Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Cheguei com mais um capítulo novinho para vocês. Não posso deixar de agradecer mais uma vez por todo o carinho que venho recebendo, em tempos difíceis tenham a certeza que eles alegram o meu coração.
Espero que gostem do capítulo.



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—Sara ? Eu ainda vou me atrasar por alguns minutos!

Mantendo o celular no ouvido, ela deu uma rápida checada em seu relógio de pulso e disparou.

—É melhor nos encontrarmos no consultório, eu pego um táxi!

Ele havia insistido tanto para convencê-la de que passaria para pegá-la que acabou cedendo, e agora não cumpria com o combinado.

Naquela tarde, eles teriam mais uma consulta com o Dr. Grant e como de costume, Grissom fazia a questão de estar presente, principalmente agora na reta final da gravidez.

Sara o ouviu suspirar bastante chateado.

—Talvez seja mesmo o melhor a fazer! Ecklie me intimou a dar uma passada no laboratório para uma reunião rápida. Seja lá o que for, ele não vai me fazer perder a consulta da minha filha!

Sara conseguiu esboçar um pequeno sorriso.

—Eu ... te espero então!

—Ok!

Assim que desligou, ela buscou na agenda de seu celular o número de uma companhia de táxi. Agora que sabia seus motivos, não havia ficado zangada com a mudança de planos tão em cima da hora.

Enquanto isso, Grissom andava a passos apressados até a sala de Ecklie. Com a porta aberta, ele apenas deu um toque anunciando sua presença.

—Gil, por favor ... sente-se!

Ele fez como pedido e foi direto ao assunto. Não queria perder mais tempo ali que o necessário ou realmente perderia a consulta de Sara.

—E então ...

—Eu preciso que você estenda os seus horários e supervisione o turno do dia! Joseph está com um problema familiar e não pode assumir suas funções.

Grissom pareceu bastante surpreso com o pedido, mas depois percebeu que seria o único supervisor que Ecklie encontraria disponível assim tão em cima da hora.

—O que me diz ?

—Estamos falando de quanto tempo ?

—No mínimo uma semana!

—Minha filha está prestes a nascer, Conrad! Não posso acumular funções agora!

—Você pode delegar muitas das suas responsabilidades do noturno à Catherine, assim não terá toda essa carga extra.

Grissom pareceu analisar a situação, estaria muito mais próximo de Sara. Além do mais, ele quem lhe delegaria as atribuições que achasse pertinente, pouco se importando com favorecimentos ou algo do tipo. Aquilo era de seu extremo interesse, por fim chegou à uma conclusão.

—Está ciente de que consequentemente estarei supervisionando, Sara ... não está ?

—Sim, estou! Mas confesso que no momento, este é o menor dos meus problemas!

—Então eu aceito!

~♥~

Deitada, com a barriga exposta repleta de gel, Sara olhava para o monitor com olhos amorosos.

Grissom, sentado próximo à sua cabeça, mantinha um sorriso bobo em seus lábios.

—E então, Dr. Grant ... como está a minha garotinha ?

—Melhor impossível, mamãe! Estou muito satisfeito com tudo! - Ele mexia na tela com agilidade e precisão, sem deixar de falar com eles. _Ela está com 42cm, o que está dentro da medida que consideramos para um bebê saudável. - Mais alguns toques e novos resultados.  _Pesando 1,7kg ... Seu peso está bom, mas como você acabou de completar apenas a trigésima segunda semana, ela ainda vai ganhar em torno de 1,5kg aproximadamente até o final da gestação.

—Acha que ela estará na posição certa para nascer, Dr. ? - Grissom quis saber.

—O papai aqui está bem ansioso, não ? - O bom médico brincou.

—Não tem ideia do quanto! - Ele deu um pequeno sorriso de lado.

—Bem ... ela vai começar a se encaixar para o parto nos próximos dias, e dar uma verdadeira volta na barriga. Não se preocupem, tudo está caminhando para um bom parto!

—Isso me tranquiliza bastante! - Grissom confessou.

~♥~

Grissom abriu a porta do passageiro e pacientemente esperou que Sara entrasse. Bateu a porta e deu a volta se sentando do lado do motorista.

Ele se virou para ela enquanto arrumava seu cinto. Sara fazia o mesmo tentando ajustar a melhor posição para a sua barriga.

—Achei que não fosse conseguir chegar a tempo! Ecklie parecia um cão com o seu osso apetitoso!

O homem ainda o segurou por longos minutos, lhe repassando alguns detalhes pertinentes.

—E o que ele queria ?

—Me pedir para que supervisione o turno do dia, Joseph precisou tirar uma pequena licença de alguns dias.

—Você vai me supervisionar ? Não é contra as regras ?

—Ao que parece, não quando convém ao diretor do laboratório!

—Hum ...

—Isso te incomoda ?

—Depende! Vai ficar me vigiando o tempo todo ? - Ela arqueou apenas uma sobrancelha desafiadoramente.

—Você precisa ser vigiada ?

—Claro que não!

—Então eu não vou!

Ah, mas ele iria ... e como iria! Mas ela não precisava saber.

 

~Fim do flashback~

~♥~

Distraído enquanto pegava as correspondências, Grissom foi cumprimentado por uma vizinha do outro lado da rua.

—Boa tarde, Dr. Grissom!

—Boa tarde, Loren!

Sara se juntou à ele a tempo de ver uma loira desconhecida acenando sorridente. Emma estava pendurava em sua cintura, mordendo sua própria mão.

—Quem é ?

—Nossa vizinha da frente, ela tem uma boxer fêmea, vive dizendo que é a namorada de Hank! - Ele sorriu bem menino.

—Hum ... - Ela o olhou de canto de olho.

—O quê ?

—Nada!

—Então ... por que está me olhando desse jeito ? - Ele parecia se divertir com a situação, era nítido o seu ciúme.

—Grissom, não me contrarie ... eu já disse que não é nada!

—Ok! - Ele levantou as mãos como forma de rendição apenas para provocá-la e viu o efeito em seus olhos semicerrados. Roubou-lhe um pequeno selinho e pegou Emma em seus braços, erguendo-a no alto. _Quem vai passear ? - A criança pequena gritou suspensa no ar e se agarrou em seu pescoço quando foi descida. Se virando novamente para Sara, perguntou animado. _Onde está o carrinho ... mamãe ?

—Oh ... eu me esqueci dele! - Sara confessou bastante sem jeito sentindo seu rosto corar. Sua curiosidade em saber sobre aquela desconhecida havia falado mais alto, mas não daria o braço a torcer.

—Sei! - Ele voltou para dentro, mas não sem antes sorrir cinicamente.

~♥~

 _Hank! Vá devagar, garoto!

Grissom segurava firme a coleira, com passos apressados e um tanto descoordenados, tentava acompanhar o ritmo do cão. Ele parecia um trem desgovernado prestes a sair dos trilhos.

Um pouco mais atrás, empurrando o carrinho de Emma, Sara ria da situação. Era uma cena engraçada, ele falhava miseravelmente em tentar domar o animal.

Grissom olhou para trás, ainda que estivesse sendo arrastado para a frente.

—Eu ouvi isso!

—O quê ? Eu não disse nada!

—Você está se divertindo às minhas custas!

—Desculpe. - Ela bem que tentou dissimular, mas não conseguiu segurar uma nova risadinha.

Ele fingiu estar ofendido, mas acabou se rendendo àquele som. Amava o som de sua risada, parecia entrar fazendo festa em seu coração, derrubando suas barreiras, caindo por terra suas convicções.

Depois de um ano muito difícil, tendo que vê-la inerte, praticamente sem vida sobre uma cama de hospital, ouvi-la sorrir chegava a ser mágico e tinha certeza que seria assim para sempre. Mesmo em uma situação como aquela em que ele era o motivo.

Grissom conseguiu controlar Hank, que parecia satisfeito em caminhar com mais tranquilidade.

O clima estava ameno, a brisa fresca acariciava seus rostos corados. No alto, a natureza se incumbiu de uma bela obra de arte, cores diferentes pintavam o céu. O azul tradicional entremeado por uma extensa faixa alaranjada a se perder de vista, prenúncio de que não demoraria muito para escurecer.

—Sara ?

—Hum ?

—Está gostando do passeio ?

—Sim, bastante! É tão bom poder sentir essa brisa, admirar o pôr-do-sol, ter essa sensação de liberdade. Podemos fazer isso mais vezes, o que acha ?

—Seria ótimo!

Alguns metros depois, eles passaram por um grupo de crianças que brincavam do outro lado da rua. Bicicletas, skates, patinetes estavam esquecidos mais ao canto enquanto eles pareciam um tanto misteriosos, entretidos em uma pequena roda. De repente, uma explosão de gargalhadas e eles se entreolharam também rindo, balançando suas cabeças.

Era realmente um bairro muito tranquilo e familiar. Ruas arborizadas, casas com cercas vivas e muita paz.

Emma começou a resmungar já demonstrando sinais de cansaço.

Grissom olhou para a filha e então de volta para Sara.

—Vamos voltar, querida ? Acho que alguém aqui está cansada ... e você também não pode exagerar.

Antes que ela pudesse responder, Emma deu um grito em lamento e começou a chorar.

Eles pararam para dar atenção à filha, Grissom a retirou do carrinho assim que passou a coleira de Hank para Sara.

—O que foi, minha filha ? - O choro imediatamente parou, ela encostou a cabecinha em seu ombro esfregando os olhinhos cansados. Seu coração derreteu, ele era mesmo um babão quando se tratava de sua pequena. Beijou seus cabelinhos com carinho sem perder o contato visual com Sara que lhe devolveu um olhar muito doce.

—Nós já vamos para casa, princesa ... e então, você vai poder tirar o seu cochilo mais confortável. - Seu tom de voz era sereno, ela fez um rápido carinho em seus cachos.

Em um acordo mútuo, eles resolveram retomar o caminho de casa.

Grissom a devolveu para o carrinho e estendeu a mão para a coleira de Hank.

—Pode deixar que eu o levo.

—De jeito nenhum! Se ele sair em disparada outra vez, você pode se machucar.

Sara ergueu sua mão até seu rosto, sentindo a aspereza de sua barba por fazer.

—Eu não sou de cristal, Gil!

—Mas enquanto eu puder cuidar de você, te proteger ... assim o farei! Irei tratá-la como o meu cristal.

Ela sorriu de lado, ele havia a desarmado completamente.

—Ok, você venceu! Faremos como desejar, senhor!


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