Avatar:A Lenda dos Gêmeos/Livro 1-avatares escrita por Barilinho


Capítulo 10
Capítulo 10- Como o fogo é


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas cheguei.
Aqui sai mais um capítulo.
Com dor e pesar tive q sacrificar minha promessa de constância para manter minha vida equilibrada e bem suprida
.....
Chega de tristeza, que nosso heróis tem mais problemas vindo aí!
Boa leitura!



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Era instigante o fogo. Quanto mais Sozin falasse de seu elemento, mais queríamos aprender. O garoto, além de didática, tinha paixão pelo elemento, o que fazia dele o professor perfeito. E eu aqui julgando o príncipe do fogo, chamando-o de louco e descontrolado. Enquanto ele explicava a teoria, fazia questão que fechássemos nossos olhos e imaginássemos tudo que ele nos dissesse.
Resumão: o fogo é um elemento vivo. Ele tem seus movimentos, tem sua própria vontade. E é aí que o dobrador de fogo entra, pois, semelhante ao ar, ele apenas molda o elemento para seu benefício, além de poder criar fogo com as próprias mãos,coisa que dobradores de ar não são capazes. O fogo também tem a a tendência de subir, o que faz dele o elemento mais racional possível. Em outros elementos, se a pessoa souber canalizar a raiva ou outro sentimento para sua dobra, a dobra sairá mais forte, e provavelmente será mais objetiva. O fogo, por sua vez, mesmo que o poder de combustão daquele que canaliza suas emoções para a dobra seja maior, seu controle sobre o fogo por si estará comprometido.
Enquanto treinávamos, Nox ficou estudando o mapa que compramos na nação do fogo, com os mais minuciosos detalhes. Ele soube então que faltava mais do que ele tinha calculado para chegarmos em Cidade Arena. Então, esperou que terminássemos o treinamento, e jogou a questão.
— Pessoal, aqui pelo mapa me aparece que nos faltam pelo menos uns três dias de viagem. Não temos suprimentos suficiente para isso tudo. Teremos que descer no vilarejo aqui no pé da montanha pra comprar coisas. Sugiro que eu vá com o Luan. Alguém tem objeção?
Todos concordamos. Pegamos um pouco de dinheiro, algumas coisas um pouco de valor, algumas comidas mais caras pra trocar por coisas mais substanciais, e descemos pra cidadezinha.
Chegando lá, fizemos um escambo muito grande. Noxer se provou mais uma vez como o inteligente, e conseguiu muita coisa boa pra gente, trocando, comprando ou convencendo. Foi suave, foi o dia mais calmo de toda a jornada.
Calmo para nós que estávamos embaixo. Sozin e Lena tiveram um dia, digamos, mais "agitado".
Lá em cima, Lena ficou com Sozin preparando espaço na cela do bisão para as novas coisas que fossem chegar. Eles arrumaram tudo muito rápido, passando então para recolher o acampamento. Terminando isso, eles ficaram completamente livres. De bobeira, sem mais nada pra fazer. Ficaram obviamente de olho em qualquer atividade estranha, mas nada aconteceu.
Eles se sentaram no chão, apreciando a mesma vista que eu apreciei hoje pela manhã, e que Sozin se juntou a mim. Era uma vista realmente muito bonita, e combinando o sol do meio-dia com as nuvens se mexendo rapidamente no céu, fazia disso tudo uma bela paisagem.
Lena estava muito apreensiva. Ela parecia estar, além de cansada como hoje de manhã, preocupada com alguma coisa. Sozin não é de falar muito, mas sabe se colocar e se expressar muito bem. Então, pra cortar aquele climão ele começa:
— Diga-me, Lena. Você acha que os dobrad.....
— Tenho que te contar uma coisa. - Lena cortou Sozin interrompendo sua conversa nada objetiva.
— Ok, fale então.
— Sozin, eu não sei se posso confiar em você, é que acabamos de nos conhecer, e eu não sei, mas, é que você emana tanta confiabilidade, e eu sinto que eu posso confiar mas eu não sei, talvez eu devesse conversar com meu irmão sobre isso, mas como ele reagiria? Fico com medo do que ele diria, por isso confio em você, mas como contar ... - Um monte de palavras aleatórias e sem sentido.
— Calma aí. Agora quem vai te interromper sou eu. Respire fundo, feche os olhos e imagine você mesma, contando para mim tudo o que você quer me contar. Quando terminar de imaginar, abra os olhos, e tente repetir exatamente como você imaginou.
Lena segue então suas instruções. Ela respira fundo, e começa a imaginar. Como era algo que incomodava muito a menina, era de se esperar que ela fizesse umas caretas de desaprovação, dúvida ou até mesmo de negação completa. Mas, afinal de tudo, como ela precisava descarregar tudo aquilo, ela desembuchou tudo de uma vez:
— Sozin, eu sou uma dobradora de areia.
— Viu como foi fá... Você é o que??
— Eu sou uma dobradora de areia!
— Tá bom.... Mas o que isso tem de errado?
— Bom, de errado nada. Eu só não me registrei. - Lena sussurra segurando suas mãos.
— Desculpa se eu não entendo a gravidade do problema. O que há de errado em não se registrar?
— É que eu não sou uma dobradora nata. Eu desenvolvi isso sozinha, treinando com meu pai. Talvez você não saiba, mas a condição de vida dos dobradores registrados não é a das melhores...
— O que acontece a eles?
— Primeiro, eles obrigam o dobrador a se registrar para manter o controle de quantos somos e por onde andamos. É exatamente o contrário do nosso objetivo! A dobra de areia é justamente estar livre dos grandes pedaços, deixar de fazer parte do grande bloco que é o povo da terra. Ser igual aos grãos de areia!
— Mas Lena, você pode imaginar que eles não fazem isso por mal. Os dobradores estão desaparecendo pelo mundo todo, a quantidade de dobradores de areia nascidos com essa capacidade diminuiu muito, eles só querem que vocês não desapareçam, não é nada de mais!
— Não!! Você não está entendendo. Eu sei da condição deles. Meu pai é um rato de laboratório do governo. A cada tanto vem um pessoal e lhe colhe amostras de sangue, pede pra ele dobrar a areia, obrigam ele a ser e fazer coisas que ele não quer!
— Mas é pro bem deles Lena!
— NÃO É NÃO! Você nunca estudou história? Os dobradores de areia viviam no deserto porque lá tinha mais areia? Não! Eles são vistos como ratos, como pragas. Era sempre visto como uma deficiência não conseguir dobrar um bloco de terra. Ter que desmontá-lo para poder levantá-lo. Eles estão querendo dizimar por completo a dobra de areia!
— Lena, mas que idéia mais absurda é essa? De onde você tira essas acusações gravíssimas?
— Eu sei o que eu vi. Eu vi o que é posto nos comprimidos que são distribuídos pros areianos. Eles dizem que é um rastreador, que é inofensivo para eles, mas além do rastreador, eles botam também um pouco de um inibidor poderosíssimo. Eles estão querendo erradicar a dobra de areia! Vamos Sozin, você tem que acreditar em mim, eles usam uma substância poderosa, é azulzinha, se chama Clino... Cliniop... Cli...
— Clinerdom. Me deram muito desse treco. É realmente para remover a dominação de alguém. Ela apaga a predisposição do chi de mover o tal elemento. Usaram muito disso em mim. - Sozin se pôs com um semblante sombrio, escuro. Como se por um instante entrasse em um loop infernal de sua memória.
Voltando a terra, Sozin diz:
— Olha, não sei o que você viu, mas eu não consigo acreditar nisso. E mesmo que eu acredite, o que eu posso fazer com isso? Como posso te ajudar?
— Eu preciso que você entenda um pouco de mim. Eu nasci dobrando a terra. A primeira coisa que pude dominar foi uma rocha, mas assim que eu tive a oportunidade, se bem me lembro, eu a transformei em lava. Então estava claro que eu tinha a subdobra de lava.
"Até aí tudo bem. Meu pai Bran me pôs na escola de dobra de terra, para eu aprender mais sobre meu elemento, e a noite eu tinha um professor particular de dobra de lava. Isso é bem comum pelo reino todo.
"O problema era que eu sempre fui uma menina curiosa. Toda vez que vinham agentes do governo para coletarem amostras do meu pai, eu via que ele ficava furioso, e ao mesmo tempo muito apreensivo. Então eu soube que ele tinha algo escondido. Afinal, o cara desaparecer no meio da noite por um tempinho, o cara viajar por uma semana inteira, na minha cabeça era algo suspeito. Então, uma noite eu segui ele.
" Ele foi até o centro da padaria e afundou na terra. Como eu tentei seguir ele, eu não conseguiria entrar na terra transformando-a em areia igual ele fez. Eu teria que abrir caminho nas rochas e descer. Mas, também não podia descer aleatoriamente sem um destino, tampouco espere tanto assim de uma menininha de meros oito anos! Foi então que minhas aulas de localização geográfica me serviram pra alguma coisa. Eu sempre senti meu pai por baixo dos meus pés. Eu sabia exatamente como era sua massa corporal. Então, era só bater o pé no chão com força que eu sentiria ele, localizaria ele e iria a seu encontro. Fácil.
"Bom, nem tanto. Localizar ele foi fácil. Mas ao descobrir que ele estava longe demais, eu meio que fiquei com medo, tive medo que ele estivesse com problemas. Inconsequente do jeito que sou, resolvi ir lá mesmo assim. Respirei fundo, abri o buraco e entrei. Fui abrindo mais, e sempre que podia, eu localizava ele de novo. Sendo impulsionada, não demorou muito até eu chegar lá. Não pergunte como respirei, como eu dobrei aquilo tudo de terra sozinha.... Eu não sei responder. Sei lá.
"Enfim, chegando onde quer que seja aquele lugar, eu vi meu pai conversando com outros homens mascarados bem estranhos. Eu estava morrendo de medo de que ele estivesse com problemas! Mas fiquei espiando por mais um tempo.
"Foi então que apareceu alguém, um pouco mais baixo do que todos, e tinha traços mais femininos no corpo. Provavelmente uma mulher, e minha teoria se provou verdade quando ela tirou sua máscara. Todos ali a reverenciaram, como uma subordinação hierárquica.
"Eles todos se moveram para algum estabelecimento por ali, se sentaram e se puseram a conversar sobre a atual situação de seus irmãos e irmãs registrados pelo governo. Meu pai era tipo o porta-voz de todos eles, de toda uma nação. E eu espreitada ali no canto.
"Como eu disse, minha curiosidade é muito grande. E como eles começaram a falar de algum tema em um tom mais baixo, fiquei tentada a me aproximar para ouvir. No que eu me aproximo, eu sem querer movi umas latas de ferro por ali, fazendo barulho. Eles se viram em minha direção. Meu pai anuncia que, se eu não saísse me rendendo, eles me matariam."
Lena segura as mãos do príncipe, se vira pra ele, que retribui o gesto. Estão de mãos dadas e de frente um para o outro. Para quem não gostava de contato físico, ficaram bem juntinhos esses dois.
"Agora, o sensato a se fazer era abrir lentamente um buraco na terra e ir entrando devagarinho por ele. Ou me render, afinal era meu pai e ele não iria me matar. Se bem que a palavra matar não surte tanto efeito em uma criança quanto em um adulto. De qualquer forma, acho que pra não envergonhar meu pai, ou para tentar tapeá-los, fiquei parada na minha. Eles anunciaram outra vez que viam minha sombra, e que iriam atacar independente de quem eu fosse. A mongolóide aqui não se mexeu.
"Eles então começaram a contagem até o ataque. Sei lá porque eu não saí! Eu não conseguia dobrar a terra, isso era certo. Agora, por que eu não me entreguei? De qualquer maneira a contagem ia ser o número de últimos segundos da minha vida, seja lá o que isso quisesse dizer pra uma criança.
"Quando eles atacaram, com uma rajada de areia muito forte, eu saí, estiquei os braços e fiz uma proteção ao meu rosto, não sei porque, com as mãos fechadas e cruzadas na frente da minha cara. Essa é a função de bloquear a areia, e eu mal sabia disso! O ataque resvalou pelos meus dois lados, mas não me atingiu. Passada a primeira rajada, meu pai obviamente me reconheceu, e ordenou que parassem."
— Lena, não sei o que dizer! Você me conta isso tudo com que objetivo?
— Calma, vou chegar lá.
"Antes de mais nada, ele se espantou que eu pudesse dobrar a areia. É uma habilidade muito rara, e só é transmitida geneticamente. E, (agora eu sei disso) como ele sabia que eu era adotada, ele não conseguia entender o motivo de eu poder dobrar a areia. Ele explicou a todos que eu era sua filha, me perguntou o que eu fazia por lá, e quando ouviu minha resposta se comoveu.
"Foi aí que a ficha deles todos caiu. Eu sou uma dobradora de terra, uma boa dobradora de lava, e recém descoberta, uma dobradora de areia. Eu sou única no mundo, uma raridade. E, de fato, eles poderiam me usar como uma arma pra muitas coisas. Coisas não governamentais, que querem dizer ilegais, mas que fizessem o bem pra população. No caso, os dobradores de areia.
"A partir desse dia, passei a vir em todos os treinamentos infantis, e participava de todos eles mascarada. Ele diziam que era por minha dobra de lava, que precisa do rubor facial pra sentir o verdadeiro calor.... Alguma bobeira inventada àquele tempo. De qualquer modo, fui me destacando muito na dobra de areia, mais até do que eles esperavam.
"Meu pai me treinava as escondidas a areia, meu professor de dobra de lava, a lava, e na escola eu aprendia a terra. Eu estava ficando realmente cansada, e um dia vim desabafar com a minha mãe, que ainda não sabia da minha dobra de areia, ou pelo menos assim eu achava. Ela me disse que quando eu nasci (no caso, quando eu fui encontrada) eu emitia uma luz muito forte, algo que ela jamais havia visto. E isso a fez entender que, essa menina não seria alguém normal, e sim alguém mais forte do que os outros. Não sei o que ela quis dizer com isso. Mas não foi lá de grande ajuda, pois eu vim reclamar do meu cansaço, e ela me diz que eu sou capaz. Sei lá, mas de alguma maneira isso teve influência, pois passei a sair da escola mais cedo, praticando assim menos a terra propriamente dita, e focando mais na lava e na areia.
"Quando eu completei onze anos, meu pai dispensou meu professor de lava dizendo que não tinha mais dinheiro para pagar as aulas, e a partir desse dia meus treinamentos extracurriculares eram unicamente voltados para a areia. Eu me lembro de várias vezes que meu pai brigava comigo por estar praticando outra coisa que não fosse areia. Ele dizia que pela areia ser completamente instável, ou seja, não é sólido como a pedra, não é tão quente quanto o fogo, tem pouca água (e por isso não se solidifica) e é parte do vento, sendo diferente dele de qualquer forma. E justo por essa instabilidade, era pra eu pegar o jeito e dominar a areia perfeitamente, pôs em breve eu poderia ser enviada em uma missão."
— Hey galera, vocês não vão imaginar o que nós conseguimos a preço de bananas. Imaginem, estamos na maior discu... Ou, que que tá pegando aí?- Nox chega todo animado contando de suas aventuras, interrompendo o diálogo do casal.
Instantaneamente os dois soltam as mãos, se sentam de frente e fazem cara de desentendidos.
— Conta, Noxer, você dizia... - Lena tenta retomar.
— Não, acho que vocês têm mais coisas pra contar do que eu. Cara, que que tava pegando aí? Não tem um pouco de controle não Sozin?- Noxer foi logo atacando o monarca.
— Nox, para com isso! Ele não fez nada! Fui eu quem pedi pra ele verificar se eu estava bem. Hoje eu acordei meio mal, não sei o que eu tenho. Fui dominar a lava um pouquinho, e vi que minhas terminações nervosas não estavam mais sentindo o calor da lava, e isso é preocupante. Por isso eu pedi a ele que esquentasse minhas mãos, para ver se eu sentia o calor, e eu senti. Você chegou no finalzinho do exame. Acho que dormi de mal jeito, somando que não como decentemente faz dias, alguma coisa deve estar acontecendo com o meu chi.
— Ah, tá! Agora sim tá tudo explicado! Ou, Luan, você pode acelerar um pouco essa subida aí?- Aparentemente, Noxer comprou a desculpa da Lena, e prosseguiu normalmente a sua vida, apressando-me na maldita subida.
— Moleque, o dia que eu dobrar o ar, a gente vai bater um papo. Sem carregar as coisas é fácil acelerar a subida!- lhe respondi rispidamente.
Lena e Sozin coraram, meio por alívio, meio por vergonha, meio por falta de senso... Sei lá. Só sei que, quando cheguei, não havia resíduos de uma conversa, de qualquer nível. Era óbvio que eles fizeram alguma coisa juntos enquanto estivemos fora, mas não parecia ter sido nada de tão grave. Tipo, vida que segue, deixa esse troço de lado.
Levantamos todo o acampamento pra cima de Paki. Pusemos tudo ordenadinho, a comida, as tendas, os suprimentos e tudo mais. Agora é para Cidade Arena que vamos, pegar a maldita bússola avatar pra resolver esse problema.
Lá por volta da meia noite, começamos a descer em algum lugar desconhecido, algo que constava em nosso mapa como algo deserto, sem ninguém. Paki estava exausto e não conseguiria continuar se não descansasse.
Paramos bem próximo a um bosque um tanto tenebroso, confesso que bateu um cagacinho. Mas suave. Estamos só eu e Lena acordados em cima da cela do bisão. Sozin dorme como uma pedra desde que escureceu, e Nox adormeceu muito rápido quando pousamos.
Meio entediado, peguei minhas bolinhas de metal e comecei a dominá-las.
Lena passou a noite contemplando as estrelas, a pensar na vida. Seu estranho cansaço era como se fosse algo ela já tivesse sentido porém que não detectasse o motivo de sua volta, demônios do passado que voltaram a assombrá-la. Eu reparei o quão pensativa ela estava, e não podia deixar quieto, claro que não.
— Fala pra mim, mana. Que que você está pensando?
— Sabe, Sozin disse que em Cidade Arena tudo é resolvido por meio de batalhas e lutas. Não sei se essa é realmente a nossa melhor opção. Me preocupo com nossa segurança e saúde! E ainda por cima, eu não sei lutar...
— Bom, primeiro, quero que você se lembre quem é sua equipe avatar: um psicopata do fogo, um tetracampeão de dobra de terra, um dobrador de ar nato e atento, e você, uma exímia dobradora de terra com uma extensão bem perigosa, a lava. Passados esse passo a passo, sua dúvida cai...- Digo me aproximando dela. Ela precisa de atenção, não de respostas. Carinho, não informações.
— Eu sei Luan, mas não sabemos que tipos de pessoas há por ali! E com todo o nosso gabarito, eles são verdadeiros abatedores! Vivem luta, por luta e com luta! Você já não luta de verdade (não pelo esporte) há quanto tempo? Enfim, são esses os pensamentos de uma garota adolescente que em vez de estar cochichando na escola sobre que menino é mais bonito, estou com meu recente irmão gêmeo e dois caras que nem conheço no meio do nada. Aliás, aonde estamos?
Ponto. Ela tem um e é grande esse. Não posso discordar, até porque concordo, mas daí a passar a me preocupar tanto quanto ela, não sei se sou capaz.
— Na verdade Lena, eu também não sei. Quer descer e explorar um pouco?
Ela balança a cabeça, descemos e começamos a andar em direção ao bosque.
Eu, por diversas razões, não podia demonstrar que estava MORRENDO DE PAVOR de entrar naquele bosque. Eu tinha que ficar inteiro, por ela e por nossa segurança. Mas, confesso que não era uma tarefa fácil. Lena se mantinha curiosa e exploradora, sempre avançando mais e mais. A floresta estava escura, com iluminação apenas da lua, e mesmo essa escassa luz ia se esvaindo a medida que a mata ficava mais fechada. Ela ia na frente, e eu ia atrás todo borrado de medo. Ficava me perguntando como a menina que faz nem dez minutos estava cheia de receios, que sempre é quem planta as dúvidas e os medos em nossas cabeças, é a mesma exploradora destemida, é a mesma impiedosa lutadora...
Depois de caminharmos por alguns longos minutos chegamos num lugar onde eu me sentia em casa: Uma arena de pró dobra. Mesmo essa sendo mais rude, sem pavimentação ou grandes, e tampouco bem cuidada, pois estava cheia de ervas daninhas e tals, mas era uma arena e eu me senti em casa.
Começamos a nos posicionar para fazer uma espécie de batalha, quando Lena avista duas coisas: Uma mendiga dormindo ao canto, e perto dela um poste que sustentava uma placa, que estava ao chão aos pés do poste. Lena se põe a ler:
" Essa arena foi onde os antigos dobradores do sol e do dragão puderam praticar em paz sua dobra de fogo, sem que os senhores do fogo os alcançassem. Maldita seja a família real".
— Parece que aqui é alguma espécie de santuário da nação do fogo, pelo menos suas antigas civilizações...
— É, e eles não eram lá dos mais simpatizantes da monarquia. Esconde essa placa devagar pra não acordar a véia aí. Tudo que nos falta é o Sozin vir aqui e ficar todo ofendido com essa placa, e ter crises psicológicas.... Não estou com cabeça pra isso agora.
Mas aí, quem acordou? A velha, e óbvio. Maldito seja Murphy e suas leis.
A velha de primeiro momento se assusta, e pula um pouco pra trás. Ao entender que éramos apenas crianças, ela se acalma um pouco, se ajeita e nos diz:
— Olá crianças. Desculpe o incômodo. Se vocês quiserem, podem usar a arena, eu procuro outro lugar pra ficar.
— De maneira nenhuma, minha senhora. Fique a vontade aonde a senhora estava, pois nós só estamos de passagem. Minha irmã deve ter feito algum barulho que lhe despertou. Mas já estamos de saída. - Eu digo para apaziguar a situação. Não queremos causar incômodo a ninguém. Aí me chega a estabanada da Lena e faz alguma coisa pra acordar a véia, deixando sua marca registrada.
— Quanta gentileza... Muito obrigada, cavalheiro. E não pense que foram vocês que me acordaram. Eu tenho o sono picado já faz bastante tempo. Sabe, quando se chega na minha idade, já não se tem um sono direto, qualquer brisa me acorda. Então vim para cá, um lugar mais vazio para tentar encontrar a paz. Mas, digam-me, crianças. Como chegaram aqui?
— Estamos de férias já escola, aí resolvemos vir com uns amigos e rodar o mundo. Alugamos um bisão e o motorista, e estamos na estrada. - Disse Lena mentindo descaradamente. Ela leva jeito pra mentir!
— Bom, posso ser velha, mas não sou burra.
— C-C-Como?
— Menina, você bem que tentou, mas comigo você não vai conseguir nada. Percebo que você é da zona do deserto, da área central do reino, algo por volta de Omashu. Ele, por sua vez, e da área da colina, perto das montanhas da fronteira sul, provavelmente Gaoling ou coisa assim. O que logo diz que não estudam na mesma escola. Fora que, eu já estou sabendo que não se aluga mais bisões para menores de idade. - A velha faz cara de desentendida e dá um sorriso maroto. - Vamos tentar de novo: Como chegaram aqui?
— Lena, cala a boca e deixa que eu falo. Senhora, outra vez lhe peço perdão pela minha irmãzinha. Estamos em uma tarefa concedida pela mestra Jinora e precisamos completá-la com êxito completo. Temos um bisão liberado pela guarda do ar e paramos para descansar. Nós dois estamos em sono e viemos explorar a área um pouco. O que é esse lugar?
— Assim está melhor. Viu menina? É melhor ser franco e falar a verdade do que mentir e ser pega na mentira. Lembre-se disso.
"Crianças, eu sou uma moradora de rua qualquer, mas conheço bem esse lugar. Aqui, como vocês leram na placa era santuário dos dominadores do fogo com os poderes do Sol e do dragão, chamados de solários e fogueiros. O senhor do fogo Azulon proibiu esse tipo de prática, e matou todos eles, sobrando apenas uns poucos sobreviventes, que ensinaram ao Aang e ao senhor do fogo Zuko o sentido do elemento. De qualquer forma, parece que durante a batalha dos cem anos, alguns se refugiaram em Zaofu, que fica aqui perto. E para treinar eles criaram essa arena." - Conclui a velha com o mesmo sorriso maroto.
— E em Zaofu eles viveram por quanto tempo?
— Oh, não, não, menino. Eles não viveram. Eles vivem. Vivem ocultos da sociedade para que possam desfrutar de uma vida com liberdade completa. Contam por aí que um dominador de sol segue suas tradições abertamente, e que recentemente ele foi escolhido para ser o novo avatar. Ele vivia em Zaofu até que recebeu seus poderes, e agora está rodando as nações para aprender os outros elementos. Sei lá.- O sorriso maroto dessa velha está me matando de raiva, e ela vai lá e sorri novamente.
Enquanto eu escutava cada palavra da velha atenciosamente, Lena ficou explorando a arena, olhando para todos os lados... Enfim, boiando um pouco. E foi justo ela quem me cutuca em um determinado momento, aponta pro céu meio trêmula e com medo. Eu viro para a direção que ela me indica e não consigo acreditar no que vejo.
Chamas azuis, das mais fortes que eu já vi em toda minha vida subindo e ficando cada vez mais forte. A cada momento que ela subia, escutávamos um grito. Voltamos correndo para o acampamento.
Quando chegamos, encontramos Paki apavorado pelo fogo, e Nox tentando controlar a situação sem nenhum sucesso.
— Ele acendeu do nada faz dois minutos! Ele não consegue controlar o tamanho que isso toma, e ele pode acabar incendiando tudo!!
— Sozin! Sozin, olha aqui pra baixo! - gritamos todos juntos.
Ele olha para baixo, mas eu não recebi o que esperava. Eu esperava ver uma cara de tirano, cara de mal, ou pelo menos uma cara de contentamento ou satisfação de tanto poder que ele tinha, ou quem sabe de alívio por finalmente estar livre dos inibidores. Mas não. Ele mostrou nada mais que uma cara de medo e preocupação, como quem implorasse por ajuda. E ISSO que nos preocupou.
Porque, se você tem um probleminha com alguém, e esse problema é tratável, beleza então, até porque você tem as dimensões da coisa e sabe até onde pode chegar às consequências caso você não aja. E muito provavelmente você sabe o que fazer.
O nosso caso é diferente. Ninguém aqui sabe o que fazer, e nem como controlar esse garoto. E quanto as consequências, bom, o último registro que se tem desse acontecimento é a causa mais lógica de um incêndio que provocou na morte de duas princesas, da dama do fogo, do incêndio completo de quase todo o arquivo da nação do fogo, sem contar nas mudanças econômicas que se deram por isso.
Então meu amigo, agora é com a gente mesmo a parada.


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Notas finais do capítulo

Comentem!
Será que o bosque incendiará e matará nossos heróis?
Será que teremos mais um avatar de dupla dobra por aí?
Será que algum estado avatar vai acontecer?
Será que eu posso concluir o capítulo e parar de fazer tantas perguntas?



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