Genderswap escrita por Ero Hime


Capítulo 8
A preparação


Notas iniciais do capítulo

UH UH EU CHEGUEI
FRESQUINHO HEIN
Espero que estejam gostando das retas finais. Assim como pediram, fiz um contando mais da visão do Naruto! Me diverti bastante escrevendo ele kasjdks
Faltam só dois :(
Essa fic foi uma experiência incrível, tanto planejar, imaginar, escrever tudo certinho. Enfim, amei.
Espero que gostem e deixem comentários bem legais!



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Capítulo VIII–

 

Eu vesti suas roupas, andei em seus sapatos, mas nunca me senti tão ligado a você quanto neste instante – e, se me permite dizer, você realmente tem um belo corpo.

 

Naruto acordou na segunda-feira como outra manhã normal – ou tão normal quanto poderia ser. Depois de quatro dias, estava começando a se acostumar. A vida de Hinata era muito diferente da sua, de todas as maneiras. Se não despertava com a luz natural que vinha da janela no alto do quarto, então os empregados o faziam. Eram prestativos e atenciosos; Naruto podia imaginar como Hinata era gentil com eles. Perguntavam se tinha dormido bem e se precisava de alguma ajuda. Eram todos Hyuuga, da família secundária – mas ele não via muitos integrantes da família principal, com exceção de Hiashi e Hanabi. Os empregados preparavam seu banho e suas roupas cotidianas.

Até o momento, o maior desafio de Naruto era, definitivamente, o banho. Tinha prometido a Hinata que manteria sua integridade intacta, e guiava-se no escuro – quando usava o banheiro, por exemplo, era difícil não perder a concentração. Seu corpo era macio e delicado, com curvas e pontos sensíveis. Tinha passado tempo suficiente com Ero Sennin para poder distinguir quando uma mulher tinha um belo corpo, e Hinata, sem dúvidas, o tinha. Normalmente, ensaboava-se de olhos vendados, usando roupas íntimas. Deixava-as molhadas na sala de banho ao se enrolar na toalha, e algum empregado buscava. No terceiro dia, já era capaz de fazer esse pequeno processo sem se sentir desnorteado.

O café da manhã era atípico. Nunca teve, verdadeiramente, uma família – e, embora Hiashi não fosse uma companhia realmente agradável, a mesa era sempre posta para os três. Hanabi preenchia o silêncio com suas histórias intermináveis e comentários ácidos que Naruto adorava. Hiashi comia em silêncio e saía para o escritório. Geralmente, era nessa hora que Naruto encontrava Hinata. Naquela manhã, no entanto, as coisas estavam diferentes.

A atmosfera estava pesada. Todos andavam com a cabeça baixa, sussurrando entre si e olhando-o – para Hinata – com uma espécie de expectativa. Quando chegou na sala de refeições, Hanabi não o recebeu com um sorriso afetado e uma saudação barulhenta. Ela comia quieta, encarando seu prato. Hiashi tinha a testa vincada de concentração. Naruto se sentou com as pernas postas, esperando.

— Hoje teremos muitas preparações a fazer.

Demorou três segundos para entender o que significava toda aquela comoção. A reunião seria amanhã. Evitou um gemido lânguido, querendo voltar para o quarto e dormir até a próxima semana. O clã inteiro tinha grandes expectativas naquela reunião com os líderes – em muitos anos, era sua primeira chance de reestabelecer laços importantes para os ninja –. Ele teria de comparecer como Hinata, e Hinata iria acompanhada de Tsunade, como ele. Lembrou-se que foi ideia dela manter a farsa dos corpos trocados, para garantir o sucesso do encontro no dia seguinte.

— Imagino que já tenha trabalhado em seu discurso. – Hiashi se dirigiu a ele com o mesmo tom frio e reprovador. Engoliu em seco, assentindo.

— Claro, claro. – ele não tinha se lembrado do discurso. Os líderes exigiriam que os representantes da próxima geração falassem para todos. Hinata provavelmente já tinha algo memorável e incrível preparado, enquanto ele não tinha a menor ideia do que falar.

— Não vou deixar você envergonhar nosso clã e destruir nossas chances de reaproximação com os líderes feudais. – continuou, severo. Naruto parou, e observou Hanabi trincar o maxilar, apertando seus hashis. Imaginou quantas vezes aquela cena se repetira, e quantas vezes Hinata aceitara, calada, as ofensas do pai. Algo amargo subiu pela sua garganta.

— Por que você não consegue enxergar o potencial na garota incrível que ela é? – murmurou, de dentes trincados. Não tinha parado para pensar nas consequências, como usualmente. Hiashi o fitou com confusão e descrença.

— O que disse?

— Não se preocupe, otou-san. – sua voz vinha carregada de um sarcasmo que ele quase nunca usava – Farei o discurso mais memorável que nosso clã já viu, e trarei orgulho para o senhor. – de punhos cerrados, apoiou-se e levantou – Com sua licença.

Virou as costas antes que se arrependesse, e saiu. Atravessou os extensos corredores da mansão da família principal, chegando à saída pelos jardins. Na calçada, respirou fundo, não acreditando que tinha perdido a paciência daquela maneira. Hinata jamais faria aquilo. Resmungando consigo mesmo, começou a andar, indo para lugar nenhum.

Não entendia como Hinata aguentava aquilo, dia após dia, e ainda conseguia ter a personalidade mais doce e gentil que ele já conhecera. Ela nunca erguia a voz ou se impunha rudemente. Era paciente e prestativa. Bastou dois minutos para que ele perdesse a cabeça e quisesse acertar um Rasengan em Hiashi. Se antes já tinha sérios problemas com a imagem dele, nem conseguia dizer agora.

Provaria que ele estava errado. Que Hinata tinha potencial, e seria uma líder excepcional no futuro. Para isso, tinha que se empenhar mais que qualquer outra missão. E não podia pedir ajuda à ela – conhecendo Hinata como conhecia, ela abandonaria tudo para remendar a situação, ficaria triste e preocupada. Tinham que se concentrar na reunião, e, depois, poderiam procurar uma cura para destrocar. Por enquanto, tinha de fazer sozinho.

Começou a pensar seriamente nos seus próximos passos – já era um avanço –. Teria que planejar um discurso. Um bom. Aquilo já o fazia estremecer de medo. Aprender jutsus e correr descontroladamente? Simples. Agora, ser diplomático e responsável? Aquela era uma missão rank SSS. E tinha que se vestir apropriadamente – embora tivesse começado a gostar das roupas lilases e do shorts de elástico com bolsos escondidos. Só que não tinha ideia do que vestir em uma reunião formal. Quimono? Talvez fosse formal demais. Por outro lado, todos estariam lá, a velha hokage, os líderes do conselho e os senhores feudais.

Teve um estalo. Estacou subitamente, indo pelo lado contrário. Sorria de excitação, com a ideia perfeita. Conhecia alguém que poderia ajudá-lo. Correu até sua casa, torcendo para que já tivesse acordada. Parou, um tanto resfolegante, e tocou a campainha. Não demorou para que ela descesse as escadas, arrumando as luvas. Quando o viu, franziu as sobrancelhas, confusa.

— Hinata?

— Sakura-chan, eu preciso da sua ajuda!

Naruto se esforçou para manter em mente que tinha de agir como Hinata. Controlou a respiração e arrumou a postura, tentando sorrir timidamente da mesma maneira adorável que se lembrava. Sakura saiu, prestando atenção, parecendo surpresa. Naruto não conseguiu pensar em alguém melhor para ajudá-lo, porém, começou a pensar se era mesmo uma boa solução – não sabia se elas eram próximas daquela maneira.

— Minha ajuda? Para o que? Você está bem? – parecia preocupada, o que era um bom sinal.

— Eu estou bem. – tranquilizou, unindo as mãos à frente do corpo – Você sabe sobre a reunião amanhã? – se certificou, e ela assentiu.

— A Tsunade só fala disso, estão todos ansiosos. Você também vai, não é? Com o Hiashi-sama.

— Sim. – reprimiu uma careta – O negócio é que eu estou perdida. Não sei o que vestir, como vou fazer meu discurso, como impressionar eles. – tentou parecer desesperado. Viu os olhos da Haruno se iluminarem.

— Uau, mas você é sempre tão confiante e determinada. – Hinata teria corado com os elogios, mas infelizmente Naruto não tinha aquele poder – Eu adoraria ajudar! Irmos as compras e passarmos o dia nas termas, relaxando? – começou a dar pulinhos animados, e Naruto quase entreabriu a boca, vendo um lado da rosada que definitivamente não conhecia.

— O pacote completo! – exclamou, disfarçando o choque. Ela sorriu e abriu o portão.

— Já volto, me espera aqui! – desapareceu escadas acima. Naruto soltou a respiração pesadamente, aliviado. Sakura saberia o que garotas usavam em situações como aquela. Não tinha que se preocupar com Hinata. Ela era inteligente e provavelmente sabia todos os regimentos. Um sorriso involuntário se abriu – Pronto, vamos? – Sakura o assustou, tirando-o de seus pensamentos. Assentiu rapidamente e deu espaço para ela andar ao seu lado.

Caminhavam conversando trivialidades. Naruto a seguia, e, depois de algum tempo, percebeu que estavam em uma das áreas comerciais de Konoha, com várias lojas de tecidos e roupas. Olhou, admirado. Nunca tinha visto tantos tecidos coloridos. Jamais saberia identificar tudo aquilo – se perguntou se alguma pessoa normal saberia –. Sakura o arrastou para uma das lojas cheias de mulheres. Naruto engoliu em seco, acanhado.

— Achei que você já tinha tudo preparado. – comentou casualmente, percorrendo os dedos por um dos tecidos – Sabe, com seu pai cobrando e tudo mais.

— As coisas ficaram um pouco complicadas semana passada. – murmurou.

— Não que eu não queira te ajudar, longe disso! – se apressou, sorrindo – Quer dizer, estou realmente feliz por passarmos esse tempo de garotas. – deu uma risadinha, e o Uzumaki assentiu, um tanto perdido – Tive medo que pensasse algo errado de mim, por causa do Naruto. – se atentou repentinamente, curioso – Nós somos muito amigos, mas é só isso. – ela o fitou expressivamente, e ele demorou quase trinta segundos para interpretar o que aquilo significava. Quando o fez, suas bochechas queimaram, no momento certo.

— AH! – ela estava falando dos sentimentos de Hinata por ele! De um possível afastamento ou ciúmes – Não, de maneira alguma, Sakura-chan. Jamais deixaria que isso nos afastasse. – murmurou, e Sakura sorriu brilhante. Naruto não precisou mentir ou inventar aquilo; apenas disse o que imaginava que Hinata diria. Ela era atenciosa, e esforçada. Nunca deixaria que ciúmes a afastassem de uma amiga. E ele sabia, pessoalmente, que seus sentimentos por Sakura eram unicamente fraternais, então ciúme seria absurdo. Seu coração já parecia preenchido.

— Isso me deixa muito mais tranquila. – respondeu, sincera. Ele assentiu, um pouco nervoso. Sakura se virou, puxando dois grandes tecidos brancos, com detalhes dourados, e se virou para Naruto, estendendo-os – Olha que lindos! – exclamou. Naruto apenas viu dois pedaços de pano chiques. Concordou com ela, tentando demonstrar entusiasmo – Aqui, ficou ótimo! E esse combinou comigo. – o empurrou para frente do grande espelho, deixando o tecido escorrer para frente do seu corpo. Teve que admitir que ressaltou seu tom de pele, e Hinata parecia deslumbrante – Vamos provar!

— Que? – se virou abruptamente, estralando o pescoço. Sakura já puxava sua mão em direção aos provadores de bambu, com os panos nos braços. Naruto sentiu a boca seca, tentando desacelerar – C-Calma, provar como?

— Ora, provar para ver como fica! Eu te ajudo a enrolar. – explicou, impassível. Naruto ficava cada vez mais desesperado, mas Sakura tinha uma força descomunal. Não adiantou escapar; quando percebeu, já estavam sozinhos, com a garota despindo as roupas – Vai, tira também!

Naruto se virou de costas tão rápido quanto pôde, o rosto em brasas. Onde tinha se metido? Não pensou que teria de provar as roupas! Nos últimos quatro dias, tinham se esforçado para não olhar nada enquanto se trocava. O provador tinha espelhos ao redor, e, além de se despir, ainda teria que ver Sakura – a Sakura! – nua! Engasgou, tentando pensar em uma desculpa plausível. Ao mesmo tempo, tudo que vinha em sua cabeça era a maldita reunião. Ele precisava de ajuda para se vestir, como se comportar do jeito certo!

— Precisa de ajuda? – Sakura o despertou, e, assustado, ele sacudiu a cabeça. Abriu os olhos, vendo, por um dos reflexos, que a garota já estava apenas de roupas íntimas. Começou a tremer. Em outros tempos, talvez tivesse achado graça na situação. Naquele momento, estava aflito.

— N-Não, pode ficar tranquila! J-Já vou tirar. – gaguejou de nervoso, e ela assentiu, distraída. Naruto não se virou, tentando se guiar por seus pés. A viu colocar o tecido em torno de seus ombros, e passar, com maestria, pelos braços, amarrando com as tiras e transformando habilmente em um vestido. O garoto suava frio; jamais conseguiria fazer aquilo também. Mas também não podia tirar a roupa!

Tentou encontrar uma saída. Qualquer jutsu estava fora de cogitação – não estava acostumado com o fluxo de chakra naquele corpo. Imaginou o que Ero Sennin diria para ajudá-lo. Provavelmente aquele tarado me diria para aproveitar a situação. Estava começando a ficar abafado. Cogitou fingir um desmaio, mas Sakura era uma ninja médica – mas que merda!

— Hinata, me ajuda aqui atrás. – sua voz o assustou. Com um pulo, balbuciou incoerentemente – Nessa faixa das costas. – indicou. Naruto respirou fundo, se virando devagar e com os olhos baixos. Por sorte, ela já estava vestida, e o tecido realmente caiu bem. Com as mãos tremendo, procurou pelas duas tiras, amarrando-as em um nó frouxo. Sakura assentiu, satisfeita, e alisou o quimono amarrado – Lindo, não é? Acho que vou levar. – se virou, ficando de frente para ele – Agora sua vez!

— O-Ok. – não tinha mais escapatória. Pálido e tremendo, começou a baixar as tiras da blusa lilás, e Sakura a ajudou com a barra da bermuda. Em um pulo, baixou a cabeça, vendo as peças escorregarem por suas pernas. Não ousou fitar os espelhos, concentrando-se nas pernas nuas, a pele muito branca. Respirou fundo, tentando se concentrar. É pela Hinata, é pela Hinata.

— Aqui, deixa eu te ajudar. – a Haruno se ofereceu, pegando o pano e começando a enrolar pela cintura. Naruto sentiu os fios macios, agradecendo por já poder cobrir tudo. Ergueu os braços, deixando que a outra garota o enovilasse por inteiro – Uau, está ficando lindo, você vai arrasar! Vai ficar ainda melhor em você, porque você tem esses peitões. – fez um biquinho, com falsa inveja, e Naruto congelou, ainda mais ruborizado. Puniu sua mente por concordar, involuntariamente – Isso, agora vamos amarrar.

Naruto deu uma espiada no espelho, ficando momentaneamente extasiado. Hinata parecia incrível com aquela roupa. Todo o tecido brilhava contra a luz, e o cabelo formava uma cascata negra. Imaginou que ele ficaria ainda mais em evidência se amarrado – talvez Hanabi pudesse lhe ajudar! –. Seu coração falhou uma batida, e, bem, ele pensou que poderia realmente ter se apaixonado naquele momento.

As preparações estavam tomando forma, e poderia dar certo. Sakura trabalhava habilmente, prendendo na área do colo, e a barra em seus pés subiu ligeiramente.

— Hm, não vai dar. – murmurou sozinha, e Naruto virou a cabeça, preocupado – Acho que você vai ter que tirar o sutiã, para não puxar tanto o pano.

— O QUE? – Naruto gritou um pouco alto, e ela se assustou – Q-Quer dizer – tentou consertar, agitado – Será que precisa mesmo? Não podemos achar outro? – perguntou, aflito. Ela sacudiu a cabeça, descontraída.

— Esse é perfeito! Vamos, é rápido. – começou a desenrolar, mesmo aos protestos do garoto. Definitivamente era um problema maior ainda.

Pensou em fechar os olhos, mas Sakura perceberia que algo estava errado. Para ela, eram duas amigas, provando uma roupa juntas – não tinha porque fechar os olhos –. E poderia se embolar nos panos e causar um acidente pior. Não tinha saída. Teria que ser rápido, e evitar olhar no espelho. Tinha prometido à Hinata, e não queria romper sua integridade. Sabia o quanto ela era tímida, e singular. Como se estivesse prestes a fazer um movimento crucial para batalha, baixou o pano, deixando que Sakura puxasse a peça íntima por sua cabeça – ele não conseguia prender o fecho dos convencionais, então usava aqueles tops –. Imediatamente, um vento frio o fez arrepiar.

Sakura voltou a subir o quimono, e Naruto, no ímpeto de ajudá-la no processo, moveu os braços pela frente. Seu cotovelo roçou suavemente pelos mamilos livres, e um choque passou por sua coluna. Eram macios e quentes. Imediatamente, ficou tomado pela vontade de tocá-los por inteiro, imaginando se seriam tão deleitáveis quanto – e corou, envergonhado por tais pensamentos. Assustou-se por alguns milésimos, olhando para baixo e a espera de uma ereção, até se lembrar de que aquilo não acontecia com garotas; apenas uma quentura entre as pernas.

Ora, ser mulher era bem conveniente em alguns momentos.

A tortura passou e Sakura prendeu todo o pano. Soltou o ar, como se o prendesse a muito, e o alívio fez seus ombros relaxarem. A garota nada percebeu, e sorriu aprovadoramente sobre seu ombro. Ele concordou internamente. Aquela era a roupa certa – formal, séria e impressionante. Agradecido, se voltou para a Haruno com gratidão.

— Obrigada, Sakura-chan. – sua voz soou como a verdadeira Hinata, e ele até se assustou. A outra sorriu para ele, orgulhosa.

— Estamos só começando! Agora, vamos para a termas. – cantarolou, tirando seu quimono. Naruto, imediatamente, se virou de novo, rindo sozinho. Esperou até ela terminar e sair do trocador, fechando os olhos e deixando que a sensação gostosa do traje macio escorresse por sua pele.

O dobrou cuidadosamente – tanto quanto conseguia – e voltou com suas próprias roupas, grato por ter acabado. Sakura o esperava do lado de fora. Enquanto ela puxava alguns ienes da bolsa, Naruto pensou como era estranho ter de olhar para cima para conversar com ela. Muito além de ver um reflexo diferente no espelho, ele via o mundo de outra maneira. Juntos, saíram do grande espaço de voltaram a caminhar, dessa vez rumo aos limites da cidade, onde a casa de termas funcionava.

O Uzumaki ficou um tanto mais despreocupado, porque poderiam usar toalhas o tempo todo. Sakura, por outro lado, falava o tempo todo – ele nunca tinha presenciado aquele lado da amiga –. Tentava interagir, concordando nos momentos certos e dando sua opinião vez ou outra. Não queria que ela desconfiasse de Hinata. Só mais um dia, e poderiam procurar ajuda para voltar ao normal.

Conseguiram uma sala reservada para relaxarem em águas quentes. Naruto, de costas, despiu-se vendado, enrolando a toalha tão antes quanto podia. Em seguida, prendeu o cabelo de modo desajeitado, no alto, e acompanhou a Haruno, um pouco distraído – nunca tinha estado daquele lado das paredes de bambu, e parecia bem maior e mais sofisticado que a ala masculina. Engolindo em seco, agradeceu por estarem sozinhos e não precisar passar por mais nenhuma situação constrangedora.

— Ah, que delícia. – Sakura gemeu satisfatoriamente, afundando até o rosto. Naruto concordou, apoiando-se na borda, com pedras quentes, e tentou relaxar. Seus músculos estavam cansados, e sua cabeça também – Tudo bem, vamos lá. Seu discurso. – Naruto resmungou, de olhos fechados – O que você quer passar para eles? Do que quer convencê-los?

— Eu não sei. – respondeu honestamente – Os líderes feudais romperam contato com Konoha há muitos anos, e nós nem sabemos direito o porquê. E era com o clã Hyuuga que tinham mais acordos. – repetiu o que a velha Tsunade o tinha feito decorar dos relatórios – Preciso convencê-los de que somos uma vila confiável agora. Somos fortes, e temos estruturas. Podemos protegê-los e expandir nosso alcance. E preciso provar que o clã também tem muito a oferecer. – falava como Naruto, mas também poderia ter sido a própria Hinata. Eles tinham os mesmos objetivos – A vovó- hm, digo, a hokage-sama – se corrigiu rapidamente, engasgando – disse que há uma boa chance deles pedirem para ouvir a mim e ao Naruto- digo, Naruto-kun. – aquilo era muito difícil quando se estava relaxando – Ouvir o que temos a dizer sobre Konoha, como ninjas, e líderes da próxima geração. – abriu lentamente os olhos, e Sakura o fitava com atenção, assentindo – Não sei como fazer isso direito. – confessou.

A garota nadou até ele, parando a poucos metros e abrindo um sorriso reconfortante.

— Acho que é isso. O seu discurso. – Naruto devolveu um olhar confuso – Hinata, você é forte. É responsável, madura, e é gentil. É paciente, acredita nos seus ideais. Você se sacrificou para ajudar o Naruto, para salvar todos nós. – ele ruborizou até a raiz do cabelo – Só precisa externizar isso, e eu tenho certeza que os líderes vão aceitar vocês em um piscar de olhos. Mesmo que o tonto do Naruto só diga besteiras no discurso dele. – riram verdadeiramente.

Ele terminou com um sorriso torto, bem mais tranquilo. Talvez fosse a água quente, ou as convicções sempre irreprimíveis de Sakura. Estava confiante para o dia seguinte, e mal podia esperar para encontrar Hinata de novo. Desejou que ela pudesse estar ali, e ouvir todas aquelas coisas, e saber que não era só ele que a achava incrível.


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