Pov Bella

Como pude ser tão descuidada ao ponto dele descobrir onde trabalhava e ainda me entregar de bandeja pra ele, sou muito burra e idiota, e agora? Não faço ideia de como sair dessa enrascada. Precisava saber quanto ele descobriu a respeito de Jacob, só isso que importava agora, já que não tinha esperanças de sair das garras de Charlie, pelo menos tentaria com todas minhas forças salvar meu amigo.

E assim segui com meu “querido pai” de volta para a lanchonete de James e qual não foi minha surpresa ao me deparar com Charlie chamando ele pelo nome como se fossem amigos a longa data.

— Obrigado James te devo uma partida de poker, poderia nos trazer um café por favor, e agradeça a sua putinha pra mim, se não fosse ela eu teria demorado uma eternidade pra pegar essa ratinha aqui. - Disse apontando em minha direção.

Não conseguia lembrar quem era a atual ficante de James nesse momento, ele fica no máximo 2 noites com uma piranha qualquer e depois dá um pé como se fosse lixo. Mas pelo jeito a atual sabia mais sobre mim do que eu sobre ela.

— Então Isabella, vamos ao que interessa, achou mesmo que iria se livrar de mim por muito tempo? Você e aquele seu amiguinho me deram muita dor de cabeça, precisei ficar um tempo fora de Forks para que aquela gentinha não desconfiasse que você como bela pirainha que sempre foi iria embora com o primeiro que aparecesse, isso mancharia minha reputação, não que você se importe muito com isso não é mesmo.

— Não me faça rir Charlie, você sabe muito bem porque saí daquela casa, cansei de ser maltratada por você, assim como seu egocentrismo. Então trate de pensar muito bem antes de querer falar difamar a mim e a meu amigo, pois você não é um bom exemplo de pai e nunca vai ser. Era só isso que tinha pra falar? Vou embora então e não me ameace ou a Jacob de novo “papai” porque se não irei fazer o que devia ter feito a muito tempo e conseguir ser feliz sem ter medo de você e do que pode fazer. - Disse me levantando.

— Ainda não acabei menina e é bom você tomar cuidado, porque não faz ideia do que sou capaz de fazer para que não suje e acabe com a vida que criei pra mim. Então senta essa bunda nessa cadeira e escutar o que tenho pra falar, porque senão quem irá pagar serão todos os seus amiguinhos, até mesmo aquela baixinha com cabelo espetado.

Como ele poderia saber sobre Alice? Não entendia. Mas com certeza ele não estava blefando e eu não podia deixar ele fazer qualquer coisa ruim com os meninos e muito menos com os Cullen. E por esse motivo decidi fazer o que ele quisesse.

— Diga de uma vez Charlie o que quer que eu faça, chega de joguinhos. -Disse sem rodeios.

— Direta e reta, gosto disso, você é uma Swan afinal. Tive a informação de que você anda participando de corridas clandestinas, o que é claro poderia ocasionar na sua prisão imediata, mas como você é minha querida filha deixarei passar, mas com uma condição, claro.

— Que condição seria essa?

— Você continuará a correr, mas 80% dos ganhos deverá me entregar. A menos que queira um quarto que dividirá com no mínimo vinte pessoas e com grades. 

E a coisa só se complica cada vez mais, havia prometido para mim mesma que sairia dessa vida, mas pelo jeito não poderia, pelo menos não agora.

— Ok Charlie, eu aceito sua proposta, desde que me de sua palavra que não fará nada com meus amigos.

— Eles não me tem serventia nenhuma mais. Mas mais uma coisa, ninguém poderá saber dessa nossa conversinha, ok? Pois pode ser que eu mude de ideia de uma hora para a outra e sua querida amiguinha será a primeira a saber.

— Como queira, não irei falar nada sobre isso.

Quando estava na porta, pronta para ir embora, ele me puxou pelo cabelo novamente e disse no meu ouvido.

— Continue sendo essa putinha que você é minha querida filha, e não haverá consequências.

Antes que esboçasse  qualquer reação escutei a voz do anjo mais lindo da minha vida e logo em seguida as mãos de Charlie longe de mim.

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É? LARGUE-A IMEDIATAMENTE.- Disse Edward dando um soco de direita em meu pai.

— Rapaz você tem muita sorte de eu estar de bom humor hoje, senão com toda certeza você dormiria em uma cela na cadeia por um tempo. - Charlie limpava o sangue que escorria de seu nariz enquanto falava. - E a propósito, posso fazer o que quiser com essa putinha visto que tive o desprazer de ser o pai dela.

— C...Como? Marie o que ele está dizendo é verdade?

— Para minha infelicidade sim Edward.

— Não consigo entender. Você e seu irmão disseram que não tinha contato com seu pai, que ele era um bêbado que só sabia jogar.

—  Eu te prometo que contarei tudo, só vamos embora daqui, por favor.

Eu precisava tirar ele dali imediatamente, antes que Charlie falasse mais alguma coisa e distorcesse todos os acontecimentos, não aguentaria se Edward virasse a cara pra mim, não agora. Minha vida estava ruindo bem diante de meus olhos.

— Hahahaha então foi isso que essa praga e o comparsa dela falaram a meu respeito, ora ora ora hein quem diria. Este é mais um trouxa que você enfeitiça não é mesmo garota.

Não aguentaria, estava farta dele só acabar com minha vida e coisas boas que consigo. Ele era como um furacão que passa e destrói tudo e todos em seu caminho. Comecei a ver tudo embaçado quando comecei a falar.

— Cale a boca Charlie, você já teve o que queria agora some daqui, senão juro por tudo que é mais sagrado que eu acabo com a sua f… - Tudo ficou escuro e só conseguia sentir meu corpo desfalecendo sem conseguir fazer qualquer coisa para impedir.

Pov Edward

Fui para o hospital naquela manhã feliz como a muito não estava, o dia passava devagar como uma tartaruga, e eu só queria que passasse logo para que pudesse chegar em casa e vê-la lá. Não podia mais guardar os sentimentos que tinha, era mais do que notável o bem que ela me fazia apenas com um sorriso.

Eu precisava me declarar, por mais que ela não sentisse o mesmo por mim, eu precisava ser verdadeiro com ela. E por essa razão decidi ir até a lanchonete, em que ela trabalhava, no meu horário de almoço para conversar. Mas qual não é minha surpresa ao ver um senhor puxando-a pelo cabelo e encostando a boca em seu ouvido para falar alguma coisa. Fiquei maluco de raiva, só sabia que tinha que tirar aquele cara de perto dela e foi o que fiz, lhe dei um belo gancho de direita e puxei-a para ficar atrás de mim. Não conseguia entender por que ela não gritou pedindo ajuda, mas a resposta veio antes de que eu pudesse fazer a pergunta e me deixou sem chão.

Como aquele cara poderia ser o pai dela, sendo que Jake e a mesma me falaram que ela não tinha contato com ele pois era um bêbado. E para piorar ela confirmou que aquele sujeito realmente era quem dizia ser. Mas apesar de tudo eu iria embora com ela, até que ele disse:

— Hahahaha então foi isso que essa praga e o comparsa dela falaram a meu respeito, ora ora ora hein quem diria. Este é mais um trouxa que você enfeitiça não é mesmo garota.

Não podia ser verdade, será que ela mentiu pra mim aquele tempo todo? Marie seria uma oportunista que pretendia me fazer ter sentimentos por ela para no fim fazer o que Tanya tinha feito? Eu não podia ser azarado a ponto disso me acontecer duas vezes, não agora que achava ter encontrado meu verdadeiro amor.

Não tive muito tempo para pensar nisso, pois ela tentou retrucar o que seu pai disse, quando começou a desmaiar, ela iria cair de cabeça se não a pegasse, e foi o que fiz, peguei-a em meus braços e levei direto para o hospital. Não sem antes escutar aquele sujeito murmurar.

— Já foi tarde, se não fosse minha galinha dos ovos de ouro, poderia muito bem ir dessa para uma melhor.

Estava perdido, com a mulher que amava desmaiada em meus braços e sem saber o que estava acontecendo ou iria acontecer daqui pra frente.

Continua...