Tell Me You Love Me escrita por WeekendWarrior


Capítulo 5
Dreams




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Era um fim de tarde chuvoso do mês de setembro quando eu e os rapazes fechamos contrato com uma gravadora de Los Angeles. Era aquele contrato dos sonhos, onde tudo se encaminharia para nós dali pra frente. Nossos sonhos se tornariam realidade e através de nossa música seríamos ouvidos.

Estávamos radiantes, foi um processo lento e de escolhas, porém a gravadora optou por nos patrocinar e logo de cara tudo corria bem. Pelo visto ter esperado foi a melhor alternativa. E dentro de um ano, se tudo corresse bem, lançaríamos nosso primeiro álbum.

Estacionei meu carro de maneira afobada em frente à casa de Demi, desci correndo e aquilo foi o bastante pra quase me encharcar por completo. Passei a mão no rosto e apertei a campainha. Quem atendeu-me foi uma surpresa Demi.

— Conseguimos! Assinamos o contrato, estamos numa gravadora!

Ela gritou feliz e me abraçou não se importando com meu estado encharcado. Beijou-me e sentiu de minha felicidade.

— Isso é maravilhoso, Logan! É incrível. Vocês conseguiram!

— Sim, estou tão feliz. Parece até um sonho.

— E que gravadora é essa?

— Wiseman Records, Los Angeles.

Ela me fitou com o cenho um tanto franzido.

— Los Angeles? Los Angeles é bem longe…

— Eu sei, por isso você vai comigo. Já temos nossos dezoito anos, nada nos impede, está tudo nos eixos.

Demi se afastou me encarando estranhamente.

— Então é assim? Você simplesmente toma decisões por mim? Não tenho escolha?

— Mas como assim? Não quer ficar comigo?

Ela suspirou dificilmente.

— Eu quero, Logan, eu quero. Mas não é bem assim…

— O que não é bem assim?

Nesse momento meu coração já batia descompassado.

— Tenho escolhas e sonhos também.

— E você pode realizá-los ao meu lado, simples. Fique comigo e nada de ruim nos acontecerá.

Ela não falou nada, tapou o rosto com as mãos, começou a chorar. Eu já não entendia nada, ela não estava feliz por mim? Será que errei em ter a certeza dela permanecer em meu lado?

Aproximei-me e toquei seu ombro, ela afastou-me.

— O que foi, Demi? – indaguei baixinho.

Tirou as mãos do rosto afastando as lágrimas.

— Fui aceita em Fordham.

Fitei-a por um completo minuto, apenas engolindo a notícia.

— Quando? Por que não me falou?

— Foi há uma semana. Não disse nada porque você estava tão animado sobre a gravadora, não queria incomodá-lo… Sei lá! Me desculpe. Mas você sabe o quão importante isso é pra mim, estar em Fordham é um sonho, fui aceita em Arquitetura, o que sempre quis.

Senti meus olhos encherem de lágrimas, meu peito arfava e uma dor se alastrava por todo meu corpo. Fordham era em nova York, não tão longe daqui, mas Los Angeles era do outro lado do país e… ela não iria comigo.

— Então você não vai comigo pra L.A?

Ela meneou a cabeça comprimindo os lábios, lágrimas escorriam.

— Eu acho que não, Logan… Será que não há um modo de você reverter isso? Tipo, morar aqui e…

— Não. Preciso estar lá, eu e os rapazes nos mudamos logo no final do ano letivo. E depois, quando nossa carreira alavancar, acredito que passaremos muito tempo viajando.

Demi assentiu lentamente, como se ingerisse as palavras.

— Então é isso… – sussurrou e encostou-se na parede.

Ela fitava o chão, os braços cruzados. Eu estava imóvel em sua frente, a observava, não existiam palavras para aquele momento, apenas sentimentos de dor. Não queria acreditar que era assim que acabaria, não poderia acabar nunca. Havia prometido que a manteria pra sempre, que a protegeria e amaria.

Num passo cheguei nela e abracei-a forte, beijei o topo de sua cabeça.

— Tudo vai ficar bem – balbuciei.

Demi levantou o olhar triste para mim.

— Me desculpe – falou segurando na gola de minha camisa.

— Não se desculpe, você não fez nada de errado, é seu sonho e seu futuro, eu entendo. Dói muito, mas eu entendo.

— Não me odeie, por favor.

A abracei mais forte.

— Nunca, em minha vida, serei capaz de te odiar.

Ela passou os braços ao meu redor e chorou.

— Eu te amo tanto.

— Te amo, Demi.

— Não devemos passar esse tempo de mal um com o outro. Vamos aproveitar ao máximo.

Sorri de canto minimamente e a beijei.

— Certo. Não vamos pensar nisso.

Assentiu e segurou-me forte contra si. A abracei na mesma medida, apenas sentindo o cheiro dela, guardando para sempre em minha memória o aroma que em breve não estaria mais comigo.

 

Ao longo dos meses tentávamos não falar sobre isso, mas quando falávamos estávamos sempre à procura de alguma solução, estávamos lidando com os sonhos e futuro do outro, ninguém estava disposto a desistir, muito menos de nosso amor.

— Relacionamento a distância? – indaguei numa alternativa.

— Não quero te prender, Logan.

— Você não estará me prendendo.

Ela colocou as mãos sobre meus ombros.

— Fique calmo, resolveremos isso. Lembra? Sempre acabaremos juntos.

— Não quero esperar cinco anos pra te ter comigo.

— Logan, mesmo depois destes cinco anos eu terei um trabalho, uma casa, um lugar para morar. Pode ser aqui em Newark ou em Nova York…

— Ou em Los Angeles.

Ela sorriu assentindo.

— Ou em Los Angeles. Mas acho que não devemos apressar as coisas. Por que não deixamos ser?

— Está desistindo de nós?

— Jamais. Nunca! Só estou dizendo que somos novos, vamos conhecer o mundo agora e aprenderemos muito. O que tiver de ser, vai ser… Sinto que tudo ficará bem no final.

A beijei suavemente.

— Não aguentarei um dia sem você – falei trazendo-a para meu colo, ela sentou-se de lado passando o braço sobre meu ombro – Sentirei sua falta todo dia, toda hora. Só de pensar que você não estará mais a alguns passos de mim, na casa ao lado, quase me mata, Demi.

Segurou meu rosto entre suas mãos.

— Acha que estou bem com isso? Estou triste, mas se tem de ser assim, apenas devemos seguir em frente.

— Eu sei.

Abraçou-me fortemente e ficamos assim, apenas juntos, aproveitando a presença um do outro. Nossos corpos estavam ali, porém nossas mentes voando longe, pois o ano letivo aproximava-se de seu fim.

 

Era novembro, muito frio, o último dia de aula e no dia seguinte ocorreria o baile de formatura, depois disso, adeus colégio, adeus Newark, adeus Demi…

— Não vamos terminar, vamos continuar namorando. Em suas férias podemos nos ver e quando eu estiver livre posso aparecer em Nova York – falei já cansado desse assunto.

— E se não funcionar? E se você conhecer outra garota?

— Não há ninguém além de você! Vamos tentar… É a única solução.

Ela assentiu me abraçando.

Dali uma semana eu voaria para Los Angeles e não sabia quando a veria novamente. Partia meu coração, matava minha esperança, ficaríamos muito tempo longe do outro. Por que nada cooperava a nosso favor? Talvez tivesse de ser assim mesmo.

A semana que se seguiu foi a mais intensa de nossas vidas, não desgrudávamos um minuto sequer, estávamos sempre juntos, tentando guardar cada momento em nossas mentes, cada sensação, cada palavra, cada beijo.

— É amanhã – sussurrou ela.

O vento esvoaçava seu longo cabelo cobre, estava de costas pra mim, observava a imensidão do mar a sua frente, estava muito frio porém ela insistiu em vir até a praia.

— Sim, é amanhã – falei me aproximando, as mãos nos bolsos.

— Quando acha que nos veremos de novo?

Dei de ombros.

— Não sei. Espero que em breve.

Demi virou o rosto para me olhar, os olhos estavam lacrimejados, segurei-me para também não ficar no mesmo estado.

— Não vai me esquecer, não é?

— Nunca.

— Me ligue sempre que puder.

— Todo dia.

Ela voltou a observar o mar, as ondas, as gaivotas que sobrevoavam a região.

— Está com medo? – perguntou-me.

— Um pouco.

Aproximou-se me abraçando, sorriu pra mim.

— Vai ficar tudo bem. Vocês serão muito famosos, alcançarão todas as metas e expectativas.

— Você também. Será a maior arquiteta de Nova York.

Rimos e nos aconchegamos um ao outro. Estava sendo difícil mas não queria transparecer, não queria demonstrar que era realmente uma partida, estava mentindo para mim mesmo. Era só uma pequena separação, na primeira oportunidade que tivéssemos estaríamos juntos.

O dia de amanhã chegou, o aeroporto estava lotado, a família de todos estava lá. Nosso produtor chegou nos guiando para o portão de embarque. Demetria não desgrudava de mim, sua mão sempre na minha.

Ter de partir depois da noite passada era uma tarefa difícil, amá-la e consolá-la foi realmente duro. Na verdade, partir depois deste último ano era a tarefa mais difícil de minha vida, saber que nos anos que se seguiriam Demi não estaria por perto constantemente, machucava.

A chamada para o voo foi ouvida, logo todo mundo começou a se movimentar para o portão. Demi segurou mais forte em minha mão, a olhei e sua face era triste, porém sorria. Despedi-me de minha mãe e irmã, dei abraços nos familiares de meus amigos e voltei a atenção para minha garota.

Ela tinha a mãos na frente do corpo, sorria tristemente para mim. Me aproximei abraçando-a fortemente tirando-a do chão, beijei sua boca sem me importar com as pessoas ao redor, apenas queria senti-la, levá-la comigo, viva na memória.

Segurou forte em mim e retribuiu o beijo, depois me abraçou afundando a cabeça na curvatura de meu pescoço; chorava.

— Nos vemos em breve – falei colocando-a no chão.

Ela fungou e apoiou a cabeça em meu peito.

— Tá bom… – levantou o olhar para mim – Não esqueça que te amo pra sempre, ok?

— Nunca me esquecerei disso. Saiba que a amo mais que tudo.

Ficamos ali abraçados, trocando palavras de conforto quando a última chamada para o embarque foi feita.

— Preciso ir, Demi. Te vejo em breve.

A beijei.

— Até breve.

Contragosto me afastei dela e dei-a as costas. Olhei pra trás mais uma vez avistando-a ao lado de minha mãe e irmã.

— Nós te amamos! – gritou mamãe.

Sorri e acenei antes de virar a esquerda no corredor. Naquele momento uma tristeza enorme abateu e deixei as lágrimas transbordarem meus olhos não me importando com ninguém ao redor. Ao adentrar o avião me ajeitei em meu lugar na janela, felizmente era um assento sozinho e não precisaria explicar para ninguém porque de meus fungos e lágrimas.

Os rapazes obviamente perceberam minha tristeza durante toda a viagem, mas não tocaram no assunto, tocar uma ferida exposta não era nada legal. Mas Alex, de quem eu era mais próximo falou:

— Tudo vai ficar bem, brother! Acredite em mim.

E tudo ia bem para mim, a banda a todo vapor, estávamos muito animados para transformamos nossas canções oficiais. Estávamos passando por uma etapa de mudança, porém nosso produtor gostava de chamar de “limpa”. Ele não iria nos mudar, mas sim nos moldar.

Claro que não deixaríamos qualquer um mudar nosso estilo nem nosso som, pois éramos o que éramos e se tínhamos fãs era por causa disso; autenticidade. E no próximo mês lançaríamos nosso primeiro single, a ansiosidade era extrema e não falávamos de outra coisa.

Fazia um mês que não via Demetria e estava sendo muito difícil! Dentro de algumas semanas ela se mudaria para Nova York definitivamente e na primeira oportunidade voaria para vê-la. E todo santo dia eu ligava para minha mãe primeiramente e depois Demi.

 Como está aí em Los Angeles? — perguntou no outro lado da linha.

— Bem frio, mas sem neve, estou até estranhando.

Ela riu.

— Aqui estamos congelando como de costume.

— Estou com saudades de Newark.

— E eu saudades de você…

— Estou morrendo de saudades de você, na primeira oportunidade estarei aí. Provavelmente você já vá estar em Nova York.

Ouvi um farfalhar de roupas, talvez tivesse deitado.

— Estou tão feliz mas também nervosa. Todos dizem que a faculdade é muito difícil.

— Acredite em mim, você vai tirar de letra. Você sempre foi aluna nota dez.

Demi gargalhou e Deus, como sentia falta de sua risada. Sentia falta de tudo nela.

Houve uma pausa e ela falou:

— Te amo, Logan.

— Te amo, Demi. Como queria diminuir essa distância entre nós…

 

No seguinte mês nossa banda teve um compromisso em Nova York, tocaríamos em um festival em Coney Island, seríamos a banda de abertura. Aquilo era simplesmente perfeito, estaria fazendo meu trabalho e também mataria a saudade de Demi.

A avisei que estaria em N.Y. porém ela já estava em aula e não pôde me receber no aeroporto, apenas poderia me encontrar no festival e de lá passaríamos mais um dia juntos, pois era o tempo que ficaria na cidade, infelizmente.

Por incrível que pareça o local estava cheio e a grande maioria das pessoas já conhecia nosso single lançado há pouco tempo. Aquilo nos deixava muito mais que felizes!

Logo após do show revigorante que tivemos, desci apressadamente para encontrar Demi, chegando no local combinado a vi de costas, ela virou-se e ao me ver correu sorridente em minha direção. Pulou em meu colo fazendo-me dar um passo pra trás.

Nos beijamos, nos abraçamos. Senti seu cheiro, seu perfume, afaguei seus cabelos compridos, beijei sua boca macia um milhão de vezes.

Ela sorria acariciando meu rosto.

— Meu Deus, cortaram seu cabelo! – falou rindo – Está tão curto.

Passei a mão pelo meu cabelo.

— Não gostou? Disseram que ficou bom.

— Ficou ótimo! Ai, meu Deus que saudade! – me abraçou e me beijou – Venha, quero mostrar meu namorado famoso para minhas amigas.

Sorri e seguimos caminho entre abraços, beijos e afagos. Era impressão minha ou Demi estava ainda mais linda? Como era possível?

E logo após aquela noite de muita diversão, cerveja, brincadeiras e beijos rumamos para o Hotel onde estava hospedado. Mal dormimos aquela noite, passamos a noite inteira nos amando o máximo possível, matando a saudade, tendo um ao outro até sentir que era o bastante.

No dia seguinte passeamos por Nova York, porém infelizmente, a noite chegou e meu voo também. Teria de partir mais uma vez… E desta vez foi menos doloroso pois já tínhamos passado por isso.

Entre beijos e abraços ela me deixou partir. Acenou sorrindo e apenas voltei a vê-la dois meses depois, mas depois deste encontro tudo pareceu ficar mais corrido e fora do controle. Eram entrevistas, programas de televisão, revistas, ensaios fotográficos e shows de um monte. Lançamos nosso primeiro álbum em setembro, foi muito bem recebido pela crítica, se ser famoso era isso, então estávamos feitos em Hollywood. Tínhamos nome, fama e papparazzis.

Reencontrei Demi em dezembro na festividade de Natal em Newark. Como sentia falta dela, não havia um dia que eu não pensasse nela e a ligasse. Infelizmente, às vezes, ela não tinha como atender, a faculdade a tomava tempo e mente.

No mesmo ano ainda, a levei para passar a virada de ano novo comigo em Los Angeles, ficamos juntos no apartamento aproveitando um ao outro até o final de janeiro, ela teve de voltar para Nova York por conta da faculdade.

Entrávamos no aeroporto quando fomos abordados por fotógrafos inconvenientes. Borbulharam flashes sobre nós, imediatamente abracei Demi trazendo-a para perto, protegendo-a.

— Quem é ela, Logan? – perguntou um dos fotógrafos invasivos – Uma namorada nova?

— Sai da frente, cara. Estamos tentando passar – falei ríspido.

— Fale um pouco com a gente, Logan. Quando sai o novo single? Já preparam algo? – perguntou outro.

E um homem que tirava fotos de nós que estava atrás de Demi, ao passar por ela esbarrou em minha garota que escondia o rosto em meu peito. Neste momento irei-me parando onde estava.

— Se encostar na minha garota de novo, eu quebro sua cara, meu irmão!

Apontei pro papparazzi filho de um rato maldito. O idiota riu tirando mais fotos.

— Uma fotinho para a impressa, Logan!

E sem pensar em mais nada, em toda minha altura, chutei a câmera da mão dele. A mesma se espatifou no chão.

— Logan, vamos sair daqui. É isso que eles querem – proferiu Demi.

A fitei e a puxei para dentro da sala de espera onde os fotógrafos foram barrados pela segurança.

— Me lembre de usar óculos escuros e bonés de agora em diante – falei com raiva.

— Fique calmo. É isso que eles querem, que se ire e possam ter uma manchete boa na revista de fofoca de amanhã.

Suspirei passando a mão pelo rosto.

— Tem razão.

— Esse é o preço da fama, Logan. Não existe privacidade.

Ela parecia abatida. Cheguei perto e a abracei.

— Me desculpe – sussurrei.

— Você não teve culpa. Aqueles idiotas que têm. Vamos tomar mais cuidado de agora em diante, não somos mais anônimos para a sociedade.

 

Isso estendeu-se por mais dois anos. Entre indas e vindas, nos amávamos. Eu procurava tempo em minha agenda corrida, ela tinha de sempre estar bem nas matérias da faculdade para poder ver-me. Era corrido, era desgastante, mas quando a via, valia toda a pena.

Infelizmente os papparazzis continuavam nos perseguindo, sabiam de meu temperamento e tentavam sempre tirar alguma manchete de mim. Sempre que saíamos tínhamos de estar cobertos, praticamente camuflados. Às vezes parar para receber alguns fãs afobados. Porém o fim foi quando os fotógrafos começaram a perseguir Demi em Nova York.

 Tive de chamar a polícia. Isso é ridículo, Logan! Você é o famoso, não eu! Você viu o que falaram de mim naquele site? Aquilo foi demais pra mim. Por favor, faça alguma coisa. Me ajude.

Porém, acredite se quiser, o drama não parou por aí; algumas fãs loucas da cabeça perseguiram-na a ofendendo com palavras de baixo calão. O que eu poderia fazer para ajudá-la? Estava do outro lado do país, não tinha culpa se minha fama a afetava. Não esperava por isso.

Faça alguma coisa, Logan! Não aguento mais. Estou recebendo comentários ofensivos em minhas redes sociais. O que é isso? Nunca fiz nada pra essas pessoas. Por que elas me odeiam pelo simples fato de estarmos juntos? Essas tietes são umas malucas!

Nesse período estávamos lançando nosso segundo álbum e o single estava no topo das paradas. Faziam seis meses que não via Demi. Já não a ligava todos os dias, tudo era muito corrido, às vezes parecia que minha cabeça ia explodir. O sucesso havia nos pego de jeito e pela primeira vez me perguntei se era realmente isso que queria para minha vida…

 

Era dois de setembro de 2003, meu aniversário e depois de longos meses tinha Demi de volta comigo. As coisas haviam acalmado-se um pouco, pois eu havia ido até a imprensa pedindo que parassem de perseguir minha namorada. Isso era inaceitável, ainda mais vindos de “fãs”.

— Tudo bem? Você está estranha – indaguei trazendo-a para mais perto de mim.

Estávamos sentados no sofá da casa de minha mãe em Newark. A casa parecia a mesma coisa, nunca mudava.

— Estou bem, não se preocupe.

— Não minta pra mim.

Ela sorriu me encarando, segurou meu queixo.

— Não estou mentindo, bobo. Estou um pouco cansada, apenas isso.

— Quer ir pra casa?

Ela meneou negativamente, depois apoiou a cabeça em meu ombro.

— Não, quero passar o máximo de tempo com você.

E foi o que fizemos, pois no domingo ela voltaria par Nova York.

Na sexta à noite, ainda meu aniversário fomos em lugares que costumávamos ir quando adolescentes e à noite sexo até não aguentar mais. No sábado tivemos um almoço com ambas as famílias para “comemorar a saúde” como disse o pai de Demi. À noite, decidimos ficar em casa, subimos para meu quarto e deitamos em minha cama, ficamos ali por muito tempo apenas aproveitando a companhia um do outro. Uma música tocava no som, Demi com suas perguntas sempre indiscretas.

— Conheceu outra garota?

Apoiei-me no cotovelo para fitá-la.

— Que pergunta é essa?

— Perguntei se você transou com outra garota.

Meneei a cabeça em contragosto.

— Óbvio que não! Acha que sou quem? Demi, eu amo você. Outras mulheres estão canceladas para mim.

— Passamos seis meses longe. Você conheceu muitas garotas, muitas mulheres, muitas fãs… Garotas mais bonitas que eu.

Segurei o rosto dela pelo queixo olhando fundo em seus olhos.

— Eu nunca estive com outra mulher. Nunca! Isso é bobagem. E você? Por acaso transou com um qualquer da faculdade?

Ela sentou-se na cama.

— Claro que não, idiota!

— Viu? Que pergunta sem noção, Demi.

Virei-me de costas pra ela, observava a janela fechada e o céu escuro lá fora.

— Seu mundo é diferente do meu, você conhece um milhão de pessoas novas todo dia. O mundo todo presta atenção no que você fala… Me sinto insignificante às vezes… Me desculpe…

A olhei por um segundo e vi as lágrimas teimando em cair dos olhos. Aproximei-me beijando-a, acariciando seu rosto.

— Devemos aguentar mais um pouco, sua faculdade termina em breve. E aí, você pode se mudar pra L.A. comigo.

— E se eu não for para L.A. depois? – balbuciou cabisbaixa.

Franzi o cenho.

— O quê?

Ela levantou o rosto e nada disse, apenas me beijou. Me beijou forte, muita língua e mordidas.

— Esqueça – sussurrou levantando minha blusa – Vamos aproveitar enquanto estamos aqui, juntos. Logo partirei. Quero te sentir, quero que me ame, o mais forte possível.

A trouxe para meu colo.

— Concordo plenamente, vamos nos amar.

E num instante eramos parte do outro, ela movia-se incessantemente sobre mim, a pele pálida exposta, as mãos apoiadas em meu peito, os gemidos baixos, os cabelos esvoaçantes. Aquela era a cena do Céu, uma visão angelical.

Segurei forte em suas coxas, subi as mãos para seu pescoço trazendo-a para minha boca, gememos e nos beijamos. Ela me olhava diferente dessa vez, me amava com força, me lambia, me chupava, arranhava e sentia que se estivéssemos sozinhos em casa, seus gemidos alcançariam a vizinhança inteira.

Nos virei na cama, arremeti contra ela; Demi pendeu a cabeça pra trás e fechou os olhos. Entrelaçou as pernas ao meu redor e segurou-me mais forte contra si. Afundei minha cabeça em seu pescoço indo mais rápido e forte, gemi contra sua pele, a lambi e mordi.

— Eu te amo, Logan… Pra sempre… – balbuciou entre gemidos.

Apoiei um cotovelo ao lado de sua cabeça, trouxe uma de suas pernas para cima indo mais forte. Estávamos perto, sentia o formigamento, o suor mínimo dizia, a respiração descompassada revelava. E Demi arqueou as costas e arranhou meus ombros. Gemi tombando sobre ela, estava cansado, satisfeito, mole que nem gelatina.

— Diga que me ama – falou suavemente.

— Te amo…

— Pra sempre?

Arrumei-me deitando ao seu lado, fitei-a nos olhos.

— Pra sempre.

— Nunca me odiará, certo?

— Claro que não, nunca.

Ela sorriu minimamente e aconchegou-se a mim.

— Sempre vou te amar – proferiu entrelaçando nossos dedos – Lembre-se que não importa o que aconteça, sempre acabaremos juntos.

— Juntos pra sempre.

E naquela mesma noite nos amamos muitas outras vezes e cada vez era uma promessa, um laço que fechávamos e era pra sempre. Pelo menos, era o que eu achava.


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