Eu vejo nos seus olhos escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 2
Elena Turner




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P.O.V. Senhor Bennett.

Os Bingley convidaram a Senhorita Turner para tomar chá. E nós fomos junto para o caso de algo acontecer.

Infelizmente, desde o ocorrido no baile a filha do meu compadre acabou se fechando.

—Como ela está?

—Ela vai fazer dezesseis daqui a uma semana, está passando pela invocação.

—Invocação?

—Todas as bruxas e bruxos passam pela invocação. Seu verdadeiro eu é revelado.

—Ela é uma bruxa?

—Sim. Assim como o pai dela e a mãe dela. Mas, nunca houve uma bruxa como ela antes.

—Como assim?

—Há uma clara separação entre bruxos das trevas e da luz. O problema é que o pai dela era um bruxo da luz e a mãe... era das trevas. A mãe de Elena morreu dando á luz, mas o pai morreu para me proteger. Tomou um tiro no meu lugar. Antes de morrer ele me fez prometer que cuidaria de Elena que não a deixaria desamparada.

—Ela não é empregada em vossa casa então?

—Não. Ela é só, prestativa.

—Prestativa?

—Ela cozinha, lava, passa, engoma. Ajuda os empregados.

—Mas, retornando ao assunto anterior, se a mãe era das trevas e o pai era da luz... o que ela é?

—Algo novo. E obviamente mais poderoso.

Elizabeth vem correndo.

—Meu pai! Meu pai!

—O que houve?

—Elena desmaiou. Está tendo convulsões violentas.

Eu comecei a sentir a casa chacoalhar.

Quando cheguei ela estava pálida, mas as convulsões haviam cessado.

—Elena. Elena?

—Padrinho. Eu vou morrer padrinho.

—Não. Você não vai morrer.

P.O.V. Lorde Bingley.

Ela estava pálida, dava para ver as pequenas gotas de suor em sua testa, o cabelo grudava no rosto.

—Você não vai morrer Elena, você vai viver e vai ser a maior e mais poderosa bruxa que o mundo já conheceu.

Então, ela começou a engasgar e cuspiu sangue.

—Odeio enfermidades, a pessoa fica em um continuo estado de deselegância.

—Fique quieta Caroline!

—Elena. Elena?

O senhor Bennett pegou no pulso dela e constatou:

—Ela não tem pulso!

O senhor Bennett começou a apertar o peito da senhorita Turner e a se desesperar.

—Elena! Elena volte!

P.O.V. Elena.

Eu estava numa floresta.

—Elena?

—Mamãe.

Minha mãe me abraçou.

—Elena, o que houve? Porque está aqui?

—Eu estava doente. Mamãe, há tantas coisas que eu tenho para contar.

—Você não deveria estar aqui. Não é a sua hora ainda.

—Está tudo bem. Eu quero estar aqui. Eu quero estar aqui com você.

—Não! Não! Você tem que acordar, você tem que voltar. Eu preciso que lute contra isso. Seja forte. Elena, acorde!

Eu ouvi o meu padrinho me chamar. Gritar o meu nome.

—Você tem que voltar para o seu padrinho.

—Eu sinto muito. Eu sinto muito por tudo o que aconteceu. Porque eu não posso meu perdoar.

—Que pena, porque eu perdoo você. Eu perdoo você Elena, não foi sua culpa. E eu sei que está com medo e eu sei que está triste e está tudo bem. O que aconteceu esse ano foi sobre ódio que nasceu muito antes de você e muito antes de mim. Eu preciso que você lute. Elena, acorde.

—Mas, eu quero ficar aqui. Eu não quero deixar você aqui, sozinha.

—Querida, eu não estou sozinha. Ouça.

Comecei a ouvir risadas.

—Vem.

Nós fomos caminhando e eu vi. Todas aquelas pessoas.

—Veja. Ali está o papai e a vovó Mary, meus pais. Querida, eu não estou morta por sua causa, eu estou em paz por sua causa.

—Se eu voltar pro padrinho eu vou ver você de novo algum dia?

—Não por... muito... muito tempo. Então, é melhor você ter boas histórias está bem? Faça arte, cante, use a sua linda voz e tenha pelo menos um amor épico. E seja cada pedacinho de você mesma, porque o meu melhor, está em você.

—Eu te amo mamãe.

—Eu também te amo, sempre e pra sempre. Agora vai.

P.O.V. Senhor Bennett.

Eu não podia deixar ela morrer.

—Elena! Elena volte pra mim querida, vamos.

Então, ela respirou.

—Padrinho.

—Está tudo bem. Você está bem.

—Padrinho. Padrinho, eu não quero morrer. Eu não quero morrer.

—Você não vai morrer querida. Vai ficar bem.

P.O.V. Lorde Bingley.

Ela voltou. Voltou da morte.

—Eu a vi. Eu vi a minha mãe padrinho e o meu pai.

—É melhor ela se deitar.

O senhor Bennett a levou para o quarto de hóspedes e ela lavou a boca e o rosto com água.

—Deita ai minha filha.

—Acha que eu vou resistir ao dia da invocação padrinho?

—Claro que vai. Você é uma asheroniana por parte de mãe e uma celta por parte de pai. Deite-se e descanse. Boa noite little witch.

Ela dormiu e eu sentei-me na cadeira para ficar ao seu lado. Ela era tão doce dormindo. Ela era doce de qualquer maneira, mas ainda mais doce dormindo.


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