz e ela estava falando com ele.

Ele parecia flutuar.  

—Eu pedi tanto por isso! - Ele confessou emocionado. _Graças a Deus você voltou, minha querida! Eu vim assim que soube.

—Emma ... onde está o meu bebê ? - Ela perguntou chorosa, seu tom de voz mudara completamente.

—Shiiii ... está tudo bem. - Ele se apressou em acalmá-la, se sentando ao seu lado. _Ela está segura, é tão linda, puxou à você!

De repente um filme pareceu passar diante dele. Ele imaginou o momento em que ela havia acordado do coma, o que sentira quando se deparou com uma barriga lisa, sem nenhuma ideia do que havia acontecido com a filha.

Ela devia ter ficado tão assustada!

—Posso vê-la ? - Sua voz soou quase infantil, provocando um sorriso nele. Claro que faria qualquer coisa por ela.

—Vou pedir autorização para trazê-la, mas ... enquanto isso ... tenho uma foto dela em minha carteira, gostaria de ver ?

—Sim, muito.

Ela parecia tão receptiva à ele, tinha tanto medo de sua rejeição, de como ela reagiria à sua presença. Mas ao menos por agora, as coisas estavam se encaminhando muito melhor do que em seus sonhos.

Ele tirou a foto de sua carteira e entregou a ela, totalmente atento à sua reação.


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