Pov Edward

Por mais que eu tentasse não conseguia parar de pensar em Marie e em todo mistério a sua volta, podia sentir que ela e o suposto irmão escondiam algo, mas não conseguia descobrir o que, a única coisa que podia dizer com absoluta certeza é de que ando tendo pensamentos nem um pouco profissionais com essa garota. Em apenas uma semana aquela menina-mulher conseguiu fazer com que eu sorrisse sem perceber, assim como nos tornamos mais próximos, por incrível que pareça, podia até dizer que estávamos nos tornando amigos. 

O grande problema era que talvez eu não quisesse só a amizade dela, sim, é uma grande loucura pensar isso ainda mais em tão pouco tempo, mas não tinha dúvidas.

E qual não é minha surpresa ao receber uma ligação de minha irmãzinha pedindo minha ajuda para resgatar justo a pessoa em que meus pensamentos se encontrava naquele momento? Eu atendi e a nanica falou sem rodeios.

— Edward preciso de sua ajuda, a Marie se meteu em enrascada, mas não posso buscá-la, a mãe e o pai me matam se eu sair de casa essas horas, isso fora que você está mais perto dela do que eu.

— Como assim Lice? Ela deveria estar na casa dela de repouso, desgrudo os olhos dessa menina e ela já apronta, ok, me dá o endereço que vou atrás dessa maluca.

— Vou te mandar as coordenadas do GPS por mensagem, tem mais uma coisa.

— Diz logo criatura.

— Digamos que ela estava andando sozinha para espairecer, só que de moto.

— Espera, como ela está dirigindo com uma tala no pé.

— Bom meu irmão, essa pergunta só ela poderá lhe responder, porque não tenho ideia.

— Ok, maninha eu vou dar um jeito de resolver essa situação e essa menina vai ter que me explicar muito bem o porquê de ter desobedecido ordens médicas.

— Pega leve com ela meu irmão por favor, não sabemos o que fez com que ela tenha essa atitude, ok? Me promete?

— Tá Alie. Vou desligar, preciso falar com Emmett pra ele me ajudar com a “encrenca”.

Dito isso, desliguei e iniciei a missão resgate da dona encrenca, que não seria nada fácil com toda certeza.

Emmett aceitou me ajudar, mas como estava na casa dos sogros iria demorar um pouco mais para chegar no lugar. Dessa forma fui logo, pois não queria deixá-la sozinha naquela chuva essas horas por muito tempo mais.

Ela não queria aceitar ir comigo nem por reza braba, como se eu fosse tentar abusar dela ou algo do tipo, parecia até que não me conhecia, mas depois de muita insistência consegui fazê-la se mexer e aceitar ir para meu apartamento tomar um banho quente e trocar aquelas roupas encharcadas para não ficar doente. Esqueci completamente de lhe dar o sermão que estava pensando em todo o trajeto até ali, sempre que ficava perto dela era isso, parecia um idiota que não sabe fazer nada além de admirar sua beleza e falar bobeiras do cotidiano.

Chegando em casa pude notar o olhar de admiração que tinha em sua face e que parecia aumentar em cada cômodo novo que ela entrava. Mostrei o quarto em que ela ficaria durante sua estadia e fui pegar umas roupas de minha irmã para que ela pudesse vestir e ficar confortável.

Deixei tudo em cima da cama e ia saindo quando escutei-a no banho, eu não conseguia entender o que havia com ela, sempre com esse mistério e parecendo infeliz em alguns momentos, me angustiava vê-la assim e não saber o que fazer, o porquê dela estar desse jeito, esperava que um dia ela verdadeiramente me contasse tudo a seu respeito.

Com esses pensamentos fui em direção a cozinha para preparar algo quente para beber e comermos. Decidi por fazer um chocolate quente e abrir uns muffins que tinha guardados, como fico grande parte do meu tempo no hospital não ligo para manter a geladeira e armários abastecidos, mas se Marie fosse ficar por aqui precisava com urgência comprar  mantimentos. Consegui preparar tudo em tempo para que ela saísse do banho e comesse enquanto estava quente. De forma que logo pude escutá-la descendo as escadas e me chamando logo em seguida.

— Cullen?

— Estou na cozinha, venha, preparei um chocolate quente para lhe aquecer, aposto que esteja com fome. - disse indo de encontro a ela.

Esperei que ela se acomodasse para podermos conversar.

— Então… Quando irá me dizer o porquê estava andando de moto e desobedecendo recomendações médicas para que ficasse de repouso? - Disse sem rodeios, o que a deixou sem chances de pensar e contar mais mentiras.

— B...bem eu precisava espairecer um pouco, respirar ar fresco e pensar.

— Não podia ter feito isso em uma hora mais perigosa?- Fui sarcástico. - Seu irmão sabe que saiu assim? Ou nem se preocupou em avisá-lo também?

— Eu adoraria que você não fizesse insinuações a respeito das minhas atitudes e vida, Cullen. Não sabe nada a meu respeito, isso não tem a ver com você.

— Tem a ver comigo quando preciso te buscar de madrugada e no meio de uma tempestade, em uma moto sozinha e com uma tala no pé. - Disparei.

— Muito bem Doutor, eu não avisei meu irmão ou meus amigos, pois achava que conseguiria fazer o que queria sem problemas, mas não se preocupe Sr. Perfeitinho que faz tudo que mandam, irei seguir viagem assim que amanhecer e o Hulk amigo seu trouxer minha moto. - Ela disse com raiva e foi em direção aos quartos, sem deixar com que lhe dissesse algo mais.

Essa menina não consegue entender que provavelmente os amigos e irmão dela, iriam se preocupar se soubesse do que ela andou aprontando, isso sem contar no perigo que ela poderia ter se colocado, somente para não ferir seu orgulho e lhes avisar ou sair em um momento mais seguro.

Completamente maluca e irresponsável, só isso que passava em minha cabeça enquanto guardava e limpava tudo.

Fui para meu quarto, precisava tomar um bom banho para relaxar a mente e tentar entender essa menina. Mas estaquei em frente a porta de seu quarto ao ouvir que ela estava chorando. Talvez tenha sido muito duro com ela, como ela mesmo disse, não conheço nada a seu respeito, não devia sair a acusando sem nem saber os motivos por trás de suas atitudes. E por esse motivo decidi por bater na porta e tentar conversar com ela.

— Marie, posso entrar? - disse após 3 batidas sem resposta.

— Não é como se a casa fosse minha para te impedir, não é mesmo?

— Por favor, quero conversar, me desculpa, fui um completo idiota e entendo que não queira me ver nem pintado de ouro.

— Deixa de drama Cullen, vamos terminar logo com isso. - Ela disse, logo em seguida abrindo a porta.

— Me perdoa por ser um cretino?

— Desde que pare com insinuações ou me condenar sem ao menos ligar para meus motivos acerca do que faço ou deixo de fazer com a minha vida.

— Temos um trato então? - Disse lhe estendendo minha mão.

— Trato. - Deu um sorriso diante de minha atitude, mas estendendo sua mão também.

— E a propósito senhorita Brandon, você é minha convidada e poderá ficar aqui por quanto tempo desejar, prometo que será muito bem tratada, e é bom que seu médico não morre do coração com prováveis peraltices já que poderá ficar de olho em você. Mas por favor, diga para seu irmão e amigos que está em minha casa, sob meus cuidados.

— Fico feliz com sua proposta, mas não posso dizer para os meninos onde estou, eles ficariam doidos comigo e me fariam ir embora com direito a pontapés e xingamentos.

Mais essa? Porque raios ela não queria falar para a suposta família que estava aqui? Ela com toda certeza é muito estranha, espero que não faça eu me arrepender de deixá-la ficar aqui por um tempo.

— Por favor Edward não pergunte porquê, não posso responder.

— Pode pelo menos ligue para eles e diga que está bem, para que não pensem que foi sequestrada ou algo pior?

— Ok.

— Promete?

— Sim. Juro, assim que sair daqui eu deixou uma mensagem no telefone do Jake.

— Obrigado. - Disse aliviado.

E como prometido, assim que fechei a porta pude escutá-la discando o número do irmão. Mas não pude deixar de escutar parte de sua ligação, o que me deixou mais curioso foi o fato de ela falar como se alguém a seguisse e era como se tivesse medo dessa pessoa. Depois de escutar isso fui direto para meu quarto.

Pensei que poderia dormir um pouco mais tranquilo, sabendo que ela entrou em contato com o irmão e que eu não seria acusado de sequestrador ou algo do tipo. 

Tomei um banho, coloquei uma roupa confortável e fui direto para a cama, pois amanhã seria um longo dia, eu iria para o hospital e precisava comprar as coisas para abastecer a casa. Mas me atormentava a ideia de que ela pode ter feito algo que não devia e que por essa razão estava sendo perseguida. E assim, passei mais uma noite praticamente em claro pensando em Marie e no que ela estava metida.

Pov Bella

Fico extremamente chateada e brava quando as pessoas a minha volta começam a me julgar pelas atitudes que tomo na minha vida, poxa, é muito frustrante alguém que gosta te olhar com aquela cara acusatória sem nem saber o porquê de você estar fazendo isso. E por esse motivo sai da mesa correndo direto para o quarto, para assim poder extravasar toda a tristeza sem ninguém me enchendo, estava cansada disso. Quando que isso vai acabar? Não aguento mais mentir para as pessoas que se importam e que são importantes para mim. Precisava dar um fim nisso. Charlie precisava sumir da minha vida de uma vez por todas, mas não tinha ideia de como conseguir fazer isso.

Estava com esses pensamentos em minha cabeça, quando escutei Edward na porta, provavelmente querendo tirar satisfações e me recriminar mais ainda.

Eu gostava muito dele, mas tinha horas que ele era um completo estúpido que acha que tudo tem de ser feito do jeito que ele acha certo. Mas ao invés de ser rude comigo ele foi gentil e pediu desculpas, então decidi por conversar com ele sem discutir e acabamos por fazer um trato de paz, assim como me fez perceber que machucaria todos que se preocupam comigo se não desse sinal de fogo e mostrasse que estava bem. De forma que decidi fazer o que me aconselhou e liguei para Jake assim que a porta do quarto foi fechada.

Graças a Deus meu amigo devia estar desmaiado a essas horas e a ligação caiu na caixa de voz. [N/A:Acho que é isso] 

— Jake é a B...Marie, você provavelmente vai querer me estrangular depois de ouvir essa mensagem, mas você sabe quem me achou e eu não posso deixar que ele te faça algum mal, então decidi sumir por um tempo, as coisas não saíram como planejei, mas juro que estou bem, acho que encontrei outro anjo da guarda na minha vida se for possível isso. Não se preocupe sabe que sei me virar e sempre quando for possível entro em contato com você e os meninos. Te amo, meu irmão.

Assim que desliguei, fiquei pensando em tudo que aconteceu hoje e não conseguia acreditar que apesar de muitas coisas darem ruim, eu acabei ficando bem e na casa de Edward ainda pra ajudar. E assim dormi me sentindo segura e sonhei com um par de olhos verdes lindos que a algum tempo rodeavam meus pensamentos.

Acordei cedo e bem disposta e decidida a preparar um café para Edward antes dele ir para o Hospital. Fiz minha higiene matinal rapidamente, descendo as escadas, na ponta dos pés logo em seguida para não acordá-lo antes do tempo, e fui direto para a cozinha.

Posso dizer com 100% de certeza que fiz um verdadeiro milagre ao conseguir fazer café e alguns cookies, pois não tinha quase nada na geladeira ou armários, era como se Edward nem ficasse em casa. Mais tarde eu faria uma surpresa e iria no supermercado para comprar algumas coisas e preparar um jantar decente para compensar o fiasco que seria o café, isso contando que ele viria pra casa hoje, já que poderia ficar de plantão.

E como se tivesse previsto o horário que ele acordaria, terminei tudo na hora exata em que escutei seus passos na escada.

— Bom dia dorminhoco. Dormiu bem? Espero que sim.Venha comer, preparei um café para você, aproveita que está quentinho.  - Disse tudo em um fôlego só, sem dar tempo para que pudesse me responder.

— Bom dia Marie. Não muito, mas obrigado. Não precisava, você é minha hóspede, eu quem deveria fazer uma coisa dessas para você e não o contrário.

Passando a mão nos cabelos bagunçados e com cara de sono ele falou, fazendo com que eu ficasse com os olhos hipnotizados com sua beleza. Posso afirmar com total certeza que quase babei naquele momento e só por causa desses pensamentos consegui sair do transe e terminar de arrumar as coisas e falar com ele.

Foi uma manhã agradável, sem qualquer discussão, pena que acabou rápido pois tínhamos que ir trabalhar.

Fui direto para a lanchonete e passei todo meu horário de trabalho pensando em algum plano para poder me livrar de meu nenhum pouco querido pai, precisava ir para um lugar diferente no meu horário de almoço para que nenhum dos meninos me encontrasse, o problema era que eu estava com a sensação de estar sendo seguida desde o momento que sai do meu local de trabalho. O que foi confirmado quando senti um puxão em meus cabelos e escutei a voz da pessoa em meus ouvidos.

— Tsic Tsic achou que poderia fugir do papai? Está muito enganada e é melhor seguir para a lanchonete ali em frente como se nada tivesse acontecido, a menos que queira que eu faça algo com seu amiguinho “Jake”, ou devo dizer Jacob Black? Me diz sua putinha.

Continua...