Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

E o prêmio de autora mais enrolada vai para ... a minha pessoa!
Desculpem por isso, mas as coisas em alguns momentos saem do meu controle.
Estamos tendo semanas difíceis em nosso país, trabalho em uma uti. Enfim, é muita coisa acontecendo e isso envolve também tempo e inspiração pra dar continuidade na fic. Há tempos minha inspiração vem deixando a desejar e acreditem, já pensei N vezes em sair definitivamente desse mundo de fanfiction por conta disso (Tô aqui ainda de teimosa kkk ).
Bom, esclarecida essa parte, eu não posso deixar de agradecer de coração à Thay por ter recomendado Recomeços. Não imagina a surpresa que tive e como forma de agradecimento, este capítulo é dedicado à você, minha querida. Obrigada de verdade pelo carinho!
Aos meus leitores, obrigada por me acompanharem e pelos reviews de incentivo.
Espero que gostem do capítulo.



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Grissom não sabia o que estava fazendo ali, se Sara se inteirasse de sua presença naquele lugar, as coisas iriam se complicar ainda mais para ele. Seu subconsciente lhe dera um alerta que ele não estava dando a mínima. Só esperava não se arrepender mais tarde.

 Com as mãos no bolso, caminhando um passo atrás de Heather, ele se pegou lembrando as muitas vezes em que estivera ali. Por conta de um caso ou simplesmente porque queria conversar com ela. Gostava de sua companhia e de suas conversas. Com Heather, ele poderia ser ele mesmo sem se preocupar com o risco de ser julgado. Eles se entendiam, a confiança era mútua.

—Por que não entrou ? Está parado há algum tempo.

Heather o tirou de seus pensamentos e ele encarou o seu perfil brevemente.

—Vigiando as câmeras ?

—Sabe que sempre faço isso, gosto de estar no controle, como também sabe! - Ela fez o mesmo, o encarou por alguns segundos antes de abrir a porta de sua enorme mansão.

Em silêncio, sentindo que Grissom a seguia, Heather os conduziu até sua sala de paredes vermelhas e estilo vitoriana. Embora ali sempre muito agitado, ela sabia que teriam a privacidade que precisavam, ainda era muito cedo para os negócios.

Ela esperou que ele se acomodasse e pela primeira vez desde que o vira naquela noite, esboçou um pequeno sorriso.

—Aceita um chá ? Posso preparar para nós!

—Se não se importar ...

Outro sorriso.

—Eu já volto!

O que ele queria mesmo era colocar seus pensamentos em ordem, mas Heather estava de volta bem antes disso. Ela lhe entregou uma xícara e se sentou de frente para ele, com outra.

—E então ... já tem um tempo. - Ela o investigou, assoprou sua bebida e tomou um pequeno gole sem perder o contato de seus olhos.

Sabia que se ele estava ali era porque ela tinha algo que ele precisava. Nem que fosse apenas para ser sua confidente, sua conselheira ou simplesmente apenas alguém para desabafar suas angústias.

Grissom depositou a xícara sobre a mesinha quase como uma fuga, depois deslizou as mãos em suas coxas, parando-as na altura de seus joelhos e entrelaçou seus dedos.

—Muita coisa aconteceu ...

—Soube que vai ser pai!

Ele esboçou um sorriso tímido. Nos últimos meses, desde sua separação de Sara, não haviam tido mais contato algum. Não culpava Heather por sua separação. Se havia algum culpado naquilo tudo, esse alguém era ele, que não dera segurança a Sara. E agora, pagava um preço alto demais.

—Sara está grávida, é uma menina ... Emma.

Como uma grande observadora, Heather notou em seu comportamento que ele não lhe dissera tudo. Além do mais, se conheciam há anos, não foi difícil chegar àquela conclusão, não para alguém como ela.

Grissom estranhou a forma como ela o encarava, chegou a se sentir desconfortável, por fim ouviu-a comentar.

—Há algo que te incomoda ... está feliz com a chegada da sua filha ?

—Estou, claro! - Ele respondeu quase horrorizado com o pensamento de ter, de alguma forma, expressado o contrário. _Foi a melhor notícia da minha vida!

—Mas ? Eu sinto que há um “mas” no meio disso.

Após um longo suspiro, Grissom admitiu.

—Sara e eu não estamos mais juntos, Heather ...

A dominatrix arqueou levemente uma sobrancelha, embora bastante surpresa, manteve a postura imponente, apenas trocou a perna cruzada. Demonstrando interesse pelo assunto, decidiu investigar aquilo melhor, talvez pudesse ajudar seu amigo de alguma forma.

—O que aconteceu ? Conte-me sobre isso, Gil ...

 

~Fim do flashback~

~♥~

Duas malas grandes e uma caixa de tamanho médio estavam acomodadas na enorme sala de estar da casa. Eles haviam retornado ao antigo apartamento de Sara e empacotado o que ela julgou ser necessário.

Aos poucos, eles foram estabelecendo uma nova rotina. Grissom lhe dava a liberdade de decisão seja ela qual fosse e para quê fosse. Ela não era uma simples hóspede, aquela casa lhe pertencia. Aquela família lhe pertencia.

Sentada sobre o tapete macio, Sara olhou ao redor da sala aconchegante e sentiu paz.  Um sentimento genuíno tomou conta de seu coração, ela fechou os olhos e esboçou um pequeno sorriso desfrutando de tamanho bem-estar.  

Alguns gritinhos chamaram a sua atenção e foi como se ela despertasse de um sonho bom para viver uma realidade ainda melhor.

Emma engatinhava no meio de todas aquelas coisas, analisando-as com curiosidade. Mas resolveu que precisava olhar tudo do alto, se apoiando em uma das caixas, ela conseguiu ficar em pé.

—Vai ajudar a mamãe, joaninha ? - Grissom se aproximou delas segurando a última caixa que retirou do carro.

Emma sorriu para o pai, ambas as mãozinhas apoiadas na caixa, as perninhas afastadas dobrando e esticando em uma dancinha engraçada. Ela era inteligente o bastante para perceber que tudo o que fazia, chamava a atenção de seus pais e ela simplesmente amava receber atenção.

Sara a trouxe para se sentar em seu colo, beijou seus cachos e tentou domá-los, prendendo-os com uma mão. Ao soltá-los novamente, voltaram a apontar em todas as direções, provocando um sorriso nela.

—Eu vou subir suas coisas para o quarto.

Ela se virou para ele.

—Eu te ajudo.

—Não, fique com a nossa filha! Você não pode exagerar e está fazendo exatamente isso, eu vou acabar levando uma bronca da sua médica.

Sara riu.

—Ela não precisa saber!

Grissom piscou cúmplice e se dirigiu ao piso superior.

Assim que sumiu de suas vistas, Sara se virou para a filha.

—O papai está muito mandão! Você não acha, Emma ?

Sem entender o que sua mãe quis dizer, a criança pequena apenas riu.

Dentro de uma das caixas, haviam alguns brinquedos de Emma, os primeiros que haviam comprado quando ainda montavam o seu quarto em seu apartamento.

Sara puxou uma joaninha de pelúcia e sorriu de lado.

—Quem é a joaninha do papai ? - Quando um dedinho delicado apontou para si mesma, ela quase se desmanchou em gargalhadas. _Eu não acredito nisso!

—No que não acredita ? - Grissom apontou nas escadas.

—Venha cá, veja isso! - Assim que ele se aproximou, sentando-se ao lado das duas no chão, Sara repetiu. _Emma, quem é a joaninha do papai ?

Ela sorriu e novamente apontou para si mesma.

A gargalhada alta tomou conta da sala, desta vez de Grissom.

Um filme passou em sua cabeça em segundos, tantas e tantas vezes, aquela sala havia sido palco para suas angústias e lamentações, madrugadas afora. E agora estava ele ali, com o coração leve e feliz, agradecendo por vivenciar momentos como aquele.

Emma deu um gritinho empolgada, esticou os bracinhos e com a ajuda de sua mãe, ‘planou no ar’ e conseguiu agarrar o pescoço de seu pai.

—Minha joaninha acabou de voar para os braços do papai! - Grissom brincou, a colocando em pé sobre suas coxas. Jamais imaginou que naquela altura de sua vida se tornaria tão babão, mas estava sendo uma delícia!

—Desse jeito, você nunca vai terminar de subir essas coisas. - Sara disse divertida.

—Tem razão! - Ele sorriu de lado, beijou a cabecinha de sua filha e a devolveu para os seus braços. _O papai já volta.

Algumas viagens depois, Grissom descia pela última vez as escadas e se juntou às garotas novamente.

—Sabe o que me lembrei ? Ontem quando eu estava no escritório, encontrei uma foto da época de São Francisco dentro de um livro.

Sara o olhou com curiosidade.

—Sério ?

—Huhum, quer ver ?

—Claro!

Grissom pegou Emma no colo e a ajudou a se levantar. Já tinha um tempo ensaiando um convite, resolveu fazê-lo no caminho para o escritório.

—O que acha de nós três jantarmos fora hoje a noite ?

Sara virou o rosto para ele, embora surpresa, havia gostado da ideia.

—Parece bom.

—Vou fazer as reservas! - Ele aconchegou melhor a filha em seus braços e beijou sua bochecha, sem fazer questão nenhuma em disfarçar sua felicidade.

No escritório, eles foram direto para a sua mesa. Havia alguns papéis sobre ela e Sara se lembrou que ele parecia ocupado com alguma coisa quando entrou ali na tarde anterior com Emma chorando.

—Aqui. - Ele facilmente encontrou a foto e lhe estendeu. _Uma pequena parte da turma de entomologia daquele verão.

Nenhum rosto era conhecido para Sara, alunos de vários cursos diferentes haviam participado. Ela se lembrava dessa foto ter sido tirada após a primeira palestra de Grissom. Praticamente todos os alunos já haviam saído do auditório e apenas sete foram clicados pela câmera. Ela estava ao lado dele, vestindo roupas simples e segurando alguns livros.

—Foi um bom momento!

—Sim, eu tinha acabado de te conhecer! E nem de longe eu imaginava que aquela garota com um rabo de cavalo fosse mudar a minha vida!

Sara sorriu de lado e o encarou por breves segundos antes de colocar a foto em cima de um livro sobre a mesa.

—Você tem um recado na secretária eletrônica.

Grissom apertou o botão despretensiosamente e desejou jamais ter feito.

Ambos prenderam a respiração quando uma voz sedutora tomou conta do ambiente.

“Olá, Gil.”

 


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