Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Cheguei com mais um capítulo para vocês.
A fic está se encaminhando para a reta final, algumas coisas ainda precisam acontecer e eu só tenho a agradecer pela marca de 180 reviews, as recomendações e os favoritos.
Espero que gostem do que virá pela frente, confesso que gosto bastante desse capítulo.
Boa leitura!



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Se ele soubesse melhor, não teria a enviado para aquele tipo de caso. Mas não havia como prever o rumo que as coisas tomariam.

A chamada havia sido para um corpo encontrado nas imediações do deserto, sem qualquer identificação, apenas que se tratava de uma mulher. A cena primária não havia acontecido ali, o local serviu exclusivamente como desova do corpo.

Sara e Sebastian, seu parceiro, conseguiram identificar a vítima através de suas digitais, e descobriram que Grace estava no banco de dados, dada como desaparecida há cinco semanas.

As investigações os levaram até uma casa, em um lugar ermo e foi aí que o caso se tornou quase pessoal para Sara, com a descoberta de um outro corpo, também de uma mulher e grávida. O local estava todo remexido, como se tivessem saído às pressas.

Brooklyn, uma jovem de vinte e três anos, sem ninguém no mundo a não ser o pai do bebê que esperava. Grávida de oito meses, descobriu o envolvimento de seu namorado em uma milícia de tráfico de mulheres e pagou o preço com a própria vida.

Sentada diante de Grissom, Sara o colocava à par do andamento do caso. Dando voz às vítimas, ela ia relatando detalhadamente tudo.

Ela descobriu que no dia do crime, Brooklyn havia seguido Joshua quando ele saiu de casa ainda muito cedo como costumava fazer todas as manhãs para trabalhar. Era um casal que possuía muito poucos amigos e segundo informações, ela estava desconfiada de uma traição. Ele andava muito misterioso e avesso a qualquer tipo de carinho, nem mesmo demonstrava mais estar feliz com a chegada da filha. Ela esperava uma menina que se chamaria Savannah, em homenagem à sua mãe.

Suas suspeitas estavam cada vez mais bem fundadas quando ela o viu entrar em uma casa que em nada tinha relação com o endereço do trabalho dele, ao menos o que ele lhe dissera. O local afastado, sem vizinhança, totalmente protegido com verdadeiras muralhas ao seu redor.  

—Ela entrou pela porta da frente, destemida, furiosa, mas o que encontrou ali foi uma verdadeira cena de terror. - Sara fez uma pequena pausa antes de continuar.  _Mulheres acorrentadas feito animais, sujas, mal vestidas, algumas até subnutridas. - Outra pausa, era como se um nó se formasse em sua garganta.

—Você está bem ? - Grissom perguntou solidário, presenciando todo o seu esforço em ter que continuar o relato.

Sara apenas assentiu antes de retomar.

—Eles discutiram, ela exigiu uma explicação e em algum momento afirmou que o denunciaria. E então ... ele a sufocou com suas próprias mãos. - Uma lágrima tímida deslizou em seu rosto. _Eu ... vi a autópsia dela, tínhamos o mesmo tempo de gestação. No momento em que o Dr. Albert tirou o bebê ... - Sua voz sumiu.

—Sara, era para você ter deixado isso para o Sebastian! Eu não queria você perto daquela sala. - Ele a repreendeu suavemente.

—Ela era perfeita, saudável ... parecia que estava dormindo. - Ela não conseguiu segurar novas lágrimas. Involuntariamente abraçou sua barriga, não havia dor física, apenas sua alma chorava pelo serzinho inocente que não havia tido chance alguma de defesa ... e o pior, contra quem mais deveria protegê-la.

Grissom se levantou imediatamente e se agachou diante de sua cadeira.

—Eu vou pegá-lo, juro que vou encontrar esse desgraçado! Era sua filha, ele tinha que protegê-la, amá-la!

—Eu posso fazer isso ...

—Não, eu quero ir até o fim neste caso!

Ela afastou sua cadeira para trás quase o derrubando e se levantou.

—Espere! - Ele também se levantou e segurou em seu braço, impedindo-a de sair. _Você está nervosa, pense em nossa filha. Pode fazer mal à ela, você sabe.

—Eu vou ficar bem ... - Ela olhou sua mão ainda em seu braço e então, com olhos tristes olhou dentro de seus olhos. _Se algum dia, tiver que escolher entre a minha vida ou ... a de nossa filha, escolha Emma. Você é o pai dela, é seu dever protegê-la!

—Sara ... - Ele não estava gostando do rumo daquela conversa.

—Por favor, ela é a melhor parte de nós dois.

—O que está me pedindo ...

—Eu quero que me prometa, Grissom! - Ela o interrompeu, séria.

Ele balançou a cabeça sem qualquer significado, como se uma luta interna acontecesse dentro de si.

Deus ... ele não podia prometer aquilo.

Ele olhou dentro de seus olhos, eles imploravam.

Ele engoliu com dificuldade, a respiração descompassada.

—Eu ... prometo.

Um fio de voz soou de sua garganta, estava feito.

~♥~

Já era noite quando Grissom conseguiu fazer uma pausa e ligar para Sara. O horário já estava um pouco adiantado, mas precisava saber como ela estava.

Apesar das circunstâncias, ela havia terminado o seu turno com um saldo positivo, cumprindo sua promessa em encontrar Joshua. Ele quase havia conseguido escapar, já estava na fronteira com o México quando fora preso.

Desde a conversa deles em sua sala, ele não a viu mais. Ela havia deixado seus relatórios em cima de sua mesa em um momento em que ele não estava.

Por mais que tentasse, não conseguia tirar da cabeça, o rumo que aquela conversa havia tomado.

Como é que ele poderia escolher entre sua filha e a mulher que ele mais amara em toda a sua existência ?

—Foi apenas uma suposição, Grissom! Aquele caso havia a afetado, isso não vai acontecer! - Ele proferiu como se o repreendesse.

Enquanto aguardava pacientemente ela o atendê-lo, ele andava por sua sala perto de seus experimentos. Besouros empalados, seu porco radioativo e todas as outras bizarrices que guardava.

Primeiro toque, segundo toque.

Será que ela já estava dormindo ?

—Alô ? - Sua voz sonolenta, denunciou que sim.

Ele suspirou arrependido por fazer a ligação.

—Desculpe, não queria te acordar.

—Tudo bem, eu ... - Sara olhou ao redor e admitiu. _Acabei cochilando no sofá, que horas são ?

—Onze e vinte e três!

—Aconteceu alguma coisa ?

—Eu só queria saber como você está, não consegui ligar mais cedo. As coisas aqui no laboratório estão pegando fogo!

—Hum ... não precisa se preocupar, eu ... me deixei levar pelo caso e ...

—Não estou ligando para te repreender ...

—Eu sei ... só está preocupado com a sua filha.

—Estou preocupado com as duas. - Ele a corrigiu.

—Nós estamos bem, ela inclusive está fazendo cambalhotas na minha barriga. Não acho que gostou de dormir no sofá! - Ela escutou sua risada do outro lado da linha e sorriu também.

—Gil ? Brás chegou com o mandado! - Ao fundo ela pôde escutar a voz de Cath.

—Eu tenho que ir.

—Bom trabalho!

—Bons sonhos!

 

~Fim do flashback~

~♥~

Ela o viu acenar para ela antes de sumir por entre as águas em um espetacular mergulho. Ele era um ótimo nadador, um tanto exibido, era verdade, mas não deixava de ser adorável.

Ela não era muito fã de rio, mas ele havia a convencido a fazerem aquele passeio. Estavam há uma hora e meia de Vegas em meio à natureza, o céu limpo, a tarde ensolarada, um calor escaldante.

Ela olhou para o lado, Emma estava muito bem protegida em sua cadeirinha, protetor solar, chapeuzinho amarelo com pequenas bolinhas pretas. O biquíni era da cor de seus olhos e ela não conseguia imaginar algo mais encantador. Havia um enorme sombreiro sobre elas, ventava bastante, mas não havia perigo algum.

Ela olhou novamente para as águas, ele ainda não havia emergido, seu coração falhou uma batida enquanto se levantava rapidamente de sua cadeira.

—Gil ? - Sua cabeça surgiu por pouco mais de um segundo, seus braços se debatiam criando pequenas ondas nas águas. Ele estava se afogando!

De repente, todos os visitantes daquela praia artificial sumiram como em um passe de mágica, restaram apenas eles e a cena de horror que protagonizavam.

—Oh meu Deus! Por favor ... não!!!

Um grito de horror ecoou pelo quarto.

Sara se sentou rapidamente, a respiração ofegante, o coração quase saindo pela boca. Ela levou a mão ao peito tentando acalmar sua respiração. Olhou para o lado, o relógio sobre a mesinha avisando que ainda era de madrugada. Tinha certeza que não conseguiria mais voltar a dormir. Aquela cena parecia tão desesperadoramente real!

Ela se levantou, vestiu seu robe que estava sobre a poltrona e o amarrou. Uma rápida olhada pela penumbra do quarto e então saiu.

Checou Emma, que dormia confortavelmente em seu berço. A temperatura agradável, a luz fraca do abajur iluminando seu rostinho saudável. Depois foi em direção ao quarto de Grissom.

Ela entrou tentando fazer o menor barulho possível, não queria acordá-lo. Assim como sua filha, ele também parecia ter uma boa noite de sono. A respiração regular, o corpo grande de bruços atravessado na cama espaçosa, os braços fortes agarrados ao travesseiro.

Ela suspirou, deu a volta na cama e se sentou no chão frio abraçando os seus joelhos. Uma tristeza repentina tomou conta de seu coração e ela se permitiu chorar baixinho. Doía muito pensar em perdê-lo, não suportaria vê-lo partir.

Os soluços vieram. As lágrimas escorriam livremente.

Grissom se mexeu e sentiu seu braço esbarrar em algo o acordando. Imediatamente se sentou na cama.

—Sara ?

Ela se assustou e se virou para ele. A penumbra do quarto pouco permitia uma visão clara de suas expressões. A confusão dele, ainda bastante sonolento. E a dor dela.

—Querida o que está fazendo sentada nesse chão frio ?

—Eu ... eu ... perdi o sono. - Ela se levantou completamente sem jeito.

Foi então que ele notou suas lágrimas mesmo com a visão bastante limitada e se preocupou. Afastou as cobertas e deu um tapinha do seu lado, esperando que ela se juntasse à ele, esperando que ela se abrisse e não o afastasse.

—Venha cá.

Ela obedeceu engatinhando até ele. De joelhos, se sentou em seus calcanhares esperando o próximo passo.

—Mais perto. - Ele pediu gentilmente.

E mais uma vez o atendeu, de mansinho ela foi se achegando à ele até conseguir deitar a cabeça em seu peito.

Ele a envolveu em um abraço, esfregando seus braços gelados, dando a ela um pouco de seu calor corporal.

—Assim está melhor ... - Ele murmurou e beijou sua testa com ternura.

Ela ficou em silêncio, apenas escutando as batidas ritmadas de seu coração.

—O que aconteceu ?

—É bom ouvir o seu coração batendo, me acalma ...

Foi aí que ele entendeu que mesmo precisando que ela se abrisse com ele, não seriam nos seus termos e sim no tempo dela.

—E por que você precisa se acalmar ? - Sua voz era profunda, tranquila e paciente.

—Por que eu tive um pesadelo.

Mesmo achando que ela deveria tê-lo acordado, ter estado primeiramente em sua cama e não em um chão frio, não a interrompeu. Não queria boicotá-la. Ele sabia que falar sobre os seus sentimentos nunca havia sido uma tarefa fácil para ela. O mesmo acontecia com ele, eles eram muito parecidos.

—Você estava se afogando ... - Ele arqueou suas sobrancelhas, mas fiel ao seu plano inicial, permaneceu em silêncio. Apenas acariciando seus cabelos como se a confortasse. Ela levantou a cabeça de seu peito e o encarou. _Meu desespero foi tão grande que eu simplesmente estaquei. Não consegui mover um músculo sequer para ajudá-lo!

Ele secou suas lágrimas e beijou seus olhos com carinho.

—Não foi porque não quis, seu corpo simplesmente agiu assim. Não era algo que estava sob o seu domínio.

—Mas ...

Ele segurou seu queixo e olhou dentro de seus olhos.

—Você não vai me perder!

Pela expressão dela, ele soube que havia acertado em cheio o que a amedrontava.

—Não pode prever isso.

—Tem razão ... eu não posso! Mas eu sei que faria qualquer coisa para ficar com as minhas meninas! Você e a nossa filha são o que eu tenho de mais importante na vida.

Ele viu um pequeno sorriso surgir em seus lábios.

—Gil ?

—Sim ?

—Faça amor comigo!

Ele não conseguiu disfarçar tamanha surpresa com o seu pedido. Segurando em seus ombros, a olhou muito sério.

—Você ... tem certeza ?

Ela balançou a cabeça afirmativamente antes de puxá-lo para um beijo que em nada tinha a ver com inocência. Suas bocas se exploravam com desejo, com uma fome insaciável. Eles precisavam um do outro, precisavam unir seus corpos em uma urgência desenfreada.

—Me ame ... eu quero sentir você dentro de mim.

Ela conseguiu murmurar no curto espaço que se separaram para respirar antes de voltarem ao contato macio e saboroso de suas línguas.

Grissom a deitou na cama cobrindo o seu corpo com o dele. Suas mãos passearam por toda ela sem negligenciar nenhum centímetro, ele tremia de puro desejo. Estava a tanto tempo sem ela que tinha medo de não conseguir se controlar.

Sara deu a partida para que se despissem. Com habilidade, puxou a camisa de seu pijama pela cabeça dele. Por mais maravilhosos que fossem seus beijos, precisava que as coisas avançassem.

Suas mãos agarraram suas nádegas firmes quando ele se esfregou nela a levando ao desespero de implorar.

—Por favor ... favor ...

—Precisamos ir devagar ...

—Eu não quero que vá devagar, eu preciso de você!

Ele obedeceu, desfez o laço de seu robe expondo um conjunto acetinado que lhe rendeu uma pontada em sua virilha, tentou em vão reprimir um gemido rouco. Seu controle começava a escapar por entre seus dedos feito areia fina.

—A visão do paraíso ... - Ele beijou seu seio sob a peça delicada e terminou de tirar o robe. _Você é tão linda ... e é somente minha!

Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios com a sensação de pertencer à ele novamente.

—Sim, eu sou sua!

Entre estarem meio vestidos e completamente nus, poucos segundos haviam se passado. Não havia tempo para preliminares, o fogo da paixão, o desejo ardente os consumia sem que pudessem resistir por muito tempo mais.

Grissom segurou a si mesmo e se aproximou de sua entrada tentadora. Ele engoliu em seco quando a viu abrir as pernas para recebê-lo.

Lentamente ele guiou para dentro dela, gemendo baixinho quando sentiu suas paredes estreitas apertarem o seu membro.

Sara apertou seus lábios sentindo sua natureza se adaptando às suas dimensões. Ela estava completamente molhada.

Os movimentos começaram e eles se abandonaram de vez ao prazer.

Grissom era um homem grande, mas a delicadeza com que a tratava trouxe lágrimas aos seus olhos. Seus gestos pareciam estudados, a invasão às suas entranhas pareciam milimetricamente calculadas. Era como se estivesse sendo invadida pela primeira vez. Fazer amor para ele estava sendo o real sentido da palavra. Sua barba fazia maravilhas em seu pescoço altamente sensível. Ele o mordiscava, lambia, beijava,

—Mais forte ...

Ele levantou a cabeça de seu pescoço e a encarou, sem deixar de se insinuar para dentro dela. Ele tinha consciência de sua natureza avantajada e associado a isso, havia o longo período de abstinência que tiveram.

Sara viu preocupação em seus olhos.

—Está tudo bem, eu sei que não vai me machucar.

—Se doer ...

—Não vai! - Ela não o deixou completar.

Mesmo incerto, ele acelerou os movimentos. O leve ranger da cama, o barulho do encontro de seus corpos a cada vai e vem. Seus gemidos ecoavam pelo quarto sem que pudessem oferecer algum tipo de resistência. Sons ininteligíveis, respirações ofegantes, tudo isso em uma sinfonia de acordes.

Ele não sabia se conseguiria se segurar por mais tempo. Estava latejando.

—Sara ...

—Eu quero sentir a sua inundação, Gil ... estou pronta.

A força de suas estocadas ganhou um nível acima, ambos precisavam da libertação. Sentindo que o momento havia chegado, tomou a sua boca abafando seus gemidos e acelerou os movimentos finais liberando cada gota espessa de seu gozo dentro dela. Segundos depois foi a vez de Sara chegar, suas contrações apertavam seu membro em uma frequência enlouquecedora.

Ele desabou sobre ela completamente esgotado.

Sara tinha forças apenas para brincar com seus cachos úmidos, aninhando a cabeça grisalha entre seus seios.

Longos minutos se passaram com eles na mesma posição, com ele ainda dentro dela.

—Isso foi ... - Ele não sabia como definir o que tinha sido tudo aquilo.

—Delicioso, apaixonante, revigorante!

Ele levantou a cabeça com seu sorriso de menino.

Ela tinha razão.

Não haviam definições melhores que aquelas!


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