Tell Me You Love Me escrita por WeekendWarrior


Capítulo 2
Notice Me




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/765186/chapter/2

O resto do ano se arrastou e Demi não respondia a nenhum de meus insultos e brincadeiras, no começo foi muito frustrante, pois nem um mero olhar ela me dava, era como se eu não existisse. Só falava comigo se fosse algo sobre o colégio, de resto, eu era transparente, invisível, inexistente. No começo pensei que fosse só uma fase, porém não era, ela simplesmente esqueceu de mim e estar no meu time não era mais importante porque haviam outros garotos para quem ela poderia entrar no time.

Aquilo não me abateu, segui em frente, Demetria era só mais uma garota em sala de aula, uma mera vizinha, apenas isso. Alguém quem um dia eu conheci mas agora não mais.

E naquele mesmo ano outra notícia; Demi havia dado seu primeiro beijo. Odeio admitir mas aquilo me irritou, me irritou por seu primeiro beijo ter sido com o idiota do Michael Haynie, ele era um total panaca metido a besta nariz empinado, porém não fiquei pra trás, acabei indo a uma festa e beijando uma garota pela primeira vez, era uma prima de Alex dois anos mais velha e a partir daí muitas bocas vieram.

Nossos dezesseis anos chegaram e todas garotas pareceram mudar da noite pro dia, como mágica. Peitos e bunda, cinturas e coxas. Os rapazes também ganharam quilos de testosterona, vozes engrossaram, altura e pelos no rosto.

Obviamente que Demi mudou, todos perceberam, eu também. Os cabelos estavam extremamente longos, ela havia os tingido num tom cobre, qual ficou perfeito nela, devo admitir. A pele parecia mais branca… Usava uma saia de pregas e uma blusa de alças finas, simplesmente mostrando o que havia de interessante ali.

Ela passou por mim com um babaca do time de futebol; Nick Jonas. Um cuzão completo, porém muito bonito e de boa lábia. Ninguém tinha chances contra ele no quesito garotas. E Demi parecia levada por ele. Bom, isso já não era de minha conta, ela ficava com quem quisesse.

A popularidade dela havia crescido, andava com aqueles imbecis cabeça vazia, Nick sempre ao seu lado. Já eu? Bom, eu estava bem meus jeans rasgados, All Stars detonados e camisas de bandas, havia parado de cortar meu cabelo e o mesmo estava comprido até os ombros. Parecia uma bagunça, mas uma bagunça que muitas garotas gostavam.

Convenhamos, eu não era feio, tocava contrabaixo e guitarra numa banda underground com meus amigos, haviam muitas garotas querendo o que eu tinha a oferecer. Havia perdido a virgindade no ano passado, foi bom, havia tomado gosto pela coisa, não que muita coisa tivesse mudado, porém a notícia de que eu beijava bem e outras coisas… estava rolando solta pelo colégio e bom, eu não fazia questão em desmentir nada.

— E aí, irmão – cumprimentou-me Alex – Vai na casa do River hoje, né? Aquela socialzinha top.

Eu ri fechando meu armário.

— Claro que vou. Falando nisso, cadê ele?

— Falando no diabo – Alex apontou pra trás de mim.

— Fala aí seus cuzões – cumprimentou River rindo – Quero ver vocês lá em casa hoje.

— Mas é claro que vamos, somos seus melhores amigos – falei me movimentando pra sala de aula, os dois me seguiam, pois estávamos na mesma classe.

— É bom mesmo.

E na porta da sala estavam Demi e seu namorado Nick, ela encostada na parede e ele em sua frente, conversavam tão perto um do outro que logo se fundiriam. Se despediram num selinho e ele movimentou-se pra longe, felizmente o babaca não era de minha classe, mas infelizmente, Demetria era.

Ela sempre caía em minha sala…

Antes de entrar em classe me olhou como se eu fosse um mero desconhecido, nem parecia que eu morava ao lado de sua casa, que um dia me atentou, que implorava pra jogar em meu time. Parecia ter esquecido até mesmo de meu nome.

Ela havia se tornado uma garota popular e festeira. Muitas vezes eu estava no andar de cima, em meu quarto, de madrugada, tocando alguma melodia no violão ou apenas fumando um cigarro calmamente em minha janela quando a via correr pelo quintal frontal para dentro de algum carro. Muitas vezes reconheci o motorista como sendo Nick, o trombadinha mal-encarado.

No ano passado ela havia ganho Rainha do Baile ao lado de seu namoradinho, parecia que sua adolescência estava em ápice, aproveitando tudo ao máximo, como uma menininha rica e mimada que era. Infelizmente, esta era a imagem que eu tinha. Tirando que ela era uma estrela escolar muito, mas muito inteligente.

Naquele mesmo dia cheguei tarde à festa de River, a música tocava, o pessoal bebia, alguns dançavam, outros simplesmente se engoliam nos cantos da casa. Peguei uma latinha de cerveja e fui procurar pelos rapazes e andando por ali acabei por ver Demi e Nick, estavam numa rodinha próximo à piscina. Não esperava vê-los por aqui, porém não me espantei, River pareceu convidar o colégio inteiro.

— O colégio inteiro tá aqui! – exclamei pros rapazes que estavam numa mesa próxima a churrasqueira do quintal dos fundos.

— Só falta os professores – proferiu Laurence rindo, outro membro de nossa banda – River saiu convidando todo mundo porque ele pensou que ninguém viria.

Todos riram.

— Claro, Larry, se não seria um fracasso que nem sua “tentativa de festa” ano passado – disse River virando os olhos.

— Cara, nem vem! Que em minha festa tinham várias gatas gostosas, aqui só vejo essas magrelas do colégio.

— Eu gosto! – falou Alex fumando um cigarro – Esse porte de modelo é o melhor.

— Não sei sobre isso aí, não – exclamou Larry – Eu gosto dessas mulatas cheias de carne. Sou um negão, de onde venho, só porte Beyoncé.

Rimos novamente.

— Qual seu tipo, River? – perguntou Alex.

— Não tenho tipo… Ela só tem de ser mais baixa que eu.

Rimos mais uma vez, pois River era o mais baixo do grupo.

— E você, Logan?

Os três olharam pra mim esperando uma resposta e no momento que estava prestes a responder Demi passou por trás deles, estava no outro lado da piscina em um vestido cor-de-rosa claro, alças finas, as coxas um tanto à mostra, a pele pálida toda exposta, o cabelo em tom cobre tão bonito que ia até abaixo das costas… Se eu tinha um tipo, Demi Lovato era ele.

— Ruivas – falei pros rapazes.

— Ruivas? – indagaram todos ao mesmo tempo.

— Nunca te vi com nenhuma ruiva, Logan— comentou Larry.

— Só porque vocês nunca me viram com uma, não significa que eu não curta.

Eles não falaram nada e logo mudaram de assunto. Ainda bem. Não queria falar sobre isso, ainda mais com Demi em minha cabeça. Por que diabos estava pensando nela? Que besta. Logo me enturmei com os rapazes e começamos a papear, a roda cresceu, algumas garotas chegaram junto; bebida vai, bebida vem…

— Podíamos tocar algo – falou Alex.

— Sim, sim. Logan, – me cutucou River – pega meu violão lá no quarto?

— Claro.

Levantei e fui em direção ao quarto de meu amigo, subi as escadas pulando os degraus, abri a segunda porta do corredor e acendi a luz, levei um susto quando duas criaturas levantaram rapidamente da cama. A garota nem vi quem era, pois saiu rapidamente do quarto de cabeça baixa e arrumando seu vestido, mas o bastardo logo vi quem era; Nick.

Eu não sabia se ficava surpreso ou com raiva. Demi estava lá embaixo ainda? E o miserável aqui em cima, aos beijos com outra? O quão nojento é isso? O quão sujo? Demi não merece isso.

— Cara, eu… – Nick tentou falar, porém o cortei.

— Não tenho nada a ver com isso, nem com sua vida. Saia do quarto do River.

Ele passou sorrindo amarelo por mim.

— Ei, somos homens, você sabe como é, não?

— Não, não sei.

O encarei de maneira intimidante, eu era alguns centímetros mais alto que ele.

— Você não vai…

— Não, não vou – o cortei mais uma vez – Não tenho nada a ver com sua vida. Some.

O idiota deu-me as costas e desceu rapidamente. Fechei meus olhos por alguns segundos inspirando o ar lentamente, quando percebi minhas mãos estavam em forma de punho. Soltei o ar, peguei violão e deixei o local fechando a porta atrás de mim. Quando alcancei a sala encontrei Demi sozinha com algumas garotas, franzi o cenho, será que Nick não veio correndo falar com ela? Brigaram? Bem, isso não era problema meu.

Voltei para meu grupo, tocamos algumas músicas, cantamos e bebemos mais um pouco. Entre risos e palhaçadas resolvi pegar uma cerveja na cozinha.

— Alguém quer alguma coisa? – perguntei.

Ninguém se pronunciou então saí em direção meu destino. Adentrando a sala vi Demi saindo sozinha dali, franzi o cenho porém mesmo assim segui até a cozinha, peguei uma long neck do refrigerador já voltando para os fundos, mas algo me parou, Demi estava em minha mente. Mesmo contragosto atravessei a sala e alcancei a porta de entrada, e para minha surpresa ela estava sentada na escada de entrada, sozinha.

Fiquei alguns segundos a observando, pensando se voltava para dentro ou dizia algo, mas ela virou-se me encontrando ali. Me olhou rapidamente e virou o rosto para a rua.

— Aconteceu algo? Você está bem? – arrisquei fechando a porta atrás de mim.

— Estou… – fungou – Não é nada.

Remoí o que aconteceu um pouco antes no quarto de River. Será que eu deveria contar? Ficar quieto? Me meter? Sim ou não? Droga. Senti pena dela, compadeci de Demi. Então movi-me e sentei-me ao seu lado na escada, ela passou os dedos em baixo dos olhos tirando as lágrimas.

— Ele foi embora, nem falou nada, só me deixou aqui.

— Seu namorado? – me fiz de bobo.

— Sim. Liguei pra ele, mas não atende. Acho que vou ligar pra papai vir me buscar.

— Já é tarde.

— Eu sei, mas não dá pra ir de a pé.

Dei de ombros.

— Eu te levo.

Ela me encarou de cenho franzido.

— Logan Henderson sendo prestativo e gentil? Aconteceu algo? Está bem? Está com febre? – colocou a mão em minha testa.

Afastei a mão dela rindo.

— Não se acostume.

— Com sua gentileza? Jamais. Você deve estar bêbado.

— Nem perto disso.

Ela suspirou e olhou pra baixo.

— Vamos lá, eu te levo. Estou de carro – falei colocando a long neck de lado.

— Não quero estragar sua festa, você está aí com seus amigos.

— Eu posso voltar.

— Faria isso? Você está bem mesmo, Logan?

Virei os olhos.

— Mude essa imagem que tem de mim, Demi.

— É a única que tenho.

Dei de ombros.

— E aí? Vai querer ou não? Pode ficar aqui fora até amanhecer se quiser…

— Tudo bem, eu aceito.

Levantei-me e ela me seguiu pela calçada. Já dentro do carro em movimento ela disse:

— Eu nem sei por que ele me deixou ali, sem mais nem menos.

Minha vontade foi de dizer “mas eu sei, o filho da puta estava te traindo com uma qualquer”, porém me calei percebendo que eu estava fazendo isso por Demi porque me importava com ela, estava com pena dela, não merecia um namorado babaca.

— Vocês podem conversar sobre isso amanhã.

— Nunca mais vou olhar na cara dele! – exclamou raivosa.

— Isso é bom – murmurei.

— O quê?

— Não, nada, esquece. Só que acho isso muito errado, se ele te trouxe, ele te leva, vocês namoram, como assim ele te deixa no meio da festa? Uma festa que você mal conhece as pessoas? Nem pensava que vocês iriam.

— Foi ideia dele.

— Que merda então.

Ela me encarou estranha.

— Por que essa raiva? Foi a mim quem ele deixou plantada ali.

— Nick é um bosta.

Ela riu.

— Inveja, Logan? Sério isso?!

Gargalhei no tom mais irritante que pude.

— Eu? Com inveja dele? Ah, qual é! Jamais. Nunca! Até parece que não me conhece, Demi.

— E não conheço mesmo, Logan. Moramos todos esses anos grudados um no outro, todo esse tempo na mesma classe e só fazíamos brigar, nunca fomos amigos, você nunca deixou.

— Eu nunca deixei?

— Você era e é simplesmente insuportável.

— Olha o jeito que você fala com o cara que está te dando carona às 02:30 da manhã.

Ela rolou os olhos cruzando os braços.

— Vai fazer o quê? Me matar? Ai, que medo!

— Não é má ideia. E meu Deus, agora me lembrei do quão chata você é. Uma chata de galocha!

— E você um idiota que só adora me xingar.

Não respondi nada, apenas estacionei em frente a casa dela.

— Pronto, está em casa, já pode sair de perto de mim como tanto quer.

Demi descruzou os braços e me encarou.

— Obrigada, Logan. Porém não pense que isso diminua o quão idiota você é.

Ela abriu a porta saindo do carro, atravessou o jardim e antes de entrar em casa acenou pra mim sem expressão alguma no rosto. Tinha certeza que iria chorar o resto da noite pelo namorado babaca, era o tipo de Demi fazer isso. Meneei a cabeça e parti com o carro tentando esquecer o que vi, prometi a mim mesmo que não me intrometeria e não o fiz.

 

Realmente pensei que Demi não deixaria isso passar em branco, porém pelo visto, esqueceu facilmente que o namorado babaca a deixou sozinha naquela festa e na semana que seguiu apareceram juntos no colégio. Senti raiva, raiva dela por ser tão burra, tão cega. Minha vontade era de chegar em Nick e socá-lo a cara, mas não fiz nada disso, apenas silenciei, não era problema meu.

E nada mudou entre Demi e eu, nenhuma palavra foi trocada, não nos cumprimentávamos no colégio, muito menos quando nos víamos no bairro. Eramos completos estranhos novamente, estaca zero. Bem, não que isso me afetasse, de verdade.

Os meses se arrastaram, eu e os garotos começamos a levar esse negócio de banda um pouco mais a sério, primeiro os shows eram em bares pequenos, o cachê era comida ou bebida, depois estabelecimentos de amigos, logo a cidade toda sabia de nosso trabalho e no colégio eramos sensação. Haviam algumas gravadoras de olhos em nós, mas preferíamos deixar como estava… por enquanto.

E como num sábado comum para mim, estava em casa tocando algumas notas no contrabaixo, compondo melodias, escrevendo algumas músicas aleatórias que passaria para River; o vocalista, mais tarde.

Foi quando ouvi uma batida na porta de entrada, seguida pela campainha que soou por longos segundos. Joguei a cabeça pra trás em pura preguiça. Droga, estava sozinho em casa, teria de atender quem quer que fosse. Desci as escadas e mais batidas frenéticas na porta.

— Calma! – respondi.

Abri a porta e franzi o cenho ao avistar Demi.

— Logan, você precisa me ajudar. Vem!

Dito isso puxou-me porta afora.

— Ei, calma! Que foi?

Estaquei no lugar.

— É mamãe, Logan! Ela vai ganhar Madison, a bolsa estourou. Não sei dirigir e papai está em viagem a trabalho. Por favor, vamos logo! O carro está na garagem.

Fiquei apreensivo e logo a segui para a casa ao lado. Dona Diana já estava acomodada no carro e sua face aliviou-se quando viu-me.

— Vamos logo, Logan— exclamou uma nervosa Demetria ao meu lado.

Chegando no hospital uma enfermeira a esperava com uma cadeira de rodas. Adentramos o recinto e seguimos em direção à ala de maternidade.

— Vai ficar tudo bem, querida. Logo logo verá seu irmãozinho – proferiu a mãe de Demi.

A garota sorriu e deixou que sua mãe seguisse até a sala de parto. Fomos para a sala de espera e uma nervosa Demi andava de lá pra cá, cutucava as unhas com os dentes, falava sozinha, suspirava, ia de segundo em segundo perguntar sobre a mãe para a recepcionista da ala.

— Por que não senta um pouco, Demi? – indaguei em minha habitual calmaria.

Ela fitou-me finalmente percebendo minha presença no local.

— Estou tão nervosa. Mamãe está de oito meses, não era para Madison vir agora.

Dei de ombros.

— Essas coisas acontecem.

Ela assentiu tomando uma respiração e vindo até mim, sentou-se ao meu lado e ajeitou os cabelos longos. Me encarou e sorriu um pouco.

— Obrigada, Logan. Você nos salvou.

— Não foi nada.

— Tenho de tirar minha carteira logo.

Assenti rindo.

— Com toda certeza.

Ela riu e virou o rosto fitando a recepção vazia. E assim, tomei a liberdade de inspecionar seu rosto; o nariz arrebitado que sempre teve, os lábios cheios, cílios longos, pele clara, provavelmente acetinada… Droga, que merda estou pensando? Virei o rosto, fitei meu par de All Star gastos.

— Obrigada de verdade, Logan— falou baixo colocando sua mão sobre minha coxa.

A fitei nos olhos verdes, diretamente, sem medo, como nunca fiz. Ela sorria, estava apreensiva, eu sentia, mas sorria. Sorri de volta para ela e pus minha mão sobre a sua.

— Imagine. Era o mínimo que poderia fazer.

Ela aproximou-se e apoiou sua cabeça em meu ombro.

— Esse desespero todo me cansou… Imagine como mamãe não está.

— Ela está bem, disso tenho certeza.

— Ela parecia tão calma.

Eu ri assentindo.

— Já teve dois filhos, não?

— Sim. Mas e seus irmãos, Logan? Como estão? Nunca mais vi Kevin.

— Kevin está em Amsterdã, casou-se com uma Alemã… Na verdade ele está lá só pra fumar maconha livremente, ele pode negar, mas eu sei.

Demi gargalhou e Deus, como era doce sua risada. Nunca em minha vida havia feito-a sorrir e agora percebia que fazê-la sorrir era melhor que fazê-la irritada.

— E Kim, como está? – perguntou afastando-se de meu ombro.

— Kim completou dez anos mês passado.

— Uau. Ela deve estar enorme. Nem parece que somos vizinhos, quase nunca nos vemos.

Franzi o cenho um pouco.

— Estamos na mesma classe desde os doze anos, Demi.

Ela parou para pensar por alguns segundos, depois virou o rosto me fitando.

— É, mesma classe…

Virou a face e ficou a encarar o corredor que sua mãe entrou minutos antes.

— Acho que já vou… – falei me levantando devagar.

— Tudo bem, logo meu pai chegará, liguei pra ele.

— Ok.

Ela levantou e abraçou-me. Primeiramente fiquei sem reação, mas lentamente passei meus braços ao redor de seus ombros. Nossa, os cabelos dela cheiravam tão bem, ela cheirava tão bem.

— Obrigada, Logan— sussurrou se afastando.

E logo saí dali… Com o cheiro de Demetria Lovato em mim. Aroma que nunca esqueceria.

 

Na segunda-feira cheguei em meu habitual horário, estacionei meu carro em minha vaga e segui o caminho até o colégio. Fui até meu armário, peguei o livro de biologia, pois seriam as duas primeiras aulas de hoje. E por um instante, como se eu a sentisse chegar, olhei o corredor e Demi se aproximava, estava com as amigas.

— Oi, Logan— cumprimentou-me.

Juro que se ela não tivesse dito meu nome pensaria que ela tivesse cumprimentado outra pessoa.

— Oi, Demi.

Ela sorriu e se distanciou com as garotas.

Imperceptivelmente franzi o cenho. Foi uma ilusão? Ela realmente me cumprimentou? Talvez eu tenha tomado formas novamente, não era mais invisível para Demi. Meneei a cabeça e fechei meu armário.

— Ensaio hoje, às 19:00 na minha casa – proferiu River que apareceu ao meu lado.

— Certo.

Tocaríamos num bar renomado e o boato era de que alguns produtores estariam por lá caçando novos artistas. Não poderíamos deixar essa oportunidade passar, estávamos tentando fisgar uma boa gravadora.

 

Mais uma semana seguiu normalmente se não fosse pelo estranho fato de que sentia-me notado por Demi, como nunca antes. Ela sentava em seu habitual lugar na frente, porém, algo acontecia agora; ela olhava para trás, mesmo que disfarçadamente, virava-se para conversar com a amiga, mas seu olhar caía em mim.

Ela imediatamente desviava o olhar, pois claramente eu já tinha meus olhos fixos nela. Era estranho, estava sentindo algo diferente, um tipo de flerte… Um interesse que antes nunca rodopiou sobre nós. Nunca senti atração por Demi… Somente de uns tempos pra cá… Tudo parecia muito confuso.

Essa garota me confundia.

Porém era bobagem, porque ela ainda namorava o idiota do Nick. Maldito! O idiota toda vez que me via fazia de conta que não havia acontecido nada, como se eu não tivesse o pego com outra… Bastardo. Contudo, prometi a mim mesmo que não me meteria nessa, isso era problemas deles. Uma hora Demi veria o quão imprestável Nick era.

E mais uma vez ela me olhou, porém quem desviou o olhar dessa vez foi eu. Aquilo estava tirando a minha atenção da aula – não que eu prestasse muita atenção normalmente – pois eu estava mais absorto do que de costume.

— Tudo bem, cara? – perguntou Alex.

Se o louro tinha percebido meu incomodo, quer dizer que eu estava realmente estranho.

— Tudo ótimo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tell Me You Love Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.