Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui vamos nós de novo! Eu não posso deixar de agradecer por cada pessoinha linda que deixou seu review. Amei, amei e amei todos eles. Aos que não comentaram, eu também agradeço pela companhia e por darem um voto de confiança à Recomeços. Ah e claro, o meu obrigada pelos favoritos.
Confesso que se me perguntarem o porquê de escrever esta estória em "dois tempos", eu vou responder a mais pura verdade, eu simplesmente não faço ideia. kkkkk Minha inspiração que resolveu surgir assim. Como devem ter percebido, Grissom e Sara estão separados nesta fic, e os flashbacks pretendem mostrar como foi a construção da separação até o momento do acidente. Achei melhor dividir os capítulos em dois tempos do que trazer essas lembranças "soltas" ao longo da fic.
Agora chega de enrolação e vamos ao que interessa.
Boa leitura!



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Seus olhos buscaram a confirmação pela terceira vez e ainda assim ela não conseguia acreditar.

Era uma mistura de sentimentos. Alegria, insegurança, medo, principalmente medo.

Medo do desconhecido, medo das inevitáveis mudanças, medo da reação dele quando soubesse que seria pai!

Seus olhos umedeceram.

Já não eram mais meras desconfianças, a certeza estava ali diante dela. Esperava um filho do homem que amava.

Um pequeno serzinho estava sendo gerado dentro dela.

Ela olhou à sua volta, quase em transe. De onde estava, era possível ver o laboratório em que esteve minutos atrás quando fora pegar seus exames.

Ela havia decidido caminhar um pouco, enquanto buscava a coragem necessária para ver os resultados. Aquele parque ficava praticamente em frente, o sol já estava quase se pondo naquele fim de tarde.

Antes de abrir o exame, decidiu se sentar em um banco, imaginando que suas pernas não seriam capazes de sustentar seu corpo por muito tempo mais. Estava tão nervosa.

O parque estava movimentado, ela notou o quanto as pessoas passavam apressadas, absortas em seu mundo.

Seus olhos voltaram novamente para o papel e então, lentamente pousaram em sua barriga.

—Meu filho ... - Sussurrou.

Sem conseguir se conter, ela tocou com carinho a barriga ainda lisa. Era reconfortante. Naquele momento, um milhão de coisas passaram por sua cabeça e a principal delas era em como daria a notícia para o seu namorado.

—Vai ficar tudo bem ... - Murmurou confiante.

Muitos minutos depois, decidida, ela pegou o celular de sua bolsa e discou seu número. No terceiro toque ele atendeu.

—Grissom!

—Gris ?Pode falar agora ?

Sua voz estava estranha, ele parecia afobado.

—Oi querida, me desculpe! Não vi que era você.

—Tudo bem ... é ... você está em seu apartamento ?

—Não, eu recebi uma ligação, precisei ... hum ... sair.

Ela tentou esconder sua decepção.

—Precisamos conversar, é ... muito importante. - Havia uma urgência em sua voz associada a uma pitada de hesitação que ela não conseguira esconder.

Ele não tinha a intenção de voltar para o seu apartamento, pretendia ir de onde estava, direto para o laboratório. Não sabia até onde aquela situação se arrastaria, poderia durar minutos ou muitas horas. Era algo delicado, mas sua namorada também precisava dele.

Em termos de prioridade, ela estaria sempre no topo da lista. Portanto, mudaria seus planos.

—Me espere em meu apartamento e podemos conversar antes de nosso turno.

—Ok!

—Mas está tudo bem com você ? - Se preocupou.

—Vai ficar! Nos vemos mais tarde, amor.

Pronto! O primeiro passo já havia dado, só teria que controlar sua ansiedade um pouco mais. Na verdade era até bom, assim poderia se preparar melhor.

~♥~

Ela entrou em seu apartamento usando a cópia da chave que ele lhe dera há alguns meses. Havia achado incrível ele ter feito aquilo e na mesma semana providenciou uma cópia de suas chaves para ele também.

Ela acendeu as luzes, colocou sua bolsa sobre a mesa de centro e se sentou no sofá. Depois pensou melhor, se levantou e retirou seu celular e o exame de dentro dela. Suas mãos estavam suadas, precisava se acalmar.

Ela voltou a se sentar, se livrou das confortáveis sapatilhas que calçava e desta vez apoiou os pés no estofado macio, abraçando suas pernas.

Paciência. Já estava começando a escurecer e ela imaginou que ele não tardaria a chegar.

Mas o tempo foi passando e nenhum sinal de seu namorado.

Havia até tentado localizá-lo, mas seu celular estava desligado. Talvez estivesse sem bateria, ele nunca se lembrava de carregá-lo.

Aos poucos seu corpo foi escorregando no sofá. Ela se encolheu em posição fetal e em poucos minutos, muito cansada, acabou adormecendo.

—Gris ?

Ela acordou assustada e chamou por ele, completamente desorientada.

O apartamento estava em silêncio, ele não havia voltado. Se perguntou o que de tão importante ele precisava fazer. Sim, tinha que ser realmente importante para que ele não viesse de imediato, porque tinha certeza que ele percebeu seu nervosismo quando lhe telefonou.

Não fazia ideia de que horas eram, ela olhou em seu celular e suspirou. Nenhuma ligação dele, havia cochilado por quase duas horas. Ainda se sentia tão cansada, talvez fosse seu corpo tentando se adaptar à gravidez.

Gravidez! Deus, saber que estava gerando uma vida, parecia ser tão surreal.

O turno começava dentro de uma hora, decidiu tomar uma ducha rápida e se preparar, torcendo para que neste meio tempo, seu namorado chegasse. Não poderiam conversar sobre o bebê no laboratório.

Ela pegou o par de sapatilhas com a mão e seguiu para a suíte. A pedido dele, mantinha muita coisa em seu apartamento, o mesmo acontecia com ele no dela.

Alguns minutos depois, retornou à sala e se sentou no sofá para calçar suas botas de trabalho. Definitivamente não havia mais tempo para esperá-lo, pegou sua bolsa e saiu, distraída, nem percebera que seu celular e o exame haviam ficados para trás.

Tinha que confessar que estava chateada com a atitude dele. Era óbvio que sua vida não se resumia à ela, ele tinha suas coisas. O que ela não entendia era porquê não avisá-la, mesmo que seu celular estivesse morto. Se fosse com ela, daria um jeito de ligar.

Em pouco tempo já estacionava no laboratório.

Para a sua surpresa, assim que saiu do carro ela viu a suv dele estacionada em frente a lanchonete do outro lado da rua. O que ele fazia ali ?

Tentada a ir até ele, ela caminhou, mas foram apenas alguns passos quando viu a porta do passageiro abrir. Seu coração gelou quando reconheceu a mulher.

                                                    

 ~Fim do flashback~

~♥~

—Como ela está, Dr. Bennet ?

Após os devidos cumprimentos, o bom médico não estava surpreso pela sua busca desesperada por notícias. Muitos ali o conhecia, além do acidente de Sara ter sido bastante noticiado na época, Grissom jamais havia deixado de visitá-la durante todos esses meses, tanto que chegou a fazer algumas amizades naquele local.

—Bastante agitada! Neste momento, está sendo avaliada por sua neurologista.

—Ela se lembra do que aconteceu ?

—Muito pouco, não para de perguntar da filha! A Dra. Shelly virá falar com você assim que possível.

—Dr. Bennet ? Precisam do senhor na traumatologia.

Ambos se viraram para a jovem residente.

—Obrigado, Celina! Já estou indo. - Depois se voltou para ele novamente. _Fique calmo, Dr. Grissom. Logo poderá estar com ela, agora eu preciso ir, com licença!

—Sim, claro!

Assim que se viu sozinho, ele escorou seu corpo na parede da recepção. Não conseguiria se sentar, estava ansioso demais, precisava estar com ela.

O movimento de pessoas era constante, profissionais em suas roupas imaculadamente brancas, alguns pacientes, seus familiares.

As pessoas iam e vinham, de todas as direções e ele ali, absorto em seus pensamentos.

Como seria poder olhar em seus lindos olhos depois de tanto tempo ?

Poder ouvir sua voz ? Deus, como ele sentira a falta de sua voz!

Poderem conversar sobre a filha!

Emma lembrava tanto ela, seus trejeitos, sua beleza. Ambas haviam conquistado seu coração assim que seus olhos pousaram nelas pela primeira vez!

Ele sorriu, seu coração transbordava. Ele parecia flutuar.

Havia sonhado tantas vezes em viver aquela emoção e agora que aquele momento havia chegado, ele parecia não acreditar!

Era como se tudo aquilo fosse um sonho! Um sonho que ele não queria nunca mais acordar!

Em meio a tanta felicidade e euforia, certo pensamento pareceu infiltrar em sua mente naquele momento.

Sara lhe culparia pelo que aconteceu ? Por te sido incisivo naquela troca de caso, enviando-a para tamanha tragédia ?

—Dr. Grissom ?

Ele não havia percebido que a médica estava diante dele, sua presença de certa forma empurrara aquele pensamento para um canto qualquer de seu subconsciente.

 Ela sorria e ele orou para que aquilo significasse boas notícias.

—Estava distraído, me desculpe!

—Não se preocupe com isso, eu já tenho o meu parecer sobre Sara!

—Ela vai ficar bem ? Existe alguma sequela ?

Seu coração estava apertado, ele quase não lhe perguntou por medo da resposta. Se bem que seu amor por ela não mudaria em nada. Ele a amava sem ou com limitações!

—Sua função neurológica está perfeita, os exames não apontaram nenhuma alteração. Sua recuperação será completa!

Ele sorriu abertamente, seus olhos brilharam. Aquilo significava que logo a levaria para casa.

Doutora Shelly continuou.

—É normal que durante este período em que ficou acamada, ela tenha perdido um pouco de massa magra. Suas articulações vão parecer mais rígidas e seus músculos levemente atrofiados. Sua fisioterapia continuará sendo imprescindível neste primeiro momento.

—Farei tudo que estiver ao meu alcance para que Sara se recupere o quanto antes! Existe alguma previsão de alta ?

—Dois dias! Vamos mantê-la em observação e ocorrendo tudo bem, não há motivos para a sua permanência no hospital! Ela poderá ir para casa.

Seria mais rápido do que ele mesmo havia imaginado, não cabia em si de tão feliz!

—Posso vê-la ?

—Sim, claro! Me acompanhe.

Ele a seguiu imediatamente, seu coração parecia um tambor dentro de seu peito, sentia seu corpo todo tremendo por dentro.

Em poucos minutos estavam diante do quarto de Sara.

—Vá em frente. - Ela o incentivou. _Terão muito o que conversar, principalmente sobre Emma!

Ele empurrou a porta lentamente.


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