Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 10
Capítulo 10




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Grissom sabia que a data da próxima consulta de Sara se aproximava, mas não fazia ideia do dia certo. Querendo estar junto, ele resolveu então telefonar, torcendo para que ela não ignorasse sua chamada como acontecera tantas vezes.

—Alô!

Ele soltou sua respiração quando ouviu sua voz, nem fazia ideia de que a prendia.

—Oi Sara! Eu queria saber sobre a sua consulta, quando vai ser ?

—Daqui a três dias!

—Posso estar junto ?

Seu silêncio durou alguns segundos. Ela não podia realmente impedi-lo, ele tinha direitos, continuava sendo o pai de seu filho. Por fim, concordou.

—Tudo bem!

—Seus enjoos melhoraram ?

—Não!

—Precisa de alguma coisa ?

—Também não!

Grissom suspirou, lhe doía sua frieza. Ele se lembrou da conversa que tivera com Ecklie há alguns dias.

—Hum ... Sara ... Ecklie já tem conhecimento de tudo, eu falei com ele!

—E como foi ? - Agora ele havia tomado completamente a sua atenção. Estava temerosa.

—Tivemos um atrito no começo, mas acabamos nos entendendo. Não quero que se preocupe com ele. Ele não é uma ameaça!

~♥~

Sem poder dirigir até segunda ordem, Grissom se ofereceu para passar em seu apartamento e irem juntos ao médico. Sua consulta era às nove.

Sara prontamente recusou, dizendo que pegaria um táxi e se encontrariam no consultório. Não se dando por vencido, ele insistiu tanto que ela acabou cedendo. Uma pequena vitória já que ela continuava irredutível a tudo!

—Pronta ?

—Estou! Só vou pegar a minha bolsa.

Sara ia se virar quando sentiu uma pequena vertigem e perdeu o equilíbrio, sendo imediatamente amparada por Grissom. Ela fechou seus olhos sem se importar de estar agarrada a ele.

—Hey! O que foi ? - Perguntou preocupado, sentando-a no sofá com cuidado e se sentando em seguida ao seu lado.

—Apenas uma tontura. Já vai passar!

Ele se levantou para pegar um copo de água para ela e em segundos estava ao seu lado novamente.

—Beba tudo!

Ela obedeceu quietinha, esperando aquela sensação horrível passar.

Instantes depois, ele quis saber.

—Melhor ?

—Estou! - Ela ainda parecia um pouco abalada.

Ele esperou pacientemente ela se acalmar, morrendo de vontade de abraçá-la, tocar seu rosto, seus cabelos. Como sentia falta de acariciá-los, tê-los esparramado em seu peito após uma deliciosa sessão de amor!

Quando percebeu ela tentar se levantar, ele se adiantou, se levantou ajudando-a a fazer o mesmo.

Algum tempo depois se sentavam de frente para o médico dela. Doutor Eduard Grant era um dos melhores e mais experientes obstetras de Vegas.

—Estudando o seu histórico, confesso que fiquei impressionado. Você tem um pequeno guerreiro aí dentro, mamãe!

—Ou uma pequena guerreira! - Sara completou com um sorriso.

—É o que prefere ?

—Eu não me importo, doutor Grant!

—E quanto à você, papai ? - Ele se virou para Grissom.

—Também não! Só queremos um bebê saudável!

—Então vamos trabalhar para isso! Hum ... eu vou pedir alguns novos exames, preciso de uma nova amostragem a fim de comparação. Tudo bem para você, Sara ?

—Sim, claro! O que for preciso.

—Como tem se sentido ?Me descreva como é o seu dia-a-dia.

—Bem, não tenho feito muita coisa durante essas semanas, a não ser repousar. Tenho procurado me alimentar bem, mas meus enjoos atrapalham um pouco, tenho enjoado bastante!

—Posso receitar alguns medicamentos se for o caso, mas eu prefiro tentar primeiro uma outra abordagem, com receitas naturais. Chás de gengibre, cream cracker, por exemplo, ajudam a aliviar os sintomas.

—Posso tentar ...

—Faça sim isso! Bom, faremos uma outra ultrassonografia hoje também, precisamos acompanhar de muito perto o desenvolvimento do seu bebê. Dependendo dos resultados de seus exames, posso estimar um retorno ou não, às suas funções. Com o que você trabalha ?

—Na criminalista.

—Policial ?

—CSI!

—É um trabalho interessante!

—Se é!

Doutor Grant sorriu com carinho e se levantou.

—Pode se deitar aqui, Sara.

Houve uma rápida coleta de sangue, e uma minuciosa avaliação. Ele era bastante atencioso e a tranquilizava o tempo todo. Não poderia ter feito melhor escolha.

—Vamos ao ultrassom ?

Enquanto ela se preparava, uma emoção diferente tomava conta de Grissom. Ele não havia visto seu filho na primeira ultrassonografia. Estava muito ansioso!

Aos poucos a imagem desfocada se tornou mais nítida no monitor. Ele estava completamente sem fala e não fazia ideia do sorriso bobo que brincava em seus lábios.

—Tenho muito boas notícias! O desenvolvimento do bebê está sendo como a de qualquer gestação saudável. Você está em torno da décima quarta semana.

—Será seguro para que ela volte ao trabalho, doutor ? - Grissom quis saber. Ele simplesmente não conseguia desviar seus olhos do monitor, sabendo que ali estava seu filho.

—Se não houver nenhum outro contratempo como dores e até mesmo pequenos sangramentos, então sim, será seguro! Por volta da décima oitava semana, é um tempo bom, nos permite uma margem segura de adaptação ao segundo trimestre. Ainda assim, vamos agendar sua próxima consulta para antes desse retorno, preciso novamente de uma minuciosa avaliação que não me restará dúvidas. Quanto ao trabalho, sem exageros, que a mamãe aqui se limite a tarefas mais simples!

—Não será um problema! - Não seria mais o seu supervisor, mas se for o caso intimaria Catherine.

Doutor Grant ainda tirou algumas dúvidas que tinham, comentou sobre os resultados de seus exames, eram valores bons, estavam normais. Depois finalizou a consulta, marcando o retorno para o mês seguinte.

Já no carro, dirigindo para o apartamento dela, Grissom lhe agradeceu sem se preocupar em disfarçar tamanha emoção.

—Obrigado por me dar um filho, Sara e me deixar fazer parte desses momentos!

 

~Fim do flashback~

~♥~

Eles haviam se assustado quando o almoço chegara. Parecia que há pouco Sara dera o leite a Emma, mas não era bem assim. Haviam perdido completamente a noção do tempo e só então notaram que já estavam no final da manhã.

Para a surpresa de ambos, o pequeno banquete serviria tranquilamente duas pessoas e eles imaginaram que havia sido proposital.

Eles se sentaram à mesa com Emma no colo de Sara. Ela simplesmente não conseguia se desgrudar da filha e Emma não pareceu se importar.

Ela viu quando Grissom pegou um prato e amassou alguns legumes, transformando-os em uma papinha colorida e saudável. Depois desfiou meticulosamente um pequeno pedaço do filé de frango grelhado.

Ele realmente parecia estar mais do que habituado em sua função de pai.

Grissom sentiu seus olhos sobre ele e levantou a cabeça do prato.

—O que ? - Perguntou curioso, bem menino!

—Nada!

—Hum ... - Ele colocou o prato de Emma entre eles, assim ambos poderiam atender às suas necessidades.

Depois a serviu, legumes, arroz branco e creme de milho. Por último, se serviu com os mesmos alimentos acrescentando uma generosa porção do filé de frango.

Eles se revezavam em comer e alimentar a filha ao mesmo tempo.

Sara se divertia com Emma a todo instante tentando pegar sua papinha com a mãozinha esperta.

Depois do almoço, eles retomaram suas posições. Ela e Emma em sua cama, e ele na cadeira. Estava um pouco cansada, tinha que admitir.

—Dra. Shelly disse que você vai precisar de fisioterapia por um tempo.

—Até que minha força seja totalmente restabelecida, eu me sinto um pouco rígida!

—Ela disse ser normal, eu vou pedir uma indicação para um profissional de sua inteira confiança! Você sabe que ... bem ... vai ficar comigo, não sabe ? - Ele parecia hesitante, não haviam acordado àquilo, mas não poderia ser de outra maneira.

—Estou ciente disso ...

—Sara, isso te incomoda ? - Ele prendeu a respiração, esperando sua resposta.

Ela pareceu pensar por alguns segundos.

—Não quero nunca mais me separar de Emma e ... - Ela deu um longo suspiro antes de continuar. _Não é justo separá-la de você também! Confesso que não sei como vamos fazer ...

—As coisas vão se ajeitar, ficaremos bem ... - Ele torcia para que neste meio tempo pudesse reconquistá-la.

Eles viram Emma engatinhar na cama e Sara perguntou com curiosidade sobre a filha.

—Ela já consegue dar alguns passos ?

—Apenas se estiver apoiando em algo, ela ainda não se sente segura o bastante.

—Hum ... como foi o seu aniversário ? - Ela não conseguiu disfarçar sua tristeza.

—Foi uma comemoração simples com nossos amigos, pedi para que Nick gravasse para você, há algumas fotos também.

—Obrigada, Grissom! - Havia sido de uma sensibilidade enorme sua atitude, tinha que reconhecer.

Emma se achegou a ela, resmungando, enquanto tentava escalar seu braço pedindo colo. Imediatamente a pegou. Não saberia dizer em palavras o quanto estava feliz por sentir que sua filha não estava a estranhando.

Eles viram-na esfregar seus olhinhos coloridos.

—Isso é sono! - Grissom disse com conhecimento de causa.

—Ela deve estar acordada desde muito cedo, talvez seja por isso!

—Oh, não se engane! Acordar cedo não é uma exceção para ela. Ou melhor, não é uma exceção para nós dois. Não existe despertador mais eficiente que a nossa filha!

Sara sorriu, estava sendo uma delícia aprender cada particularidade de sua pequena.

Emma encostou a cabecinha em seu ombro e ela deixou que a filha brincasse com uma mexa de seu cabelo. Não se lembrava de quando havia usado o cabelo naquele comprimento, talvez quando ainda fosse adolescente. Ele precisava de um bom corte e assim que possível resolveria aquilo.

Emma estava prestes a levar o cabelo à boca quando ouviu seu pai.

—Não pode. - Grissom balançou seu dedo dando ênfase para que a filha compreendesse.

—O que ela está fazendo ?

—Tentando colocar o seu cabelo na boca! - Mal havia terminado sua frase quando ela repetiu o movimento. _Emma! - Ele a repreendeu suavemente quando percebeu que ela não iria obedecê-lo. _Não, filha.

Grissom se levantou de sua cadeira e o que aconteceu a seguir o levou às gargalhadas.

Emma pensou que fosse uma brincadeira e que ele estivesse indo pegá-la. Imediatamente ela levantou a cabeça do ombro de sua mãe, subiu em seu corpo e abraçou o seu pescoço, tudo isso sem deixar de encarar seu pai com uma carinha sapeca.

Sara abraçou seu corpinho também rindo muito, não esperava aquele tipo de reação de seu bebê. Ela com certeza era bastante esperta!

—O papai não vai pegar você, meu amorzinho!

Sara a aconchegou melhor, ela realmente estava morrendo de sono e em poucos minutos adormeceu em seus braços.

—Acho que é melhor irmos, você também precisa descansar.

Ela não discutiu, passou a mão no rostinho da filha, depois a beijou com ternura antes de entregá-la a ele.

—Da próxima vez você virá para casa conosco!


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