Catarina de Lurton: Além do tempo. escrita por Anabella Salvatore


Capítulo 8
Boas novas...


Notas iniciais do capítulo

Todo dia tem capitulo novo!



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E o tempo foi passando, após a noite da festa o povo permaneceu eufórico. Eles gritavam vivas ao futuro rei e agradeciam a Rainha por se manter viva. No dia seguinte Catarina fez o primeiro anuncio ao povo. 

—É com grande alegria que retorno a Montemor. Contudo, com pesar informo que logo partirei para Artena, minha amada terra. Peço a todos que se sentirem preparados, que retornem comigo. São novos tempos e o reino prospera, todos serão acolhidos e...

Antes que ela pudesse continuar Amália a interrompeu e começou a falar:

—Aqueles que quiserem permanecer, Montemor sempre estará de portas abertas. Esse foi vosso lar por muito tempo para que vos o abandone agora. 

Catarina não disse nada, o olhar que o povo dirigiu a Amália valeu mais que mil palavras. 

—Todos serão acolhidos e vossas terras devolvidas. -Concluiu Catarina, ela olhou para cada camponês ali. -A águia se ausentou, mas já retornou e com boas novas. Novos tempos se iniciam. Artena ressurge. 

O povo estava emocionada. 

—ARTENA RESSURGE. VIVA A RAINHA CATARINA! 

—LONGO SEJA O VOSSO REINADO! 

Catarina sorriu com a devoção do seu povo e sentiu Sebastian tocar sua mão. 

—Creio que devo algumas explicações a vos. -Ela olhou para Sebastian e o chamou. -Lhes apresento o rei de Cannot, Sebastian Turdor, tal como, o rei de Artena. O nosso rei teve papel fundamente, nos dando esperança e força, na recuperação do reino. 

—VIDA LONGA AO REI DE ARTENA! -Saudou o povo. 

Ele apertou a mão dela. 

—Tudo ficará bem. -prometeu. 

Catarina assentiu, sentindo que aquela não era só uma promessa, mas um fato. 

—Sim, tudo ficará bem. 

Afonso não conseguia ouvir o que eles falavam, mas conseguia observar os movimentos que faziam, as mãos dadas, os sorrisos... Parecia tão verdade, que ele sentiu vontade de ter o mesmo. 

Eles foram para o lado de Amália e Afonso. As rainhas lado a lado, o sangue de Amália parecia querer derrete-lá e sua face já ficava vermelha, de raiva. Sebastian e Catarina não soltaram as mãos, Amália e Afonso estavam um pouco distante, nada que o povo percebesse. 

A trombeta soou, o povo segurou suas flores e bandeiras, alegres, era chegado o momento, o momento de saudar os seus monarcas. 

—Vida longa a rainha Catarina de Lurton. -Disse o lorde. 

—VIDA LONGA A RAINHA CATARINA! -Exclamaram, segurando flores. 

—Vida longa ao rei Afonso de Monferato. 

—VIDA LONG AO REI AFONSO. -Levantaram 

—Vida longa ao rei Sebastian Tudor. -Disse o lorde.

Sebastian sentiu uma poderosa energia se apossar dele. 

—VIDA LONGA AO REI DE ARTE, SEBASTIAN TURDOR! -Eles levantaram as bandeiras de Artena, saudando o novo rei. 

—Vida longa a rainha Amália de Monferato. 

—VIDA LONGA A RAINHA AMÁLIA. -Disseram poucas pessoas, a maioria se manteve calada. 

Catarina e Sebastian se viraram e adentraram o castelo, sendo referenciados pelo povo. O povo fez o mesmo e, uma grande parte da multidão, se retirou, tal como seus reis. Um pequeno grupo permaneceu, umas 20 pessoas, esperando um comunicado do rei.

Afonso disse breves palavras e também se retirou com Amália e alguns membros da corte.  

°°°°°  Alguns meses depois, pela tarde, no salão das Mulheres.  °°°°°

Algumas mulheres estavam reunidas ali, entre rainhas e princesas que ainda não tinham partido, estava Catarina. Ela conversava com a maioria, com uma familiaridade fascinante. 

Quando ela se distanciou para pegar uma bebida, sentiu seu braço ser puxado. 

—Não se acha muito, Catarina, seus dias estão contados. -Amália segurava o braço dela, com força. 

Com um único movimento, Catarina inverteu as posições, assustando a rainha. 

—Não, não se engane você. -Ela apertou o braço da outra. -Montemor não aguentaria uma guerra contra Artena, da mesma forma que, não há soldados que lutariam uma luta a favor da sua rainha plebeia, ruiva do infernos, que quase matou o herdeiro do trono. Não esquece, você é apenas mais uma meretriz que chega ao trono, e o sabe disso. -Ela soltou o braço da rainha de Montemor. -Sendo assim, não me force a começar uma guerra e Heitor ter que governar tão cedo. -Ela passou a mão no vestido. 

Amália, recuperada do choque, riu. E falou em alto som, chamando a atenção das outras mulheres.

—Governar? Acredita que Afonso irá permitir que um bastard...

Amália parou antes de completar a palavras, todas as mulheres que ali estavam soltaram gritos de susto (algumas raiva). O barulho do tapa tinha sido ouvido por todos. 

—Não ouse proferir uma palavra sequer contra o meu filho, sua rameira! 

A raiva era tanta que Catarina tremia um pouco. 

Logo uma das senhoras que ali estavam se aproximou da rainha de Artena. 

—Senhora? 

—Eu estou... Eu... -Ela se segurou na mulher para não cair. 

—ALGUÉM CHAME O CURANDEIRO. -Gritou a mulher. 

Guardas se aproximaram e ajudaram a rainha a se sentar, enquanto três mulheres saiam dali as pressas. 

Amália permanecia com a mão no rosto. 

—Ora, sua... -Ela ia avançar na rainha.

—GUARDAS. -Chamou Catarina, no mesmo instante 6 homens surgiram com suas lanças em mãos. -Tirem essa mulher daqui, agora. 

Eles se aproximaram e seguraram Amália, tirando-a. 

—Oras, seus... Me soltem! Eu sou sua rainha! 

—Só servimos a Artena. -Um deles disse, friamente. 

Catarina estava tonta, não, ela estava a ponto de desmaiar. Poderia ser só um problema de pressão, mas, algo dizia a ela não era tão simples assim. Aos poucos ela perdia os sentindo e deixava de ouvir as vozes das mulheres ali, e principalmente, os gritos da rainha de Montemor, os gritos de Amália. 

Afonso, Sebastian e Gregório estavam no escritório, discutindo as futuras negociações com Artena. 

—Eu entendo que Montemor não esteja acostumada a negociar com Artena, já que se aproveitou dos recursos do meu reino durante a ausência da minha rainha. Contudo, é importante frisar, que essa situação será mudada. -Sebastian foi direto. 

—Não se preocupe, majestade, Montemor honra sua união com Artena. -Disse Gregório. 

—Espero que sim, afinal, daqui a alguns anos não será tantos acordos. 

Afonso respirou fundo, resistindo a vontade de atacar o homem pela sua petulância. 

—É mesmo? E por que? -Perguntou serio. 

Sebastian sorriu, com ironia. 

—Oras, que pergunta mais... Inusitada. Todos sabem que o próximo da linha de sucessão é o meu filho. -Disse com certeza. 

Afonso riu, entrando naquele jogo. 

—Seu? Creio que se o menino é de fato herdeiro de Montemor, ele é o meu filho. 

—Seu? -Sebastian riu, ao perceber o jogo. -Interessante. -Experimentou a palavra. 

—Interessante... Por qu... 

A porta foi aperta e dois guardas apareceram. 

Eles reverenciaram. 

—Majestades, ouve um problema e a rainha Catarina... 

—Catarina? -Questionou Sebastian, rapidamente nervoso. -O que ouve com a minha esposa? 

—A rainha passou mal...

—Onde ela está? -Perguntou, interrompendo-o novamente. 

—No salão das mulheres, senhor... 

Sebastian não esperou mais nenhuma palavras e saiu dali rapidamente. 

Afonso o observou virar o corredor nervoso. 

—Majestade. -Chamou a atenção de Afonso. -Vossa esposa pede que o senhor vá até ela rapidamente, ela se encontra na porta do salão das mulheres. 

Afonso assentiu e saiu dali. 

—O que ouve? -Questionou Gregório ao guarda. -Seja honesto e me relate tudo. 

Sebastian chegou a entrada do salão e encontrou Amália vermelha, ainda com a mão no rosto, derramando uma grande quantidade de lagrimas. Algumas guardas estavam ao lado dela. 

— O que você... -Amália iria questionar com grosseria. 

—Onde está minha esposa? -Sebastian se dirigiu ao guarda. 

—No salão, senhor. O curandeiro chegou. 

—Mande chamar madame Lucia, provavelmente ela está em seus aposentos. 

O  guarda assentiu. 

Quando ele entrou dentro do salão encontrou a rainha deitada em um divã, haviam varias mulheres em sua volta. Todas saíram assim que viram o rei. Mas, o curandeiro permaneceu. 

—Catarina! -Exclamou preocupado. 

Ainda zonza, ela o olhou. 

—Olá, meu rei. -Disse fraca. 

Ele se ajoelhou e segurou sua mão com carinho. 

As portas foram abertas com brutalidade. Afonso entrava com Amália ao seu lado. 

—CATARINA! -Gritou, com raiva. 

Sua ira logo foi acalmada ao ver o estava da mulher. 

—O que ouve? 

Ele pareceu esquecer Amália e foi até ela, logo Sebastian se colocou em pé e não permitiu que ele se aproximasse mais. Nenhum dos dois o respondeu, então o rei de Montemor olhou para as demais mulheres. 

—A rainha Catarina estava interagindo conosco, quando se ausentou para tomar um refresco. -Disse a princesa de Castelotes, Vanessa. -Foi quando vossa esposa se aproximou e professou palavras ofensivas contra a rainha e o príncipe.  

—Palavras ofensivas? -Afonso olhou para Amália. 

—Sim. 

—Afonso, creio que vossa esposa deva um pedido de desculpas a todas nos e a rainha Catarina. -Disse a rainha de Brunis. 

—De fato, a senhora Amália deve se retratar... Creio que algumas aulas de diplomacia estejam sendo necessária. -Disse outra soberana. 

Afonso estava sem ação. Parecia que Catarina, de repente, tinha se tornado a vitima da historia. Uma historia que lhe foi retratada como tendo a sua esposa como vitima, pela mesma. Ele olhou para Amália, que estava vermelha. Antes que pudesse dizer algo, as portas foram abertas novamente e por elas entraram uma mulher, com um baú sendo carregado por guardas. 

—Rainha Catarina? -Chamou. 

—Madame Lucia! -Exclamou, calma. -Se aproxime. Está é a minha curandeira, espero que não haja nenhum problema. -Disse olhando diretamente para Gregório. 

—De maneira alguma, majestade. -Disse e a reverenciou. 

A mulher se aproximou e fez o seu serviço, por fim, colocou um bela sorriso em seu rosto. 

—A alguns anos pude dar uma boa noticia a minha senhora, a noticia de que o vosso herdeiro estava vivo. Deus me abençoou e me permitiu lhe dar uma segunda vez. Meus parabéns, majestade, a senhora está gravida de mais um filho. 

As desculpas foram esquecidas, todas as mulheres soltaram vivas a nova vida. Até mesmo os frios guardas abriram pequenos sorrisos. Afonso se permitiu comemorar internamente, Amália saiu dali afoita. Não foi notada. 

Mas, nada interessava, Catarina e Sebastian estavam em uma bolha, só deles. Eles se olhavam e se declaravam sem palavras, o rei estava tão feliz que tinha lagrimas nos olhos, as mesmas que Catarina não conseguiu segurar. Eles estavam felizes. Estavam bem. 

°°°°° Um mês seguinte °°°°°

Cartas foram mandadas, anúncios feitos, de repente toda a Cália sabia da chagada de mais um herdeiro Lurton Tudor. Catarina e Sebastian não se largaram um nem um segundo. 

Eles estavam se despedindo de alguns monarcas para partirem para Artena. 

Sebastian foi até o rei de Sonciera e Catarina ficou e observou Afonso. Ele não estava bem, após sair do salão das mulheres, um calorosa discursão o impediu de dormir em seu quarto. Amália tinha gritado, esperneado e chorado, até mesmo tentou culpa-ló ela felicidade da rival. 

—Por que me olha assim?

Catarina sorriu, um sorriso triste, pena.

—Sinto muito por você, Afonso. 

Afonso sorriu, presunçoso. 

—Deve sentir mesmo. Deve me amar perdidamente. 

Catarina negou. 

—Você já foi um belo rapaz. Uma boa criança, lembro-me de brincar contigo. Da sua doce risada, dos seus questionamentos que tanto agradavam o meu pai. Ele, meu pai, costumava me falar profecias sobre o quão grande você seria. O rei majestoso, o rei magnifico. O Grande.  Veja no que se tornou. Marionete de uma mulher que, mesmo nutrindo algum sentimento por você, se põe além. Quer mais coisas e se importa com mais coisas. Coisa que são mais importantes que você. Uma criança que cresceu te amando, por isso você aprendeu a amar com devoção. Contudo, hoje, a mesma mulher, pelos vossas costas, profere palavras de escarnio, de julgamento. É tão repugnante que se torna irônico.

Afonso estava serio.

—Você não sabe o que diz.

—Não sei? Eu não sei? Creio que você não saiba.

—Pare de mentir, Catarina.

Ela o encarou, séria.

—Vejo que isso lhe mataria. -Disse com pesar.

Ela não esperou que ele dissesse algo, levantou-se e se dirigiu ao seu filho.

—Creio que as carruagens já estejam prontas, vamos, querido?

Heitor assentiu. Olhou uma última vez para o pequeno irmão e, discretamente, lhe direcionou um sorriso. Uma promessa silenciosa que não permitiria que ele fosse destruído pelos país.

°°°°° Após alguns dias de viagem °°°°°

Artena estava em pé novamente. Suas plantações já davam frutos e o povo, aos poucos retornavam. A aliança com Cannot não só proporcionou minério, mas também mercado. Os reinos eram um só, apenas separados por um oceano.

Catarina observava com espanto o quanto seu reino de origem tinha crescido na sua ausência.

—Mama, onde estamos? -Perguntou o jovem Heitor, ele acabará de acordar e caçava os olhos.

—Estamos em casa, meu querido. Na sua outra casa.

—Estamos em Artena?

Catarina sorriu com a esperteza da criança.

—Sim, meu amor, estamos em Artena.

Sebastian passou os braços ao redor da cintura dela e a puxou para mais perto de si.

—Como você se sente?

—Estamos bem. -passou a mão carinhosamente pela barriga, Sebastian beijou carinhosamente a testa dela.

—Está preparado, Heitor?

—Sim, papa. -Concordou, serio.

 

 


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