Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Finalmente atualizada e não poderia estar mais feliz ao descobrir que Recomeços ganhou uma nova recomendação. Dri, muito obrigada mesmo pelas palavras, não imagina o quanto fiquei feliz e, demonstrando a minha gratidão, este capítulo é dedicado à você.
Às minhas queridas leitoras, eu peço desculpas por demorar tanto a atualizar, a vida real anda complicada e admito que não tá sendo nenhum pouco fácil escrever essa fic. O enredo dela e o fato de ter que escrevê-la em dois tempos é difícil, mas aos poucos ela vai saindo. Espero continuar com a companhia de vocês.
Agora chega de enrolação e vamos ao que interessa.
Boa leitura!



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Grissom fez mais, não apenas a deixara na porta de seu prédio como também subira com ela.

Assim que Sara abriu a porta do apartamento, um cheiro horrível invadiu suas narinas.

—Deus do céu! Que cheiro é esse ? - Ela reclamou.

Grissom tinha suas suspeitas e não demorou muito para que as concretizasse.

—Volto em um minuto!

Depois de uma rápida inspeção, ele desceu para falar com o síndico e logo estava de volta acompanhado de um senhor de cabelos brancos, um pouco acima do peso.

—Acabamos de detectar um problema de escoamento da nossa rede de esgoto, senhorita Sara. Alguns apartamentos foram mais atingidos, infelizmente o seu é um desses.

—E acha que isso vai demorar, senhor William ? - Ela parecia lutar contra uma onda de náuseas. O cheiro estava mesmo muito forte.

—Ao que parece o problema é mais grave do que pensamos! Mas não mais que dois dias conseguimos normalizar a situação.

—Dois dias ? Como vou fazer com esse cheiro ?

—Você ficará comigo! - Grissom se interpôs.

—Não, eu não vou!

—Sara, não seja intransigente! Você não pode ficar aqui, não existe a menor condição.

—Eu preciso voltar, estão me esperando para os comandos. Peço desculpas pelo transtorno, senhorita Sara! - O síndico tratou de escapulir dali, aquele assunto não lhe pertencia.

—Quer que eu lhe ajude com a mala ?

—Eu não disse que iria com você!

—O que pretende fazer então ?

—Posso ficar em um hotel!

—Você detesta esses lugares, Sara! Não vai conseguir descansar, por favor, pense no bebê!

—Será que não entende, Grissom ? Eu não posso mudar o fato de que você é o pai do meu filho, mas ... - E então, com os olhos úmidos sussurrou. _Me faz mal estar perto de você ...

Grissom sentiu seu coração sangrar naquele momento.

—Sinto muito por te fazer sentir assim, Sara. Eu ...

Ele havia saído tão rápido quanto suas pernas permitiam, mas não rápido o suficiente para ela deixar de notar a lágrima solitária deslizando em seu rosto.

~♥~

Enquanto esperava para começar um interrogatório, Grissom se pegou pensando em sua vida.

Parte de sua manhã havia sido incrível, ver seu filho através do monitor era uma sensação que não poderia descrever. Havia sido capaz de esquecer seus problemas, da triste realidade que vivia. Mas então, Sara lhe dissera aquilo.

Foi como se seu mundo desabasse, mais uma vez. Um pensamento se materializou naquele momento, havia mesmo a perdido para sempre.

Ele saiu de seu apartamento quase desejando a morte. Se não fosse por seu filho, não haviam motivos para continuar respirando.

Talvez nunca fosse acordar daquele pesadelo. Sara jamais o perdoaria. Um perdão para algo que ele não cometeu.

Jim se juntou a ele e entraram na sala. O suspeito já estava os aguardando juntamente com seu advogado.

~♥~

Sara não conseguia distinguir o que realmente estava sentindo. Havia ficado irritada com aquele mau cheiro e com a insistência de Grissom em praticamente obrigá-la a fazer o que não queria. As palavras saíram duras e nem de longe verdadeiras. Por um lado, ela sabia que havia o machucado com o que disse, e por outro, achava que ele merecia. Ele a fizera sofrer e ela acabara de fazer o mesmo! Então era isso ? Tudo o que restara do relacionamento seria uma troca de feridas ? Iriam se machucar mutuamente ? Como ficaria seu filho ? Uma criança inocente no meio daquilo tudo!

Deus, ela tinha certeza que não faltava muito para enlouquecer.

Haviam sido dois longos dias em um hotel, sem fazer absolutamente nada que não fosse pensar naquilo e em muitas outras coisas, como a importante decisão que tomara. Pretendia colocá-la em prática, mas para aquilo, precisava ir até o laboratório.

Ela imaginou os rumores que deviam estar circulando naquele lugar, agora que não era segredo para ninguém que estava grávida de seu supervisor.

De volta em seu apartamento, novamente habitável, tomou um banho relaxante e demorado em sua banheira. Depois gastou um bom tempo tentando encontrar algo que a deixasse confortável. Definitivamente teria que ir às compras em breve.

Muitos minutos depois, trancava seu apartamento.

Assim que pisou no laboratório, algumas cabeças imediatamente se viraram para ela. Mesmo que tentassem disfarçar, ela viu que todos os olhares foram direcionados para sua barriga proeminente.

Naquele exato momento, Ecklie passava pela recepção e com ele não foi diferente. Olhando para sua barriga e só depois em seus olhos, perguntou.

—Já está de volta ?

—Ainda não! Eu posso falar com você ?

Ela viu sua testa enrugar e então ele olhar em seu relógio.

—Ainda tenho alguns minutos antes de um compromisso! Venha até minha sala.

Ecklie parecia cortês demais que ela própria estranhou.

Em silêncio o seguiu pelos corredores, sentindo novos olhares sobre si.

—Sente-se, Sara! Sobre o que quer falar ?

Ela puxou a cadeira e se sentou enquanto ele fazia o mesmo do outro lado da mesa.

—Sobre o meu retorno! Quando eu voltar de minha licença, quero ser transferida para o turno do dia. - Ela falou em um único fôlego.

—Como ? Já havia acordado com Grissom, você se reportaria à Catherine!

Ecklie parecia realmente surpreso!

—Eu prefiro mudar de turno!

—Grissom já está ciente disso ?

Sara mordeu o lábio inferior, depois admitiu.

—Não! Mas esta é uma decisão que cabe a mim.

Ele pareceu pensar, depois concluiu.

—O CSI transferido que está cobrindo a sua licença, permanece em seu lugar. E assim que estiver de volta, você assume no turno do dia! Apenas comunique Grissom o quanto antes.

—Obrigada, Ecklie!

~♥~

Sara resolveu ir até a sala de descanso, embora achasse que àquela hora, seus amigos já teriam saído à campo. Mas percebeu estar enganada quando viu Greg no final do corredor vindo de encontro a ela.

—Sara! Mas que surpresa boa! - Ele correu para lhe abraçar quase levantando-a do chão.

—Cuidado com o meu bebê, seu maluco! - Ela lhe repreendeu suavemente, notando o seu sorriso de menino travesso.

—Veio nos visitar ?

—Também! Tinha algumas outras coisas que precisava resolver.

Greg abraçou sua cintura arredondada e a levou para a sala de descanso, junto aos demais, que ainda aguardavam os casos serem distribuídos.

—Olhem quem está aqui!

Todos se viraram e a viram ali de pé. Imediatamente se levantaram e um a um foi cumprimentando-a carinhosamente com um abraço.

Grissom permaneceu sentado onde estava, vendo toda aquela interação. Mãos que tocavam sua barriga, o sorriso lindo dela permitindo o contato.

Seus olhos se tornaram vazios, inexpressivos. Ele mesmo nunca tocara em sua barriga, não fazia ideia de como era a sensação.

Catherine havia sido a única que percebera seu sofrimento, precisava fazer alguma coisa por seu amigo.

—Vai voltar à ativa ? - Nick quis saber.

—Não ... eu ... ainda tenho algumas semanas de licença. Mas há algo que vocês precisam ... hum ... saber! - Percebendo todas as atenções sobre ela, até mesmo de seu ex namorado, continuou. _Eu decidi me transferir para o turno do dia!

Foi unânime todas as cabeças se virarem para o supervisor.

Pela sua expressão, ele não gostara nenhum pouco!

 

~Fim do flashback~

~♥~

Grissom mal havia pregado os olhos, passara a maior parte da noite no quarto de Emma, velando o sono de sua filha. Sua ansiedade era enorme, sabendo que no dia seguinte trariam Sara para casa.

Tudo estava preparado, ele havia conversado com sua neurologista que havia recomendado um profissional para reabilitá-la. Já estava acertado para que Vicent começasse na próxima semana.

Nesses dias, ele queria apenas que Sara se readaptasse à sua vida, criasse sua própria rotina e principalmente se sentisse confiante na função de mãe. Assim como ele mesmo um dia precisou desse tempo quando se viu sozinho e responsável em tempo integral por uma outra vida que dependia exclusivamente dele.

Assim que saiu do banheiro, completamente vestido, sorriu para a bagunça que sua filha fazia sobre o tapete macio, rodeada de seus brinquedos.

—Vamos buscar a mamãe, Emma ? Conseguiu pensar em como vai ajudar o papai a reconquistá-la ?

Ela lhe deu um sorriso lindo que derreteu completamente seu coração de pai. Não havia como não se render à sua pureza. Perto dela, seus problemas se tornavam insignificantes.

~♥~

Com toda a burocracia em ordem, a liberação de Sara havia sido relativamente rápida.

Eles ainda estavam em seu quarto, apenas ouvindo as últimas recomendações da doutora Shelly.

Sara, em uma cadeira de rodas com Emma em seu colo. Ela não ficara nenhum pouco feliz em deixar o hospital naquilo, mas eram normas da instituição e não teve outra alternativa, senão aceitar. Além do mais, era bem provável que não conseguiria andar todo o trajeto até o estacionamento.

Grissom, estava em pé ao seu lado, segurando a mãozinha da filha enquanto ouvia atentamente a médica.

—Estes remédios aqui, são para dores de cabeça, caso aconteça. Seu cérebro esteve há bastante tempo recebendo poucos estímulos e se acostumou a isso. Excesso de informações e experiências podem estressá-lo neste primeiro momento.

Grissom recebeu a sacola com os remédios e sorriu quando Emma tentou tirá-la de sua mão.

—Dr. Grissom, eu posso contar com o seu comprometimento durante a recuperação de Sara ?

—Tem a minha palavra!

—Fico mais tranquila, eu te espero para um retorno no próximo mês, Sara!

—Assim será!

—Bem, é isso! Estou muito feliz por você, minha querida. Parabéns pela vitória! A vida está te dando uma nova chance, aproveite-a!

—Obrigada, Dra. Shelly! Por tudo!

Grissom empurrou sua cadeira de rodas até o elevador. Suas coisas já haviam sido todas colocadas em seu porta-malas.

Emma, ora inclinava seu corpinho, olhando para o chão que ficava pelo caminho, ora olhava para trás observando seu pai.

Sua expressão de quem não estava entendendo como aquilo era possível, provocou sorrisos em seus pais.

No estacionamento, Grissom parou diante de seu carro.

Ele se inclinou para tirar Emma do colo de Sara, quando notou que ela parecia estranha. Havia se agarrado à filha de tal maneira que chamara a sua atenção.

—Você está bem ?

—Estou!

Mas ele não estava convencido.

—Tem certeza ?

—Não é nada de mais, apenas que ... olhar para o carro ... desencadeou uma lembrança do acidente.

—Você está com medo ? - Ele perguntou carinhosamente, imaginando se ela havia adquirido algum trauma ou até mesmo fobia de carro. Aquilo não havia passado por sua cabeça, ao menos até agora.

—É só uma sensação diferente.

—Se quiser conversar sobre isso ou qualquer outra coisa, sabe que pode contar comigo.

—Obrigada, Grissom! Podemos ir ?

Ele finalmente pegou Emma de seu colo e a colocou em sua cadeirinha. Depois lhe ajudou a entrar no carro, atendendo ao seu pedido de se sentar no banco traseiro ao lado da filha. E então, antes que pudesse completar o caminho de volta com a cadeira, um funcionário se ofereceu para deixá-la na recepção. Ele agradeceu e em poucos minutos dirigia de volta para casa, desta vez, com sua família completa.

Ali, muita coisa aconteceria!


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