dúvidas astronômicas - décimo capítulo

uma casa de estrelas, lyn black 

Ela estava em uma agonia tão profunda. Beijos selados entre as sombras das escadarias cheias de vida de Hogwarts, tantas risadas leves num mundo que, Andrômeda poderia jurar!, ser feito de concreto. O peso do sadismo de Bella e das alianças de Narcissa atormentavam a irmã do meio quanto ao seu lugar. 

Um braço na sua cintura. Uma sintonia estranha e Andie sentia-se finalmente uma mulher de gerúndios, nem presa ao passado, nem ligada ao futuro. Ted Tonks parecia não querer que ela fosse algo a mais do que a confusão que ela era.

A decisão era maior do que abandonar a família e seus preceitos. Admitir estar errada sobre o mundo. Sobre amor. 

— Relacionamentos têm prazo de validade, meu sangue, não! - gritou Andrômeda no meio da sala vazia. Arranhada tanto por dentro quanto por fora. Ela nunca chorava, só era feita para desmoronar. 

O garoto encarava a menina que se apoiava no chão em desespero. Mão no ventre. As mesas tremiam diante da mistura dentro dela. Ele sentia com precisão cada reverberar de magia ali. Ele entendia. 

— Você não escolheu esse sangue. Ele apodrece depois que você morre. Eu posso tentar te prometer a vida, Black. - Tonks sempre teve um jeito meio sardônico. Estendeu a mão para a namorada. 

Ela suspirou pesadamente, a estrela no seu pulso quase torturando-a quando ousava olhar para a tatuagem mágica que marcava a maturidade na família. Pegou na mão de Ted. 

— Eu só consigo prever dor. 

O moço piscou.

— Sem problemas, até rima com amor. Vamos limpar esse rosto, 'Drômeda. 

Saíram de mãos dadas. Ainda ocultos pelas sombras das masmorras, mas juntos.