Eu vejo nos seus olhos escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 3
Passeio no jardim


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/nSQl8E7I4FI-Elena faz um feitiço de projeção astral.



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P.O.V. Charles.

Quando eu acordei, a cama estava vazia.

—Senhorita Turner? Senhorita Turner?!

Felizmente depois de algum tempo de busca eu a encontrei no jardim, cantando e caminhando.

—Vejo que já está melhor.

—Olá senhor Bingley.

—Você realizou um milagre ontem.

—Que milagre?

—Você voltou da morte.

—É. 

Ela ficou triste.

—Isso é uma coisa ruim?

—Não. Eu vi a minha mãe.

Então, notei que ela ficava brincando com o camafeu em seu pescoço.

—Me permite caminhar com você?

—Claro.

—É um belo camafeu.

—Era da minha mãe. A minha mãe era a bruxa das trevas mais poderosa de todos os tempos. Se ela encasquetava com você, você estava ferrado. Ela era alguém que você não queria ofender.

—Imagino que não.

—O meu pai no entanto, ele era um doce de pessoa. Meus avós de ambos os lados da família eram contra o casamento deles, mas eles casaram mesmo assim.

Ela riu.  Nós caminhamos mais um pouco e voltamos para dentro da propriedade.

—Elena! Você está bem.

—Por enquanto.

Ela parecia se dar muito bem com a senhorita Elizabeth Bennett. As duas eram muito próximas.

—Vamos, é hora de ir pra casa.

—Padrinho?

—Sim querida?

—Não podemos convidar os Bingley para tomar chá amanhã e para a cerimônia de invocação?

—Claro. Se você quiser. Então, estão todos convidados para o chá amanhã e para a cerimônia de invocação no fim da semana.

Logo o dia amanheceu e era hora do chá. Nós chegamos á residência dos Bennett e fomos recebidos, mas Elena não estava em lugar nenhum.

—Onde está a sua afilhada?

—Na cozinha. Preparando o chá.

—Porque não deixar os criados fazerem isso?

—Caroline!

—Ela gosta de cozinhar.

—O que é isso de invocação?

Antes que o senhor Bennett pudesse responder, Elena respondeu enquanto carregava a bandeja e servia o chá.

—Aos dezesseis anos todo conjurador ou conjuradora encara o que chamamos de invocação, e ele é invocada pela luz ou pelas trevas dependendo de sua verdadeira natureza, mas como a minha mãe era das trevas e o meu pai era da luz... eu posso não sobreviver á minha invocação.

—E porque não?

—Porque nunca houve uma união como a dos meus pais, jamais houve uma conjuradora como eu.

—Conjuradora?

—Bruxa. Chamar uma conjuradora de bruxa é como chamar um inteligente de nerd ou um atleta de marombeiro. É ofensivo. É um esteriótipo.

—E você não tem nada a ver com satanás, tem?

—Caroline!

Ela colocou a bandeja na mesa com certa violência.

—Isso é com certeza, é algo que apenas um mortal perguntaria. Existem conjuradores das trevas, mas também existem mortais das trevas. Só que vocês sempre acham outra pessoa pra culpar ao invés de assumir a responsabilidade pelos seus atos.

Nós começamos a tomar chá e a falar sobre amenidades.

—Elena, o que é isso no seu braço?

Era uma linha negra. Como se algo estivesse nas veias dela.

—Tem uma na parte de trás do pescoço.

O Senhor Bennett respirou fundo.

—Precisamos saber o que é isso.

—Acho que tem um jeito de saber. Tem uma pessoa que pode ter a resposta.

—Quem?

Elena jogou um retrato na mesa. Como uma carta.

—Katherine 1864. Quem é Katherine?

—É a mãe dela. Querida, da última vez você morreu.

—Padrinho, eu vou fazer um feitiço de projeção astral. Eu não vou morrer.

Elena afastou todos os móveis e fez um círculo de sal, ela pegou uma tigela com água e velas. Ela arregaçou as mangas, ficou de joelhos dentro do círculo, fechou os olhos e com um estalar de seus dedos todas as velas se acenderam.

Ela começou a passar aquela planta na água e a falar um idioma desconhecido.

—Porque o retrato?

—É um talismã! Como a minha mãe não pode estar aqui, o retrato faz esse papel. Ele é o meu ponto de partida. Agora fique quieta.

P.O.V. Elena.

Funcionou.

—Mamãe?

—De novo?

—Não mãe, é só projeção astral. Mamãe, eu estou com essas linhas negras em mim. Veja. Sabe o que é?

—Sei. É magia das trevas. 

—Eu vou sobreviver a invocação?

—Eu não sei. Vai, volta.

Eu voltei.

—Eu sei o que são as veias negras.

—E o que são?

—Magia negra. A magia da minha mãe eu suponho.

—Magia da sua mãe?

—Minha mãe era Katherine Cromwell, ela era a conjuradora das trevas mais poderosa que já viveu, da antiga linhagem de Asheron. Ela era mimada, egoísta, manipuladora e mesquinha, mas ela me amava. Sei que amava. Como amava meu pai. Steven Turner, o conjurador da luz mais poderoso que já existiu. Amoroso, bondoso, caridoso. Ele se sacrificou pra salvar o padrinho.

—O dia da invocação já está chegando. E muitos conjuradores com ele.

—Imagino que sim. Eu sou uma criatura rara.

—Sim. Você é realeza Elena.

—Realeza?

—É. Por tanto é uma ameaça á várias pessoas, inclusive uma tal de Francesca Duncan. Elena, o seu pai era o alvo do tiro de mosquete, não eu. O tiro veio pelas costas.

—Acha que foi essa Francesca?

—Sim.  Depois que ela soube da morte da sua mãe, o seu pai era o último obstáculo no caminho dela e da filha dela. Você é Elena Cromwell Turner. Você é a herdeira das duas famílias reais de conjuradores da luz e das trevas.

—Minha Nossa Senhora!

—Eu contratei segurança extra para o dia da sua invocação. Eu sei que Francesca vai tentar alguma coisa porque você é uma ameaça á reivindicação dela á liderança. Francesca quer ser regente dos Covens, mas ela não é realeza. Você é.

P.O.V. Jane.

Ela é uma Princesa? Uma bruxa Princesa?

—Mas, então, como os meus dois pais estão do outro lado quer dizer que...

—Você é a Rainha. A Rainha do Coven da luz e da sombra.

Ela caiu sentada no chão. A querida enteada do meu pai era da Realeza e o meu senhor Bingley estava caindo de amores por ela. Não ei de permitir que isso aconteça de maneira nenhuma. Ele é meu.


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