Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 12
Capítulo 12




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—Podemos conversar, Sara ? - Grissom parecia com uma calma estudada.

—O seu turno ...

—Cath, poderia distribuir os casos para mim ? - Ele perguntou sem desviar os olhos de Sara.

—Sim, claro!

—Obrigado!

Grissom deu passagem para Sara e a seguiu logo atrás. Entraram em seu escritório e ele fechou a porta.

—Você poderia ter me colocado à par de seus planos, antes de comunicar aos demais. Mas pelo visto, realmente decidiu que eu não mereço nada de bom que venha de você, muito menos a sua consideração! - Ele estava visivelmente ferido, outra vez.

—Eu ...

—Isso é só para me punir, não é Sara ? - Ele a interrompeu. _Ainda vai manter a sua palavra sobre não me separar do meu filho ou devo me preocupar com isso também ?

—Já não sou mais uma adolescente, Grissom! Isso não tem nada a ver com punição, e você não tem o direito de duvidar da minha palavra!

Assim como ele, ela também parecia bastante alterada.

Grissom suspirou tentando se acalmar. O que menos queria era prejudicar seu próprio filho e aquilo aconteceria com todos aqueles gritos e trocas de acusações. Mas ultimamente era como se Sara tivesse empenhada em lhe machucar, com palavras, ações, ou o que fosse.

Tudo nas mãos dela virava uma arma mortal e ele já não suportava mais viver daquela maneira.

Depois de alguns minutos, ele perguntou com uma tranquilidade que nem de longe era o que realmente sentia.

—Acha que é o melhor a fazer ? Acredita nisso ?

Sara respondeu no mesmo tom de voz. Sabia que não podia ficar nervosa.

—Virar noites em claro, pode ser prejudicial ao bebê. E para ser bem sincera, não sei se conseguiria, Grissom! No começo foi difícil, mas meu organismo já está se acostumando com noites para dormir e não trabalhar.

Ele pareceu compreender, no entanto não significava que estava menos chateado.

—Sara ... olha ...

Um toque na porta o impediu de continuar, ele olhou para a porta e por pouco não suspirou frustrado.

—Entre!

—Gil ?- A loira o chamou com intimidade, praticamente ignorando a presença de Sara.

—Sofia ? Não sabia que estava de volta!

Até então ela estava em Denver. Havia sido transferida e trabalhava na jurisdição de lá. Pelo que ele se lembrava, há quase cinco meses.

—Olá, Sara! - Ela mal lhe encarou e voltou sua atenção para quem realmente lhe interessava! _Terminei minhas obrigações por lá! Me disseram que estava aqui, eu preciso falar com você.

—Fiquem à vontade, eu já estava de saída! - Sara se levantou, tentando ignorar a ruguinha de ciúme. Ele era um homem livre, agora!

—Ainda vai estar por aqui ? - Grissom quis saber.

—Não! É mais seguro não estar.

Grissom não entendeu o que ela quis dizer.

—Adeus, Sofia!

Sofia olhou estranho para Sara quando realmente parou para prestar atenção nela. Era impressão sua ou ela estava grávida ?

Ainda pensando naquilo, ela se virou para o supervisor decidida, com um único propósito! O tempo que estivera fora lhe ajudara naquela certeza. Eles deveriam ser muito mais que apenas colegas de profissão.

Foi com estranhamento que ela percebera que ele acompanhava, pelas persianas abertas, a direção que Sara tomava.

Assim que perdeu Sara de vista, Grissom se virou para a mulher à sua frente.

—Bem vinda de volta, Sofia! Sente-se.

—Obrigada!

Ele resolveu ir direto ao assunto, sem se importar se seria indelicado ou não. Ainda tinha um turno inteiro de trabalho. Engraçado! Ele não pensara naquilo quando Sara estava com ele. Mas Sara era Sara, jamais haveria comparações!

—E então, sobre o que quer falar ?

Sofia pigarreou.

—Está sozinho, Grissom ?

—Como ? - Ele franziu o cenho, não esperava aquele tipo de assunto.

—Você tem alguém ? - Ela perguntou por fim.

—O que isso tem a ver ? - Ainda não entendia onde ela queria chegar com aquilo.

—Por favor, é importante! Apenas me responda.

Grissom pensou na morena linda que carregava seu filho no ventre. Independente da situação deles, ele nunca estaria sozinho. Sara fazia parte dele. Mas não era bem aquele tipo de resposta que daria!

—Não!

Ele viu um pequeno sorriso surgir nos lábios de Sofia e se sentiu desconfortável. O que aquilo significava ?

—Poderíamos sair para jantar qualquer dia desses ?

Foi então que ele começou a entender. Sofia era uma mulher bonita e atraente, mas não era para ele. Poderia até se sentir lisonjeado, mas não era bem assim. Sua vida estava uma bagunça, sentia que havia perdido o controle dela. E uma outra mulher no meio daquilo tudo, o levaria à loucura. Além do mais, não conseguiria sequer tocar em alguém que não fosse Sara.

—Desculpe, mas acho melhor não!

—Por que ? Você está sozinho, eu também ... poderíamos ... fazer companhia um ao outro!

—Sinto muito, Sofia! Mas realmente não vai dar! Agora se me der licença, eu preciso estar com a minha equipe! - Ele se levantou, indicando que o assunto havia encerrado.

Sofia também se levantou tentando dissimular sua decepção.

—A gente se vê! - E então ela saiu.

Havia levado um fora que feriu seu ego.

Enquanto isso, Sara dirigia de volta para o seu apartamento.

Ela secou novas lágrimas que teimavam em cair. Não conseguia se livrar daquela sensação de peso em seu coração.

Ele havia a machucado profundamente, eles poderiam não estar mais juntos, mas aquilo não significava que doeria menos imaginá-lo tendo uma vida com outra mulher.

Ela ainda o amava, e muito!

 

~Fim do flashback~

~♥~

Emma havia adormecido em sua cadeirinha.

Sara dividia a atenção entre o seu rostinho angelical e as ruas de Vegas, sem deixar de acariciar seus cachinhos castanhos.

Naquele momento, ela se sentia como se estivesse chegando de uma longa viagem de um ano. Estar em ruas conhecidas lhe trouxera boas sensações.

O carro estava em completo silêncio desde que saíram do hospital.

Grissom se limitara a dirigir e ela a pensar.

Seus olhos se voltaram novamente para Emma e um sorriso terno tomou conta de seus lábios. Por ela seria capaz de tudo.

Tinha tanto que aprender, mas se esforçaria para ser a mãe que sua pequena merecia. Grissom havia feito um bom trabalho na criação dela, aquilo era fato.

Depois de longos minutos, eles finalmente entraram no bairro nobre que seria seu endereço, ao menos pelas próximas semanas.

As casas eram incrivelmente bonitas, com um alto valor no mercado. Nunca de fato, havia estado ali, apenas conhecia o lugar de nome.

Grissom parou em frente a um sobrado branco, cercado por um imponente muro de pedras.

Ele se virou para ela enquanto o portão eletrônico subia.

—Espero que goste do lugar, eu fechei negócio pensando em você e em nossa filha.

Ele não esperou por uma resposta, se virou de frente novamente com o portão já totalmente aberto.

Foram apenas alguns metros de carro por um caminho de pedras exatamente iguais às do muro, antes de estacionar na garagem sob uma enorme sacada.

Na verdade, haviam ao menos mais duas sacadas interligadas por pilares de granito.

Grissom acionou o fechamento do portão, deu a volta no carro e lhe ajudou a descer. Enquanto ele pegava a filha, Sara se ambientava ao lugar apenas com os olhos.

O quintal era imenso, seu gramado chegava a brilhar um verde saudável. O jardim florido, também parecia muito bem cuidado, haviam algumas palmeiras dispostas estrategicamente dando um ar mais sofisticado ao conjunto. A piscina era de encher os olhos, enorme e suas águas quase cristalinas.

—Nossa! - Ela murmurou.

Depois, viu quando Grissom ajeitou com cuidado a filha no ombro para não acordá-la. Seu tamanho em nada condizia com seus gestos delicados. Grissom era um homem grande, mas ela notou o quanto ele era carinhoso ao extremo com Emma.

—Vamos entrar ?

—Sim, vamos!

Eles foram recebidos por uma mulher sorridente, na casa dos cinquenta anos, mas muito bem conservada.

—Bom dia, Tânia!

—Bom dia, Dr. Grissom!

—Tânia, está é Sara! Sara, Tânia é a minha ajudante, ela quem mantém a casa em perfeitas ordens.

Tânia estava de verdade emocionada com a presença de Sara. Desde que viera trabalhar ali e soubera de sua história, ela torcia muito pela felicidade de seu patrão, ele era um bom homem. Além de um ótimo pai!

—Olá, dona Sara! - Ela lhe estendeu a mão com simpatia, mas depois mesmo estando sem jeito, perguntou. _Posso te dar um abraço ?

—Desde que me chame apenas de Sara ...

—Oh! Tudo bem ... Sara.

Elas se abraçaram, Sara tivera uma boa impressão dela mesmo conhecendo-a há apenas alguns minutos. Parecia uma pessoa simples e com certeza dera amor à sua filha, tinha que agradecê-la por aquilo.

—Acho melhor colocar Emma em seu berço, você me acompanha ? Assim conhece o quarto dela e então eu posso te apresentar o restante da casa, se quiser. - Grissom sugeriu.

—Sim, é uma boa ideia!


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